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A história da Sistemática: Systema Naturae de 1758 a 1767–1770

por Piter Kehoma Boll

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Em uma série de postagens anteriores, eu detalhei a classificação dos seres vivos por Linnaeus na sua obra Systema Naturae com apresentada na décima edição, publicada e 1758. Aqui, vou apresentar a classificação de forma resumida e mostrar mudanças que aconteceram entre a 10ª edição e a 13ª edição publicada em duas porta, uma 9 anos depois, em 1767, tratando dos animais, e uma 12 anos depois, em 1770, tratando das plantas.

Animais

Linnaeus classificou os animais em 6 classes: Mammalia, Aves, Amphibia, Pisces, Insecta e Vermes.

1. Mammalia incluía mamíferos e em 1758 eram classificados em 8 ordens: Primates, Bruta, Ferae, Bestiae, Glires, Pecora, Belluae, Cete (veja detalhes aqui).

A classificação dos mamíferos de Linnaeus em 1758 e 1767.

Em 1767, a ordem Bestiae não existe mais. Tatus (Dasypus) foram transferidos para Bruta, porcos (sus) para Belluae e os restantes para Ferae. Adicionalmente, rinocerontes (Rhinoceros) foram transferidos de Glires para Belluae e uma espécie de morcego foi transferida do gênero Vespertilio em Primates para um novo gênero, Noctilio, em Glires.

2. Aves incluía aves e em 1758 elas eram classificadas em 6 ordens: Accipitrae, Picae, Anseres, Grallae, Gallinae, Passeres (veja detalhes aqui).

Classificação dos aves de Linnaeus em 1758 e 1767.

Em 1767, cinco novos gêneros surgiram em Picae: Buphaga, os pica-bois, Trogon, os surucuás, Oriolus, os oriolos (anteriormente no gênero Coracias), Bucco, os rapazinhos, e Todus, os todinhos. Um novo gênero aparece em Anseres, Plotus, as biguatingas. A ordem Grallae recebe o novo gênero Palamedea, as seriemas e os tachãs, Parra, as jaçanãs, e Cancroma, a garça-bico-de-barco. A ordem Gallinae é aumentada com o novo gênero Didus, o dodô (que foi anteriormente um membro do gênero Struthio na ordem Grallae), e Numida, a galinha-de-Angola (anteriormente no gênero Phasianus). E, finalmente, a ordem Passeres recebeu os novos gêneros Pipra para os uirapurus (antes em Parus), Ampelis, os picoteiros e as cotingas (antes no gênero Lanius na ordem Accipitrae), Tanagra, os tangarás (antes em Fringilla), e Muscicapa, os papa-moscas (antes nos gêneros Corvus e Motacilla).

Também é interessante notar uma mudança no nome da ordem Accipitrae para Accipitres, e o gênero Jynx é aqui escrito Yunx.

3. Amphibia incluía répteis, anfíbios e alguns peixes e tinha 3 ordens: Reptiles, Serpentes e Nantes (veja detalhes aqui).

Classificação dos Anfíbios de Linnaeus em 1758 e 1767.

As ordens Reptiles e Serpentes se mantiveram as mesmas. A ordem Nantes, que em 1758 incluía principalmente peixes cartilaginosos, em 1767 incluía muitos gêneros que eram anteriormente classificados na classe Pisces, especialmente na ordem Branchiostegi (veja abaixo).

4. Pisces incluía a maioria dos peixes e tinha 5 ordens: Apodes, Jugulares, Thoracici, Abdominales e Branchiostegi (veja detalhes aqui).

Classificação dos peixes de Linnaeus em 1758 e 1767.

O gênero Ophidion foi transferido da ordem Jugulares para Apodes e aparece grafado como Ophidium. A ordem Thoracici recebeu o gênero adicional Cepola (suspensórios) e a ordem Abdominales foi aumentada com o gênero Amia (a amia), Teuthis e Elops (a ubarana), bem como o gênero Mormyrus, antes parte da ordem Branchiostegi que deixou de existir.

5. Insecta incluía artrópodes e tinha 7 ordens: Coleoptera, Hemiptera, Lepidoptera, Neuroptera, Hymenoptera, Diptera, Aptera (veja detalhes aqui).

Classificação dos insetos de Linnaeus em 1758 e 1767.

A ordem Coleoptera recebeu os novos gêneros Lucanus (vacalouras, antes em Scarabaeus), Byrrhus (besouros-pílula), Gyrinus (besouros-giradores, Bruchus (gorgulhos-da-ervilha), Ptinus (besouros-aranhas), Hispa, Lampyris (vagalumes). Os gêneros Blatta e Gryllus foram transferidos para Hemiptera e os louva-a-deuses foram removidos de Gryllus e receberam seu próprio gênero, Mantis. Além disso, as jequitiranaboias foram removidas do gênero Cicada e transferidas para Fulgora. Na ordem Neuroptera, as formigas-leão foram removidas do gênero Hemerobius e transferidas para o novo gênero Myrmeleon. Na ordem Hymenoptera, as vespas-cuco foram transferidas do gênero Sphex para o novo gênero Chrysis.

6. Vermes incluía vários vermes, moluscos, equinodermos, cnidários e a feiticeira. Havia 5 ordens: Intestina, Mollusca, Testacea, Lithophyta e Zoophyta (veja detalhes aqui).

Classificação dos vermes de Linnaeus em 1758 e 1767.

De 1758 a 1767, o gênero Furia, de uma espécie fictícia, foi transferido de Intestina para Zoophyta, e o gênero Teredo (turus) foi transferido de Intestina para Testacea. Um novo gênero Sipunculus, foi adicionado a Intestina para incluir os vermes-amendoim. Na ordem Mollusca, encontramos agora os novos gêneros Ascidia (ascídias), Aplysia (lebres-do-mar), Terebella (alguns poliquetos antes em Nereis) e Clio (algumas lesmas marinhas). O gênero Priapus, contendo as anêmonas-do-mar, é agora chamado Actinia. A ordem Testacea recebeu os novos gêneros Mactra (amêijoas, antes em Cardium) e Sabella (verme-leque, antes em Serpula). A ordem Lithophyta recebeu o novo gênero Cellepora (para briozoários). Na ordem Zoophyta, encontramos o novo gênero Flustra (para briozoários antes em Eschara), Vorticella (para ciliados antes em Hydra) e Chaos (para amebas, antes em Volvox). Um gênero adicional é visto em Zoophyta: Spongia (esponjas), transferido de Algae, lá no reino das plantas.

Plantas

O sistema de classificação das plantas era muito mais complicado que o dos animais. Havia plantas com flores regulares classificadas de acordo com o número de órgãos sexuais masculinos e femininos, respectivamente (como você pode ler em detalhes nas partes 1, 2, 3 e 4 das plantas no Systema Naturae). Pouco mudou exceto por alguns gêneros, como você pode ver na tabela abaixo.

Classificação de Linnaeus das plantas com flores hermafroditas regulares em 1758 e 1770. Veja a imagem em maior resolução aqui.

O mesmo é verdade para espécies nas classes Didynamia e Tetradyamia, que possuem flores com estames de diferentes tamanhos. Pouco mudou em sua classificação.

Classificação de Linnaeus das plantas com flores que possuem estames de dois tamanhos diferentes em 1758 e 1770.

Em relação às três classes caracterizadas por flores com estames aglomerados, podemos ver duas novas ordens na classe Monadelphia.

Classificação de Linnaeus das plantas com estames aglomerados em 1758 e 1770.

Na classe Syngenesia, podemos notar que a ordem Polygamia Superflua deixou de existir, com a maior parte das espécies transferida para Polygamia Aequalis, e uma nova ordem, Polygamia Segregata, está agora presente. Na classe Gynandria, uma nova ordem, Dodecandria, foi criada. Veja estas duas classes com mais detalhes aqui.

Classificação de Linnaeus das plantas com estames fundidos uns aos outros ou aos carpelos em 1758 e 1770.

Nas três classes de plantas com órgãos masculinos e femininos ocorrendo em flores separadas, acho que a novidade mais interessante é que o gênero Chara, que em 1758 foi classificado como um gênero de algas, está agora entre as plantas com flores na classe Monoecia, ordem Monandria.

Classificação de Linnaeus das plantas com órgãos masculinos e femininos em flores diferentes em 1758 e 1770.

Finalmente, entre as criptógamas, as “plantas sem flores”, pouco mudou exceto pela transferência de Chara para as plantas com flores e Spongia para o reino animal.

Classificação de Linnaeus das criptógamas em 1758 e 1770.

Enquanto Linnaeus continuou a desenvolver seu próprio sistema, outras classificações foram sendo propostas. Começaremos a olhar para elas nos próximos capítulos.

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Referências:

Linnaeus, C. (1758) Systema Naturae per regna tria Naturae…

Linnaeus, C; (1967) Systema Naturae per regna tria Naturae….

Linnaeus, C. (1770) Systema Naturae per regna tria Naturae…

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A história da Sistemática: Plantas no Systema Naturae, 1758 (Parte 9)

por Piter Kehoma Boll

A última parte da série está finalmente aqui! Veja também as partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. A única classe que falta ser apresentada é Cryptogamia, as plantas sem flores.

24. Cryptogamia (“casamentos ocultos”)

“O casamento é celebrado em privado”, i.e., órgãos sexuais não são claramente visíveis.

24.1 Filices (fetos): Equisetum (cavalinhas), Onoclea (samambaia-sensível), Ophioglossum (línguas-de-cobra), Osmunda (samambaias-reais), Acrostichum (samambaias-de-couro), Polypodium (polipódios), Hemionitis (hemionites), Asplenium (asplênios), Blechnum (samambaias-pentes), Lonchitis (lonquites), Pteris (ptérides), Adiantum (avencas), Trichomanes (samambaias-felpudas e samambaias-laços), Marsilea (trevos-d’água), Pilularia (pilulárias), Isoetes (isoetas).

1758Linnaeus_cryptogamia_filices

A ordem Filices de Linnaeus incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) a cavalinha-comum (Equisetum arvense), a samambaia-sensível (Onoclea sensibilis), a língua-de-cobra-comum (Ophioglossum vulgatum), a samambaia-real-comum (Osmunda regalis), a samambaia-de-couro-dourada (Acrostichum aureum) a ptéride-da-China (Pteris vittata), a samambaia-pente-ocidental (Blechnum occidentale), o asplênio-negro (Asplenium adiantum-nigrum), o polipódio-comum (Polypodium vulgare), o cabelo-de-Vênus (Adiantum capillus-veneris), a samambaia-laço (Trichomanes chinensis, agora Sphenomeris chinensis), o trevo-d’água-europeu (Marsilea quadrifolia), a pilulária-comum (Pilularia globulifera) e a isoeta-de-lago (Isoetes lacustris). Créditos a Rob Hille (cavalinha), Kurt Stueber (samambaia-real), Krzysztof Ziarnek (samambaia-pente), Forest & Kim Starr (asplênio e samambaia-laço), H. Zell (polipódio), Tato Grasso (cabelo-de-Vênus), Daria Inozemtseva (isoeta), usuários do Wikimedia JMK (ptéride), Keisotyo (trevo-d’água) e Kembangraps (pilulária), e usuário do flickr peganum (samambaia-sensível).

24.2 Musci (musgos): Lycopodium (licopódios), Porella (porelas), Sphagnum (esfagnos), Phascum (fascos), Fontinalis (musgos d’água), Buxbaumia (musgos-de-elfo), Splachnum (musgos-do-esterco), Polytrichum (musgos-cabelos), Mnium (musgos-calcários), Bryum (musgos-comuns), Hypnum (musgos-achatados).

1758Linnaeus_cryptogamia_musci

Entre as espécies da ordem Musci havia (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o licopódio-comum (Lycopodium clavatum), a porela-pinada (Porella pinnata), o esfagno-das-pradarias (Sphagnum palustre), o musgo-d’água-comum (Fontinalis antipyretica), o musgo-de-elfo-comum (Buxbaumia aphylla), o musgo-cabelo-dos-Alpes (Polytrichum alpinum), o musgo-calcário-do-ano (Mnium hornum), o musgo-prateado (Bryum argenteum) e o musgo-cipreste (Hypnum cupressiforme). Créditos a Christian Fischer (licopódio), Rafael Medina (porela), Bernd Haynold (esfagno), Hermann Schachner (musgo-cabelo, musgo-prateado), Bernard Dupont (musgo-calcário), e usuários do Wikimedia AnRo0002 (musgo-d’água) e Aconcagua (musgo-cipreste).

24.3 Algae (algas): Jungermannia (hepáticas-folhosas), Targionia (targiônias), Marchantia (hepáticas-talosas), Blasia (blásia), Riccia (cristalárias), Anthoceros (antóceros), Lichen (líquens), Chara (caras), Tremella (vários organismos gelatinosos), Fucus (algas marrons e vemelhas), Ulva (alfaces-do-mar e noris), Conferva (várias algas filamentosas), Byssus (vários organismos crustosos e lanosos), Spongia (esponjas).

1758Linnaeus_cryptogamia_algae

A diversa ordem Algae incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) a hepática-folhosa-da-mata (Jungermannia nemora, agora Scapania nemorea), a targiônia-comum (Targionia hypophylla), a hepática-língua-verde (Marchantia polymorpha), a blásia (Blasia pusilla), a cristalária-flutuante (Riccia fluitans), o antócero-liso (Anthoceros laevis, agora Phaeoceros levis), o líquen-mapa (Lichen geographicus, agora Rhizocarpon geographicum), a cara-comum (Chara vulgaris), a geleia-de-bruxa (Tremella nostoc, agora Nostoc commune), fuco-serrado (Fucus serratus), alface-do-mar-comum (Ulva lactuca), limo-da-rocha (Conferva rupestris, agora Cladophora ruprestris), lã-dourada (Byssus aurea, agora Trentepohlia aurea), e a esponja-de-banho (Spongia officinalis). Créditos a Bernd Haynold (hepática-folhosa, blásia), Luis Fernández García (targiônia), Benis Barthel (língua-verde), Christian Fischer (cristalária), Fritz Geller-Grimm (líquen), Lairich Rig (geleia-de-bruxa), Kristian Peters (alface-do-mar), Bioimages (limo-da-rocha), JK Johnson (lã-dourada), Guido Picchetti (esponja) e usuários do Wikimedia Oliver s. (antócero), Mnolf (caras) e Citron (fuco).

24.4 Fungi (fungos): Agaricus (cogumelos lamelados), Boletus (cogumelos com poros), Hydnum (cogumelos-dentados), Phallus (cogumelos fálicos), Clathrus (fungos com formato de dedo), Elvela (cogumelos em forma de sela), Peziza (cogumelos em forma de taça), Clavaria (cogumelos em forma de clava), Lycoperdon (cogumelos esféricos), Mucor (mofos).

1758Linnaeus_cryptogamia_fungi

A ordem Fungi continha (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o cogumelo-do-campo (Agaricus campestres), a orelha-de-pau-vermelha-comum (Boletus sanguineus, agora Pycnoporus sanguineus), o dente-doce (Hydnum repandum), o falo-impudico (Phallus impudicus), o mixomiceto-algodão-doce (Clathrus denudatus, agora Arcyria denudata), o copo-de-vinagre (Peziza acetabulum, agora Helvella acetabulum), o cogumelo-clava-doce (Clavaria pistillaris, agora Clavariadelphus pistillaris), o peido-de-lobo-do-campo (Lypoderon cervinum, agora Lycoperdon lividum) e o bolor-alfinete-comum (Mucor mucedo). Créditos a Nathan Wilson (cogumelo-do-campo), Instituto Últimos Refúgios (orelha-de-pau), H. Krisp (dente-doce, copo-de-vinagre), Jörg Hempel (falo), Bea Leiderman (mixomiceto), Francisco J. Díez Martín (cogumelo-clava), Michel Beeckman (peido-de-lobo) e James Lindsey (bolor-alfinete).

Aqui podemos ver que a bagunça de Linnaeus chegou ao limite. Há mesmo animais classificados como plantas, como você pode ver com esponjas aparecendo como algas. Na verdade a ordem Algae incluía espécies pertencendo a quase todos os reinos atualmente reconhecidos, de bactérias a animais, fungos, plantas e heterocontas. As outras ordens são consideravelmente mais uniformes.

Terminamos o sistema de Linnaeus! Oba!

Eu farei uma postagem adicional com um resumo e então podemos seguir para mudanças que aconteceram nos sistemas seguintes. Vejo vocês lá!

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Referência:

Linnaeus, C. (1758) Systema Naturae per regna tria Naturae…

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A história da Sistemática: Plantas no Systema Naturae, 1758 (Parte 8)

por Piter Kehoma Boll

Esta é a última parte do sistema de classificação de plantas de Linnaeus lidando com plantas com flores (veja partes 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) e apresenta três classes compostas por plantas que contêm mais de um tipo de flor. A última parte do sistema (parte 9) lidará com plantas sem flores.

21. Monoecia (“casa única”)

“Maridos habitam com mulheres na mesma casa, mas num quarto diferente”, isto é, órgãos masculinos e femininos ocorrem na mesma planta, mas em flores diferentes.

21.1 Monoecia Monandria (“casa única, marido único”), flores masculinas com um único estame: Zannichellia (capins-chifrudos), Ceratocarpus (frutos-chifres), Hippomane (mancenilheiras), Cynomorium (polegar-do-deserto).

21.2 Monoecia Diandria (“casa única, dois maridos”), flores masculinas com dois estames: Lemna (lentilhas-d’água).

1758Linnaeus_monoecia_monandria

O capim-chifrudo (Zanichellia palustris), esquerda), a mancinelheira (Hippomane mancinella), centro-esquerda) e o polegar-do-deserto (Cynomorium coccineum, centro-direita) eram classificados na ordem Monoecia Monandria, enquanto a lentilha-d’água-comum (Lemna minor, direita) era classificda na ordem Monoecia Diandria. Créditos a Yu Ito (capim-chifrudo), Hans Hillewaert (mancinelheira, polegar-do-deserto), e usuário do Wikimedia 3268zauber (lentilha-d’água).

21.3 Monoecia Triandria (“casa única, três machos”), flores masculinas com três estames: Typha (taboas), Sparganium (espadanas), Zea (milho), Tripsacum (guatemalas), Coix (lágrima-de-Jó), Olyra (carricilo), Carex (carriços), Axyris (ervas-de-porco), Omphalea (umbigueiros), Tragia (urtigas-de-nariz), Hernandia (hernândias), Phyllanthus (quebra-pedras, sarandis e outros).

1758Linnaeus_monoecia_triandria

A ordem Monoecia Triandria incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) a taboa-comum (Typha latifólia), a espadana-delgada (Sparganium erectum), o milho (Zea mays), a guatemala-comum (Tripsacum dactyloides), a lágrima-de-Jó (Coix lacryma-jobi), o carricilo (Olyra latifolia), o carriço-cravo (Carex panicea), umbigueiro-da-Jamaica (Ophalea triandra), urtiga-de-nariz-da-Índia (Tragia involucrata), quebra-pedra-comum (Phyllanthus urinaria). Créditos a H. Zell (milho), Mason Brock (guatemala), Alex Popovkin (carricilo), Kristian Peters (carriço), e usuários do Wikimedia AnRo002 (taboa), Hugo.arg (espadana), Vinayaraj (lágrima-de-Jó, urtiga-de-nariz), Carstor (umbigueiro) e Atsuko-y (quebra-pedra).

21.4 Monoecia Tetrandria (“casa única, quatro machos”), flores masculinas com quatro estames: Betula (bétulas e amieiros), Buxus (buxo), Urtica (urtigas), Morus (amoreiras).

1758Linnaeus_monoecia_tetrandria

A bétula-anã (Betula nana, esquerda), o buxo-comum (Buxus sempervirens, centro-esquerda), a urtiga-comum (Urtica dioica) e a amoreira-negra (Morus nigra, direita) eram classificados na ordem Monoecia Tetrandria. Créditos a Uwe H. Friese (urtiga), Fritz Geller-Grimm (amoreira) e usuários do Wikimedia El Grafo (bétula) e Abrimaal (buxo).

21.5 Monoecia Pentandria (“casa única, cinco machos”), flores masculinas com cinco estames: Xanthium (carrapichos), Ambrosia (carpineiras), Parthenium (losnas-brancas), Iva (velhos-do-banhado), Amaranthus (carurus).

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O carrapicho-grande (Xanthium strumarium), esquerda), a carpineira-comum (Ambrosia artemisiifolia, centro-esquerda), a losna-branca-americana (Parthenium integrifolium, centro), o velho-do-banhado-anual (Iva annua) e o caruru-espinho (Amaranthus spinosus) eram parte da ordem Monoecia Pentandria. Créditos a Javier Martin (carrapicho), Meneerke Bloem (carpineira), Krzysztof Ziarnek (losna-branca), e Forest & Kim Starr (caruru).

21.6 Monoecia Hexandria (“casa única, seis machos”), flores masculinas com seis estames: Zizania (arroz-bravo), Pharus (capim-de-talo), Solandra (uma espécie de identificação duvidosa).

21.7 Monoecia Heptandria (“casa única, sete machos”), flores masculinas com sete estames: Guettarda (gardênia-da-praia).

1758Linnaeus_monoecia_hexandria-heptandria

O arroz-bravo (Zizania aquatica, esquerda) e o capim-de-talo-largo (Pharus latifolius, centro) estavam alocados na ordem Monoecia Hexandria, enquanto a gardência-da-praia (Guettarda speciosa, direita) estava na ordem Monoecia Heptandria. Créditos a Michael Wolf (arroz-bravo), Alex Popovkin (capim-de-talo) e Cas Liber (gardênia-da-praia).

21.8 Monoecia Polyandria (“casa única, muitos machos”), flores masculinas com muitos estames: Ceratophyllum (rabos-de-raposa), Myriophyllum (pinheirinhas-d’água), Sagittaria (sagitárias), Theligonum (repolho-de-cão), Poterium (ervas-da-faca), Quercus (carvalhos), Juglans (nogueiras), Fagus (faias e castanheiras), Carpinus (carpinos), Corylus (avelaneiras), Platanus (plátanos), Liquidambar (liquidâmbares).

1758Linnaeus_monoecia_polyandria

Linnaeus incluiu na ordem Monoecia Polyandria (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o rabo-de-raposa-comum (Ceratophyllum demersum), pinheirinha-d’água-verticilada (Myriophyllum verticillatum), sagitária-comum (Sagittaria sagittifolia), carvalho-comum (Quercus robus), nogueira-comum (Juglans regia), faia-comum (Fagus sylvatica), carpino-comum (Carpinus betulus), avelaneira-comum (Corylus avellana), plátano-oriental (Platanus orientalis) e liquidâmbar-americano (Liquidambar styraciflua). Créditos a Christian Fischer (rabo-de-raposa, sagitária), Piotr Panek (pinheirinha-d’água), Krzysztof Ziarnek (carvalho), H. Zell (nogueira), Franz Xaver (carpino), André Karwath (avelã), Dimitar Nàydenov (plátano), Kurt Stueber (liquidâmbar) e usuário do Wikimedia Der Michels (faia).

21.9 Monoecia Monadelphia (“casa única, irmãos únicos”), flores masculinas com estamens fundidos em uma estrutura única pelos seus filamentos: Pinus (pinhos, lariços espruces e abetos), Thuja (tuias), Cupressus (ciprestes), Acalypha (acalifas), Croton (crótons), Jatropha (pinhões), Ricinus (mamonas), Sterculia (chichá), Plukenetia (amendoeira-inca), Hura (açacu).

1758Linnaeus_monoecia_monadelphia

A ordem Monoecia Monadelphia incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o pinho-da-Suíça (Pinus cembra), a tuia-ocidental (Thuja occidentalis), o cipreste-do-Mediterrâneo (Cupressus sempervirens), a acalifa-da-Índia (Acalypha indica), o cróton-de-jardim (Croton variegatus, agora Codiaeum variegatum), o pinhão-roxo (Jatropha gossypifolia), a mamona (Ricinus communis), o chichá-fedorento (Sterculia foetida), a amendoeira-inca (Plukenetia volubilis) e o açacu (Hura crepitans). Créditos a Wouter Hagens (tuia), J. M. Garg (acalifa, cróton, pinhão), Martina Nolte (mamona), Raju Kasambe (chichá), Hans Hillewart (açacu) e usuários do Wikimedia Moroder (pinho), Philmarin (cipreste) e NusHub (amendoeira-inca).

21.10 Monoecia Syngenesia (“casa única, mesma geração”), flores masculinas com estames unidos formando um cilindro: Trichosanthes (cabaças-de-cobra), Momordica (melão-de-São-Caetano e lufas), Cucurbita (morangas, abóboras, porongos, melacia), Cucumis (melões, pepinos), Bryonia (briônias), Sicyos (melão-estrela).

21.11 Monoecia Gynandria (“casa única, marido feminino”), flores masculinas com estames fundidos ao pistilo (estéril): Andrachne (andracne).

1758Linnaeus_monoecia_syngenesia_gynandria

A ordem Monoecia Syngenesia inclui (da esquerda para a direita) a cabaça-de-cobra (Trichosanthes cucumerina), melão-de-São-Caetano (Momordica charantia), abóbora (Cucurbita pepo), pepino (Cucumis sativus), briônia-branca (Bryonia alba) e o melão-estrela-pequeno (Sicyos angulatus). Já a ordem Monoecia Gynandria incluía a andracne-comum (Andrachne telephioides, direita). Créditos a Florian Wickern (abóbora), H. Zell (pepino), Robert H. Mohlenbrock (melão-estrela), Vojtĕch Zavadil (andracne), usuário do flickr tanakawho (cabaça-de-cobra) e usuários do Wikimedia Prenn (melão-de-são-caetano) e Sannse (briônia).

22. Dioecia (“duas casas”)

“Maridos e mulheres vivem em quartos e casas diferentes”, isto é, órgãos masculinos e femininos ocorrem em flores diferentes e em plantas diferentes.

22.1 Dioecia Monandria (“duas casas, macho único”), flores masculinas com um único estame: Najas (náiades).

22.2 Dioecia Diandria (“duas casas, dois machos”), flores masculinas com dois estames: Vallisneria (valisnérias), Cecropia (embaúba), Salix (salgueiros).

1758Linnaeus_dioecia_monandria-diandria

A ordem Dioecia Monandria incluía uma única espécie, a náiade-espinhosa (Najas marina, esquerda). A ordem Dioecia Diandria incluía a valisnéria-comum (Vallisneria spiralis, centro-esquerda), a embaúba (Cecropia peltata, centro-direita) e o salgueiro-chorão (Salix babylonica, direita). Créditos a Stefan Lefnaer (náiade), Ori Fragman-Sapir (valisnéria), e usuários do Wikimedia Cmales (embaúba) e Viaouest (salgueiro).

22.3 Dioecia Triandria (“duas casas, três machos”), flores masculinas com três estames: Empetrum (camarinhas), Osyris (osire), Excoecaria (mangue-de-cego).

1758Linnaeus_dioecia_triandria

A camarinha-negra (Empetrum nigrum), esquerda), a osire (Osyris alba, centro), e o mangue-de-cego (Excoecaria agallocha, direita) eram parte da ordem Dioecia Triandria. Créditos a Krzysztof Ziarnek (camarinha), Hans Hillewaert (osire) e usuário Vengolis do Wikimedia (mangue-de-cego).

22.4 Dioecia Tetrandria (“duas casas, quatro machos”), flores masculinas com quatro estames: Trophis (trofe), Batis (manhã-do-mar), Viscum (viscos), Hippophae (cambroeiros-da-praia), Myrica (samoucos).

1758Linnaeus_dioecia_tetrandria

A manhã-do-mar (Batis maritima, esquerda), o visco-comum (Viscum album, centro-esquerda), o cambroeiro-da-praia-comum (Hippophae rhamnoides, centro-direita) e o samouco-de-brabante (Myrica gale, direita) compunham a ordem Dioecia Tetrandria. Créditos a Forest & Kim Starr (manhã-do-mar), Karunakar Rayker (cambroeiro-da-praia), Sten Porse (samouco) e usuário AnRo0002 do Wikimedia (visco).

22.5 Dioecia Pentandria (“duas casas, cinco machos”), flores masculinas com cinco estames: Pistacia (pistaches e lentiscos), Zanthoxylum (mamicas), Ceratonia (alfarrobeira), Iresine (iresine), Antidesma (hinembila), Spinacia (espinafre), Acnida (cânhamo-d’água), Cannabis (cânhamo), Humulus (lúpulo), Zanonia (zanônia), Fevillea (andiroba).

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A ordem Dioecia Pentandria incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o pistache (Pistacia vera), a mamica-de-loba (Zanthoxylum clava-herculis), a alfarrobeira (Ceratonia siliqua), a iresine (Iresine celosia, agora Iresine diffusa), o espinafre (Spinacia oleracea), o cânhamo (Cannabis sativa), o lúpulo-comum (Humulus lupulus), a zanônia (Zanonia indica) e a andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia). Créditos a Franz Xaver (iresine), Dinesh Valke (cânhamo), Fritz Geller-Grimm (lúpulo), P. Acevedo (andiroba), e usuários do Wikimedia NAEINSUN (pistache), Rickjpelleg (alfarrobeira), Rasbak (espinafre) e Vinayaraj (zanônia).

22.6 Dioecia Hexandria (“duas casas, seis machos”), flores masculinas com seis estames: Tamus (arrebenta-boi), Smilax (salsaparrilhas), Rajania (rajânias), Dioscorea (carás).

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Linnaeus incluiu o arrebenta-boi (Tamus communis, agora Dioscorea communis, esquerda), a salsaparrilha-comum (Smilax aspera, centro) e o cará-do-ar (Dioscorea bulbifera) na ordem Dioecia Hexandria. Créditos a Alan Fryer (arrebenta-boi), Carsten Niehaus (salsaparrilha) e Dinesh Valke (cará).

22.7 Dioecia Octandria (“duas casas, oito machos”), flores masculinas com oito estames: Populus (choupos e álamos), Rhodiola (raiz-de-ouro).

22.8 Dioecia Enneandria (“duas casas, nove machos”), flores masculinas com nove estames: Mercurialis (mercuriais), Hydrocharis (nacos-de-rã).

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A ordem Dioecia Octandria incluía o choupo-tremedor (Populus tremula, esquerda) e a raiz-de-ouro (Rhodiola rosea, centro-esquerda). Já a ordem Dioecia Enneandria incluía o mercurial-de-cão (Mercurialis perennis, centro-direita) e o naco-de-rã (Hydrocharis morsus-ranae, direita). Créditos a usuários do Wikimedia AnRo0002 (choupo), Amazonia Exotics U.K (raiz-de-ouro), BerndH (mercurial) e Salicyna (naco-de-rã).

22.9 Dioecia Decandria (“duas casas, dez machos”), flores masculinas com dez estames: Carica (mamoeiro), Kiggelaria (pêssego-bravo), Coriaria (coriárias), Datisca (datiscas).

22.10 Dioecia Polyandria (“duas casas, muitos machos”), flores masculinas com muitos estames: Cliffortia (clifórtia).

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A ordem Dioecia Decandria incluía (da esquerda para a direita) o mamoeiro (Carica papaya), o pêssego-bravo (Kiggelaria africana), o sansá (Coriaria ruscifolia) e a datisca-asiática (Datisca cannabina). Já a clifórtia-pontuda (Cliffortia ruscifolia, direita) era um dos poucos membros da ordem Dioecia Polyandria. Créditos a Vijayan Rajapuram (mamoeiro), Franz Xaver (sansá), H. Zell (datisca) e usuários do Wikimedia JMK (pêssego-bravo) e Dwergenpaartje (clifórtia).

22.11 Dioecia Monadelphia (“duas casas, irmãos únicos”), flores masculinas com estamens fundidos em uma estrutura única pelos seus filamentos: Juniperus (juníperos ou sabinas), Taxus (teixos), Ephedra (efedras), Cissampelos (orelha-de-onça), Adelia (adélias).

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Entre os membros da ordem Dioecia Monadelphia havia (da esquerda para a direita) a sabina-das-praias (Juniperus phoenicea), o teixo-europeu (Taxus baccata), a efedra-comum (Ephedra distachya) e a orelha-de-onça (Cissampelos pareira). Créditos a Isidre Blanc (sabina), Didier Descouens (teixo), Dinesh Valke (orelha-de-onça) e usuário do Wikimedia Le.Loup.Gris (efedra).

22.12 Dioecia Syngenesia (“duas casas, mesma geração”), flores masculinas com estames unidos formando um cilindro: Ruscus (gilbardeiras e louro-dos-poetas).

22.13 Dioecia Gynandria (“duas casas, marido feminino”), flores masculinas com estames fundidos ao pistilo (estéril): Clutia (relampagueiras).

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A gilbardeira-comum (Ruscus aculeatus, esquerda) estava na ordem Dioecia Syngenesia, e a relampagueira (Clutia pulchella, direita) estava na ordem Dioecia Gynandria. Créditos a Fritz Geller-Grimm (gilbardeira) e usuário JMK do Wikimedia (relampagueira).

23. Polygamia (“muitos casamentos”)

“Maridos com esposas, assim como solteiros, vivem juntos em quartos diferentes”, isto é, há flores hermafroditas, assim como flores unicamente masculinas ou unicamente femininas na mesma espécie.

23.1 Polygamia Monoecia (“muitos casamentos, casa única”), flores hermafroditas ocorrem na mesma planta em que ocorrem flores unicamente masculinas ou unicamente femininas: Musa (bananeiras), Ophioxylon (pimenta-do-diabo), Celtis (lódãos), Veratrum (heléboros-falsos), Andropogon (gramões, jaraguazões, barbadouros, capins-limões, entre outros), Holcus (capins-moles, capins-elefantes, sorgos, entre outros), Apluda (grama-de-Maurício), Ischaemum (capins-moreias), Cenchrus (esporas-da-areia), Aegilops (trigos-de-perdiz), Valantia (valâncias), Parietaria (parietárias), Atriplex (oraches), Dalechampia (dalechâmpias), Clusia (clúsias), Acer (bordos), Begonia (begônias), Mimosa (mimosas, maricás, ingás, manjeriobas, angicos, entre outros).

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A diversa ordem Polygamia Monoecia incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) a bananeira (Musa paradisíaca, atualmente Musa × paradisíaca, um híbrido), a pimenta-do-diabo (Ophioxylon serpentinum, agora Rauvolfia serpentina), o lódão-bastardo (Celtis australis), o heléboro-branco (Veratrum álbum), o gramão-vassoura (Andropogon virginicus), o capim-mole-rasteiro (Holcus mollis), a grama-de-Maurício (<Apluda mutica), o capim-moreia-comum (Ischaemum aristatum), a espora-da-areia-comum (Cenchrus echinatus), o trigo-de-perdiz-barbado (Aegilops triuncialis), a valância-dos-muros (Valantia muralis), a parietária-ereta (Parietaria officinalis), a orache-de-jardim (Atriplex hortensis), a dalechâmpia-comum (Dalechampia scandens), a clúsia-menor (Clusia minor), o bordo-vermelho (Acer rubrum), a begônia-das-Antilhas (Begonia obliqua) e a sensitiva (Mimosa pudica). Créditos a Franz Xaver (bananeira), H. Zell (pimenta-do-diabo), Krish Dulal (lódão), Hedwig Storch (heléboro-branco), Harry Rose (gramão), Krzysztof Ziarnek (capim-mole), J. M. Garg (grama-de-maurício), Javier Martin (trigo-de-perdiz), Radio Tonreg (parietária), Stefan Lefnaer (orache), David J. Stang (clúsia), Yercaud Elango (begônia), usuário doflickr Macleay Grass Man (espora-da-areia), e usuários do Wikimedia Keisotyo (capim-moreia), Aroche (valância), Aniprina (dalechâmpia), Famartin (bordo) e Werner1122 (sensitiva).

23.2 Polygamia Dioecia (“muitos casamentos, duas casas”), flores hermafroditas e flores unicamente masculinas ou unicamente femininas ocorrem em plantas separadas: Gleditsia (espinheiros), Fraxinus (freixos), Diospyros (caquizeiros), Nyssa (tupelo), Anthospermum (antospermo), Arctopus (pé-de-urso), Pisonia (pisônias), Panax (ginseng).

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Na ordem Polygamia Dioecia, Linnaeus incluiu (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o espinheiro-da-Virgínia (Gleditsia triacanthos), o freixo-comum (Fraxinus excelsior), o caquizeiro-americano (Diospyros virginiana), o tupelo-d’água (Nyssa aquatica, o pé-de-urso (Arctopus echinatus), a pisônia-espinhenta (Pisonia aculeata) e o ginseng (Panax quinquefolius). Créditos a Andrew Butko (espinheiro), Donar Reiskoffer (freixo), Dinesh Valke (caquizeiro), Winfried Bruenken (pé-de-urso), Alex Popvkin (pisônia), Dan J. Pittillo (ginseng) e usuário do Flickr lucianvenutian (tupelo).

23.3 Polygamia Trioecia (“muitos casamentos, três casas”), há plantas apenas com flores masculinas, outras apenas com flores femininas e outras com flores tanto masculinas quanto femininas: Ficus (figueiras).

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A ordem Polygamia Trioecia incluía apenas o gênero Ficus, com espécies como a figueira-comum (Ficus carica, esquerda) e a figueira-sagrada (Ficus religiosa, direita). Créditos ao usuário do Flickr INRA DIST (figueira-comum) e ao usuário do Wikimedia Amada44 (figueira-sagrada).

Ao classificar todas as plantas com flores de diferentes sexualidades em três classes, Linnaeus fez uma bagunça grande. Geralmente podemos ver ao menos um vago padrão em direção ao que foi posteriormente descoberto ser filogeneticamente verdadeiro em outros grupos, mas é difícil encontrar algo que ainda seja relevante hoje em dia aqui.

Nós só precisamos de mais uma parte e finalmente teremos concluído o sistema de Linnaeus!

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Referência:

Linnaeus, C. (1758) Systema Naturae per regna tria Naturae…

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Arquivado em Botânica, Sistemática, Taxonomia

Xenoturbella, um grupo crescente de esquisitões

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por Piter Kehoma Boll

Vocês podem nunca ter ouvido falar da Xenoturbella, e eu não os culpo por isso. Apesar de ser uma característica fascinante da evolução, pouco é conhecido sobre ela e sua mágica tem sido escondida de muitos de nós.

A primeira Xenoturbella foi descrita em 1949 e chamada Xenoturbella bocki. Nesse tempo, ela era considerada um platelminto estranho, de onde seu nome, do grego xenos, estranho + turbella, de Turbellaria, os platelmintos de vida livre. Xenoturbella bocki é um animal marinho medindo até 3 cm de comprimento e se parecendo com um verme dobrado, porque seu corpo possui uma série de dobras correndo longitudinalmente que o fazem ter um formato de W em seção transversal.

Encontrada nas águas frias em torno do norte da Europa, seu corpo carece de um sistema nervoso centralizado, tendo apenas uma rede de neurônios dentro da epiderme. Também não há órgãos reprodutores ou qualquer coisa parecida com um rim ou outro órgão além de uma boca e um intestino e algumas estruturas na superfície.

Por décadas, X. bocki era a única espécie de Xenoturbella conhecida por nós. Uma segunda espécie foi descrita em 1999 como X. westbladi, mas análises moleculares revelaram que ela era a mesma espécie que X. bocki, então continuávamos tendo apenas uma espécie.  Graças a estudos moleculares, também descobrimos que Xenoturbella não é um platelminto de forma alguma, mas pertence a um grupo de animais bilaterais muito primitivos, estando proximamente relacionada a outro grupo de ex-platelmintos, os acelomorfos. Juntos, Xenoturbella e os acelomorfos (um bom nome para uma banda de rock, não é?), formam um grupo chamado Xenacoelomorpha.

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Xenoturbella churro, “cabeça” para a direita. Foto de Greg Rouse.*

Formando seu próprio filo (ou talvez classe se for agrupada em um filo único com os acelomorfos) chamado Xenoturbellida, X. bocki recentemente descobriu que não está sozinha no mundo. Em 2016, quatro novas espécies foram descritas das águas do Oceano Pacífico próximo às costas do México e dos EUA, sendo chamadas Xenoturbella monstrosaX. churroX. profundaX. hollandorum. Considerando-se o pequeno tamanho de X. bocki, algumas dessas eram monstros, especialmente X. monstrosa, que atinge 20 cm de comprimento!

Quatro novas espécies foi um achado e tanto. O filo subitamente era cinco vezes maior que antes. Sendo alguém particularmente interessado em grupos obscuros de animais, especialmente daqueles que outrora foram membros do adorável filo Platyhelminthes, eu fiquei muito animado com essa descoberta, mas não estava esperando o que aconteceria depois disso.

xenoturbella_japonica

Foto do único espécime conhecido de Xenoturbella japonica até agora. “Cabeça” para a esquerda. Créditos a Nakano et al. (2017).*

Em dezembro de 2017, mais uma espécie foi encontrada, dessa vez do outro lado do pacífico, perto do Japão. Chamada de Xenoturbella japonica, o quinto membro do gênero Xenoturbella é muito bem-vindo. A nova espécie foi baseada em dois espécimes, um espécime adulto “fêmea” (eles são hermafroditas? Não acho que podemos ter certeza ainda…) e um espécime jovem. Outra coisa empolgante é que o jovem pode na verdade ser ainda outra espécie! Mas precisamos de mais material para confirmar.

Você pode ler o artigo descrevendo Xenoturbella japonica aqui.

Veja também: Acoelomorpha, uma dor de cabeça filogenética.

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Referências:

Nakano, H.; MIyazawa, H.; Maeno, A.; Shiroishi, T.; Kakui, K.; Koyanagi, R.; Kanda, M.; Satoh, N.; Omori, A.; Kohtsuka, H. (2017) A new species of Xenoturbella from the western Pacific Ocean and the evolution of XenoturbellaBMC Evolutionary Biology17: 245. https://doi.org/10.1186/s12862-017-1080-2

Rouse, G.W.; Wilson N.G.; Carvajal, J.I.; Vrijenhoek, R.C. (2016) New deep-sea species of Xenoturbella and the position of Xenacoelomorpha. Nature, 530:94–7. doi:10.1038/nature16545.

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Arquivado em Sistemática, Taxonomia, vermes, Zoologia

A história da Sistemática: Plantas no Systema Naturae, 1758 (Parte 7)

por Piter Kehoma Boll

Estamos nos aproximando do final da descrição da classificação de plantas por Linnaeus (veja as partes 1, 2, 3, 4, 5 e 6). Hoje mostrarei mais duas classes, as duas últimas de plantas com flores principalmente hermafroditas.

19. Syngenesia (“mesma geração”)

“Maridos compostos de um compacto generativo”, isto é, os estames estão unidos, formando um cilindro.

19.1 Syngenesia Polygamia Aequalis (“mesma geração, muitos casamentos iguais”), flores compostas formadas de várias flores pequenas compactas, todas com estames e pistilos: Scolymus (cangarinhos), Cichorium (chicórias), Catananche (cupidões), Hypochaeris (orelhas-de-gato), Andryala (andríalas), Tragopogon (tragueiros), Picris (raspa-pernas), Leontodon (leitugas-dos-montes e dentes-de-leão), Sonchus (serralhas), Scorzonera (escorcioneiras), Crepis (barbas-de-gavião), Chondrilla (leitugas), Prenanthes (alfaces-da-montanha), Lactuca (alfaces), Hieracium (ervas-de-gavião), Lapsana (labresto), Hyoseris (hioséris), Elephantopus (ervas-de-colégio), Atractylis (cardos-fusos), Carlina (carlinas), Cnicus (cardos), Arctium (bardanas), Carthamus (cártamos), Cynara (alcachofras), Carduus (mais cardos), Onopordum (acantos-bastardos), Serratula (serradinhas), Echinops (cardos-globos), Ageratum (mentrastos), Cacalia (falsas-tanchagens), Chrysocoma (cabeleiras-de-ouro), Eupatorium (eupatórios), Santolina (guarda-roupas), Bidens (picões), Staehelina (esteelinas), Stoebe (estebes), Tarchonanthus (pau-quicongo).

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A diversa ordem Syngenesia Polygamia Aequalis incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) o tragueiro-comum (Tragopogon porrifolius), a escorcioneira-preta (Scorzonera hispânica), a raspa-pernas-comum (Picris echioides, agora Helminthotheca echioides), a serralha-comum (Sonchus oleraceus), alface-comum (Lactuca sativa), leituga-branca (Chondrilla juncea), alface-da-montanha-comum (Prenanthes purpurea), dente-de-leão-comum (Leontodon taraxacum, agora Taraxacum officinale), erva-de-gavião-de-cascacel (Hieracium venosum), barba-de-gavião-de-bico (Crepis vesicaria), andríala-comum (Andryala integrifolia), hioséris-lisa (Hyoseris scabra), orelha-de-gato-comum (Hypochaeris radicata), labresto-comum (Lapsana communis), cupidão-azul (Catananche caerulea), chicória-comum (Cichorium intybus), cangarinho-espanhol (Scolymus hispanicus), erva-de-colégio-lisa (Elephantopus scaber), cardo-globo-grande (Echinops sphaerocephalus), bardana-grande (Arctium lappa), serradinha-de-tintureiro (Serratula tinctoria), cardo-caído (Carduus nutans), cardo-santo (Cnicus benedictus, agora Centaurea benedicta), acanto-bastardo-comum (Onopordum acanthium), alcachofra-comum (Cynara scolymus), carlina-comum (Carlina vulgaris), cardo-fuso-comum (Atractylis humilis), açafrão-bastardo (Carthamus tinctorius), picão-preto (Bidens pilosa), tanchagem-dos-Alpes (Cacalia alpina, agora Adenostyles alpina), eupatório-alto (Eupatorium altissimum), mentrasto-comum (Ageratum conyzoides), esteelina-dúbia (Staehelina dubia), cabeleira-de-ouro-comum (Chrysocoma coma-aurea), pau-quicongo (Tarchonanthus camphoratus) e guarda-roupas-comum (Santolina chamaecyparissus). Créditos a Stephen Lea (tragueiro), H. Zell (escorcioneira, alface, acanto-bastardo), Tony Wills (serralha), Radio Toreng (leituga), Jane Shelby Richardson (erva-de-gavião), Manfred Moitzi (barba-de-gavião), Pablo Alberto Salguero Quilles (andríala), Javier Martin (hioséris, cardo-fuso), Phil Sellens (labresto), Isidre Blanc (cupidão, esteelina), Joaquim Alves Gaspar (chicória, cangarinho, alcachofra), Dinesh Valke (erva-de-colégio), Enrico Blasutto (bardana), Kristian Peters (serradinha), Bernd Haynold (cardo-caído), Philipp Weigell (carlina), Vishesh Bajpai (picão), Benjamin Zwittnig (tanchagem-dos-Alpes), Frank Mayfield (eupatório-alto), Peter A. Mansfeld (cabeleira-de-ouro), Paul venter (pau-quicongo), Marie-Lan Nguyen (guarda-roupas), e usuários do Wikimedia AnemoneProjectors (raspa-perna, orelha-de-gato), Calimo (alface-da-montanha), Kropsoq (dente-de-leão), Epp (cardo-globo), 00temari (cardo-santo), Pseudoanas (açafrão-bastardo) e Leoadec (mentrasto).

19.2 Syngenesia Polygamia Superflua (“mesma geração, muitos casamentos sobrando”), flores compostas de várias flores pequenas compactas formando um disco central de flores hermafroditas cercadas por um anel de flores femininas. Tanto as flores hermafroditas quanto as femininas são férteis e produzem sementes: Tanacetum (atanásias), Artemisia (artemísias), Gnaphalium (perpétuas-bravas), Xeranthemum (sempre-vivas-secas), Carpesium (carpésios), Baccharis (carquejas), Conyza (avoadinhas), Erigeron (margacinhas), Tussilago (tussilagens), Senecio (tasneirinhas-de-cinerárias), Aster (ásteres), Solidago (varas-de-ouro), Inula (ínulas), Arnica (arnicas), Doronicum (mata-leopardos), Helenium (helênios), Bellis (margaridas), Tagetes (cravos-de-defunto), Zinnia (zínias), Pectis (péctis), Chrysanthemum (crisântemos e margaridas), Matricaria (camomilas), Cotula (cótulas), Anacyclus (anaciclos), Anthemis (falsa-camomila), Achillea (milefólios), Tridax (erva-de-touro), Amellus (amelos), Sigesbeckia (botões-de-ouro), Verbesina (verbesinas), Tetragonotheca (tetragonotecas), Buphthalmum (olhos-de-boi).

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Linnaeus pôs estas espécies na ordem Syngenesia Polygamia Superflua (da esquerda para a direita, de cima para baixo): catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare), losna (Artemisia absinthium), perpétua-brava-comum (Gnaphalium sylvaticum), sempre-viva-seca-anual (Xeranthemum annuum), carqueja-do-norte (Baccharis halimifolia), margacinha-de-uma-flor (Erigeron uniflorus), tussilagem-comum (Tussilago farfara), tasneirinha-comum (Senecio vulgaris), áster-italiana (Aster amellus), vara-de-ouro-da-praia (Solidago sempervirens), ínula-peluda (Inula hirta), arnica-da-montanha (Arnica montana), mata-leopardo-comum (Doronicum pardalianches), helênio-comum (Helenium autumnale), margarida-comum (Bellis perennis), cravo-de-defunto-comum (Tagetes patula), zínia-do-Peru (Zinnia peruviana), crisântemo-da-Índia (Chrysanthemum indicum), camomila-comum (Matricaria chamomilla), cótula-comum (Cotula coronopifolia), anaciclo-comum (Anacyclus valentinus), falsa-camomila-do-mar (Anthemis maritima), milefólio-comum (Achillea millefolium), erva-de-touro (Tridax procumbens), botão-de-ouro-oriental (Sigesbeckia orientalis), olho-de-boi (Buphthalmus salicifolius). Créditos a Muriel Bendel (catinga-de-mulata), Hermann Schachner (perpétua-brava), Musa Geçit (sempre-viva-seca), Bob Peterson (carqueja, erva-de-touro), André Karwath (tussilagem, margarida), C T Johansson (áster), Sam Fraser-Smith (vara-de-ouro), Kurt Stüber (ínula), Isidre Blanc (arnica), Agnieszka Kwiecien (helênio), Lynda Poulter (camomila), Water Siegmund (cótula), Denis Barthel (falsa-camomila), Petar Milošević (milefólio), e usuários do Wikimedia N-Baudet (losna), Ghislain118 (margacinha), AnRo0002 (tasneirinha), Jamain (mata-leopardo, olho-de-boi), Rasbak (cravo-de-defunto), Vengolis (zínias), Joydeep (crisântemo), Philmarin (anaciclo) e Elouanne (botão-de-ouro).*

19.3 Syngenesia Polygamia Frustranea (“mesma geração, muitos casamentos em vão”), flores compostas de várias flores pequenas compactas formando um disco central de flores hermafroditas cercadas por um anel de flores neutras, sem órgãos sexuais, portanto somente as flores do disco são férteis e produzem sementes: Helianthus (girassóis), Rudbeckia (susanas-de-olhos-negros), Coreopsis (coreopses), Gorteria (gortérias), Centaurea (centáureas), Gundelia (gundélia).

1758Linnaeus_syngenesia_polygamia_frustranea

A ordem Syngenesia Polygamia Frustranea incluía (da esquerda para a direita) o girassol-comum (Helianthus annuus), susana-de-olhos-negros-comum (Rudbeckia hirta), coreopse-lanceolada (Coreopsis lanceolata), botão-de-bacharel (Centaurea montana), gundélia (Gundelia tournefortii). Créditos a Frank Mayfield (susana-de-olhos-negros), Jean-Pol Grandmont (botão-de-bacharel), Zeynel Cebeci (gundélia), e usuários do Wikimedia i_am_jim (girassol) e KENPEI (coreopse).*

19.4 Syngenesia Polygamia Necessaria (“mesma geração, muitos casamentos inevitáveis”), flores compostas de várias flores pequenas compactas formando um disco central de flores hermafroditas, mas com a parte feminina estéril, cercadas por um anel de flores femininas férteis, portanto somente as flores do anel produzem sementes: Milleria (milérias), Silphium (sílfios), Chrysogonum (joelhos-de-ouro), Melampodium (pés-pretos), Calendula (calêndulas), Arctotis (orelhas-de-urso), Osteospermum (margaridas-africanas), Othonna (otonas), Polymnia (copos-de-folha), Eriocephalus (moitas-de-neve), Filago (fiagens), Micropus (algodoinhos), Sphaeranthus (flores-bolas).

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Estas 7 espécies foram incluídas por Linnaeus na ordem Syngenesia Polygamia Necessaria (da esquerda para a direita, de cima para baixo): sílfio-estrelado (Silphium asteriscos), joelho-de-ouro-comum (Chrysogonum virginianum), calêndula-comum (Calendula officinalis), copo-de-folha-branco (Polymnia canadenses), moita-de-neve-do-Cabo (Eriocephalus africanus), fiagem-comum (Filago germânica, agora Filago vulgaris), flor-bola-da-Índia (Sphaeranthus indicus). Créditos a James H. Miller (sílfio), Fritz Flohr Reynolds (joelho-de-ouro, copo-de-folha), Wouter Hagens (calêndula), Juanita Vilas Marchant (moita-de-neve), Wim Rubers (fiagem), Dinesh Valke (flor-bola). *

19.5 Syngenesia Monogamia (“mesma geração, um casamento”), estames unidos formando um cilindro, mas flores simples, não formando inflorescências: Seriphium (serífios), Corymbium (corímbios), Jasione (escabiosas), Lobelia (lobélias), Viola (violetas e amores-perfeitos), Impatiens (balsaminas).

1758Linnaeus_syngenesia_monogamia

A escabiosa-ovina (Jasione montana), esquerda), a lobélia-de-jardim (Lobelia erinus, centro-esquerda), a violeta-comum (Viola odorata, centro-direita) e a balsamina-comum (Impatiens balsamina, direita) eram parte da ordem Syngenesia Monogamia. Créditos a André Karwath (lobélia), Bernard Dupont (violeta) e aos usuários do Wikimedia Darkone (escabiosa) e Joydeep (balsamina).*

20. Gynandria (“marido feminino”)

“Maridos monstruosamente unidos às mulheres”, i.e., flores com estames unidos aos pistilos.

20.1 Gynandria Diandria (“marido feminino, dois maridos”), dois estames unidos aos pistilos: Orchis (orquídeas), Satyrium (orquídeas-sátiros), Ophrys (orquídeas-mosca e orquídeas-abelha), Serapias (orquídeas-serápids), Limodorum (cravos-da-grama), Arethusa (bocas-de-dragão e bocas-de-serpente), Cypripedium (orquídeas-sapatinho), Epidendrum (orquídeas epífitas).

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A ordem Gynandria Diandria incluía (da esquerda para a direita, de cima para baixo) a orquídea-militar (Orchis militaris), a orquídea-mosca (Ophrys insectifera), o cravo-da-grama-tuberoso (Limodorum tuberosum, agora Calopogon tuberosus), a boca-de-dragão (Arethusa bulbosa), o sapatinho-amarelo (Cypripedium calceolus), a vanda-espatulada ( Epidendrum spathulatum, agora Taprobanea spathulata). Créditos a Holger Krisp (orquídea-militar, orquídea-mosca), Chris Meloche (boca-de-dragão), e usuários do Wikimedia Algirdas (sapatinho) e CyberWikipedian (vanda).

20.2 Gynandria Triandria (“marido feminino, três maridos”), três estames unidos aos pistilos: Sisyrinchium (canchaláguas).

20.3 Gynandria Tetrandria (“marido feminino, quatro maridos”), quatro estames unidos aos pistilos: Nepenthes (plantas-jarro).

20.4 Gynandria Pentandria (“marido feminino, cinco maridos”), cinco estames unidos aos pistilos: Ayenia (aiênias), Passiflora (maracujás).

1758Linnaeus_gynandria_triandria_tetrandria_pentandria

A canchalágua-comum (Sisyrinchium bermudianum, esquerda) era o único membro da ordem Gynandria Triandria. A planta-jarro-destiladora (Nepenthes distillatoria), centro) era o único membro da ordem Gynandria Tetrandria. O maracujá-roxo (Passiflora incarnata) era um dos membros da ordem Gynandria Pentandria. Créditos a Wouter Hagens (canchalágua), James & Jana Hans (planta-jarro), Oliver P. Quillia (maracujá).*

20.5 Gynandria Hexandria (“marido feminino, seis maridos”), seis estames unidos aos pistilos: Aristolochia (aristolóquias), Pistia (alface-d’água).

20.6 Gynandria Decandria (“marido feminino, dez maridos”), dez estames unidos aos pistilos: Helicteres (parafuseiras).

1758Linnaeus_gynandria_hexandria_decandria

A ordem Gynandria Hexandria incluía a aristolóquia-redonda (Aristolochia rotunda, esquerda) e a alface-d’água (Pistia stratiotes, centro). A ordem Gynandria Decandria incluía a parafuseira indiana (Helicteres isora, direita). Créditos a J. M. Garg (parafuseira) e usuários do Wikimedia Hectonichus (aristolóquia) e Keisotyo (alface-d’água).*

20.7 Gynandria Polyandria (“marido feminino, muitos maridos”), muitos estames unidos aos pistilos: Xylopia (pindaíbas), Grewia (frutas-cruz), Arum (aros), Dracontium (inhames-aros), Calla (calas), Pothos (potos), Zostera (limos-de-fita).

1758Linnaeus_gynandria_polyandria

A ordem Gynandria Polyandria incluía (da esquerda para a direita) a fruta-cruz (Grewia occidentalis), o aro-dragão (Arum dracunculus, agora Dracunculus vulgaris), o inhame-pé-de-elafante (Dracontium polyphyllum, agora Amorphophallus paeoniifolius), a cala-brava (Calla palustres) e o poto-trepador (Pothos scandens). Créditos a P. Pickaert (aro), Kurt Stüber (cala), e usuários do Wikimedia Consultaplantas (fruta-cruz), Fotokannan (inhame) e Vinayaraj (poto).*

Como pode-se perceber, a classe Syngenesia se mostra bem mais regular que a classe Gynandria. Boa parte das espécies de Syngenesia hoje são incluídas na família Asteraceae. Já Gynandria inclui uma variedade de plantas não relacionadas, incluindo orquídeas, aráceas e mesmo maracujás!

Aqui concluímos todas as plantas com flores hermafroditas. Só mais duas postagens e teremos visto todo o sistema de Linnaeus!

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Referências:

Linnaeus, C. (1758) Systema Naturae per regna tria Naturae…

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Planárias cabeça-de-martelo: outrora uma bagunça, agora uma bagunça ainda maior

por Piter Kehoma Boll

Poucas pessoas sabem que planárias terrestres existem, mas quando sabem, elas muito provavelmente conhecem as planárias-cabeça-de-martelo que compreendem a subfamília Bipaliinae.

As planárias-cabeça-de-martelo, ou simplesmente vermes-cabeça-de-martelo, têm esse nome porque suas cabeças possuem expansões laterais que as fazem lembrar um martelo, uma pá ou uma picareta. Dê uma olhada:

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O “verme-cabeça-de-martelo-errante”, Bipalium vagum. Note a cabeça peculiar. Foto do usuário budak do flickr.*

Os chineses conheciam os vermes-cabeça-de-martelo desde pelo menos o século X, o que é compreensível, visto que elas se distribuem do Japão até Madagascar, incluindo todo o sul e sudeste da Ásia, bem como a Indonésia, as Filipinas e outros arquipélagos. O mundo ocidental, no entanto, ouviu primeiro falar delas em 1857, quando William Stimpson descreveu as primeiras espécies e as pôs num gênero chamado Bipalium, do Latim bi- (dois) + pala (pá), devido ao formato da cabeça. Uma delas era a espécie Bipalium fuscatum, uma espécie japonesa que é atualmente considerada a espécie-tipo do gênero.

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Região anterior de Bipalium fuscatum, o “verme-cabeça-de-martelo-amarronzado”. Foto do usuário 根川大橋 da Wikimedia.**

Dois anos depois, em 1859, Ludwig K. Schmarda descreveu mais uma espécie, esta do Sri Lanka, e, sem ter conhecimento do artigo de Stimpson, chamou a espécie de Sphyrocephalus dendrophilus, criando o novo gênero para ela do grego sphȳra (martelo) + kephalē (cabeça).

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Dezenhos por Schmarda de Sphyrocephalus dendrophilus.

No ano seguinte, em 1860, Edward P. Wright fez algo similar e descreveu alguns vermes-cabeça-de-martelo da Índia e da China, criando um novo gênero, Dunlopea, para elas. O nome foi uma homenagem a seu amigo A. Dunlop (seja lá quem for).

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Desenho por Wright de Dunlopea grayia (agora Diversibipalium grayi) da China.

Eventualmente esses erros foram percebidos e todas as espécies foram postas no gênero Bipalium, junto com várias outras descritas nos anos seguintes. Todos os vermes-cabeça-de-martelo eram parte do gênero Bipalium até 1896, quando Ludwig von Graff decidiu melhorar a classificação e os dividiu em três gêneros:

1. Bipalium: com uma cabeça tendo longas “orelhas”, uma cabeça bem desenvolvida.
2. Placocephalus (“cabeça de placa”): com uma cabeça mais semicircular.
3. Perocephalus (“cabeça mutilada”): com uma cabeça mais curta, rudimentar, quase como se tivesse sido cortada fora.

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Compare as cabeças de espécies típicas de Bipalium (esquerda), Placocephalus (centro) e Perocephalus (direita), de acordo com Graff.

Este sistema, no entanto, foi logo abandonado e tudo voltou a ser simplesmente Bipalium e continuou assim por quase um século, mudando de novo apenas em 1998, quando Kawakatsu e seus amigos começaram a mexer com os pênis dos vermes-cabeça-de-martelo.

Primeiro, em 1998, eles criaram o gênero Novibipalium (“novo Bipalium”) para espécies com uma papila penial reduzida ou ausente, e mantiveram em Bipalium aquelas com uma papila penial “bem” desenvolvida. Vale ressaltar, no entanto, que essa papila bem desenvolvida não é muito maior que a papila reduzida de Novibipalium. Em ambos os gêneros o pênis verdadeiro, funcional, é formado por um conjunto de dobras do átrio masculino e não pela papila penial em si como acontece em outras planárias terrestres com papila penial.

Mais tarde, em 2001, Ogren & Sluys separaram mais algumas espécies de Bipalium em um gênero novo chamado Humbertium (homenageando Aloïs Humbert, que descreveu a maioria das espécies desse novo gênero). Elas foram separadas de Bipalium porque os ovovitelodutos (os dutos que conduzem os ovos e os vitelócitos) entram no átrio feminino pela frente, e não por trás como numa Bipalium típica. Essa separação é, na minha opinião, mais razoável que a anterior.

Agora tínhamos três gêneros de vermes-cabeça-de-martelo baseados em sua anatomia interna, mas várias espécies foram descritas sem qualquer conhecimento de seus órgãos sexuais. Assim, em 2002, Kawakatsu e seus amigos criaram mais um gênero, Diversibipalium (“o Bipalium diverso”) para incluir todas as espécies cuja anatomia dos órgãos sexuais era desconhecida. Em outras palavras, é um gênero “cesto de lixo” para colocá-las até que sejam melhor estudadas.

Mas será que esses três gêneros, Bipalium, NovibipaliumHumbertium, como agora definidos, são naturais? Ainda não sabemos, mas eu aposto que não. Uma boa maneira de conferir seria usando filogenia molecular, mas não temos pessoas trabalhando com esses animais em seu habitat natural, assim não temos material disponível para isso. Outra coisa que pode nos dar uma luz é olhar para sua distribuição geográfica. Podemos assumir que espécies geneticamente similares, especialmente de organismos com uma habilidade de dispersão tão baixa quanto planárias terrestres, ocorram todas na mesma região geográfica, certo? Então onde encontramos as espécies de cada gênero? Vamos ver:

Bipalium: Indonésia, Japão, China, Coreia, Índia.

Novibipalium: Japão.

Humbertium: Madagascar, Sri Lanka, Sul da Índia, Indonésia.

Estranho, né? Elas estão completamente misturadas e cobrindo uma enorme área do planeta, especialmente se considerarmos Humbertium. Podemos ver uma tendência, mas nada muito claro.

Felizmente, algumas análises moleculares foram publicadas (veja Mazza et al. (2016) nas referências). Uma, que incluiu as espécies Bipalium kewenseB. nobileB. adventitiumNovibipalium venosumDiversibipalium multilineatum, colocou Diversibipalium multilineatum bem perto de Bipalium nobile, e elas são de fato similares, então acho que podemos transferi-la de Diversibipalium para Bipalium, certo? Similarmente, Novibipalium venosum apaece misturada com as espécies de Bipalium. Acho que isso bagunça as coisas um pouco mais.

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Cabeça de algumas espécies de Bipalium, incluindo as usadas no estudo citado acima. Infelizmente, não consegui encontrar uma foto ou um desenho de Novibipalium venosum. Imagem por mim mesmo, Piter Kehoma Boll.**

Interessantemente, entre as espécies analisadas, a mais divergente foi Bipalium adventitium, cuja cabeça é mais “obtusa” que a das outras. Poderia a cabeça ser a resposta, afinal? Vamos esperar que alguém com os recursos necessários esteja disposto a resolver essa bagunça logo.

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Veja também:

Encontrados e depois perdidos: o lado não tão iluminado da taxonomia.

Eles só se importam se você for fofo. Como o carisma prejudica a biodiversidade.

A fabulosa aventura taxonômica do gênero Geoplana.

Planaria elegans de Darwin: escondida, extinta ou mal identificada?

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Referências:

Graff, L. v. (1896) Über das System und die geographische Verbreitung der Landplanarien. Verhandlungen der Deutschen Zoologischen Gesellschaft6: 61–75.

Graff, L. v. (1899) Monographie der Turbellarien. II. Tricladida Terricola (Landplanarien). Engelmann, Leipzig.

Kawakatsu, M.; Ogren, R. E.; Froehlich, E. M. (1998) The taxonomic revision of several homonyms in the genus Bipalium, family Bipaliidae (Turbellaria, Seriata, Tricladida, Terricola). The Bulletin of Fuji Women’s College Series 236: 83–93.

Kawakatsu, M.; Ogren, R. E.; Froehlich, E. M., Sasaki, G.-Y. (2002) Additions and corrections of the previous land planarians indices of the world (Turbellaria, Seriata, Tricladida, Terricola). The bulletin of Fuji Women’s University. Ser. II40: 162–177.

Mazza, G.; Menchetti, M.; Sluys, R.; Solà, E.; Riutort, M.; Tricarico, E.; Justine, J.-L.; Cavigioli, L.; Mori, E. (2016) First report of the land planarian Diversibipalium multilineatum (Makino & Shirasawa, 1983) (Platyhelminthes, Tricladida, Continenticola) in Europe. Zootaxa4067(5): 577–580.

Ogren, R. E.; Sluys, R. (2001) The genus Humbertiumgen. nov., a new taxon of the land planarian family Bipaliidae (Tricladida, Terricola). Belgian Journal of Zoology131: 201–204.

Schmarda, L. K. (1859) Neue Wirbellose Thiere beobachtet und gesammelt auf einer Reise um die Erde 1853 bis 1857 1. Turbellarien, Rotatorien und Anneliden. Erste Hälfte. Wilhelm Engelmann, Leipzig.

Stimpson, W. (1857) Prodromus descriptionis animalium evertebratorum quæ in Expeditione ad Oceanum, Pacificum Septentrionalem a Republica Federata missa, Johanne Rodgers Duce, observavit er descripsit. Pars I. Turbellaria Dendrocœla. Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia9: 19–31.

Wright, E. P. (1860) Notes on Dunlopea. Annals and Magazine of Natural History, 3rd ser.6: 54–56.

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A história da Sistemática: Plantas no Systema Naturae, 1758 (parte 6)

por Piter Kehoma Boll

Finalmente uma nova postagem na série sobre a história da sistemática. Esta é a sexta parte da classificação das plantas por Linnaeus. Veja as partes 1, 2, 3, 4 e 5. Aqui, apresentarei mais duas classes que são caracterizadas por terem estames surgindo de uma base comum na flor.

16. Monadelphia (“irmãos únicos”)

“Maridos, ou irmãos, surgindo de uma base”, isto é, os filamentos dos estames são fundidos em um corpo único.

16.1 Monadelphia Pentandria (“irmãos únicos, cinco machos”), cinco estames fundidos numa estrutura única: Waltheria (malvas-brancas), Hermannia (hermânias), Bombax (paineiras), Melochia (melóquias).

1758Linnaeus_monadelphia_pentandria

Estas 5 espécies partenciam à ordem Monadelphia Pentandria de Linnaeus (da esquerda para a direita: douradinha (Waltheria indica), hermânia-de-três-folhas (Hermannia trifoliata), erva-de-chocolate (Melochia corchorifolia), paineira-vermelha (Bombax aculeatum, agora Bombax ceiba). Créditos a J. M. Garg (douradinha), C. E. Timothy Paine (hermânia), Jeevan Jose (erva-de-chocolate), Dinesh Walke (paineira).

16.2 Monadelphia Decandria (“irmãos únicos, dez machos”), dez estames fundidos numa estrutura única: Connarus (madeira-zebrada-da-Índia), Geranium (gerânios), Hugonia (uma espécie de identidade duvidosa).

1758Linnaeus_monadelphia_decandria

As espécies acima foram postas por Linnaeus na ordem Monadelphia Decandria: madeira-zebrada-da-Índia (Connarus monocarpus, esquerda) e gerânio-da-Bulgária (Geranium macrorhizum, direita). Créditos a Dinesh Valke (madeira-zebrada) e usuário Hardyplants da Wikipedia (gerânio).

16.3 Monadelphia Polyandria (“irmãos únicos, muitos machos”), muitos estames fundidos numa estrutura única: Stewartia (camélia-de-seda), Napaea (malva-da-clareira), Sida (guanxumas), Adansonia (baobás), Pentapetes (gojicas), Gossypium (algodões), Lavatera (malvas-arbóreas), Malva (malvas), Malope (malvervas), Urena (aguaximas), Alcea (malvas-reais), Hibiscus (hibiscos), Althaea (malvaviscos), Camellia (camélia).

1758Linnaeus_monadelphia_polyandria

Linnaeus classificou as espécies acima como Monadelphia Polyandria (da esquerda para a direita, de cima para baixo): baobá-comum (Adansonia digitata), guanxuma-rombifólia (Sida rhombifolia), malva-da-clareira (Napaea dioica), malva-real-comum (Alcea rosea), malva-comum (Malva sylvestris), malva-arbórea-de-jardim (Lavatera thuringiaca), aguaxima-comum (Urena lobata), algodão-do-Levante (Gossypium herbaceum), hibisco-chinês (Hibiscus rosa-sinensis), gojica (Pentapetes phoenicea), camélia-de-seda (Stewartia malacodendron), camélia-comum (Camellia japonica). Créditos a Jeevan Jose (guanxuma), Pablo Alberto Salguero Quiles (malvavisco), Stan Shebs (malva-real), Joanna Voulgaraki (malva), Bob Peterson (aguaxima), H. Zell (algodão), Andrew Fogg (hibisco), Frank Vicentz (camélia), usuários da Wikipedia Atamari (baobá), Botaurus stellaris (malva-arbórea), Melburnian (camélia-de-seda), usuários do flickr peganum (malva-da-clareira) e Lalithamba (gojica).

17. Diadelphia (“dois irmãos”)

“Maridos originando de uma base dupla, bem como de uma mãe dupla”, isto é, os filamentos dos estames são agrupados em dois corpos.

17.1 Diadelphia Pentandria (“dois irmãos, cinco machos”), duas estruturas formadas de cinco estames fundidos: Monnieria (moniéria).

17.2 Diadelphia Hexandria (“dois irmãos, seis machos”), duas estruturas formadas de seis estames fundidos: Fumaria (fumárias).

17.3 Diadelphia Octandria (“dois irmãos, oito machos”), duas estruturas formadas de oito estames fundidos: Polygala (leiteiras), Securidaca (segureiras).

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A planta à esquerda, a fumária-comum (Fumaria officinalis) estava na ordem Diadelphia Hexandria, enquanto a planta à direita, a leiteira-comum (Polygala vulgaris), estava na ordem Diadelphia Octandria. Créditos a Isidre Blanc (fumária) e Radio Tonreg (leiteira).

17.4 Diadelphia Decandria (“dois irmãos, dez machos”), duas estruturas formadas de dez estames fundidos: Amorpha (falsa-anileira), Ebenus (ébanos), Erythrina (corticeiras), Spartium (vassouras), Genista (mais vassouras), Lupinus (tremoceiros), Anthyllis (antiles), Aeschynomene (angiquinhos), Piscidia (barbasco), Borbonia (tojos-do-cabo), Aspalathus (mais tojos-do-cabo), Ononis (rilha-bois), Crotalaria (crotalárias), Colutea (senas-bexigas), Phaseolus (feijões), Dolichos (feijões-longos, feijão-labelabe), Orobus (ervilhaquinhas), Pisum (ervilhas), Lathyrus (chícharos), Vicia (ervilhacas), Astragalus (ervilhacas-leiteiras), Biserrula (mais ervilhacas-leiteiras), Phaca (ainda mais ervilhacas-leiteiras), Psoralea (alguns trevos), Trifolium (trevos), Glycyrrhiza (alcaçuzes), Hedysarum (ervilhacas-doces), Coronilla (mais ervilhacas), Ornithopus (serradelas), Scorpiurus (cornilhões), Hippocrepis (ervilhacas-ferraduras), Medicago (alfafas), Trigonella (feno-grego e parentes), Glycine (sojas), Clitoria (clitórias), Robinia (robínias, caraganas e sesbânias), Indigofera (anileiras), Ulex (tojos), Cicer (grão-de-bico), Ervum (lentilhas, ervilhacas), Cytisus (laburnos e ainda mais vassouras), Galega (galegas), Lotus (trevinas), Arachis (amendoim).

1758Linnaeus_diadelphia_decandria

Estas 36 plantas foram incluídas na ordem Diadelphia Decandria (da esquerda para a direita, de cima para baixo): feijão-coral (Erythrina herbácea), barbasco (Piscidia erythrina, agora Piscidia piscipula), tojo-do-cabo-cordado (Borbonia cordata, agora Aspalathus cordata), vassoura-de-tecelão (Spartium junceum), vassoura-de-tintureiro (Genista tinctoria), falsa-anileira-do-deserto (Amorpha fruticosa), angiquinho-da-Índia (Aeschynomene indica), crotalária-azul (Crotalaria verricusa), rilha-boi-do-campo (Ononis arvensis), vulnerária (Anthyllis vulneraria), tramoceiro-branco (Lupinus albus), sena-bexiga (Colutea arborescens), feijão-comum (Phaseolus vulgaris), feijão-labelabe (Dolichus lablab, agora Lablab purpureus), ervilha-comum (Pisum sativum), ervilhaquinha-peluda (Orobus hirsutus, agora Lathyrus hirsutus), chícharo-comum (Lathyrus nissolia), ervilhaca-comum (Vicia sativa), grão-de-bico (Cicer arietinum), lentilha (Ervum lens, now Lens culinaris), laburno-comum (Cytisus laburnum, agora Laburnum anagyroides), tojo-comum (Ulex europaeus), amendoim (Arachis hypogaea), alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), ervilhaca-escorpião (Coronilla glauca), serradela-brava (Ornithopus perpusillus), ervilhaca-ferradura (Hippocrepis comosa), cornilhão-pequeno (Scorpiurus muricatus), ervilhaca-doce-alpina (Hedusarum alpinum), anileira (Indigofera tinctoria), galega-comum (Galega officinalis), clitória-azul (Clitoria ternatea), soja-comum (Glycine max), ervilhaca-leiteira-alpina (Astragalus alpinus), trevo-branco (Trifolium repens), ébano-de-Creta (Ebenus cretica). Créditos a Everglades NPS (feijão-coral), Jon Richfield (tojo-do-cabo), Bernd Haynold (vassoura-de-tintureiro), Dinesh Valke (angiquinho), J. M. Garg (crotalária), Kristian Peters (rilha-boi, ervilhaca, serradela), Massimiliano Marcelli (tramoceiro), Mauricio Laurente (feijão), Bogdan Giuşcă (ervilhaquinha), Carl Davies-CSIRO (grão-de-bico), Christian Kooyman (lentilha), Jean François Gaffard (laburno), H. Zell (amendoim), Carsten Niehaus (ervilhaca-escorpião), Isidre Blanc (ervilhaca-ferradura), Hans Hillewaert (cornilhão, trevo), Nicola Cocchia (galega), Tusli Bhagat (clitória), Jörg Hempel (ervilhaca-leiteira), Rüdiger Kratz (ébano), usuários do flickr jayeshpatil912 (barbasco) e Eskimo Potato (ervilhaca-doce), usuários do Wikimedia ectonichus (vassoura-de-tecelão), AnRo0002 (falsa-anileira, vulnerária, sena-bexiga), Dalgial (lablab), Rasbak (ervilha), Sannse (chícharo), Rosser1954 (tojo), Pharaoh han (alcaçuz), Pancrat (anileira), vegetalist (soja).

18. Polyadelphia (“muitos irmãos”)

Maridos originando de mais de duas mães, isto é, estames juntados em três ou mais corpos.

18.1 Polyadelphia Pentandria (“muitos irmãos, cinco machos”), mais de duas estruturas de cinco estames fundidos: Theobroma (cacau e mutamba).

18.2 Polyadelphia Icosandria (“muitos irmãos, vinte machos”), mais de duas estruturas de vinte estames fundidos: Citrus (plantas de frutas cítricas).

18.3 Polyadelphia Polyandria (“muitos irmãos, muitos machos”), mais de duas estruturas de muitos estames fundidos: Hypericum (ervas-de-são-joão), Ascyrum (cruz-de-Santo-André).

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O cacaueiro (Theobroma cacao, esquerda) era um dos membros da ordem Polyadelphia Pentandria; a cidra (Citrus medica, meio-esquerda) era um membro da ordem Polyadelphia Icosandria; e a erva-de-São-João-das-Baleares (Hypericum balearicum, meio-direita) e a cruz-de-Santo-André (Ascyrum hypericoides, agora Hypericum hypericoides) eram membros da ordem Polyadelphia Polyandria. Créditos a H. Zell (cacaueiro), Christer T Johansson (cidra), usuário Eric in SF do Wikimedia (erva-de-São-João) e Bob Peterson (cruz-de-Santo-André).

Com poucas exceções, a maioria das plantas nestas classes atualmente pertence às famílias Malvaceae e Fabaceae (Leguminosae) de plantas com flores. Acho que ainda precisamos de mais três postagens em plantas e teremos concluído! Espero que a próxima parte não demore tanto.

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Referências:

Linnaeus, C. (1758) Systema Naturae per Regna Tria Naturae…

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Eles só se importam se você for fofo: como o carisma prejudica a biodiversidade

por Piter Kehoma Boll

Qual das duas espécies mostradas abaixo é mais carismática?

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Tangara chilensis (Tangará-do-paraíso). Foto do usuário do flickr ucumari.*

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Apocrypta guineensis (uma vespa-do-figo). Foto do usuário JMK do Wikimedia.**

Você provavelmente escolheria a primeira. E se eu perguntasse qual merece mais atenção e esforços para ser preservada, você provavelmente escolheria a ave também, ou ao menos a maioria das pessoas escolheria. Mas qual é o problema com isso? É isso que vou mostrar.

Como todos sabemos, a proteção da diversidade biológica é um assunto importante do mundo atual. Felizmente, há campanhas crescentes promovendo a preservação da biodiversidade, mas infelizmente elas são quase sempre direcionadas a um pequeno subconjunto de espécies. Você pode encontrar organizações buscando proteger tartarugas marinhas, tigres, águias ou pandas-gigantes, mas você consegue pensar em alguma querendo proteger besouros? A maioria dos programas de preservação visa criaturas grandes e carismáticas, como mamíferos, aves e plantas com flores, enquanto organismos menores e não tão fofos seguem negligenciados. E isso não é só verdade em ambientes que incluem pessoas não-biólogas, mas em todos os campos de pesquisa. E mais do que apenas levando a uma proteção de ecossistemas tendenciosa, esta preferência leva a milhares de espécies mal estudadas que poderiam trazer revoluções biotecnológicas para a humanidade.

Num estudo interessante publicado recentemente na Scientific Reports da Nature (veja referência abaixo), Troudet et al. analisaram a tendência taxonômica em dados de biodiversidade ao comparar a ocorrência de dados em vários grupos taxonômicos à diversidade desses grupos. Os resultados são impressionantes, apesar de não muito surpreendentes. Os grupos mais carismáticos, como aves, são, pode-se dizer, superestudados, com um excesso de registros, enquanto outros, como insetos, são altamente subestudados. Enquanto aves apresentam um total de 200 milhões de ocorrências acima do registro ideal, insetos tem cerca de 200 milhões abaixo do número ideal. E a situação não parece estar melhorando muito ao longo dos anos.

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A tendência é interessante e clara. A linha vertical indica o número “ideal” de ocorrências de cada grupo. Uma barra verde indica um excesso de ocorrências, enquanto uma barra vermelha indica uma falta de ocorrências. Aves e insetos estão em extremos opostos, mas certamente o desvio dos insetos é bem pior. Figura extraída de Troudet et al. (2017).***

Além disso, o estudo conclui que a principal razão para tal disparidade é simplesmente a preferência da sociedade, ou seja, os grupos mais estudados são os mais amados pelas pessoas em geral. O assunto é realmente um simples caso de carisma e tem pouco a ver com razões científicas ou de viabilidade.

A única maneira de mudar este cenário é se encontrarmos uma maneira de aumentar a percepção e o interesse do público geral sobre grupos menos carismáticos. Temos que torná-los interessantes para o público leigo de forma a receber seu apoio e aumentar o número de biólogos futuros que escolherão trabalhar com essas criaturas negligenciadas, mas muito importantes.

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Leia também:

Encontrados e depois perdidos: o lado não tão iluminado da taxonomia

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Referência:

Troudet, J.; Grandcolas, P.; Blin, A,; Vignes-Lebbe, R.; Legendre, F. (2017) Taxonomic bias in biodiversity data and societal preferences. Scientific Report 7: 9132. https://dx.doi.org/10.1038/s41598-017-09084-6

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Movendo os quadris de dinossauros e mexendo com suas cabeças

por Piter Kehoma Boll

Recentemente surgiram notícias relacionadas à filogenia de dinossauros que deixaram muitos atônitos, como você deve ter ouvido ou lido. Novas evidências anatômicas reconstruíram completamente a base da árvore genealógica dos dinossauros e estou aqui para explicar um pouco o que aconteceu.

Como todos sabemos, os dinossauros incluem uma grande variedade de criaturas, dos terópodes comedores de carne aos pescoçudos saurópodes e dos ceratopsianos chifrudos aos armados anquilossauros, entre muitos outros.

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Silhueta de um humano comparada aos maiores dinossauros de cada grupo principal. Imagem de Matt Martyniuk.*

Por mais de um século, os dinossauros têm sido classificados em dois grupos, chamados Ornithischia e Saurischia. Ornithischia (“com quadril de ave”) incluem dinossauros cujos ossos pélvicos são mais similares ao que é encontrado em aves, com um púbis direcionado para trás. Saurischia (“com quadril de lagarto”), por outro lado, têm um púbis direcionado para a frente, como em répteis no geral. Isso agrupa os terópodes e os saurópodes no mesmo grupo como Saurischia enquanto outros dinossauros são agrupados como Ornithischia. Mas as aves são na verdade terópodes, assim sendo dinossauros com quadril de lagarto e não dinossauros com quadril de ave! Confuso, né? Então vamos dar uma olhada em seus quadris:

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Comparação dos quadris de um crocodilo (Crocodylus), um saurópode (Diplodocus), um terópode não aviano (Tyrannosaurus), uma ave (Apteryx), um tireóforo (Stegosaurus) e um ornitópode (Iguanodon). Vermelho = púbis; azul = ísquio; amarelo = ílio. Imagem minha, Piter K. Boll.**

Como se pode perceber, o estado primitivo, encontrado em crocodilos, saurópodes e terópodes primitivos, é o púbis voltado para a frente. Um púbis voltado para trás evoluiu pelo menos duas vezes independentemente, tanto em terópodes mais avançados (como aves), quanto em dinossauros ornitísquios. Mas podemos estar tão certos de que Tyrannosaurus Diplodocus são mais proximamente relacionados entre si (formando um clado Saurischia) só por causa de seus quadris? Afinal, esse é um quadril primitivo, então é bem improvável que seja uma sinapomorfia (um caráter derivado compartilhado). Não obstante, continuou sendo usado como um caráter unindo saurópodes e terópodes.

Um novo artigo publicado recentemente na Nature, no entanto, mostrou novas evidências de apontam para uma relação diferente dos grupos. Depois de uma análise detalhada da anatomia dos ossos, Matthew G. Baron, David B. Norman e Paul M. Barrett encontraram 20 caráteres que unem terópodes com ornitísquios e não com saurópodes. Entre esses podemos mencionar a presença de um forâmen (um furo) na região anterior do osso premaxilar que fica dentro da fossa narial (a depressão do osso que circunda a abertura da narina) e uma crista longitudinal afiada ao longo da maxila.

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Os crânios tanto de ornitísquios quanto de terópodes (acima) apresentam um forâmen premaxilar na fossa narial (em amarelo) e uma crista afiada na maxila (em verde), bem como outros caracteres que não estão presentes em sauropodomorfos e herrerasaurídeos (abaixo). Composição usando imagens originais de Carol Abraczinskas e Paul C. Sereno (Heterodontosaurus), usuário do Wikimedia Ghedoghedo (Eoraptor e Herrerasaurus), e usuário do flickr philosophygeek (Plateosaurus).**

Em seu blog Tetrapod Zoology, o Dr. Darren Naish comenta a nova classificação e aponta alguns problemas que surgem com essa nova visão. Um deles é o fato de que tanto terópodes quanto sauropodomorfos possuem ossos pneumáticos (ocos), enquanto ornitísquios não os possuem assim. Se a nova filogenia estiver mais próxima da verdade, significa que a pneumacidade evoluiu duas vezes independentemente ou evoluiu apenas uma vez e foi perdida nos ornitísquios.

Ele também menciona que tanto ornitísquios quanto terópodes possuem estruturas como plumas e pelos na pele. Em terópodes, isso eventualmente originou as penas. Poderia essa ser outra sinapomorfia unindo esses grupos? Talvez… mas quando pensamos que pterossauros também tinham “pelos”, pode-se também concluir que uma estrutura integumentária já estava presente no ancestral comum dos dinossauros. Neste caso, talvez, apenas não os encontramos ainda em saurópodes. Agora imagine um Argentinosaurus gigante coberto de penas!

Uma preocupação que surgiu com essa nova organização é se sauropodomorfos ainda seriam considerados dinossauros. O termo “dinossauro” foi cunhado por Richard Owen em 1842 para se referir aos restos dos três gêneros de dinossauros conhecidos na época, Iguanodon, Hylaeosaurus Megalosaurus, os dois primeiros sendo ornitísquios e o último um terópode. Como consequência, a definição original de dinossauro não incluía saurópodes. De forma similar, a definição filogenética moderna de dinossauro era “o menor clado inclusivo contendo Passer domesticus (o pardal) e Triceratops horridus”. De forma a permitir que o Brachiosaurus e seus amigos continuem sentando com os dinossauros, Baron et al. sugeriram expandir a definição para incluir Diplodocus carnegii. Assim, dinossauros seriam o menor clado inclusivo contendo P. domesticusT. horridusD. carnegii.

Nesta nova árvore, o nome Saurischia ainda seria usado, mas se referindo apenas aos sauropodomorfos e alguns carnívoros primitivos, os herrerassaurídeos. O novo clado formado pela união de terópodes e ornitísquios foi proposto ser chamado de Ornithoscelida (“com pernas de ave”), um nome cunhado em 1870 para se referir às patas traseiras semelhantes às das aves em terópodes e ornitópodes (o subgrupo de ornitísquios que inclui dinossauros como o Iguanodon e os dinossauros com bico de pato.

O que podemos concluir com tudo isso? Nada vai mudar se você é só um entusiasta de dinossauros e não se importa com o que é um ornitísquio e um saurísquio. Agora se você é um fã de filogenia como eu, você está acostumado a mudanças súbitas nos ramos. A maioria dos fósseis de dinossauros basais são incompletos, assim aumentando o problema de saber como eles estão relacionados uns aos outros. Talvez esta nova visão vá durar e talvez novas evidências mudarão tudo de novo na semana que vem.

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Referências e leitura adicional:

Baron, M., Norman, D., & Barrett, P. (2017). A new hypothesis of dinosaur relationships and early dinosaur evolution Nature, 543 (7646), 501-506 DOI: 10.1038/nature21700

Naish, D. (2017). Ornithoscelida Rises: A New Family Tree for DinosaursTetrapod Zoology.

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Novas Espécies: 11 a 20 de março de 2017

por Piter Kehoma Boll

Aqui está uma lista de espécies descritas de 11 a 20 de março. Ela certamente não inclui todas as espécies descritas. A maior parte das informações vem dos jornais Mycokeys, Phytokeys, Zookeys, Phytotaxa, Zootaxa, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology e Systematic and Applied Microbiology, além de revistas restritas a certos táxons.

SARs

Plantas

Fungos

Platelmintos

Anelídeos

Rotíferos

Tardígrados

Aracnídeos

Miriápodes

Crustáceos

Insetos

Peixes cartilaginosos

Peixes de nadadeiras rajadas

Lissanfíbios

Répteis

Mamíferos

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