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Natália Sandrini de Azevedo
Mariane Aparecida Freitas
Luiza Alves Batista
Os Autores
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A278
Agricultura sustentável e lucrativa / Organizador Joaquim
Júlio de Almeida Júnior. – Ponta Grossa - PR: Atena,
2021.
Formato: PDF
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5983-197-5
DOI 10.22533/at.ed.975211606
1. Agricultura. 2. Solo. 3. Remineralizadores. I. Almeida
Júnior, Joaquim Júlio de (Organizador). II. Título.
CDD 338.1
Elaborado por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
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Os autores desta obra: 1. Atestam não possuir qualquer interesse comercial que constitua um
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ativamente da construção dos respectivos manuscritos, preferencialmente na: a) Concepção
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artigo ou revisão com vistas a tornar o material intelectualmente relevante; c) Aprovação final
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completamente isentos de dados e/ou resultados fraudulentos; 4. Confirmam a citação e a
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Reconhecem terem informado todas as fontes de financiamento recebidas para a consecução
da pesquisa.
APRESENTAÇÃO
A citação da origem da remineralização mais remota na literatura, consta no livro Pão
feito de pedras, feito de esterco mineral dos campos, escrito por Julius Hensel, em Leipzig,
10 de outubro 1898 em sua casa. No prefácio de “Pães de Pedra”, Julius Hensel pergunta:
“O que se conseguirá ao fertilizar com farinhas de rochas?” as respostas são as seguintes:
Converter pedras em “alimento”, e transformar regiões áridas em frutíferos; Alimentar ao
faminto; Conseguir que sejam colhidos cereais e forragens sãs, e desta maneira, prevenir
epidemias e enfermidades entre homens e animais; Tornar a agricultura novamente um
ofício rentável e economizar grandes somas de dinheiro, que hoje em dia são investidos em
fertilizantes que em parte são prejudiciais e em parte inúteis; Fazer que a desempregado
regresse a vida do campo, ao instruí-lo sobre as inesgotáveis forças nutritivas que, até
agora desconhecidas, encontram-se conservados nas rochas, no ar e a água. Isto é a que
se conseguirá.
Em busca de viabilidade na produção e ao mesmo tempo com menor poluição, nos
leva a busca constante de novas fontes nutricionais com maior eficiência, mais econômica
e com acessibilidade para todos os produtores rurais, PÁDUA, (2014). Olhando nesta
perspectiva, e deslumbrando os anos anteriores, estão sendo pesquisados novas técnicas
para esta problemática, na busca de novas fontes de fertilizantes como por exemplo,
resíduos agrícolas, industriais entre outros, sendo novas fontes de nutrientes, corretivos ou
remineralizadores, PRATES et al, (2012).
Sendo assim, pesquisadores são impulsionados em diversas partes do mundo
à pesquisar novas formas de fertilizantes que atenda parâmetros ambientais, no intuito
de desenvolver as diversas culturas em todo o mundo, PÁDUA, (2014), entre todas as
técnicas pesquisadas, à uma com maior destaque e com cunho promissor para o futuro da
agricultura tropical do Brasil, o uso de remineralizadores de solo, isto é a “rochagem” que
nada mais é do que a distribuição do pó de rocha como fornecedor de nutrientes ao solo que
estão, indisponível ou exauridos do solo, sempre levando em consideração as exigências
nutricional da cultura implantada, necessidade do solo, condições edafoclimática, entre
outras, SOUZA, (2014); TOSCANI & CAMPOS (2017).
Os agricultores e pesquisadores deslumbra um futuro promissor com a técnica do
uso de remineralizadores de solo, no intuito de minimizar o uso de insumos “fertilizantes
minerais, NPK solúveis”, com isso, entende-se que está técnica o solo volte a ser como
antes “jovem” e com todos os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento das
plantas, estas alteração são positivas e promove uma reestruturação na biota do solo,
contribuindo com meio ambiente onde for utilizada, TOSCANI & CAMPOS (2017).
Quando as rochas são intemperizados, em virtude da própria natureza, libera
gradualmente os nutrientes, gerando a elevação da CTC do solo, promovendo um efetiva
melhoria do solo de uma maneira natural sem causar damos ao meio ambiente, esta ação é
observada com maior intensidade em solos tropicais, onde a lixiviação reduzem de maneira
constante a fertilidade do solo e com isso, reduzindo a CTC do solo. Sem falar do feito
residual que é promovido pelos remineralizadores, MARTINS & THEODORO, (2010).
Entre as várias vantagens promovida pela aplicação dos remineralizadores, podemos
destacar, a redução do uso de fertilizantes mineral e a facilidade que o remineralizadores
tem em promover a dinâmica dos fungos micorrízicos no solo, facilitando que a planta
absorva estes nutrientes disponibilizados no solo pela remineralização, sendo assim,
ocorrendo uma simbiose favorável para as culturas implantadas, EDWARD, (2016).
Sendo assim, o uso dos remineralizadores de solo, promove um melhor viabilidade
em comparação aos fertilizantes minerais utilizados na atualidade, tendo como principal
função fornecer nutrientes necessários a cultura, sendo que estes nutrientes não promove
poluição ao meio ambiente e também ao homem, suprindo o anseio de uma gama crescente
de consumidores que procuram por alimentos produzido de uma maneira ecologicamente
correta, sendo saudáveis e com custo mais acessíveis ao consumidor, BERGMANN, (2014).
O pó de rocha ou remineralizadores são de origem natural, apenas sofrendo a
cominuição de sua granulometria e a classificação em função do seu teor nutricional, sendo
distribuído no solo, no intuito de adicionar os macro e micro nutrientes necessários para
que as plantas expresse o seu melhor desenvolvimento, promovendo também melhorias
nas propriedades físico-química, e na biologia do solo. A remineralização consiste em
aplicar ao solo minerais com composição química e granulometria adequada, possibilitando
sua fertilização e um rejuvenescimento no solo. A sua função é melhorar a biológica de
todo a sistemática agrícola, aumentando resiliência, produtividade, qualidade e eficiência
do uso de insumos das propriedades rurais de maneira natural e sustentável, com menos
agressão ao meio ambiente.
A mineralogia dos remineralizadores indica uma composição típica de rochas
silicáticas basaltícas. Nos minerais silicáticos, especialmente o oligoclásio, actinolita,
microclínio, biotita, micaxisto e muscovita que somam mais de 80% da rocha, são
principalmente onde encontramos o cálcio, o magnésio e o potássio. Esses minerais são
os mais reativos da rocha, eles podem disponibilizar bases (CaO, K₂O e MgO) e silício,
aumentando a fertilidade e a CTC do solo, GILLMAN, (1980).
Todo o K₂O da rocha está no microclínio, que é um feldspato potássico, na biotita e
na muscovita. Esses minerais de acordo com Van Straaten (2007) & Martins et al. (2008) têm
potencial para liberação desse nutriente. Com base em sua mineralogia, o remineralizador
se destaca como excelente remineralizador, fonte natural de nutrientes, corretivo de acidez
e condicionador de solos.
Um remineralizador tem a função de melhora a qualidade do solo, aumenta
a produtividade das culturas, reduz a necessidade de uso de fertilizantes e defensivos
químicos e proporciona o aumento da qualidade nutricional dos alimentos, aumenta
a resistência das plantas ao estresse hídrico, quando aplicadas de maneira planejada,
possibilitando aos agricultores revitalizar solos intemperizados com a força da natureza.
O remineralizador é indicado para todos os tipos de cultura e solos, pode ser
aplicado, inclusive, em grandes quantidades, pois não há perdas por lixiviação. Os
nutrientes e minerais permanecem no solo mesmo com a sua granulometria fina, pois
são disponibilizados apenas através do biointemperismo, regulado pelas próprias plantas
e pelos microrganismos do solo. Elas consomem os nutrientes segundo suas próprias
necessidades, evitando desperdícios e sem a contaminação dos rios e do lençol freático.
Alguns dos benefícios de um remineralizador de solo, é um produto natural e
sustentável, produto 100% natural, obtido diretamente da natureza, produzido unicamente
a partir da cominuição de rochas selecionadas, sem transformação química e sem cloro.
É compatível tanto com a agricultura orgânica quanto com a convencional, preserva a
biologia do solo. Ativa a biologia do solo, o condicionamento do solo permite que haja
maior atividade na rizosfera das plantas, ou seja, aumenta a atividade microbiológica e
permite com que as bactérias e fungos benéficos deem “vida” ao solo para que as plantas
tenham todos os nutrientes à sua disposição, muitas vezes, sem a necessidade de altas
quantidades de fertilizantes químico.
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
SUMÁRIO
REMINERALIZADORES DE SOLOS
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................... 11
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DA SOJA UTILIZANDO COMO FERTILIZANTE O
REMINERALIZADOR DE SOLO MICAXISTO
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116061
CAPÍTULO 2 ...............................................................................................................22
USO DE MICAXISTO COMO REMINERALIZADOR DE SOLO NA REGIÃO DO CENTROOESTE DO BRASIL PARA CULTURA DA SOJA
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
SUMÁRIO
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116062
CAPÍTULO 3 ...............................................................................................................33
SEGUNDA SAFRA DE MILHO IMPLANTADO NO CENTRO-OESTE DO BRASIL COM A
UTILIZAÇÃO DO REMINERALIZADOR MICAXISTO COMO FERTILIZANTE
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116063
CAPÍTULO 4 ...............................................................................................................43
MILHO EM SEGUNDA SAFRA COM A UTILIZAÇÃO DO REMINERALIZADOR MICAXISTO
EM CONSÓRCIO COM FERTILIZANTE ORGÂNICO IMPLANTADO NO CENTRO-OESTE
DO BRASIL
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
SUMÁRIO
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116064
CAPÍTULO 5 ...............................................................................................................54
CULTIVO DE SOJA NO CENTRO-OESTE DO BRASIL COM FERTILIZANTE ORGÂNICO
EM CONJUNTO COM REMINERALIZADOR MICAXISTO
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116065
CAPÍTULO 6 ...............................................................................................................67
UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE REMINERALIZADOR DE SOLO NA CULTURA
DO ALGODÃO E LEVANTAMENTO DAS VARIÁVEIS BIOMÉTRICAS
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
SUMÁRIO
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116066
INOVAÇÃO EM UMA AGRÍCULTURA AGROECOLOGICAMENTE SUSTENTAVEL
CAPÍTULO 7 ...............................................................................................................79
USO DE FERTILIZANTE À BASE DE CÁLCIO NA CULTURA DA SOJA NA REGIÃO
CENTRO-OESTE
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116067
SUMÁRIO
CAPÍTULO 8 ...............................................................................................................89
MILHO IMPLANTADO EM SEGUNDA SAFRA NO CENTRO-OESTE DO BRASIL COM A
UTILIZAÇÃO DO FORTCÁLCIO COMO FERTILIZANTE
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Natal Moura Martins
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116068
CAPÍTULO 9 ...............................................................................................................97
MILHO EM CONSÓRCIO COM UROCHLOA E CROTALARIA
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Ricardo Pereira de Sousa
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
SUMÁRIO
Victor Júlio Almeida Silva
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.9752116069
CAPÍTULO 10...........................................................................................................107
VALORES BIOMETRICOS NA MODALIDADE DE SEMEADURA EM CONSORCIAÇÃO
DE MILHO COM FORRAGEIRAS E FEIJOEIRO EM SUCESSÃO
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Victor Júlio Almeida Silva
Beatriz Campos Miranda
Ricardo Pereira de Sousa
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160610
CAPÍTULO 11 ...........................................................................................................121
LEVANTAMENTO DE CUSTO NA IMPLANTAÇÃO DE UM GALPÃO AGRÍCOLA NA
REGIÃO DE MINEIROS GOIÁS
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Peterson Oliveira Silva
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
SUMÁRIO
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Victor Júlio Almeida Silva
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160611
CAPÍTULO 12...........................................................................................................135
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA O MANEJO DE
DOENÇAS DA SOJA, EM JATAÍ, GOIÁS, SAFRA 2017/2018
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Francisco Solano Araújo Matos
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Beatriz Campos Miranda
Victor Júlio Almeida Silva
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160612
CAPÍTULO 13...........................................................................................................146
EFEITO DE CONTROLE DE NEMATOIDES COM A UTILIZAÇÃO DE BACTÉRIAS E
OUTROS PRODUTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO CONVENCIONAL DE SEMENTES
DE SOJA
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Francisco Solano Araújo Matos
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
SUMÁRIO
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Victor Júlio Almeida Silva
Beatriz Campos Miranda
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160613
CAPÍTULO 14...........................................................................................................164
USO DO EXTRATO PIROLENHOSO COMO INDUTOR DE ENRAIZAMENTO NA CULTURA
DO MILHO DO SUDOESTE GOIANO
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Victor Júlio Almeida Silva
Beatriz Campos Miranda
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160614
CAPÍTULO 15...........................................................................................................173
USO DO EXTRATRO PIROLENHOSO COMO INDUTOR DE ENRAIZAMENTO NA
CULTURA DO MILHO EM SEGUNDA SAFRA NO SUDOESTE GOIANO
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
Francisco Solano Araújo Matos
Alexandre Caetano Perozini
SUMÁRIO
Saulo Felipe Brockes Campos
Reinaldo Ferreira Silva
Suleiman Leiser Araújo
Janderson Martins Dutra
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
Luciano Cordeiro da Silva
Armando Falcão Mendonça
Pablo Franco da Silva
Affonso Amaral Dalla Libera
Lásara Isabella Oliveira Lima
Uessiley Ribeiro Barbosa
Gabriel Pinto da Silva Neto
Daniel Pereira Alves de Moraes
Adriano Bernardo Leal
Victor Júlio Almeida Silva
Beatriz Campos Miranda
Antônio Carvalho Vilela
DOI 10.22533/at.ed.97521160615
SOBRE O ORGANIZADOR .....................................................................................182
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DA SOJA UTILIZANDO
COMO FERTILIZANTE O REMINERALIZADOR DE
SOLO MICAXISTO
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi utilizar
o remineralizador de solo na cultura da soja,
cultivar Agroeste 3730, como fertilizante
orgânico na região do Centro-Oeste brasileiro.
O experimento foi conduzido na safra dos anos
agrícolas de 2019/2020, na Fazenda Panamá,
município de Santo Antônio da Barra, estado
de Goiás, em sistema de cultivo convencional,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia. A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18° 38’ S de latitude
e 35°12’ W de longitude e 645 m de altitude. Os
parâmetros agronômicos “biometria das plantas”
foram avaliados da seguinte maneira: a população
Capítulo 1
17
foi analisada 30 dias após a germinação, os dados da biometria das plantas (parte aérea)
foram coletados no ato da colheita (número de ramificações, número de vagens de um grão,
número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por
planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare). Para avaliação da
produtividade foram coletadas as plantas na área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos,
foi utilizada uma bandeja para contagem dos mil grãos e uma balança de precisão para
pesagem do material. O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único
fator, e as dose de micaxisto, com 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg
ha-1; T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg ha-1; T7: 24.000 Kg ha-1) e quatro
repetições. Os dados foram analisados pelo programa SISVAR e submetidos à análise de
variância, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada significância
para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a comparação de médias. A utilização do
micaxisto como remineralizador de solo no primeiro ciclo produtivo, obteve um resultado
positivo por manter a produtividade em patamares elevados em comparação com a média
da região e superando a média nacional. Os resultados mostraram uma diferença de 16,97
sacas de 60 quilos por hectare, entre o melhor tratamento em comparação com a testemunha
absoluta “dose zero” não sendo possível ser detectado pelo teste de médias, mas altamente
perceptível no bolso do produtor rural.
PALAVRAS-CHAVE: Fertilizante orgânico. Agricultura sustentável. Condicionador de solo.
Produtividade. Rocha metamórficas.
IMPLANTATION OF SOYBEAN CULTURE USING THE MICAXIS SOIL
REMINERALIZER AS FERTILIZER
ABSTRACT: The objective of this work was to use the soil remineralizer in soybean, cultivate
Agroeste 3730, culture as an organic fertilizer in the Brazilian Midwest region. The experiment
was carried out in the harvest of the agricultural years of 2019/2020, at Fazenda Panamá,
Santo Antônio da Barra, state of Goiás, in a conventional cultivation system, implemented by
the Center for Study and Research in Phytotechnics, The location presents as coordinates
geographical areas, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 645 m altitude. The
agronomic parameters “plant biometrics” were evaluated as follows: The population was
carried out 30 days after germination, studies of plant biometrics (aerial part) were carried out
at harvest, that is, number of branches, number of seed pods one grain, number of pods of two
grains, number of pods of three grains, number of pods per plant, weight of a thousand grains
and productivity in kilograms per hectare. To evaluate productivity, plants were collected in
the useful area of each parcel and manually threshed with the weighing of the grains in each
parcel, and for the weight of a thousand grains, a tray was used to count the thousand grains
and weighed on a scale. precision. The experimental design was in randomized blocks and a
single factor, and the doses of mica schist, with 7 levels (T1: 0.0 Kg ha-1; T2: 4,000 Kg ha-1;
T3: 8,000 Kg ha-1; T4: 12,000 Kg ha-1; T5: 16,000 Kg ha-1; T6: 20,000 Kg ha-1; T7: 24,000
Kg ha-1) and four repetitions. The data were analyzed using the SISVAR program. The data
obtained were subjected to analysis of variance, the means being compared by the Tukey
test, when significance was detected for ANOVA at p = 0.05 of probability for the comparison
of means. The use of mica schist as a soil remineralizer in the first productive cycle, obtained
a positive result, because it kept productivity at high levels compared to the region’s average
and exceeding the national average. It obtained a difference of 16.97 bags of 60 kilos per
hectare, between the best treatment in comparison with the absolute control “zero dose” and it
is not possible to be detected by the means test, but highly perceptible to the rural producer’s
Capítulo 1
18
pocket.
KEYWORDS: Organic fertilizer. Sustainable Agriculture. Soil conditioner. Productivity.
Metamorphic rock.
1 | INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merril) é uma planta herbácea, anual, pertencente à família
Fabaceae (Leguminosae). De origem asiática apresenta sistema radicular pivotante, ricas
em nódulo de bactérias. É uma das culturas de maior importância econômica no mundo na
atualidade pelo alto teor de proteínas (em torno de 40%) e óleo (20%) (SEDIYAMA, 2009).
De acordo com a CONAB (2020) estima-se que para a safra 2020/2021 terá um aumento
de área plantada da oleaginosa de 3,3% em comparação à safra anterior, atingindo 38,2
milhões de hectares semeados do qual se espera uma produção recorde de 134.451,1 mil
toneladas, e um incremento de 7,7% em relação à safra anterior.
Para se manter entre os maiores produtores de alimento do mundo, o Brasil
importa grandes quantidades de fertilizantes químicos e insumos, o que aumenta o custo
da produção agrícola. No sentido de diminuir essa dependência externa, a rochagem se
apresenta com uma alternativa bastante promissora. É uma técnica que consiste na adição
de rochas moídas ao solo (pó de rocha ou remineralizador) com o propósito de adicionar
nutrientes e fazer a correção necessária do solo para a agricultura, em especial para os
cultivos agroecológicos (THEODORO; ALMEIDA, 2013).
É uma prática consolidada para o uso do calcário agrícola e fosfato natural e tem
sido cada vez mais comum, pesquisas conduzidas com remineralizadores que liberam a
partir de rochas, os nutrientes de forma mais lenta que os adubos químicos. A ação natural
dos fatores que provocam o intemperismo decompõe os fragmentos de rochas de natureza
silicáticas desprendendo de forma equilibrada, parte dos nutrientes que atendem o ciclo
produtivo das culturas. Entre os mais comuns estão os macronutrientes K, P, Ca, Mg e
enxofre, além de micronutrientes ou elementos traços (SOUZA et al., 2017).
A baixa solubilidade das rochas é uma vantagem em relação à adubação química
pois, impede que os nutrientes sejam rapidamente lixiviados. As plantas utilizam os
elementos necessários ao seu desenvolvimento e os nutrientes não absorvidos pelas raízes
permanecem no solo interagindo com vários processos biológicos podendo ser utilizados
em novo ciclo de cultivo. Muitos fatores podem interferir no efeito remineralizador do pó de
rocha e na liberação dos nutrientes como a origem mineralógica e composição química,
características da moagem e as interações com os elementos do solo, plantas, fungos
micorrízicos e bactérias (THEODORO et al., 2010).
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi utilizar o remineralizador de solo na
cultura da soja como fertilizante orgânico na região do Centro-Oeste brasileiro.
2 | MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na Fazenda
Panamá, município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, no Sistema Plantio
Capítulo 1
19
Direto na palha, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. A localidade
apresenta como coordenadas geográficas aproximadas, 18° 38’ S de latitude e 35°12’ W e
645 m de altitude.
O clima predominante da região, conforme classificação de Alvares et al. (2013) é
do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, Precipitação pluvial (mm) médias mensais
e Umidade relativa do ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de
Santo Antônio da Barra, estado de Goiás. 2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio
(2001). Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo
são compatíveis com as indicações para o Cerrado apresentando, fósforo com teores baixo,
potássio com teores muito baixo, cálcio e magnésio com teores altos. As análises foram
realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV-Universidade de Rio Verde e
estão expressas na (Tabela 1).
Capítulo 1
20
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
Ca
Mg
mg dm-3
CaCl2
5,4
K+
11,3
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
52,0
2,5
1,6
0,0
4,2
4,4
8,4
V
M.O.
%
g dm-3
50,2
3,7
Tabela 1. Resultados obtidos para a análise química do solo, amostrado antes do plantio
da soja cultivar Agroeste 3730 em área experimental implantada pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração de raios-X (DRX) em
um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida de difração de
raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizou-se radiação
monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador Johansson
para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø, detector
unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram mantidas
em rotação de 15 rpm.
O remineralizador de solo micaxisto FMX possui granulometria do produto final que
é de 0,3 a 1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 10 de março de 2016
no Capítulo 1, Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção
III, Especificações e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4
(BRASIL, 2016) os remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e
garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Base úmida
Amostra
Óxidos analisados (%) em massa
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos do remineralizador de solos micaxisto FMX pelo ponto de vista da
soma de bases e teor de K2O, para cultura da soja, cultivar AGROESTE 3730, em função das
doses crescentes usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Capítulo 1
21
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados da seguinte
maneira: a população foi analisada 30 dias após germinação (DAG), estudos da biometria
das plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, que são eles: número de
ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta
(NVPP), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Para avaliação da produtividade (P Kg ha-1) foram coletadas as plantas na área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grão de cada parcela, e
para o peso de mil grãos (PMG), foi utilizado uma bandeja para contagem de mil grãos e
pesado em balança de precisão, ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator, e as
dose de micaxisto FMX, com 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg ha1
; T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg ha-1; T7: 24.000 Kg ha-1) e quatro
repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos. O
remineralizador utilizado foi distribuído na superfície da linha de plantio, sem incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao observar o resumo da análise de variância estimada para os parâmetros
biométrico para cultura da soja, cultivar AGROESTE 3730, não foi possível detectar
diferença significativa entre os blocos.
Para o fator de variância dos tratamentos, as variáveis mensuradas foram: população
de planta, altura de planta, número de ramificações, número de vagens de um grão, número
de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta,
peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare, e nenhuma delas obtiveram
diferença significativa entre os tratamentos testados (Tabela 3).
Observa-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que
os dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”, foram obtidos
com precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os resultados
do presente trabalho assemelham-se aos obtidos por Nakayama et al. (2013), em que os
coeficientes de variação se encontram dentro da faixa considerados como médios e com
baixa dispersão.
Capítulo 1
22
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
9,67
9,93
23,72
35,53
81,78
DMS
-
7,33
17,77
6,97
1,81
8,87
FV
GL
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
10
ns
ns
ns
ns
Ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
26,10
44,61
30,51
11,35
13,69
DMS
-
14,03
17,46
31,62
33,6
1.214,24
Tabela 3. Resumo da análise de variância (F), dos parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” para cultura da soja, cultivar AGROESTE 3730, em função das doses crescentes de
remineralizador micaxisto FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns: não
significativo (p<0,05). População de planta (PP), altura de planta (AP), número de ramificações
(NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois grãos (NV2G),
número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP), peso de mil
grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se na Tabela 4 que os parâmetros agronômicos “biometria das plantas”
população de planta, altura de planta, número de ramificações, número de vagens de um
grão não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos testados. Em trabalho
realizado por Welter et al. (2011) com pó de rocha de origem basáltica analisando as variáveis
altura de planta, número de ramos os resultados não apresentaram significância. Almeida
Júnior et al. (2020) realizou trabalho na cultura da soja com as variáveis tecnológicas de
população de planta, altura de planta, altura de inserção de primeira vagem, número de
ramificações e número de vagens de um grão.
Apesar de não obter diferença significativa, os dados se mantiveram em patamares
elevados para todas as características agronômicas testadas e a produtividade acima da
média nacional com a utilização do pó de rocha, dados estes, que corroboram com este
trabalho. Em trabalho realizado por Costa et al. (2018) com fertilizante organomineral,
não foi encontrada diferença significativa nos componentes de produção, população de
planta por metro, altura de planta, inserção primeira vagem e número de galhos, dados que
assemelham aos deste trabalho.
Capítulo 1
23
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
1
Zero
20,00
74,00
13,75
2,00
3,75
2
4.000
23,50
77,50
11,50
2,50
7,50
3
8.000
22,00
76,75
12,00
1,75
6,00
4
12.000
23,50
72,00
12,75
2,00
5,50
5
16.000
20,80
76,75
11,25
2,50
3,00
6
20.000
23,50
82,75
13,75
2,00
3,25
7
24.000
20,00
76,00
13,00
2,50
3,50
CV%
-
19,67
9,93
23,72
35,53
81,78
DMS
-
17,33
17,77
6,97
1,81
8,87
Tabela 4. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja,
cultivar AGROESTE 3730, em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto
FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no
município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), número de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G),
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Visualiza-se na Tabela 5 as médias dos parâmetros agronômicos, número de
vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta,
peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare para cultura de soja cultivar
AGROESTE 3730 em virtude das doses crescente de remineralizador testadas, onde não
foi possível constatar diferença significativa entre os tratamentos, mas pode-se notar que
a produtividade se manteve em patamares elevados. O melhor resultado encontrado foi
para o tratamento T2 que apresentou uma média de 4.130 quilogramas por hectare e a
testemunha absoluta “dose zero” T1 com uma média de 3.112 quilogramas por hectare,
obtendo uma diferença de 1.018 quilogramas ou seja 16,97 sacas de 60 quilos por hectare,
não sendo detectado pelo teste de médias “Tukey” a 5% de probabilidade, mas altamente
perceptível para o bolso do produtor rural.
Alovisi et al. (2017) trabalharam com as culturas de milho e soja que não foram
influenciadas pela adição do pó de basalto e do bioativo nas variáveis tecnológica de
produtividade em quilograma por hectare e peso de mil grãos. Em trabalho realizado com
remineralizador de solo conduzido por Almeida Júnior et al. (2020) testando as variáveis
tecnológicas na cultura da soja, como número de vagens de dois grãos, número de vagens de
três grãos, número de vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma
por hectare também não encontrou diferença significativa entre os tratamentos, mas os
dados foram mantidos em patamares elevados para todas as características agronômicas
e a produtividade acima da média da região onde foi implantado o trabalho.
Capítulo 1
24
TR
D kg ha-1
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
1
Zero
29,75
21,00
54,60
127,50
3.112
2
4.000
21,75
16,75
46,00
127,50
4.130
3
8.000
18,00
15,25
39,25
126,00
4.080
4
12.000
21,75
14,75
41,88
131,75
3.662
5
16.000
25,00
19,25
47,40
108,00
4.075
6
20.000
24,75
18,00
45,90
132,50
3.665
7
24.000
20,00
12,25
35,32
133,25
3.612
CV%
-
26,10
44,61
30,51
11,35
13,69
DMS
-
14,03
17,46
31,62
33,6
1.214,24
Tabela 5. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja
cultivar AGROESTE 3730, em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto
FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia no
município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP),
peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
4 | CONCLUSÃO
A utilização de micaxisto FMX como remineralizador de solo na cultura da soja
cultivar Agroeste 3730, apresentou resultados positivos por manter a produtividade em
patamares elevados em comparação com a média da região e superando a média nacional.
Os resultados mostraram uma diferença de 16,97 sacas de 60 quilos por hectare, entre o
melhor tratamento em comparação com a testemunha absoluta “dose zero”, porém, essa
diferença não foi detectada pelo teste de médias, mas apresentou um excelente custo
benefício.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais a Pedreira Araguaia e a Tratto Agronegócios por ter
fornecido o remineralizador micaxisto FMX e aos componentes do Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Fitotecnia pelas contribuições de maneira direta ou indireta, na implantação
e condução deste projeto.
REFERÊNCIAS
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estado de Goiás, 2020. Disponível em: http://www.agritempo.gov.br/agritempo/index.jsp Acesso em: 20
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Capítulo 1
25
ALMEIDA JÚNIOR, J. J; LAZRINI, E; SMILJANIC, K. B. A.; SIMON, G. A; MATOS, F. S. A; BARBOSA,
U. R; SILVA, V. J. A; MIRANDA, B. C; SILVA, A. R. Análise das variáveis tecnológicas na cultura da
soja (Glycine max) com utilização de remineralizador de solo como fertilizante. Brazilian Journal
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Capítulo 1
26
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2020.
Capítulo 1
27
CAPÍTULO 2
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
USO DE MICAXISTO COMO REMINERALIZADOR DE
SOLO NA REGIÃO DO CENTRO-OESTE DO BRASIL
PARA CULTURA DA SOJA
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetivou testar o
remineralizador “micaxisto FMX” como uma opção
de fertilizante orgânico na cultura da soja, cultivar
Agroeste 3730 implantada na região do CentroOeste brasileiro. O experimento foi conduzido
na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na
Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado
de Goiás, em sistema de cultivo convencional,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia, A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18°18’24’’ S de latitude
e 49°30’41’’ W de longitude e 554 m de altitude.
Os parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” foram avaliados da seguinte maneira: A
população foi realizada 30 dias após germinação,
estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi
realizado no ato da colheita, que são, número de
Capítulo 2
28
ramificações, número de vagens de um grão, número de vagens de dois grãos, número de
vagens de três grãos, número de vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em
quilograma por hectare. Para avaliação da produtividade foram coletadas as plantas na área
útil de cada parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grãos de cada
parcela, e para o peso de mil grãos, foi utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos
e pesado em balança de precisão. O delineamento experimental foi em blocos casualizados
e um único fator, e as dose de micaxisto, com 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 4.000 Kg ha-1; T3:
8.000 Kg ha-1; T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg ha-1; T7: 24.000 Kg ha-1)
e quatro repetições. Os dados foram analisados pelo programa SISVAR. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey,
quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a comparação
de médias. O remineralizador de solo “micaxisto” utilizado na cultura da soja cumpriu com
objetivo proposto, mantendo em patamares elevados todos os parâmetros agronômicos e
principalmente, fez com que a produtividade da cultura se mantasse dentro de uma média
elevada a nível nacional.
PALAVRAS-CHAVE: Rocha metamórficas. Fertilizante orgânico. Condicionador de solo.
Produtividade. Agricultura sustentável.
USE OF MICAXIS AS A SOIL REMINERALIZER IN THE CENTRAL-WEST OF
BRAZIL REGION FOR SOYBEAN CULTURE
ABSTRACT: This work aimed to test the remineralizer “micaxisto FMX” as an option of organic
fertilizer in the soybean culture to cultivate Agroeste 3730, implanted in the region of the
Brazilian Midwest. The experiment was conducted in the harvest of the 2019/2020 agricultural
years, at Fazenda Panamá, Itumbiara municipality, State of Goiás, in a conventional cultivation
system, implemented by the Center for Study and Research in Phytotechnics, The location
presents as geographical coordinates, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 454
m altitude. The agronomic parameters “plant biometrics” were evaluated as follows: The
population was carried out 30 days after germination, studies of plant biometrics (aerial part)
were carried out at harvest, that is, number of branches, number of seed pods one grain,
number of pods of two grains, number of pods of three grains, number of pods per plant,
weight of a thousand grains and productivity in kilograms per hectare. To evaluate productivity,
plants were collected in the useful area of each parcel and manually threshed with the
weighing of the grains in each parcel, and for the weight of a thousand grains, a tray was used
to count the thousand grains and weighed on a scale. precision. The experimental design
was in randomized blocks and a single factor, and the doses of mica schist, with 7 levels (T1:
0.0 Kg ha-1; T2: 4,000 Kg ha-1; T3: 8,000 Kg ha-1; T4: 12,000 Kg ha-1; T5: 16,000 Kg ha-1;
T6: 20,000 Kg ha-1; T7: 24,000 Kg ha-1) and four repetitions. The data were analyzed using
the SISVAR program. The data obtained were subjected to analysis of variance, the means
being compared by the Tukey test, when significance was detected for ANOVA at p = 0.05
of probability for the comparison of means. The “mica-schist” soil remineralizer used in the
soybean crop fulfilled the proposed objective, keeping all agronomic parameters at high levels
and mainly, made the crop’s productivity remain within a high average at national level.
KEYWORDS: Metamorphic rock. Organic fertilizer. Soil conditioner. Productivity. Sustainable
Agriculture.
Capítulo 2
29
INTRODUÇÃO
O Brasil na atualidade é o maior produtor de soja do mundo e a expectativa para o ano
agrícola de 2020/2021 é de aumento de área plantada em torno de 3,3% em comparação
à safra anterior. Desta a forma deverá atingir 38,2 milhões de hectares semeados e uma
produção recorde de 134.451,1 mil toneladas, com incremento de 7,7% em relação à safra
anterior (CONAB, 2020).
Glycine max (L.) Merril conhecida popularmente por soja é uma planta de origem
asiática que pertence à família Fabaceae (Leguminosae), herbácea, anual, ereta e
autógama apresenta sistema radicular pivotante, ricas em nódulo de bactérias. A presenta
características que são altamente influenciadas pelo ambiente como altura, ramificação e
ciclo de vida. A sua importância econômica está relacionada ao alto índice de proteínas
e óleos de suas sementes, utilizadas especialmente na produção e ração animal e óleo
comestível (SEDIYAMA, 2009).
Como grande produtor de grãos, o Brasil também é um grande importador de
fertilizantes químicos, insumos e matéria prima para a sua formulação, o que aumenta
o custo da produção agrícola. Fertilizantes químicos são altamente solúveis e não são
totalmente absorvidos pelas plantas e lixiviam com facilidade se constituindo em muitos
casos, como contaminantes de águas superficiais e subterrâneas. Dessa forma, a
rochagem se apresenta com uma alternativa bastante promissora no sentido de diminuir a
dependência brasileira do mercado externo de fertilizantes.
Para Brito et al. (2019) a rochagem apresenta grande potencial de fertilizante para o
desenvolvimento de uma agricultura que busca conciliar a economia com o respeito ao meio
ambiente. A aplicação de pó de rocha em solos tropicais pode se equiparar aos parâmetros
estabelecidos para os fertilizantes químicos sem a desvantagem da rápida lixiviação. É
uma técnica considerada menos poluente favorecendo o ser humano diretamente por
restringir o contato com materiais de origem química, mas que ainda precisa de um período
maior de avaliação do efeito residual pela lenta liberação dos minerais para confirmar a
vantagem na sua utilização.
A rochagem é uma técnica que consiste na adição de rochas moídas ao solo (pó
de rocha ou remineralizador) que por ação do intemperismo libera vagarosamente os
elementos minerais da sua constituição no solo, que são absorvidos pelas raízes das plantas.
Proporciona o equilíbrio de forma natural para a implantação da agricultura corrigindo solos
ácidos, em especial para os cultivos agroecológicos (THEODORO; ALMEIDA, 2013).
O uso do calcário agrícola e fosfato natural é um exemplo de rochagem que vem
sendo praticado há algumas décadas. Os fragmentos de rochas sofrem decomposição
lenta pelos fatores que provocam o intemperismo que liberam gradativamente os nutrientes
necessários ao atendimento do ciclo produtivo das culturas como os macronutrientes K, P,
Ca, Mg e enxofre e micronutrientes (SOUZA et al., 2017). Para Theodoro et al. (2010) são
vários os fatores podem favorecer o efeito remineralizador do pó de rocha e a liberação
dos nutrientes no solo, como a origem mineralógica e composição química, características
da moagem e as interações com os elementos do solo, plantas, fungos micorrízicos e
bactérias.
Tendo em vista as colocações acima, este trabalho objetivou testar o remineralizador
Capítulo 2
30
“micaxisto” como uma opção de fertilizante orgânico na cultura da soja implantada na região
do Centro-Oeste brasileiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na cultura
da soja cultivar Agroeste 3730, implantado na Fazenda Panamá, Município de Itumbiara,
estado de Goiás, em sistema de cultivo convencional, implantado pelo Núcleo de Estudo
e Pesquisa em Fitotecnia. A localidade apresenta como coordenadas geográficas
aproximadas, 18°18’24’’ S de latitude e 49°30’41’’ W de longitude e 554 m de altitude.
O clima predominante da região, conforme classificação de Alvares et al. (2013) é
do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e Umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (Embrapa, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio
Capítulo 2
31
(2001). Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo
são compatíveis com as indicações para o Cerrado apresentando, fósforo com teores baixo,
potássio com teores muito baixo, cálcio e magnésio com teores altos. As análises foram
realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV-Universidade de Rio Verde e
estão expressas na (Tabela 1).
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos para a análise química do solo, amostrado antes do plantio da
cultura da soja cultivar Agroeste 3730 em área experimental implantada pelo Núcleo de Estudo
e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração de raios-X (DRX) em
um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida de difração de
raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizou-se radiação
monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador Johansson
para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø, detector
unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram mantidas
em rotação de 15 rpm.
O remineralizador de solo micaxisto possui granulometria do produto final é de 0,3 a
1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 13 de março de 2016 no Capítulo 1,
Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção III, Especificações
e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4 (BRASIL, 2016) os
remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Capítulo 2
32
Base
úmida
Amostra
Óxidos analisados (%) em massa
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K 2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos do remineralizador de solos micaxisto FMX pelo ponto de vista
da soma de bases e teor de K2O, para cultura da soja, cultivar Agroeste 3730, em função das
doses crescentes usado remineralizador micaxisto FMX, em experimento implantado pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados da seguinte
maneira: a população foi analisada 30 dias após a germinação (DAG), estudos da
biometria das plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, que são eles: número
de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta
(NVPP), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Para avaliação da produtividade (P Kg ha-1) foram coletadas as plantas na área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grão de cada parcela, e
para o peso de mil grãos (PMG), foi utilizado uma bandeja para contagem de mil grãos e
pesado em balança de precisão, ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator, e as
dose de micaxisto, com 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg ha-1;
T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg ha-1; T7: 24.000 Kg ha-1) e quatro
repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos. O
remineralizador utilizado foi distribuído na superfície da linha de plantio, sem incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao observar o resumo da análise de variância estimada para os parâmetros
biométrico para cultura da soja cultivar Agroeste 3730 não foi possível detectar diferença
significativa entre os blocos.
Para o fator de variância dos tratamentos, as variáveis mensuradas foram: população
de planta, altura de planta, número de ramificações, número de vagens de um grão, número
de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta,
peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare, e nenhuma delas obtiveram
diferença significativa entre os tratamentos testados (Tabela 3).
Capítulo 2
33
Observa-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que
os dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”, foram obtidos
com precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os resultados do
presente trabalho assemelham-se ao Nakayama et al. (2013), em que os coeficientes de
variação se encontram dentro da faixa considerados médios, com baixa dispersão.
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
2,34
11,66
11,57
13,18
21,07
DMS
-
0,72
21,27
2,72
1,11
3,83
FV
GL
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
10
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
24,08
31,90
20,39
9,66
22,14
DMS
-
12,44
15,57
21,97
22,42
1.723,49
Tabela 3. Resumo da análise de variância (F), dos parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” para cultura da soja, cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescentes de
remineralizador micaxisto FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns: não
significativo (p<0,05). População de planta (PP), altura de planta (AP), número de ramificações
(NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois grãos (NV2G),
número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP), peso de mil
grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Pode-se visualizar na Tabela 4 que as médias dos parâmetros agronômicos “biometria
das plantas” população de planta, altura de planta, número de ramificações, número de
vagens de um grão, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, não diferiram significativamente
entre si nos tratamentos testados em nenhuma das raiváveis mensuradas. Em trabalho
realizado por Welter et al. (2011) com pó de rocha de origem basáltica concluíram que as
variáveis: altura de planta, número de ramos, não foram afetadas significativamente.
Almeida Júnior et al. (2020) conduziram experimento com a cultura da soja e
analisaram as variáveis tecnológicas de população de planta, altura de planta, altura de
inserção de primeira vagem, número de ramificações e número de vagens de um grão e
não obtiveram diferença significativa, mas foram mantidos patamares elevados para todas
as características agronômicas testadas e produtividade acima da média nacional, dados
estes, que forma similares aos encontrados neste trabalho. Em trabalho realizado por Costa
et al. (2018) com fertilizante organomineral não foi encontrada diferença significativa para
os componentes de produção, população de planta por metro, altura de planta, inserção
Capítulo 2
34
primeira vagem e número de galhos, dados que assemelham com este trabalho.
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
1
Zero
13,00
79,25
9,50
3,50
2,00
2
4.000
13,50
77,25
10,25
3,50
2,50
3
8.000
13,00
77,50
10,50
3,25
2,50
4
12.000
13,50
80,75
10,00
3,50
3,25
5
16.000
13,00
78,50
10,25
3,50
3,50
6
20.000
13,50
73,75
10,25
4,00
4,50
7
24.000
13,00
79,00
9,50
4,00
4,25
CV%
-
2,34
11,66
11,57
13,18
21,07
DMS
-
0,72
21,27
2,72
1,11
3,83
Tabela 4. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja,
cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto FMX
usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no
município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), número de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G),
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se na Tabela 5 que as médias para os parâmetros agronômicos: número
de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta,
peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare para cultura de soja cultivar
Agroeste 3730 nas doses de remineralizador testadas não foi possível constatar diferença
significativa entre os tratamentos. Nota-se que a produtividade se manteve em patamares
elevados em que o melhor resultado obtido foi no tratamento T5 com uma média de 3.614
quilogramas por hectare e a testemunha absoluta “dose zero” T1 com uma média de 2.930
quilogramas por hectare. Isso representa uma diferença de 684 quilogramas ou seja 11,4
sacas de 60 quilos, não sendo detectado pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, mas
são valores altamente perceptível no bolso do produtor rural.
Em trabalho realizado por Alovisi et al. (2017) que trabalharam com as culturas de
milho e soja, pode ser concluído que não houve influencias pela adição do pó de basalto e
do bioativo nas variáveis tecnológica, produtividade em quilograma por hectare e peso de
mil grãos. Em trabalho realizado com remineralizador de solo conduzido por Almeida Júnior
et al. (2020) testando as variáveis tecnológicas na cultura da soja, como número de vagens
de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta, peso de mil
grãos e produtividade em quilograma por hectare também não houve diferença significativa
entre os tratamentos, mas manteve em patamares elevados todas as características
agronômicas e produtividade acima da média nacional.
Capítulo 2
35
TR
D kg ha-1
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
1
Zero
20,25
15,75
37,94
95,00
2.930
2
4.000
17,25
17,00
37,20
100,00
3.122
3
8.000
17,75
24,00
44,23
100,00
3.336
4
12.000
20,50
22,50
45,50
100,00
3.405
5
16.000
25,25
24,00
52,78
100,00
3.614
6
20.000
25,75
20,25
50,35
100,00
3.564
7
24.000
27,50
23,00
54,65
100,00
3.544
CV%
-
24,08
31,90
20,39
9,66
22,14
DMS
-
12,44
15,57
21,97
22,42
1.723,49
Tabela 5. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja
cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto FMX
usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no
município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP),
peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
A utilização do remineralizador micaxisto FMX em substituição aos fertilizantes
convencionais pela primeira vez nesta área, na cultura da soja, manteve em patamares
elevados todos os parâmetros agronômicos e principalmente a produtividade da cultura,
que foi expressa dentro de uma média elevada comparada à média em nível nacional. Os
resultados mostraram uma diferença de 684 quilogramas ou seja 11,4 sacas de 60 quilos
a mais por hectare, entre o melhor tratamento em comparação com a testemunha absoluta
“dose zero” não sendo detectado pelo teste de médias, mas é altamente perceptível ao
bolso do produtor rural.
Concluímos ainda que esta pesquisa deverá ser conduzida por mais quatro safras
na mesma área e com os mesmos tratamentos para que possamos consolidar os resultados
obtidos neste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e insumos necessários para condução deste projeto, a Pedreira Araguaia e a
Tratto Agronegócios por ter fornecido o remineralizador micaxisto FTX e aos componentes
do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia pelas contribuições de maneira direta ou
indireta, na implantação e condução deste projeto.
Capítulo 2
36
REFERÊNCIAS
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Capítulo 2
38
CAPÍTULO 3
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
SEGUNDA SAFRA DE MILHO IMPLANTADO NO
CENTRO-OESTE DO BRASIL COM A UTILIZAÇÃO
DO REMINERALIZADOR MICAXISTO COMO
FERTILIZANTE
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo
utilizar o remineralizador micaxisto FMX como mais
uma opção de fertilizante para cultura do milho
implantada na região do Centro-Oeste brasileiro.
O experimento foi conduzido na segunda safra
do ano agrícola de 2020, na Fazenda Panamá,
município de Itumbiara, estado de Goiás, no
sistema de plantio direto sobre soqueira de soja,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia. A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude
e 49°30’41’’ W de longitude e 554 m de altitude.
As características agronômicas “biometria das
plantas” avaliadas foram, a população de plantas,
Capítulo 3
39
realizada aos 30 dias após germinação (DAP), estudos da biometria das plantas (parte aérea)
foi realizado no ato da colheita, altura de inserção da primeira espira, peso de mil grãos e
produtividade em quilograma por hectare. Para avaliação da produtividade foram coletadas
espigas de 10 plantas da área útil de cada parcela e efetuada a debulha manualmente com
a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, com umidade padrão
de 14%, foi utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado em balança de
precisão. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com um único fator, e
as dose de Remineralizador micaxisto FMX utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2:
4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg ha-1; T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg ha-1; T7:
24.000 Kg ha-1) e quatro repetições. Os dados foram analisados pelo programa SISVAR. Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo
teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para
a comparação de médias. O uso do remineralizador micaxisto como fertilizante na cultura
do milho, obteve resultado positivo, obtendo resposta na produtividade em comparação ao
controle absoluto “dose zero” e mantendo uma média de produtividade dentro dos patamares
ideais para região.
PALAVRAS-CHAVE: Fertilizante orgânico. Condicionador de solo. Produtividade. Micaxisto.
Agricultura sustentável.
SECOND CORN CROP IMPLANTED IN CENTRAL WEST OF BRAZIL WITH THE
USE OF THE MICAXIS REMINERALIZER AS FERTILIZER
ABSTRACT: The objective of the present work was to use the mica shale remineralizer as
another fertilizer option for maize culture implanted in the Brazilian Midwest region. The
experiment was carried out in the second harvest of the 2020 agricultural year, at Fazenda
Panamá, municipality of Itumbiara, state of Goiás, in the no-tillage system on soybean ridge,
implemented by the Center for Study and Research in Plant Science. The location presents
as coordinates geographical areas, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 554 m
altitude. The agronomic characteristics “plant biometrics” evaluated were, the population of
plants, performed at 30 days after germination (DAP), studies of plant biometry (aerial part)
were carried out at harvest, height of insertion of the first turn, weight thousand grains and
productivity in kilograms per hectare. For the evaluation of productivity, ears of 10 plants were
collected from the useful area of each plot and manually threshed with the weighing of the
grains of each plot, and for the weight of a thousand grains, with a standard humidity of 14%,
a tray was used for thousand grain count and weighed on a precision scale. The experimental
design was in randomized blocks with a single factor, and the doses of Remineralizer mica
shale used were in 7 levels (T1: 0.0 Kg ha-1; T2: 4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg ha-1; T4: 12,000
Kg ha-1; T5: 16,000 Kg ha-1; T6: 20,000 Kg ha-1; T7: 24,000 Kg ha-1) and four repetitions.
The data were analyzed using the SISVAR program. The data obtained were subjected to
analysis of variance, the means being compared by the Tukey test, when significance was
detected for ANOVA at p = 0.05 of probability for the comparison of means. The use of the
mica shale remineralizer as a fertilizer in the corn crop, obtained a positive result, obtaining a
response in productivity in comparison to the absolute control “zero dose” and maintaining an
average productivity within the ideal levels for the region.
KEYWORDS: Organic fertilizer. Soil conditioner. Productivity. Mica schist. Sustainable
Agriculture.
Capítulo 3
40
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma planta classificada como anual, alogâmica e faz
fotossíntese via C4 (SALISBURY; ROSS, 2012). O caule é um colmo com consistência
herbácea, cilíndrico e ereto, raiz principal fasciculada e desenvolve raízes adventícia
suporte nos nós próximos ao solo, fruto seco tipo cariopse rico em carboidratos, lipídios,
fibras, minerais e proteína. A espécie pertence à família Poaceae, com centros de origem no
México e América central é uma das espécies mais cultivadas no mundo, de importâncias
fundamental para a cadeia produtiva do agronegócio, com alta demanda interna para a
produção de ração para a avicultura e suinocultura além do consumo humano (FANCELLI;
DOURADO NETO, 2004).
Conforme os dados publicados pela Conab (2020) o Brasil é um grande produtor
de milho com estimativa de produção total de 102,6 milhões de toneladas para a safra
2020/2021 em área plantada em torno de 18.436,9 mil hectares que poderá chegara a uma
produtividade de 5.564 kg/ha. O consumo doméstico total na safra 2019/2020 foi de 68,7
milhões de toneladas e estima-se que para a safra 2020/2021 poderá atingir 71,8 milhões
de toneladas. Assim, para manter a alta produtividade, o Brasil depende da importação de
fertilizantes químicos em grandes quantidades. Essa dependência de insumos externos
apresenta como principais desvantagens, riscos em relação à soberania nacional e
aumentam os custos de produção. Buscando alternativas à adubação química, a rochagem
se constitui em opção favorável.
A rochagem é uma técnica que consiste na adição de rochas moídas ao solo (pó de
rocha ou remineralizador) com o objetivo de adequar o solo para agricultura por proporcionar
uma lenta adição de nutrientes. É uma prática que diminui custos com a importação
de adubos químicos e a dependência externa e favorece os cultivos agroecológicos
(THEODORO; ALMEIDA, 2013). O uso do calcário agrícola e fosfato natural é comum como
corretivos do solo constituindo em manejo consolidado na agricultura há algumas décadas.
Na atualidade, muitos experimentos vêm sendo conduzidos com remineralizadores
que gradativamente, como resultado de decomposição de fragmentos oriundos de rochas
silicáticas, liberam os nutrientes de forma lenta, que são melhor absorvidos pelas raízes
das plantas por não sofrer lixiviação rápida como os adubos químicos. Os elementos
minerais comumente liberados são os macronutrientes K, P, Ca, Mg e enxofre, além
de micronutrientes ou elementos traços (SOUZA et al., 2017). Dessa forma, as plantas
absorvem os nutrientes que suprem as suas necessidades fisiológicas e o processo de
decomposição da rocha que é lento e contínuo permite que os minerais não absorvidos
sejam submetidos a vários processos de interações com os componentes biológicos do solo
e podem ser aproveitados em novo ciclo de cultivo. De acordo com Theodoro et al. (2010)
a liberação dos nutrientes para que o pó de rocha se constitua em reminerlizador do solo
depende da origem mineralógica e composição química do material, das características
da moagem e as interações com os elementos do solo, plantas, fungos micorrízicos e
bactérias.
O presente trabalho teve como objetivo utilizar o remineralizador micaxisto FMX
como uma opção de fertilizante para cultura do milho, implantada na região do CentroOeste brasileiro.
Capítulo 3
41
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na segunda safra do ano agrícola de 2020, na
Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado de Goiás, no sistema de plantio direto
sobre soqueira de soja, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, A
localidade apresenta como coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude e 49°30’41’’
W de longitude e 554 m de altitude.
No ato do plantio da cultura do milho, cultivar Dow 433, em 28 de fevereiro de 2020,
foi realizada a distribuição superficial do “Remineralizador micaxisto FMX” em sistema de
plantio direto, na soqueira da soja cultivada na área anteriormente.
O clima predominante da região, conforme classificação Alvares et al. (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e Umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas de
0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio (2001).
Capítulo 3
42
Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo, conforme
indicação para o cerrado, fósforo com teores baixo, potássio com teores muito baixo,
cálcio e magnésio com teores alto, conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m e teores alto
e na profundidade de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram realizadas no
Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV-Universidade de Rio Verde e estão expressas
na (Tabela 1).
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo, amostrada antes do plantio na área
experimental, para implantação da cultura do milho, cultivar Dow 433. Implantado pelo Núcleo
de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia no Município de Itumbiara. estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração de raios-X (DRX) em
um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida de difração de
raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizou-se radiação
monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador Johansson
para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø, detector
unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram mantidas
em rotação de 15 rpm.
O remineralizador de solo micaxisto FMX possui granulometria do produto final que
é de 0,3 a 1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 10 de março de 2016
no Capítulo 1, Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção
III, Especificações e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4
(BRASIL, 2016) os remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e
garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Capítulo 3
43
Base
úmida
Amostra
Óxidos analisados (%) em massa
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos do remineralizador de solos micaxisto FMX pelo ponto de vista da
soma de bases e teor de K2O, para cultura da soja, cultivar AGROESTE 3730, em função das
doses crescentes usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados através das
características agronômicas de população de plantas (PP) realizada aos 30 dias após
a germinação (DAP), estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi realizado no
ato da colheita, altura de inserção da primeira espira (AIPE), peso de mil grãos (PMG)
e produtividade em quilograma por hectare(P Kg ha-1). Para avaliação da produtividade
foram coletadas espigas de 10 plantas da área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, foi
utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado em balança de precisão,
“ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%”.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com um único fator, e as
dose de remineralizador micaxisto FMX utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2:
4.000 Kg ha-1; T3: 8.000 Kg ha-1; T4: 12.000 Kg ha-1; T5: 16.000 Kg ha-1; T6: 20.000 Kg
ha-1; T7: 24.000 Kg ha-1) e quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de
quatro linhas de quatro metros de comprimento com área útil de duas linhas de dois metros
de comprimento e espaçamento de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de
2,0 metros de comprimentos. O remineralizador micaxisto FMX utilizado foi distribuído na
superfície da área de plantio, sem incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR proposto por Ferreira (2014). Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo
teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para
a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se no resumo da análise de variância (Tabela 3) a estimativa para os
parâmetros biométrico para cultura do milho cultivar Dow 433, que não sendo possível
detectar diferença significativa entre os blocos.
A Tabela 2 mostra o fator de variância tratamentos e entre as variáveis mensuradas
de população de planta, altura de planta, altura de inserção de primeira espiga e peso de
mil grãos não possível visualizar diferença significativa entre os tratamentos utilizados.
Para a variável produtividade em quilograma por hectare foi possível verificar diferença
significativa entre os tratamentos utilizados.
Capítulo 3
44
Nota-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que os
dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”, foram obtidos com
precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os resultados do
presente trabalho assemelham-se aos de Nakayama et al. (2013) em que os coeficientes
de variação se encontram dentro da faixa considerados médios, com baixa dispersão.
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
ns
*
Erro
18
-
-
-
-
-
CV%
-
6,35
9,62
6,15
8,40
12,71
DMS
-
1,18
2,10
0,55
36,47
240,10
Tabela 3. Resumo da análise de variância (F), das características agronômicos “biometria
das plantas” para cultura do milho cultivar Dow 433, em função das doses crescentes do
remineralizador de solo micaxisto FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns:
não significativo (p<0,05). Trat: Tratamentos, População de planta (PP), altura de planta (AP),
altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em
quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
A Tabela 4 apresenta as médias das características agronômicas “biometria das
plantas” população de planta, altura de planta, inserção da primeira espiga e peso de mil
grãos pelo teste médias e nota-se que não foi possível visualizar diferença significativa
entre nos tratamentos utilizados. Em trabalho realizado por Dalpiva (2014) que testaram
cálcio na cultura da soja, não foi obtido resultado significativo nas variáveis avaliadas, tais
como, a produtividade, peso de mil grãos, número total de vagens, número de vagens
viáveis, porcentagem de vagens viáveis, número de grãos por planta e número de grãos
por vagens. Neste trabalho, os resultados para produtividade em quilogramas por hectare
obteve diferença significativa entre os tratamentos testados, sendo que o maior valor
em produtividade em quilogramas por hectare foi encontrado no tratamento T7 com um
valor médio de 2.805 quilogramas por hectare e na contramão dos valores o tratamento
que expressou o menor valor em produtividade em quilograma por hectare foi notado no
tratamento controle absoluto com dose “zero” com uma média de 1.225 quilogramas por
hectare. Em trabalho realizado por Almeida Júnior et al. (2020) utilizando condicionador pó
de rocha “basalto gabro” obteve diferença significativa entre os tratamentos e concluiu que
o remineralizador pode ser recomendado para a cultura do milho, como uma alternativa de
fertilizante orgânico.
Capítulo 3
45
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
1
Zero
3,00
2,00
1,00
186,50
1.225 d
2
4.000
3,00
2,00
1,10
190,00
1.870 c
3
8.000
3,00
2,00
1,00
180,00
1.915 c
4
12.000
3,00
2,00
1,15
194,00
2.547 b
5
16.000
3,00
2,00
1,20
184,00
2.473 b
6
20.000
3,00
1,75
1,00
168,50
2.595 b
7
24.000
3,00
2,00
1,00
175,00
2.805 a
CV%
-
6,35
9,62
6,15
8,40
12,71
DMS
-
1,18
2,10
0,55
36,47
240,10
Tabela 4. Médias das características agronômicas “biometria das plantas” para cultura do
milho cultivar Dow 433, em função das doses crescentes do remineralizador de solo micaxisto
FMX usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no
município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e
produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste Tukey a 5% de probabilidade,
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
A utilização do remineralizador micaxisto FMX em substituição aos fertilizantes
convencionais pela primeira vez nesta área, na cultura do milho obteve resultado positivo
através da resposta na produtividade em comparação ao controle absoluto “dose zero” e
manteve uma média de produtividade dentro dos patamares ideais para região.
Concluímos ainda que esta pesquisa deverá ser conduzida por mais quatro safras
na mesma área e com os mesmos tratamentos para que possamos consolidar os resultados
obtidos neste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e insumos necessários, a Pedreira Araguaia e a Tratto Agronegócios por
ter fornecido o remineralizador micaxisto FTX e aos componentes do Núcleo de Estudos
e Pesquisa em Fitotecnia por contribuído de maneira direta ou indireta na implantação e
condução deste projeto.
REFERÊNCIAS
AGRITEMPO. Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de Itumbiara,
estado de Goiás, 2020. Disponível em: http://www.agritempo.gov.br/agritempo/index.jsp Acesso em: 20
Capítulo 3
46
nov. 2020.
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Capítulo 3
47
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Capítulo 3
48
CAPÍTULO 4
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
MILHO EM SEGUNDA SAFRA COM A UTILIZAÇÃO
DO REMINERALIZADOR MICAXISTO EM
CONSÓRCIO COM FERTILIZANTE ORGÂNICO
IMPLANTADO NO CENTRO-OESTE DO BRASIL
Data de aceite: 09/04/2021
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo
a utilização do remineralizador micaxisto em
consorcio com fertilizante orgânico para cultura
do milho implantada na região do Centro-Oeste
brasileiro. O experimento foi conduzido na segunda
safra do ano agrícola de 2020, na Fazenda
Panamá, município de Itumbiara, estado de
Goiás, no sistema de plantio direto sobre soqueira
de soja, implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia. A localidade apresenta
como coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de
latitude e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de
altitude. As características agronômicas “biometria
das plantas” avaliadas foram, a população de
Capítulo 4
49
plantas, realizada aos 30 dias após germinação (DAP), estudos da biometria das plantas
(parte aérea) foi realizado no ato da colheita, altura de inserção da primeira espira, peso
de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare. Para avaliação da produtividade
foram coletadas espigas de 10 plantas da área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, com
umidade padrão de 14%, foi utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado
em balança de precisão. O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um
único fator, e as dose do remineralizador micaxisto e fertilizante orgânico foram em 7 níveis
T1: 0,0 Kg ha-1 controle absoluto; T2: 4.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante
orgânico; T3: 8.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T4: 12.000 Kg
ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T5: 16.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg
ha-1 fertilizante orgânico; T6: 20.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico;
T7: 24.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico, com quatro repetições.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR. Os dados obtidos foram submetidos
à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada
significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a comparação de médias. O
uso do remineralizador micaxisto, juntamente com fertilizante orgânico na cultura do milho,
demostrou ser altamente eficiente, obtendo resposta positiva na produtividade e mantendo
as características agronômicas dentro de patamares ideais para cultura.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays. Condicionador de solo. Produtividade. Agricultura
sustentável. Agricultura agroecológica.
CORN IN SECOND HARVEST WITH THE USE OF THE MICAXIST
REMINERALIZER IN CONSORTIUM WITH ORGANIC FERTILIZER IMPLANTED
IN CENTRAL WEST OF BRAZIL
ABSTRACT: The objective of the present work was to use the mica shale remineralizer in
consortium with organic fertilizer for corn culture implanted in the Brazilian Midwest region.
The experiment was carried out in the second harvest of the 2020 agricultural year, at Fazenda
Panamá, Municipality of Itumbiara, state of Goiás, in the no-tillage system on soybean ridge,
implemented by the Center for Study and Research in Plant Science. The location presents
as coordinates geographical areas, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 554 m
altitude. The agronomic characteristics “plant biometrics” evaluated were, the population of
plants, performed at 30 days after germination (DAP), studies of plant biometry (aerial part)
were carried out at harvest, height of insertion of the first turn, weight thousand grains and
productivity in kilograms per hectare. For the evaluation of productivity, ears of 10 plants
were collected from the useful area of each plot and manually threshed with the weighing
of the grains of each plot, and for the weight of a thousand grains, with a standard humidity
of 14%, a tray was used for thousand grain count and weighed on a precision scale. The
experimental design was in randomized blocks and a single factor, and the doses of the mica
shale remineralizer and organic fertilizer were in 7 T1 levels: 0.0 Kg ha-1 absolute control; T2:
4,000 Kg ha-1 mica shale + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T3: 8,000 Kg ha-1 mica shale
+ 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T4: 12,000 Kg ha-1 mica shale + 1,000 Kg ha-1 organic
fertilizer; T5: 16,000 Kg ha-1 mica shale + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T6: 20,000 Kg ha-1
mica shale + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T7: 24,000 Kg ha-1 mica shale + 1,000 Kg ha-1
organic fertilizer, with four replications. The data were analyzed using the SISVAR program.
The data obtained were subjected to analysis of variance, the means being compared by
the Tukey test, when significance was detected for ANOVA at p = 0.05 of probability for the
comparison of means. The use of the mica shale remineralizer, together with organic fertilizer
Capítulo 4
50
in the corn crop, proved to be highly efficient, obtaining a positive response in productivity and
maintaining agronomic characteristics within ideal levels for culture.
KEYWORDS: Zea mays. Soil conditioner. Productivity. Sustainable Agriculture. Agroecological
agriculture.
INTRODUÇÃO
O crescimento populacional e a demanda pela produção de alimentos têm estimulado
o desenvolvimento agroindustrial na região Centro-Oeste do Brasil, em especial voltados
a atender a avicultura e a suinocultura. A cadeia produtiva da agroindústria produz grande
quantidade de resíduos de origens orgânica e se tornam potenciais contaminantes do
meio ambiente, comprometem a qualidade do solo, das águas superficiais e subterrâneas
quando não são encaminhados para a destinação adequada. Os resíduos orgânicos
quando associados a fontes minerais são transformados em fertilizantes organominerais
podem reduzir o passivo ambiental das atividades de avicultura e suinocultura e melhorar
as condições das propriedades físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo e na
fisiologia das plantas (Kiehl, 1999).
Na formulação do fertilizante organomineral, o adubo orgânico vai funcionar como
condicionador do fertilizante mineral. Juntos podem melhorar a capacidade de troca
catiônica, elevar a retenção de água, aumentar a atividade da biota do solo e a aeração e
proporcionar maior estabilidade e sustentabilidade do ecossistema agrícola (Kiehl, 1999).
Remineralizador ou pó de rocha são obtidos através do processo de moagem
de rochas silicáticas (rochagem) que uma vez no solo sofrem ação do intemperismo,
que proporciona a liberação gradativa e lenta de minerais que podem ser absorvidos
pelas raízes de plantas e não lixivia com a mesma rapidez dos fertilizantes químicos.
Para Theodoro e Almeida (2013) a rochagem é uma prática que diminui custos com a
importação de adubos químicos, a dependência externa de insumos e favorece os cultivos
agroecológicos. A eficiência em desprender os minerais dos fragmentos de rocha depende
da origem mineralógica e composição química do material, das características da moagem
e as interações com os elementos do solo, plantas, fungos micorrízicos e bactérias.
(THEODORO et al., 2010)
O milho (Zea mays L.) é uma planta da família Poaceae, anual, alogâmica, que
usa o metabolismo C4 no processo de fotossíntese (SALISBURY; ROSS, 2012). Originária
do México e América Central tem caule tipo colmo com consistência herbácea, raiz
fasciculada, fruto é cariopse rico em carboidratos, lipídios, fibras, minerais e proteína. É
uma das espécies mais cultivadas no mundo utilizada na produção de ração animal e o
consumo humano (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004).
O Brasil é um grande produtor de milho com estimativa de produção total de 102,6
milhões de toneladas para a safra 2020/2021 em área plantada em torno de 18.436,9 mil
hectares que poderá chegara a uma produtividade de 5.564 kg/ha. A maior parte dessa
produção é destinada ao consumo doméstico que para a safra 2019/2020 foi de 68,7
milhões de toneladas. Estima-se que para a safra 2020/2021 esse índice poderá atingir
71,8 milhões de toneladas (CONAB, 2020). A manutenção da alta produção depende
Capítulo 4
51
da importação de fertilizantes químicos e compromete a soberania nacional além de
aumentar os custos de produção. Buscando alternativas à adubação química, o uso de
remineralizador associado a fertilizante orgânico pode se constituir em opção viável para a
agricultura na região Centro-Oeste.
Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo a utilização do remineralizador
micaxisto em consórcio com fertilizante orgânico para cultura do milho implantada na
região do Centro-Oeste brasileiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na segunda safra do ano agrícola de 2020, na
Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado de Goiás, no sistema de plantio direto
sobre soqueira de soja, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, A
localidade apresenta como coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude e 49°30’41’’W
de longitude e 554 m de altitude.
No ato do plantio da cultura do milho, cultivar Dow 433, em 28 de fevereiro de
2020, foi realizada a distribuição superficial do remineralizador micaxisto juntamente
com fertilizante orgânico em sistema plantio direto na soqueira da soja cultivada na área
anteriormente.
O clima predominante da região, conforme classificação Alvares et al. (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e Umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Capítulo 4
52
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio
(2001). Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo,
conforme indicação para o cerrado, fósforo com teores baixo, potássio com teores muito
baixo, cálcio e magnésio com teores alto, conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m e teores
alto na profundidade de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram realizadas no
Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV-Universidade de Rio Verde e estão expressas
na (Tabela 1).
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo amostrado antes do plantio na área
experimental para implantação da cultura do milho, cultivar Dow 433 a ser implantada pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás,
2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração de raios-X (DRX) em
um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida de difração de
raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizou-se radiação
monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador Johansson
para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø, detector
unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram mantidas
em rotação de 15 rpm.
O remineralizador de solo micaxisto FMX possui granulometria do produto final que
é de 0,3 a 1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 10 de março de 2016
no Capítulo 1, Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção
III, Especificações e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4
(BRASIL, 2016) os remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e
garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
Capítulo 4
53
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Base
úmida
Óxidos analisados (%) em massa
Amostra
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos do remineralizador de solos micaxisto FMX pelo ponto de vista da
soma de bases e teor de K2O, para cultura da soja, cultivar AGROESTE 3730, em função das
doses crescentes usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Santo Antônio da Barra, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
O fertilizante organomineral utiliza resíduos orgânicos como fonte de matéria
orgânica misturando-a a nutrientes minerais como nitrogênio, fósforo e potássio. Assim
o composto resultante desta mistura apresenta algumas vantagens tais como a liberação
gradativa dos nutrientes, resultando na menor perda por lixiviação de nutrientes minerais,
o fósforo é menos fixado nos coloides do solo e refletindo em maior eficiência agronômica
e aproveitamento pelas plantas.
A matéria orgânica utilizada como matéria prima para formular o adubo organomineral
é construída por vários nutrientes cuja sua apresentação está na forma disponível de
absorção. Entre os componentes estão os macronutrientes N 2,80%, P2O5 3,0%, K2O 3,0%,
Ca 6,6%, Mg 0,67%, S 2,10%, micronutrientes Fe 0,25%, Mn 210 ppm, Cu 247ppm, Zn 512
ppm, B 218 ppm, Na 0,51%, bem como carbono orgânico total 36,23%, matéria orgânica
62,3%, umidade 17%, pH 9,03 e relação C/N 17:1.
A característica do adubo organomineral é fornecer de maneira equilibrada e
gradativa os nutrientes em função do desenvolvimento da cultura, ou seja, na fase inicial
a planta utiliza suas reservas de semente e posterior absorver os nutrientes contidos na
porção mineral em seguida aos contidos na porção orgânica de acordo sua necessidade
nutricional e de desenvolvimento, uma vez que os nutrientes permanecem disponíveis nos
compostos orgânicos durante todo o ciclo da cultura.
No remineralizador micaxisto os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3,
MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O, P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração
de raios-X (DRX) em um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida
de difração de raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizouse radiação monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador
Johansson para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø,
detector unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram
mantidas em rotação de 15 rpm.
Capítulo 4
54
O remineralizador de solo micaxisto possui granulometria do produto final é de 0,3 a
1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 13 de março de 2016 no Capítulo 1,
Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção III, Especificações
e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4 (BRASIL, 2016) os
remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Base úmida
Amostra
Óxidos analisados (%) em massa
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K 2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos do remineralizador de solos micaxisto pelo ponto de vista da
soma de bases e teor de K2O, para cultura do milho, cultivar Dow 433, em função das doses
crescentes de remineralizador micaxisto FMX e fertilizante organico. Implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
As características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas foram população
de plantas (PP) realizada aos 30 dias após germinação (DAP), estudos da biometria das
plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, altura de inserção da primeira espira
(AIPE), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare(P Kg ha-1).
Para avaliação da produtividade foram coletadas espigas de 10 plantas da área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e
para o peso de mil grãos, foi utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado
em balança de precisão, ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator, e as dose
de micaxisto em 7 níveis T1: 0,0 Kg ha-1 controle absoluto; T2: 4.000 Kg ha-1 micaxisto +
1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T3: 8.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante
orgânico; T4: 12.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T5: 16.000 Kg
ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T6: 20.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg
ha-1 fertilizante orgânico; T7: 24.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico,
com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de
quatro metros de comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento
e espaçamento de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de
comprimentos. O remineralizador micaxisto FMX e o fertilizante orgânico foi distribuído na
Capítulo 4
55
superfície da área de plantio, sem incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percebe-se no resumo da análise de variância (Tabela 3), estimada para os
parâmetros biométrico para cultura do milho cultivar Dow 433 que não foi possível detectar
diferença significativa entre os blocos.
Nota-se na Tabela 3 que para as variáveis mensuradas de população de planta,
altura de planta, altura de inserção de primeira espiga e peso de mil grãos não houve
diferença significativa entre os tratamentos utilizados. Para a variável produtividade em
quilograma por hectare foi possível verificar diferença significativa entre os tratamentos
utilizados.
Observa-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que
os dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”, foram obtidos
com precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os resultados do
presente trabalho assemelham-se aos de Nakayama et al. (2013), em que os coeficientes
de variação se encontram dentro da faixa considerados médios, com baixa dispersão.
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
ns
*
Erro
18
-
-
-
-
-
CV%
-
9,55
14,24
15,22
8,38
22,54
DMS
-
1,12
0,64
0,23
36,60
713,93
Tabela 3. Resumo da análise de variância (F) das características agronômicos “biometria
das plantas” para cultura do milho, cultivar Dow 433 em função das doses crescentes de
remineralizador micaxisto e fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo
de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns:
não significativo (p<0,05). Trat: Tratamentos, População de planta (PP), altura de planta (AP),
altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em
quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Verifica-se na Tabela 4, as médias das características agronômicas “biometria das
plantas” para população de planta, altura de planta, inserção da primeira espiga e peso
de mil grãos que não houve diferença significativa entre nos tratamentos utilizados. Em
trabalho realizado por Dalpiva (2014) que testou cálcio na cultura da soja, não obteve
resultado significativo nas variáveis trabalhadas, tais como, a produtividade, peso de
Capítulo 4
56
mil grãos, número total de vagens, número de vagens viáveis, porcentagem de vagens
viáveis, número de grãos por planta e número de grãos por vagens, resultado este que não
corrobora com o resultado para a característica agronômica produtividade em quilogramas
por hectare obtida neste trabalho. Neste trabalho, a produtividade em quilogramas por
hectare apresentou diferença significativa entre os tratamentos testados. O maior valor
de produtividade em quilogramas por hectare foi encontrado no tratamento T7 com um
valor médio de 2.960 quilogramas por hectare e no anverso dos valores o tratamento que
obteve o menor valor de produtividade em quilograma por hectare foi notado no tratamento
controle absoluto com dose “zero” com uma média de 1.375 quilogramas por hectare.
Em trabalho realizado por Almeida Júnior et al. (2020) utilizando condicionador pó de
rocha “basalto gabro” obteve diferença significativa entre os tratamentos e concluiu que o
remineralizador pode ser recomendado para a cultura do milho como uma alternativa de
fertilizante orgânico.
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
1
Zero
3,00
2,00
1,15
193,50
1.375 e
2
4.000+1.000
3,10
2,00
1,20
190,00
2.230 d
3
8.000+1.000
3,00
1,75
1,00
194,00
2.345 d
4
12.000+1.000
3,20
2,00
1,08
176,50
2.540 bc
5
16.000+1.000
3,00
2,00
1,22
185,00
2.665 b
6
20.000+1.000
3,30
2,00
1,16
191,50
2.770 b
7
24.000+1.000
3,00
1,75
1,20
176,50
2.960 a
CV%
-
9,55
14,24
15,22
8,38
22,54
DMS
-
1,12
0,64
0,23
36,60
713,93
Tabela 4. Médias das características agronômicas “biometria das plantas” para cultura do
milho cultivar Dow 433 em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto FMX e
fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e
produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste Tukey a 5% de probabilidade,
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
A utilização do remineralizador micaxisto FMX juntamente com fertilizante orgânico
em substituição aos fertilizantes convencionais “NPK minerais” pela primeira vez nesta
área, na cultura do milho, obteve resultado positivo através da resposta na produtividade
em comparação ao controle absoluto “dose zero” e manteve uma média de produtividade
dentro dos patamares ideais para região.
Capítulo 4
57
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e insumos necessários, a Pedreira Araguaia e a Tratto Agronegócios por
ter fornecido o remineralizador micaxisto FTX e aos componentes do Núcleo de Estudos
e Pesquisa em Fitotecnia por contribuído de maneira direta ou indireta na implantação e
condução deste projeto.
Concluímos ainda que esta pesquisa deverá ser conduzida por mais quatro safras
na mesma área e com os mesmos tratamentos para que possamos consolidar os resultados
obtidos neste trabalho.
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estado de Goiás, 2020. Disponível em: http://www.agritempo.gov.br/agritempo/index.jsp Acesso em: 20
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br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/21393137/do1-2016-03-14-instrucao-normativan-5-de-10-de-marco-de-2016-21393106. Acesso em: 06 jan. 2021.
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Capítulo 4
58
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de%20Rochagem.PDF Acesso em: 06 jan. 2021.
THEODORO, S.H.; ALMEIDA, E. Agrominerais e a construção da soberania em insumos agrícolas
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Capítulo 4
59
CAPÍTULO 5
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
CULTIVO DE SOJA NO CENTRO-OESTE DO BRASIL
COM FERTILIZANTE ORGÂNICO EM CONJUNTO
COM REMINERALIZADOR MICAXISTO
Data de aceite: 09/04/2021
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
RESUMO: Este trabalho objetivou usar
o fertilizante orgânico em conjunto com
remineralizador micaxisto na cultura da soja
cultivar Agroeste AS 3730, implantada no CentroOeste brasileiro. O experimento foi conduzido
na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na
Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado
de Goiás, em sistema de cultivo convencional,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia, A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude
e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de altitude. Os
parâmetros agronômicos “biometria das plantas”
foram avaliados da seguinte maneira: A população
Capítulo 5
60
foi realizada 30 dias após germinação, estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi
realizado no ato da colheita, que são, número de ramificações, número de vagens de um
grão, número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens
por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare. Para avaliação da
produtividade foram coletadas as plantas na área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, foi
utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado em balança de precisão.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator, e as dose do
remineralizador micaxisto e fertilizante orgânico foram em 7 níveis T1: 0,0 Kg ha-1 controle
absoluto; T2: 4.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T3: 8.000 Kg ha-1
micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T4: 12.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1
fertilizante orgânico; T5: 16.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T6:
20.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T7: 24.000 Kg ha-1 micaxisto +
1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico, com quatro repetições. Os dados foram analisados pelo
programa SISVAR. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as
médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05
de probabilidade para a comparação de médias. O uso do micaxisto “remineralizador” na
cultura da soja foi considerado eficiente ao objetivo proposto, pois obteve uma diferença de
864 quilogramas ou seja 14,4 sacas de 60 quilos, entre o melhor tratamento em comparação
com a testemunha absoluta “dose zero” não sendo detectado pelo teste de médias, mas
altamente perceptível ao bolso do produtor rural.
PALAVRAS-CHAVE: Fertilizantes agroecológicos. Condicionador de solo. Produtividade.
Agricultura sustentável. Rocha metamórficas.
SOYBEAN CULTIVATION IN CENTRAL WEST OF BRAZIL WITH ORGANIC
FERTILIZER TOGETHER WITH MICAXIS REMINERALIZER
ABSTRACT: This work aimed to use organic fertilizer in conjunction with mica shale
remineralizer in soybean culture, to cultivate Agroeste AS 3730, implanted in the Brazilian
Midwest. The experiment was conducted in the harvest of the agricultural years of 2019/2020,
at Fazenda Panamá, municipality of Itumbiara, State of Goiás, in a conventional cultivation
system, implemented by the Center for Study and Research in Phytotechnics, The location
presents as geographical coordinates, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 540
m altitude. The agronomic parameters “plant biometrics” were evaluated as follows: The
population was carried out 30 days after germination, studies of plant biometrics (aerial part)
were carried out at harvest, that is, number of branches, number of seed pods one grain,
number of pods of two grains, number of pods of three grains, number of pods per plant,
weight of a thousand grains and productivity in kilograms per hectare. To evaluate productivity,
plants were collected in the useful area of each parcel and manually threshed with the
weighing of the grains in each parcel, and for the weight of a thousand grains, a tray was used
to count the thousand grains and weighed on a scale. precision. The experimental design
was in randomized blocks and a single factor, and the doses of mica schist, with 7 T1 levels:
0.0 Kg ha-1 absolute control; T2: 4,000 Kg ha-1 micaxisto + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer;
T3: 8,000 Kg ha-1 micaxisto + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T4: 12,000 Kg ha-1 micaxisto +
1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T5: 16,000 Kg ha-1 micaxisto + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer;
T6: 20,000 Kg ha-1 micaxisto + 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer; T7: 24,000 Kg ha-1 micaxisto
+ 1,000 Kg ha-1 organic fertilizer, with four replications. The data were analyzed using the
SISVAR program. The data obtained were subjected to analysis of variance, the means
being compared by the Tukey test, when significance was detected for ANOVA at p = 0.05
Capítulo 5
61
of probability for the comparison of means. The use of the “remineralizing” mica schist in the
soy culture was considered efficient to the proposed objective, as it obtained a difference of
864 kilograms, that is, 14.4 bags of 60 kilograms, between the best treatment in comparison
with the absolute control “zero dose” not being detected by the averages test, but highly
perceptible to the farmer’s pocket.
KEYWORDS: Agroecological fertilizers. Soil conditioner. Productivity. Sustainable Agriculture.
Metamorphic rock.
INTRODUÇÃO
O modo de vida atual associado ao crescimento populacional, a crescente demanda
pela produção de alimentos e ao desenvolvimento tecnológico estimulam a geração de
resíduos de origens diversas em grandes quantidades que quando não são manejados
adequadamente, se transformam em contaminantes contribuído para a degradação
ambiental, o que compromete a qualidade de vida da população. O crescimento da
agroindustrial especialmente na região Centro-Oeste do Brasil tem gerado grandes
quantidades de resíduos orgânicos que podem ser utilizados de maneira sustentável.
Quando associados a fontes minerais são transformados em fertilizantes organominerais
e desempenham papel importante nas propriedades físicas, químicas, físico-químicas
e biológicas do solo, na fisiologia vegetal além de contribuir para a redução do passivo
ambiental das atividades de avicultura e suinocultura (Kiehl, 1999).
O fertilizante organomineral é resultado da mistura entre adubos orgânicos que em
geral apresentam baixa concentração de N, P e K, mas funciona como condicionador dos
fertilizantes minerais por possuir propriedades como alta capacidade de troca catiônica,
elevada retenção de água, alta superfície específica e presença de quelados, aumento da
atividade da biota do solo, redução da plasticidade e da coesão, aumento da aeração do
solo ajudando na penetração e na distribuição das raízes das plantas, e ainda proporciona
aumento na estabilidade e sustentabilidade do ecossistema agrícola (Kiehl, 1999).
O Brasil é um grande produtor de soja com expectativas de aumento da área
plantada para o ano agrícola de 2020/2021 da ordem de 3,3% em comparação à safra
anterior, devendo atingir 38,2 milhões de hectares semeados e uma produção recorde de
134.451,1 mil toneladas, com incremento de 7,7% em relação à safra anterior (CONAB,
2020).
Na condição de grande produtor de soja é natural que o Brasil também seja
um grande consumidor de fertilizantes químicos, insumos e matéria prima para a sua
formulação, de origem externa, o que aumenta o custo da produção agrícola. Fertilizantes
químicos são altamente solúveis e não são totalmente absorvidos pelas plantas e lixiviam
com facilidade se constituindo em muitos casos, como contaminantes de águas superficiais
e subterrâneas. Dessa forma, a utilização de fertilizante organomineral pode se constituir
em opção sustentável e promissora para diminuir as importações e a condição de servidão
e dependência em relação aos fertilizantes químicos.
A soja é uma cultura importante para o agronegócio pela alta produção de proteínas
e óleos em suas sementes, utilizadas especialmente na produção e ração animal e óleo
comestível. Glycine max (L.) Merril é uma espécie conhecida popularmente como soja, tem
Capítulo 5
62
origem asiática e pertence à família Fabaceae (Leguminosae). Apresenta características
morfológicas que são altamente influenciadas pelo ambiente como altura, ramificação e
ciclo de vida. É de consistência herbácea, anual, ereta e autógama apresenta sistema
radicular pivotante, ricas em nódulo de bactérias que realizam a fixação biológica de
nitrogênio (SEDIYAMA, 2009).
Assim, este trabalho objetivou usar o fertilizante orgânico em conjunto com
remineralizador micaxisto na cultura da soja implantada no Centro-Oeste brasileiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na cultura
da soja, cultivar Agroeste AS 3730, implantado na Fazenda Panamá, município de
Itumbiara, estado de Goiás, em sistema de cultivo convencional, implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. A localidade apresenta como coordenadas geográficas
aproximadas, 18°18’24’’S de latitude e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de altitude.
O clima predominante da região, conforme classificação por Alvares et al. (2013) é
do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e Umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (Embrapa, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
Capítulo 5
63
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas de
0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio (2001).
Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo, conforme
indicação para o cerrado, fósforo com teores baixo, potássio com teores muito baixo,
cálcio com teores alto e magnésio, conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m e teores alto. As
análises foram realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV-Universidade de
Rio Verde e estão expressas na (Tabela 1).
Profundidade
(cm)
0 – 20
Ph
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo amostrado antes do plantio na área
experimental para implantação da cultura da soja cultivar Agroeste AS 3730 pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
O fertilizante organomineral utiliza resíduos orgânicos como fonte de matéria
orgânica misturando-a a nutrientes minerais como nitrogênio, fósforo e potássio. Assim
o composto resultante desta mistura apresenta algumas vantagens tais como a liberação
gradativa dos nutrientes, resultando na menor perda por lixiviação de nutrientes minerais.
O fósforo é menos fixado nos coloides do solo e o uso de organominerais reflete em maior
eficiência agronômica e aproveitamento pelas plantas.
A matéria orgânica utilizada como matéria prima para formular o adubo organomineral
é construída por vários nutrientes cuja sua apresentação está na forma disponível de
absorção. Entre os componentes estão os macronutrientes N 2,80%, P2O5 3,0%, K2O 3,0%,
Ca 6,6%, Mg 0,67%, S 2,10%, micronutrientes Fe 0,25%, Mn 210 ppm, Cu 247ppm, Zn 512
ppm, B 218 ppm, Na 0,51%, bem como carbono orgânico total 36,23%, matéria orgânica
62,3%, umidade 17%, pH 9,03 e relação C/N 17:1.
A característica do adubo organomineral é fornecer de maneira equilibrada e
gradativa os nutrientes em função do desenvolvimento da cultura, ou seja, na fase inicial
a planta utiliza suas reservas de semente e posterior absorve os nutrientes contidos na
porção mineral, em seguida, os contidos na porção orgânica de acordo sua necessidade
nutricional e de desenvolvimento, uma vez que os nutrientes permanecem disponíveis nos
compostos orgânicos durante todo o ciclo da cultura.
No remineralizador micaxisto os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3,
MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O, P2O5, SO3 e LOI) foram determinados pela medida de difração
de raios-X (DRX) em um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida
de difração de raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizouse radiação monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador
Capítulo 5
64
Johansson para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø,
detector unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram
mantidas em rotação de 15 rpm.
O remineralizador de solo micaxisto possui granulometria do produto final é de 0,3 a
1,0 mm e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 13 de março de 2016 no Capítulo 1,
Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção III, Especificações
e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4 (BRASIL, 2016) os
remineralizadores deverão apresentar as seguintes especificações e garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Base
úmida
Óxidos analisados (%) em massa
Amostra
SiO2
Mo
Co mg/kg
FeHF
MnO
MgO
CaO
BHF
K2O
P2O5
30,2
25,0
22,4
3,96
<0,05
2,26
3,22
0,1
3,7
<1,0
Tabela 2. Resultados obtidos para remineralizador de solos micaxisto do ponto de vista da
soma de bases e teor de K2O, para cultura da soja cultivar Agroeste AS 3730, em função
das doses crescentes de remineralizador micaxisto FMX e fertilizante orgânico usado em
experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados da seguinte
maneira: a população de plantas foi analisada 30 dias após a germinação (DAG). Estudos
da biometria das plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, que são eles: número
de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta
(NVPP), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Para avaliação da produtividade (P Kg ha-1) foram coletadas as plantas na área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grão de cada parcela, e
para o peso de mil grãos (PMG), foi utilizado uma bandeja para contagem de mil grãos e
pesado em balança de precisão, ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator, e as dose
de micaxisto em 7 níveis T1: 0,0 Kg ha-1 controle absoluto; T2: 4.000 Kg ha-1 micaxisto +
1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T3: 8.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante
Capítulo 5
65
orgânico; T4: 12.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T5: 16.000 Kg
ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico; T6: 20.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg
ha-1 fertilizante orgânico; T7: 24.000 Kg ha-1 micaxisto + 1.000 Kg ha-1 fertilizante orgânico,
com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de
quatro metros de comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento
e espaçamento de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de
comprimentos. O remineralizador utilizado foi distribuído na superfície da linha de plantio,
sem incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao visualizar o resumo da análise de variância estimada para os parâmetros
biométrico para cultura da soja, cultivar Agroeste AS 3730, não foi possível detectar
diferença significativa entre os blocos.
Também foi observado a análise de variância para os tratamentos, as variáveis
mensuradas foram: população de planta, altura de planta, número de ramificações, número
de vagens de um grão, número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos,
número de vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare,
e somente altura de planta foi constatado diferença significativa entre os tratamentos
testados (Tabela 3).
Nota-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que os
dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”, foram obtidos com
precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os resultados do
presente trabalho assemelham-se ao Nakayama et al. (2013), em que os coeficientes de
variação se encontram dentro da faixa considerados médios, com baixa dispersão.
Capítulo 5
66
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
*
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
6,14
6,49
13,45
22,05
26,53
DMS
-
1,90
12,07
12,93
1,97
3,41
FV
GL
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
10
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
27,42
22,93
25,68
11,44
13,05
DMS
-
14,12
18,24
29,86
27,03
979,45
Tabela 3. Resumo da análise de variância (F), dos parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” para cultura da soja cultivar Agroeste AS 3730, em função das doses crescentes de
remineralizador micaxisto e fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo
de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns: não
significativo (p<0,05). População de planta (PP), altura de planta (AP), número de ramificações
(NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois grãos (NV2G),
número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP), peso de mil
grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
A Tabela 4 mostra os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” população de
planta, altura de planta, número de ramificações, número de vagens de um grão, pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade e apenas a biometria da altura de planta apresentou diferença
significativa entre os tratamentos testados. Em trabalho realizado por Welter et al. (2011)
com pó de rocha de origem basáltica foi obtido resultado contrário a este trabalho quando
analisou altura de planta, mas o número de ramos não foi afetado significativamente.
Em trabalho realizado por Almeida Júnior et al. (2020) com a cultura da soja também
foi obtido resultado contrário na variável tecnológicas “altura de planta”, mas demais
variáveis testadas como população de planta, altura de inserção de primeira vagem,
número de ramificações e número de vagens de um grão não houve diferença significativa,
corroborando com este trabalho. Em trabalho realizado por Costa et al. (2018) com
fertilizante organomineral não foi encontrada diferença significativa para os componentes
de produção como população de planta por metro, inserção primeira vagem e número de
galhos, dados que assemelham aos deste trabalho.
Capítulo 5
67
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
1
Zero+1.000
13,25
78,75 b
10,00
3,25
3,50
2
4.000+1.000
13,25
80 ab
8,50
3,75
3,75
3
8.000+1.000
13,00
83,25 ab
9,25
4,00
3,75
4
12.000+1.000
13,00
78 ab
9,25
4,00
4,00
5
16.000+1.000
13,25
71,75 ab
9,50
3,75
2,50
6
20.000+1.000
13,25
78,75 ab
8,50
4,25
5,75
7
24.000+1.000
13,50
86,25 a
9,25
3,75
4,75
CV%
-
6,14
6,49
13,45
22,05
26,53
DMS
-
1,90
12,07
12,93
1,97
3,41
Tabela 4. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja
cultivar Agroeste AS 3730, em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto e
fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), número de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G),
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
A Figura 2 mostra a curva polinomial de segunda ordem para o parâmetro agronômico
“biometria da planta” que a altura de planta na cultura da soja, cultivar Agroeste AS 3730
obteve o seu melhor resultado no tratamento T7 que se assemelhou aos tratamentos T2,
T3, T4, T5 e T6, sendo que o tratamento T1, controle absoluto, dose zero, foi o tratamento
que obteve a menor altura de planta, com uma média de 78,75 centímetros. A maior altura
registrou média de 86,25 centímetros.
Capítulo 5
68
Figura 2. Curva polinomial de segunda ordem da variável tecnológica altura de planta para
cultura da soja, cultivar Agroeste AS 3730, em função das doses crescentes de remineralizador
micaxisto e fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Regista-se na Tabela 5 que as médias para os parâmetros agronômicos “biometria
das plantas”, número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de
vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare para cultura
de soja e cultivar Agroeste AS 3730 nas diferentes doses de remineralizador testadas, não
foi possível constatar diferença significativa entre os tratamentos utilizados, mas pode ser
notado que a produtividade se manteve em patamares elevados. O melhor resultado obtido
foi para o tratamento T2 com uma média de 3.533 quilogramas por hectare e a testemunha
absoluta “dose zero” tratamento T1 obteve uma média de 2.669 quilogramas por hectare,
que registrou uma diferença de 864 quilogramas ou seja 14,4 sacas de 60 quilos. Apesar
da diferença não ter sido detectado pelo teste de médias “Tukey” a 5% de probabilidade,
foi altamente perceptível para o bolso do produtor rural.
Alovisi et al. (2017) trabalharam com as culturas de milho e soja e relataram que
estas culturas não foram influenciadas pela adição do pó de basalto e do bioativo nas
variáveis tecnológica, produtividade em quilograma por hectare e peso de mil grãos. Em
trabalho realizado com remineralizador de solo conduzido por Almeida Júnior, et al. (2020)
foram avaliadas as variáveis tecnológicas na cultura da soja de número de vagens de dois
grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens por planta, peso de mil grãos e
produtividade em quilograma por hectare. Não registraram diferença significativa entre os
tratamentos, mas manteve em patamares elevados todas as características agronômicas e
a produtividade ficou acima da média nacional.
Capítulo 5
69
TR
D kg ha-1
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
1
Zero
22,25
20,50
46,38
90
2.669
2
4.000
17,75
22,50
43,95
100
3.533
3
8.000
22,00
26,25
52,33
107
3.492
4
12.000
20,50
24,25
48,47
105
3.436
5
16.000
23,25
19,75
45,25
105
3.309
6
20.000
28,75
28,50
62,98
105
3.209
7
24.000
19,75
24,50
59,00
105
3.183
CV%
-
27,42
22,93
25,68
11,44
13,05
DMS
-
14,12
18,24
29,86
27,03
979,45
Tabela 5. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja
cultivar Agroeste AS 3730 em função das doses crescentes de remineralizador micaxisto e
fertilizante orgânico usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP),
peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
A utilização do remineralizador micaxisto FMX em substituição aos fertilizantes
convencionais pela primeira vez nesta área, na cultura da soja, manteve em patamares
elevados todos os parâmetros agronômicos e principalmente a produtividade da cultura,
que foi expressa dentro de uma média elevada comparada à média em nível nacional. Os
resultados mostraram uma diferença de 864 quilogramas ou seja 14,4 sacas de 60 quilos
por hectare, entre o melhor tratamento em comparação com a testemunha absoluta “dose
zero”. A diferença não foi detectada pelo teste de médias, mas apresenta alta viabilidade
econômica.
Concluímos ainda que esta pesquisa deverá ser conduzida por mais quatro safras
na mesma área e com os mesmos tratamentos para que possamos consolidar os resultados
obtidos neste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e insumos necessários, a Pedreira Araguaia e a Tratto Agronegócios por
ter fornecido o remineralizador micaxisto FTX e aos componentes do Núcleo de Estudos
e Pesquisa em Fitotecnia por contribuído de maneira direta ou indireta na implantação e
condução deste projeto.
Capítulo 5
70
REFERÊNCIAS
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72
CAPÍTULO 6
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Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetivou avaliar as
características agronômica “biometria da planta”
da cultivar do algodão FM 983 GLT em função
das doses de remineralizador de solo utilizado. A
pesquisa foi conduzida no ano agrícola de 2019
“segunda safra” no Núcleo de Fitotecnia, Município
de Mineiros. Goiás. O local de implantação
da pesquisa a 18° 68’ Sul de latitude e 38°31’
Oeste de longitude, com aproximadamente 865
metros de altitude. O delineamento experimental
foi em blocos casualizados e um único fator de
tratamento e quatro repetições, os dados foram
analisados pelo programa Sisvar, os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância,
Capítulo 6
73
sendo as médias comparadas pelo”t” teste, quando detectada significância para a ANOVA
a 5% de probabilidade. As características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas
foram: PP: População de Planta; AP: Altura de planta (cm); NNP: Número de nós por plantas;
NRF: Número de ramos frutíferos; NRV: Número de ramos vegetativos; NCPP: Número de
capulhos por plantas; P @ ha-1: Produtividade em arrobas por hectare; CE: Comprimento
de entrenós; %CA: Porcentagem de capulhos abertos; PMC: Peso médio de capulho. Os
resultados nas características agronômicas: Produtividade em arroba por hectare, número de
ramos vegetativos, números capulho por plantas, altura de plantas, número de nós por planta,
número de ramos frutíferos obtiveram resultados positivos com o uso do remineralizador de
solo. A cultura do algodão respondeu positivamente em varias caracteristicas agronômicas
mensuradas, sendo assim podemos concluir que o remineralizado é uma nova ferramenta a
ser utilizada como fertilizante na cultura.
PALAVRAS-CHAVE: Agroecologia. Sustentabilidade. Pó de rocha. Fertilizante orgânico.
USE OF DIFFERENT DOSES OF SOIL REMINERALIZER IN COTTON CULTURE
AND SURVEY OF BIOMETRIC VARIABLES
ABSTRACT: This work aimed to evaluate the agronomic characteristics “plant biometrics”
of the cotton cultivar FM 983 GLT as a function of the doses of soil remineralizer used. The
survey was conducted in the agricultural year of 2019 “second harvest” at the Fitotecnia
Center, Mineiros Municipality. Goiás. The site where the research was implemented at 18
° 68 ’South latitude and 38 ° 31’ West longitude, with approximately 865 meters of altitude.
The experimental design was in randomized blocks and a single treatment factor and four
repetitions, the data were analyzed by the Sisvar program, the data obtained were subjected
to analysis of variance, and the means were compared by the “t” test, when significance
was detected for the ANOVA at 5% probability. The agronomic characteristics “biometrics
of plants” evaluated were: PP: Plant Population; AP: Height of plant (cm); NNP: Number of
nodes per plant; NRF: Number of fruitful branches; NRV: Number of vegetative branches;
NCPP: Number of bolls per plant; P @ ha-1: Productivity in arrobas per hectare; CE: Length
of internodes; % CA: Percentage of open bolls; PMC: Average weight of boll. The results
in the agronomic characteristics: Productivity in arroba per hectare, number of vegetative
branches, number of bolls per plant, plant height, number of nodes per plant, number of
fruitful branches obtained positive results with the use of soil remineralizer. The cotton
culture responded positively in several measured agronomic characteristics, thus we
can conclude that the remineralized is a new tool to be used as fertilizer in the culture.
KEYWORDS: Agroecology; Sustainability; Rock powder; Organic fertilizer;
INTRODUÇÃO
A cultura do algodoeiro (Gossypium hirsutum L) pertencente à família Malvaceae
que por origem a regiões subtropical e tropical, é uma das principais culturas plantada no
Brasil e possui um valor econômico elevado em âmbito mundial.
A fibra do algodão é uma das fibras mais conhecidas no mundo. A planta foi
domesticada pelos árabes há mais de quatro mil anos e utilizadas por várias civilizações
antigas. Na Europa, o uso regular inicia-se na época das Cruzadas e a partir do século
XVIII, com o surgimento de máquinas de descaroçamento e de fiação, o algodão passa a
dominar o mercado mundial de fios e tecidos (AMPA, 2017).
Capítulo 6
74
A região Centro-Oeste é na atualidade a maior produtora brasileira de algodão
que resulta em produtos diversificados em que todas as partes vegetais são aproveitadas.
O fruto do algodoeiro é composto pelas sementes (52%), fibras (40%) e demais estruturas
botânicas (8%). As fibras crescem aderidas às sementes seladas numa cápsula,
denominada de capulho, é a parte que tem maior importância econômica. O caroço é
destinado à alimentação animal podendo em parte ser beneficiado na produção de óleo,
torta e farelo (ABRAPA, 2013).
De acordo com Conab (2018) a estimativa para a safra 2018/19 na produção
brasileira de algodão é de 2.413,7 mil toneladas de pluma, significando um aumento da
ordem de 20,3% em relação à safra anterior e aumento da área plantada de 25,3%. Caso
os dados se confirmem a produção de algodão terá uma safra recorde.
O algodoeiro é exigente em adubação e o custo com fertilizantes pode
representar até 30% do custo total de produção (ANDA, 2018). Portanto, é fundamental o
desenvolvimento de estratégias de manejo que tornem mais eficiente o uso de fertilizantes
ou introduza técnicas alternativas que diminua a dependência externa na sua aquisição, o
risco ambiental da adubação química e aumente a competitividade do produtor brasileiro
no mercado externo.
De encontro a essas necessidades, a rochagem, definida como prática de aplicação
de pó de rocha rico em minerais, como o pó de basalto, que contém cálcio, magnésio,
potássio e fósforo, assim como micronutrientes essenciais com objetivo de remineralização
de solos (Leonardos et al., 2000). É uma fertilização inteligente, pois apresenta dissolução
lenta dos nutrientes, garante produtividade através de efeito residual dos elementos
minerais, aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC) dos solos (Melamed et al., 2007),
utiliza rejeitos de mineração (Theodoro et al., 2010) se constituindo em uma alternativa
viável em termos econômicos e ecológicos. Pode atender a alta demanda da agricultura
por fertilizantes químicos que não consegue ser atendida pela indústria nacional. O custo
é baixo pela ampla distribuição geográfica das rochas e o processo de beneficiamento
envolve somente a moagem das rochas.
Este trabalho objetivou avaliar as características agronômica “biometria da planta” da
cultivar do algodão FM 983 GLT em função das doses de remineralizador de solo utilizada.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida no ano agrícola de 2019 “segunda safra” no Núcleo de
Fitotecnia, Município de Mineiros. Goiás. O local de implantação da pesquisa a 18° 68’ Sul
de latitude e 38°31’ Oeste de longitude, com aproximadamente 865 metros de altitude.
A predominância do clima na região, classificada por Köppen (2013) é tipo Aw, tropical
úmido com chuva na estação do verão e na estação do inverno seca. A média do índice
pluviométrico anual é de 1.680 a 1920 milímetros, obtendo uma média de temperatura
anual de 26°C, com uma média de umidade relativa do ar de 68% (Figura 1).
As chuvas tem predominância nos meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro,
fevereiro e março, sendo que nos meses de junho a agosto, são os três meses com maior
índice de seca, com uma média de precipitação de 27 milímetro, e os meses de dezembro
Capítulo 6
75
a fevereiro, perfazendo os três meses mais chuvoso do ano (Figura 1).
Figura 1. Temperatura máxima (Co) médias mensais, umidade relativa do ar (%) e precipitação
pluvial (mm) acumuladas na safra 2018/2019 no Município de Mineiros; Goiás. 2019.
Fonte: AGRITEMPO – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Mineiros / INMET.
Mineiros/GO. 2019.
A área experimental é constituída por Argissolo Vermelho de textura argilosa em
consonância com a EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, “Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos” (EMBRAPA, 2013), está área foi ocupada originalmente
a vários anos com culturas anuais.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e um único fator de
tratamento ”remineralizador”, com 10 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1 (controle negativo); T2: 3.000
Kg ha-1; T3: 6.000 Kg ha-1; T4: 9.000 Kg ha-1; T5: 12.000 Kg ha-1; T6: 15.000 Kg ha-1; T7:
18.000 Kg ha-1; T8: 21.000 Kg ha-1; T9: 24.000 Kg ha-1; T10: 27.000 Kg ha-1.
Com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro
linhas de quatro metros de comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de
comprimento e espaçamento de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0
metros de comprimentos. O pó de rocha utilizado foi distribuído na superfície da linha de
plantio, sem incorporação.
A avaliação da população foi feita 30 dias após germinação (DAG), estudos da
biometria (parte aérea) foi realizado no estádio fenológico C5 (5ª ramo com capulho aberto)
e produtividade em @ por hectare no estádio fenológico CN (maturação fisiológica da
planta). Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas de
0,0 a 0,20 e de 0,20 a 0,40 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij
& Quaggio (1983). Os resultados dos teores dos macros e micros nutrientes obtidos na
análise de solo, conforme indicação para o cerrado, fosforo com teores baixo, potássio com
teores muito baixo, cálcio com teores alto e magnésio, conforme a profundidade 0,0 a 0,20
Capítulo 6
76
m teores altos e na profundidade de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram
feitas no Laboratório de Fertilidade do Solo da UNIFIMES e estão expressas na (Tabela 1).
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm
0 – 20
4,9
7
1,6
18
10
0
31
29,6
20 – 40
4,9
61
1
5
3
0
29
9
Profundidade
(cm)
mmolc dm
-3
CTC
V
M.O.
%
g dm-3
60,8
49,05
22
38
23,76
18
-3
Tabela 1. Resultados obtidos na análise química do solo, da área experimental do Núcleo
de Fitotecnia, amostrado antes do plantio da cultivar de algodão FM 983 GLT. Município de
Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
A cultivar de algodão implantada foi FM 983 GLT e as sementes foram tratadas com
agroquímicos: inseticida Imidacloprido 150 g/L + Tiodicarbe 450 g/L na dose de 2,4 L 100
kg-1 semente e os fungicidadas Carbendazim 150 g/L+Tiram 350 g/L na dose 600 ml 100
kg-1semente, Pencicurom 250 g/L na dose 300 ml 100 kg-1semente, Triadimenol 150 g/L na
dose 200 ml 100 kg-1semente, Azoxistrobina 75 g/L+Fludioxonil 12.5 g/L+Metalaxil-M 37.5
g/L na dose 300 ml 100 kg-1semente e seu recobrimento foi utilizado Peridiam®300 ml 100
kg-1 + Taikum closs® 1,8 L 100 kg-1 tratamento industrial feito pela própria fornecedora da
semente.
Os óxidos analisados (%) (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5, SO3 e LOI), foram determinados pela medida de difração de raios-X (DRX) em
um difratômetro Bruker D8 Discover e constam na Tabela 2. A medida de difração de
raios-X (DRX) foi realizada em um difratômetro Bruker D8 Discover. Utilizou-se radiação
monocromática de um tubo com anodo de cobre acoplado a um monocromador Johansson
para Kα1 operando em 40kV e 40mA, configuração Bragg-Brentano Ø-2Ø, detector
unidimensional Lynxeye®, 2Ø de 5º a 100º e passo de 0,01º. As amostras foram mantidas
em rotação de 15 rpm.
O pó de rocha de solo, possui granulometria do produto final é de 0,3 a 1,0 mm
e sua classificação foi determinada pela IN 5 de 13 de março de 2016 no Capítulo 1,
Seção II quanto a origem sendo a rocha basáltica de classe “E”, Seção III, Especificações
e garantias do produto, na subseção I “remineralizadores” do Artigo 4 os remineralizadores
deverão apresentar as seguintes especificações e garantias mínimas:
I - Em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo I desta
Instrução Normativa;
II - Em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou superior a 9%
(nove por cento) em peso/peso;
III - Em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou superior a 1%
(um por cento) em peso/peso; e
IV - Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor conforme
declarado pelo registrante. remineralizador de solos pelo ponto de vista da soma de bases
e teor de K2O (Tabela 2).
Capítulo 6
77
Base
úmida
Amostra
Óxidos analisados (%) em massa
SiO2
TiO2
Al2O3
Fe2O3
MnO
MgO
CaO
Na2O
K2O
P2O5
SO3
LOI
50,45
2,39
12,77
16,17
0,24
4,68
9,16
2,34
1,03
0,25
>LQ
0,90
Tabela 2. Remineralizador utilizado nos tratamentos da cultivar de algodão FM 983 GLT,
conduzido no Núcleo de Fitotecnia. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
(<LQ) = Concentração abaixo do limite quantificável.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
As características agronômicas “biometria das plantas” foram: PP: População de
Planta; AP: Altura de planta (cm); NNP: Número de nós por plantas; NRF: Número de ramos
frutíferos; NRV: Número de ramos vegetativos; NCPP: Número de capulhos por plantas;
P @ ha-1: Produtividade em arrobas por hectare; CE: Comprimento de entrenós; %CA:
Porcentagem de capulhos abertos; PMC: Peso médio de capulho. Para estas avaliações
de população de plantas, foi contado o número de plantas nas duas linhas centrais com
descarte de um metro nas extremidades. Para avaliação da produtividade (P @ ha-1) foram
coletados os capulhos das plantas na área útil de cada parcela e pesados.
Os dados foram analisados pelo programa Sisvar, proposto por Ferreira (2015). Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo”t” teste, quando detectada significância para a ANOVA a 5% de probabilidade para a
comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao usar o pó de rocha de origem basáltica, nota-se que as variáveis tecnológicas
de população de planta, não registraram diferença significativa pelo teste F. Percebe-se
também que as variáveis tecnológicas altura de plantas, número de nós por plantas e
número de ramos frutíferos, mostrou diferença significativa entre as doses utilizadas pelo
teste de médias.
Nota-se na característica agronômica altura de planta, onde os melhores tratamentos
foram observados nos tratamentos T3 com uma dose de 6,0 toneladas por hectare e valor
médio de 82,13 centímetros de altura, se assemelhando aos demais, com exceção dos
tratamentos T1 e T4, com os valores médios de 60,75 e 74,90 centímetros respectivamente,
sendo que o tratamento T1 (testemunha negativa) foi o que obteve a menor altura de planta
(Tabela 3).
Percebe-se também na (Tabela 3) para número de nos por plantas que ouve diferença
significativa entre os tratamentos, sendo o melhor número de nós por plantas obtidos nos
tratamentos T1; T7 e T10 com as respectivas médias 12,88; 13,35 e 13,55 nós por plantas,
observamos que o menor número de nós por plantas foi encontrado no tratamento T2 com
a respectiva média 10,90 nós por plantas, assemelhando aos tratamentos T1; T4 e T8 com
as respectivas médias 11,68; 11,65 e 11,73 nós por plantas.
Capítulo 6
78
Em relação a número de ramos frutíferos (Tabela 3), foi encontrado diferença
significativa entre os tratamentos utilizados, onde podemos notar que o melhor número de
ramos frutíferos foi encontrado no tratamento T10 (testemunha positiva), assemelhando
estatisticamente com os tratamentos T3; T4; T5 e T8 com as respectivas médias 6,18;
6,33; 6,08 e 6,58 ramos frutíferos e o tratamento com o menor número de ramos frutíferos
foi encontrado no tratamento T1 (testemunha negativa) com valor média de 4,30 ramos
frutíferos.
TR
Dose t ha-1
PP
AP
NNPP
NRF
1
Zero
10,1
60,75 c
11,68 cd
4,30 e
2
3
9,5
74,40 ab
10,90 d
5,88 bcd
3
6
9,7
82,13 a
12,88 a
6,18 ab
4
9
10,0
74,90 bc
11,65 cd
6,33 abcd
5
12
9,5
81,58 a
13,15 bc
6,08 abcd
6
15
10,0
77,98 a
12,55 bc
5,38 de
7
18
10,0
77,58 a
13,35 ab
5,45 cd
8
21
8,9
74,33 ab
11,73 cd
5,65 cd
9
24
9,5
78,15 a
13,08 bc
6,58 abc
10
27
10,0
83,23 a
13,55 ab
7,15 a
CV (%)
-
8,74
9,94
8,5
13,17
DMS
-
9,98
10,89
1,56
1,13
Tabela 3. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do algodão, cultivar FM 983 GLT, conduzido no Núcleo de Fitotecnia, em função das doses de
remineralizador. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Tratamentos (TR), dose em toneladas por hectare (D t ha-1), PP: População de Planta; AP:
Altura de planta (cm); NNPP: Número de nós por plantas; NRF: Número de ramos frutíferos.
Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a 5% de probabilidade, pelo teste t.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Podemos visualizar na (Figura 1A) para curva polinomial da característica
agronômica, altura de plantas, onde podemos notar que os melhores tratamentos, isto
é, com maior altura foram encontrados nos tratamentos T1; T2; T3; T5; T6; T7; T8; T9 e
T10 com as respectivas médias 74,40; 82,13; 81,58; 77,98; 77,58; 74,33; 78,15; 83,23
assemelhando entre-se estatisticamente. Também podemos notar que a menor média foi
encontrada no tratamento T1 (controle negativo) com uma média de 60,75 centímetros de
altura.
Podemos notar (Figura 1B) no número de nos por plantas que ouve diferença
significativa entre os tratamentos, sendo o melhor número de nós por plantas obtido no
tratamento T10 com a média de 13,55 nós por plantas, observamos que o menor número
de nós por plantas foi encontrado no tratamento T2 com a respectiva média 10,90 nós por
plantas, assemelhando aos tratamentos T1; T4 e T8 com as respectivas médias 11,68;
11,65 e 11,73 nós por plantas.
Em relação a característica agronômica, número de ramos frutíferos na curva
Capítulo 6
79
polinomial, (Figura 1C) foi encontrado diferença significativa entre os tratamentos utilizados,
onde foi possível notar que o melhor número de ramos frutíferos foi encontrado no tratamento
T10 (testemunha positiva), assemelhando estatisticamente com os tratamentos T3; T4; T5
e T8 com as respectivas médias 6,18; 6,33; 6,08 e 6,58 ramos frutíferos, e o tratamento
com o menor número de ramos frutíferos foi encontrado no tratamento T1 (testemunha
negativa) com uma média de 4,30 ramos frutíferos.
Figura 1. Curva das variáveis tecnólogicas altura de plantas, número de nós por plantas e
número de ramos flutiféros da cultura do algodão, cultivar FM 983 GLT, em função do uso do
remineralizador, conduzido no Núcleo de Fitotecnia. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Como o uso do pó de rocha de origem basáltica, podemos observar que as variáveis
tecnológicas comprimento de entrenós, não registraram diferença significativa pelo teste
F, mas quando observamos a característica agronômica de número de ramos vegetativos
e número de capulhos por plantas, podemos notar diferença significativa entre as doses
utilizadas pelo teste de médias.
Observamos na (Tabela 4) para característica agronômica números de ramos
vegetativos, onde os melhores resultados encontrados e assemelhando-se estatisticamente,
foram observados, nos tratamentos T5; T6; T7 e T10 , com as respectivas médias 7,33;
6,95; 7,88 e 6,80 ramos vegetativos, no oposto da situação podemos entrar os menores
valores de ramos vegetativos nos tratamentos T1; T2; T4 e T8 com as respectivas médias
5,83; 6,10; 5,58 e 5,0 ramos vegetativos.
Percebe na característica agronômica (Tabela 4), número de capulho por plantas
foi possível observar diferença significativa entre os tratamentos, onde o tratamento com
maior número de capulho por planta foram encontrados nos tratamentos T3; T5; T6; T7
e T10, com as respectivas médias 7,0; 7,3; 6,95; 7,88 e 6,80 capulhos por plantas e o
resultado com menor número de capulhos por plantas foi encontrado no tratamento T8 com
uma média de 5,00 capulhos por plantas (Tabela 4).
Capítulo 6
80
TR
Dose t ha-1
NRV
1
Zero
5,83 cde
5,75 e
6,48
2
3
6,10 cde
7,80 bcd
6,73
3
6
7,00 abc
8,78 ab
7,40
4
9
5,58 de
9,63 a
6,08
NCPP
CE (cm)
5
12
7,33 ab
7,25 de
6,80
6
15
6,95 abc
8,33 abc
6,43
7
18
7,88 a
7,57 cde
7,13
8
21
5,00 e
7,38 bcde
5,48
9
24
6,65 bcd
6,85 cde
6,40
10
27
6,80 abc
7,90 abcd
6,35
CV (%)
-
12,44
16,31
13,38
DMS
-
1,17
1,78
1,26
Tabela 4. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do algodão, cultivar FM 983 GLT, conduzido no Núcleo de Fitotecnia, em função das doses de
remineralizador. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Tratamentos (TR), dose em toneladas por hectare (D t ha-1), NRV: Número de ramos
vegetativos; NCPP: Número de capulhos por plantas; CE: Comprimento de entrenós (cm).
Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a 5% de probabilidade, pelo teste t.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Registra-se na curva polinomial (Figura 2A) para característica agronômica
números de ramos vegetativos, onde o melhor resultado foi encontrado no tratamento T7
com r respectiva média 7,88 de ramos vegetativos, no oposto da situação podemos entrar
o menor valor de ramos vegetativos no tratamento T8 com a média 5,0 ramos vegetativos
por planta.
Detecta-se na curva polinomial (Figura 2B) para característica agronômica
número de capulho por plantas onde foi possível observar diferença significativa entre os
tratamentos, onde o tratamento com maior número de capulho por planta foi encontrado no
tratamento T7com a média 7,88 capulhos por plantas e o resultado com menor número de
capulhos por plantas foi encontrado no tratamento T8 com uma média de 5,00 capulhos por
plantas.
Capítulo 6
81
Figura 2. Curva das variáveis tecnólogicas número de ramos vegetativos e número de capulhos
por plantas da cultura do algodão, cultivar FM 983 GLT, em função do uso do remineralizador,
conduzido no Núcleo de Fitotecnia. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Pode-se depreender, que a característica agronômica de produtividade em
arrobas por hectare, ocorreu diferença significativa entre os tratamentos estudados, sendo
que o tratamento que proporcionou uma melhor produtividade em arrobas por hectare foi o
tratamento T9 e T10 , com umas médias de 325,50 e 358,0 respectivamente, em arrobas
por hectare, enquanto que o menor valor obtido em arrobas por hectare foi encontrado no
tratamento T1 (controle negativo, com dose zero de pó de rocha) obtendo uma média de
227,00 arrobas por hectare (Tabela 5).
TR
Dose t ha-1
P @ ha-1
PMC
%CA
1
2
zero
227,00 e
5,00
100
3
238,50 de
5,50
100
3
6
245,00 de
4,75
100
4
9
245,50 de
4,50
100
5
12
245,75 de
5,25
100
6
15
263,75 cde
4,75
100
7
18
278,00 cd
5,00
100
8
21
298,00 bc
5,00
100
9
24
325,50 ab
5,00
100
10
27
358,00 a
4,75
100
CV (%)
-
10,3
14,50
3,75
DMS
-
40,85
1,04
1,44
Tabela 5. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do algodão, cultivar FM 983 GLT, conduzido no Núcleo de Fitotecnia, em função das doses de
remineralizador. Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Tratamentos (TR), P @ ha-1: Produtividade em arrobas por hectare; dose em toneladas por
hectare (D t ha-1), %CA: Porcentagem de capulhos abertos, PMC: Peso médio de capulho (g).
Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a 5% de probabilidade, pelo teste t.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Podemos visualizar na (Figura 3A) para curva polinomial da característica agronômica,
Capítulo 6
82
produtividade em arrobas por hectare, onde podemos notar que o melhor tratamento, isto é,
com maior quantidade de arrobas por hectare foi encontrado no tratamento T10 , com uma
média de 358,0 em arrobas por hectare, enquanto que o menor valor obtido em arrobas por
hectare foi encontrado no tratamento T1 (controle negativo, com dose zero de pó de rocha)
obtendo uma média de 227,00 arrobas por hectare.
Figura 3. Curva das variáveis tecnólogicas produtividade em arrobas por hectare, cultivar FM
983 GLT, em função do uso do remineralizador, conduzido no Núcleo de Fitotecnia. Município
de Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
CONCLUSÕES
A cultura do algodão respondeu positivamente em varias caracteristicas agronômicas
mensuradas, sendo assim podemos concluir que o remineralizado é uma nova ferramenta
a ser utilizada como fertilizante na cultura.
REFERÊNCIAS
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Brasileiro - Safra 2012/2013: Desafios e Estratégias / Organizadores: Marcos Fava Neves e Mairun
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pelo uso da rochagem. Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em Produção Vegetal.
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83
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Capítulo 6
84
CAPÍTULO 7
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
USO DE FERTILIZANTE À BASE DE CÁLCIO NA
CULTURA DA SOJA NA REGIÃO CENTRO-OESTE
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetivou utilizar o
fertilizante à base de cálcio na cultura da soja,
cultivar Agroeste 3730 como mais uma opção para
a cultura da soja implantada na região do CentroOeste brasileiro. O experimento foi conduzido
na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, na
Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado
de Goiás, em sistema de cultivo convencional,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia. A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude
e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de altitude. Os
parâmetros agronômicos “biometria das plantas”
foram avaliados da seguinte maneira: a população
Capítulo 7
85
foi analisada 30 dias após a germinação, estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi
realizado no ato da colheita, que são, número de ramificações, número de vagens de um
grão, número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número de vagens
por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare. Para avaliação da
produtividade foram coletadas as plantas na área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, foi
utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e o material pesado em balança de
precisão. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com um único fator, e as
dose de FortCálcio utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3: 250 Kg
ha-1; T4: 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg ha-1; T6: 400 Kg ha-1; T7: 450 Kg ha-1) e quatro repetições. Os
dados foram analisados pelo programa SISVAR e submetidos à análise de variância, sendo
as médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA
a p=0,05 de probabilidade para a comparação de médias. Os resultados mostraram uma
diferença de 1.111 quilogramas ou seja 18,52 sacas de 60 quilos por hectare entre o melhor
tratamento em comparação com a testemunha absoluta “dose zero” não sendo detectado
pelo teste de médias, mas altamente perceptível ao bolso do produtor rural.
PALAVRAS-CHAVE: Produtividade. FortCalcio. Fertilizante orgânico. Condicionador de solo.
Agricultura sustentável.
USE OF CALCIUM-BASED FERTILIZER IN SOYBEAN CULTURE IN THE
CENTRAL-WEST REGION
ABSTRACT: This work aimed to use the calcium-based fertilizer in the soybean culture, to
cultivate Agroeste 3730 as another option for the soybean culture implanted in the Brazilian
Midwest region. The experiment was carried out in the harvest of the agricultural years of
2019/2020, at Fazenda Panamá, municipality of Itumbiara, state of Goiás, in a conventional
cultivation system, implemented by the Center for Study and Research in Phytotechnics. The
locality has as geographical coordinates, 17 ° 58 ’S latitude and 45 ° 22’ W longitude and
554 m altitude. The agronomic parameters “plant biometrics” were evaluated as follows: the
population was analyzed 30 days after germination, studies of plant biometrics (aerial part)
were carried out at harvest, that is, number of branches, number of pods of a grain, number
of pods of two grains, number of pods of three grains, number of pods per plant, weight of a
thousand grains and productivity in kilogram per hectare. To evaluate productivity, plants were
collected in the useful area of each parcel and manually threshed with the weighing of the
grains in each parcel, and for the weight of a thousand grains, a tray was used to count the
thousand grains and the material weighed in precision scale. The experimental design was
in randomized blocks with a single factor, and the doses of FortCalcio used were in 7 levels
(T1: 0.0 Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3: 250 Kg ha-1; T4 : 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg ha-1; T6:
400 Kg ha-1; T7: 450 Kg ha-1) and four repetitions. The data were analyzed by the SISVAR
program and submitted to analysis of variance, the means being compared by the Tukey test,
when significance was detected for ANOVA at p = 0.05 of probability for the comparison of
means. The results showed a difference of 1,111 kilograms, ie 18.52 bags of 60 kilograms
per hectare, between the best treatment compared to the absolute control “zero dose”, which
was not detected by the means test, but highly perceptible to the pocket of the rural producer.
KEYWORDS: Productivity. FortCalcio. Organic fertilizer. Soil conditioner. Sustainable
Agriculture.
Capítulo 7
86
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merril) é uma planta anual, herbácea, ereta, autógama, de
origem asiática e apresenta variabilidade fenotípica altamente influenciadas pelo ambiente,
como a altura, número de ramificações, ciclo de vida. O fruto é do tipo legume (vagem) com
variação entre um a cinco grãos com variações quanto à forma, tamanho e cor (SEDIYAMA,
2009). O grão é utilizado na fabricação de rações animais e se destaca pelo alto teor de
proteínas (em torno de 40%) e óleo (20%) e na composição de alimentos industrializados
para o consumo humano.
De acordo com a CONAB (2020) o Brasil é na atualidade o maior produtor de soja
do mundo, com expectativas de crescimento. Espera-se para o ano agrícola de 2020/2021
um aumento de área plantada da oleaginosa de 3,3% em comparação à safra anterior,
que deverá atingir 38,2 milhões de hectares semeados do qual se espera uma produção
recorde de 134.451,1 mil toneladas, e um incremento de 7,7% em relação à safra anterior.
Para Santos (2013) número de vagens por planta, o número de sementes por vagem
e a massa ou peso de 100 ou 1000 sementes são os componentes mais importantes na
avaliação da produção que para atingir o potencial genético depende não somente das
interações com o ambiente mas também, do conhecimento das bases fisiológicas que
direcionam a melhor forma de manejo da cultura e práticas de cultivo.
O cálcio (Ca) é um elemento químico estrutural transportado pelo xilema, via
corrente transpiratória, das raízes para a parte aérea e é praticamente imóvel no floema e
por não ser redistribuído no corpo do vegetal, os sinais e sintomas de deficiência nutricional
podem ser percebidos em partes jovens da planta. A carência desse macronutriente pode
comprometer a formação de meristemas vegetativos e reprodutivos. As funções do Ca na
planta envolvem a formação de pectatos de cálcio, material responsável pela formação da
lamela média e da parede celular primária, a germinação do grão de pólen e crescimento
do tubo polínico e de fundamental importância no processo de fecundação, fixação dos
botões florais e formação de vagens (MALAVOLTA, 1976, 1985).
O Ca é absorvido pelas raízes como Ca2+ e o principal mecanismo envolvido é
o fluxo de massa. O cálcio celular pode ser encontrado ligado as paredes celulares ou
armazenado no vacúolo onde pode se precipitar formando cristais. Essa é uma estratégia
para mantê-lo em baixas concentrações evitando que interfira em vários processos
metabólicos, em especial, a permeabilidade da parede celular. É um mensageiro químico
relacionado às respostas metabólicas como crescimento e desenvolvimento de plantas,
divisão e diferenciação celular, polaridade e alongamento celular, defesa e resposta da
planta a estresses bióticos e abióticos (SALISBURY; ROSS, 1994; TAIZ; ZEIGER, 2004).
Este trabalho objetivou utilizar o fertilizante à base de cálcio como mais uma opção
para a cultura da soja implantada na região do Centro-Oeste brasileiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra dos anos agrícolas de 2019/2020, com a cultura
da soja, cultivar Agroeste 3730 na Fazenda Panamá, município de Itumbiara, estado de
Capítulo 7
87
Goiás, em sistema de cultivo convencional, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia, A localidade apresenta como coordenadas geográficas aproximadas,
18°18’24’’S de latitude e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de altitude.
No ato do plantio da cultura da soja, cultivar Agroeste 3730, foi realizado a
distribuição superficial do fertilizante mineral simples na forma de carbonato de cálcio
com as seguintes concentrações: 38% de cálcio, 0,5% de magnésio e com 3% de aditivo
amiláceos “FortCálcio”. O sistema de plantio foi convencional, com gradagem com grade
aradora e niveladora, posteriormente foi realizada a distribuição das sementes e fertilizante.
O clima predominante da região, conforme classificação de Alvares et al. (2013) é
do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e Umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante na área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (Embrapa, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio
(2001). Os resultados dos teores dos macros e micros nutrientes obtidos na análise de
solo, conforme indicação para o cerrado, fosforo com teores baixo, potássio com teores
Capítulo 7
88
muito baixo, cálcio com teores alto e magnésio, conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m e
teores alto. As análises foram realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRVUniversidade de Rio Verde e estão expressas na (Tabela 1).
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos para a análise química do solo, amostrado antes do plantio
de soja cultivar Agroeste 3730 em área experimental implantada pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados da seguinte
maneira: A população foi realizada 30 dias após germinação (DAG), estudos da biometria
das plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, que são eles: número de
ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta
(NVPP), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Para avaliação da produtividade (P Kg ha-1) foram coletadas as plantas na área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grão de cada parcela, e
para o peso de mil grãos (PMG), foi utilizado uma bandeja para contagem de mil grãos e
pesado em balança de precisão, “ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%”.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com um único fator, e as
dose de FortCálcio utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3: 250
Kg ha-1; T4: 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg ha-1; T6: 400 Kg ha-1; T7: 450 Kg ha-1) e quatro
repetições.
Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos. O
fertilizante a base de cálcio utilizado foi distribuído na superfície da área de plantio, sem
incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Detecta-se no resumo da análise de variância estimada para os parâmetros
biométrico para cultura da soja, cultivar Agroeste 3730 que não foi possível detectar
diferença significativa entre os blocos.
Verifica-se também que para o fator de variância tratamentos, as variáveis
Capítulo 7
89
mensuradas foram população de planta, altura de planta, número de ramificações, número
de vagens de um grão, número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos,
número de vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare,
e em nenhum dos dados gerados foi possível visualizar diferença significativa entre os
tratamentos utilizados (Tabela 2).
Observa-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios, indicando que
os dados coletados para os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram obtidos
com precisão conforme o proposto por Carvalho et al. (2003). Os resultados do presente
trabalho assemelham-se aos de Nakayama et al. (2013) em que os coeficientes de variação
se encontram dentro da faixa considerados como médios e com baixa dispersão.
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
6,14
6,35
14,15
18,83
31,68
DMS
-
1,90
12,07
2,93
1,67
5,00
FV
GL
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
10
ns
ns
ns
ns
ns
Erro
30
-
-
-
-
-
CV%
-
19,70
25,50
20,16
27,77
18,79
DMS
-
10,87
15,28
25,09
69,99
1.499,00
Tabela 2. Resumo da análise de variância (F) dos parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” para cultura da soja cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescente do
Fertilizante mineral simples FortCalcio usado em experimento implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns: não
significativo (p<0,05). População de planta (PP), altura de planta (AP), número de ramificações
(NR), número de vagens de um grão (NV1G), número de vagens de dois grãos (NV2G),
número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP), peso de mil
grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Pode-se notar na Tabela 3 que as médias dos parâmetros agronômicos “biometria
das plantas”: população de planta, altura de planta, número de ramificações, número de
vagens de um grão não diferiram significativamente entre si nos tratamentos utilizados
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Em trabalho realizado por Dalpiva (2014) que
testou cálcio na cultura da soja não obteve resultado significativo nas variáveis analisadas
como a produtividade, peso de mil grãos, número total de vagens, número de vagens
viáveis, porcentagem de vagens viáveis, número de grãos por planta e número de grãos
por vagens. Encontrou também vagens chochas de um grão, dois grãos e três grãos, dados
este, que corroboram com este trabalho.
Capítulo 7
90
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPV (cm)
NR
NV1G
1
Zero
13,25
83,25
9,25
3,75
3,50
2
200
13,25
82,75
7,25
4,50
3,50
3
250
13,00
77,25
9,75
3,75
4,75
4
300
13,00
87,50
9,00
3,50
4,00
5
350
13,25
83,00
9,00
3,75
5,00
6
400
13,25
77,25
9,50
3,25
3,50
7
450
13,50
78,25
8,25
3,00
4,75
CV%
-
6,14
6,35
14,15
18,83
31,68
DMS
-
1,90
12,07
2,93
1,67
5,00
Tabela 3. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja,
cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescente do Fertilizante mineral simples
FortCalcio usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), número de ramificações (NR), número de vagens de um grão (NV1G),
pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
A Tabela 4 apresenta resultados para os parâmetros agronômicos “biometria das
plantas” de número de vagens de dois grãos, número de vagens de três grãos, número
de vagens por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare para
cultura de soja cultivar Agroeste 3730 em doses crescentes de fertilizante à base de cálcio.
Nota-se que não ocorreu diferença significativa entre os tratamentos testados, porém, a
produtividade se manteve em patamares elevados, em que o melhor resultado obtido foi no
tratamento T7 com uma média de 3.741 quilogramas por hectare e a testemunha absoluta
“dose zero” T1 com uma média de 2.630 quilogramas por hectare com uma diferença de
1.111 quilogramas ou seja, 18,52 sacas de 60 quilos por hectare. Apesar de dessa diferença
não ter sido detectada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, foi altamente perceptível
no bolso do produtor rural.
Seidel e Basso (2012) trabalharam com a cultura da soja e não encontraram diferença
significativa nas variáveis tecnológicas para o número de vagens por planta, número médio
de grãos por vagem e massa de mil grãos com a aplicação de cálcio e boro. Rosso et al.
(2016) trabalharam com aplicação do fertilizante cálcico de forma localizada em superfície
o que proporcionou incremento de 10% na produtividade de grãos da soja em relação a
testemunha. Resultado semelhante foi encontrado neste trabalho.
Capítulo 7
91
TR
D kg ha-1
NV2G
NV3G
NVPP
PMG (g)
P Kg ha-1
1
Zero
23,75
24,25
51,73
95,00
2.630
2
200
26,25
28,50
58,50
95,00
4.061
3
250
24,00
23,50
52,05
100,00
3.034
4
300
23,25
25,50
52,83
115,00
3.366
5
350
20,25
28,75
54,03
105,00
3.766
6
400
21,25
20,50
45,33
110,00
3.289
7
450
26,50
27,00
58,25
135,00
3.741
CV%
-
19,70
25,50
20,16
27,77
18,79
DMS
-
10,87
15,28
25,09
69,99
1.499,00
Tabela 4. Médias dos parâmetros agronômicos “biometria das plantas” para cultura da soja
cultivar Agroeste 3730, em função das doses crescente do Fertilizante mineral simples
FortCalcio usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), número de vagens de dois
grãos (NV2G), número de vagens de três grãos (NV3G), número de vagens por planta (NVPP),
peso de mil grãos (PMG) e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
O uso do fertilizante à base de cálcio na cultura da soja cultivar Agroeste 3730
influenciou positivamente todos os parâmetros agronômicos que se mantiveram em
patamares elevados e principalmente, as médias de produtividade da cultura quando
comparadas com as médias em nível nacional.
Foi obtida uma diferença de 1.111 quilogramas ou seja 18,52 sacas de 60 quilos por
hectare entre o melhor tratamento em comparação com a testemunha absoluta “dose zero”
que apesar de não ter sido detectada pelo teste de médias, pode-se considerar como um
excelente custo benefício.
AGRADECIMENTOS
Um especial agradecimento ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e fornecido os insumos necessários para condução deste projeto, a empresa
FORT CAL pelo fornecimento do fertilizante à base de cálcio e aos componentes do Núcleo
de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia pelas contribuições de maneira direta ou indireta na
implantação e condução deste projeto.
Capítulo 7
92
REFERÊNCIAS
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Capítulo 7
93
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Capítulo 7
94
CAPÍTULO 8
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
MILHO IMPLANTADO EM SEGUNDA SAFRA NO
CENTRO-OESTE DO BRASIL COM A UTILIZAÇÃO
DO FORTCÁLCIO COMO FERTILIZANTE
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Natal Moura Martins
http://lattes.cnpq.br/2806338242990392
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: O presente trabalho teve como
objetivo utilizar o fertilizante FortCálcio como mais
uma opção de fertilizante para cultura do milho
implantada na região do Centro-Oeste brasileiro.
O experimento foi conduzido na segunda safra
do ano agrícola de 2020, na Fazenda Panamá,
município de Itumbiara, estado de Goiás, no
sistema de plantio direto sobre soqueira de soja,
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa
em Fitotecnia, A localidade apresenta como
coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude
e 49°30’41’’W de longitude e 554 m de altitude.
As características agronômicas “biometria das
plantas” avaliadas foram, a população de plantas,
realizada aos 30 dias após germinação (DAP),
Capítulo 8
95
estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi realizado no ato da colheita, altura de
inserção da primeira espira, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare.
Para avaliação da produtividade foram coletadas espigas de 10 plantas da área útil de cada
parcela e efetuada a debulha manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para
o peso de mil grãos, com umidade padrão de 14%, foi utilizado uma bandeja para contagem
dos mil grãos e pesado em balança de precisão. O delineamento experimental foi em blocos
casualizados com um único fator, e as dose de FortCálcio utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0
Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3: 250 Kg ha-1; T4: 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg ha-1; T6: 400 Kg ha-1;
T7: 450 Kg ha-1) e quatro repetições. Os dados foram analisados pelo programa SISVAR. Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo
teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a
comparação de médias. O uso do fertilizante do FortCálcio na cultura do milho, alcançou seu
objetivo, fez com que a produtividade da cultura se mantasse dentro de uma média elevada
e obteve um acréscimo em produtividade em comparação com controle absoluto “dose zero”.
PALAVRAS-CHAVE: Produtividade. Fertilizante mineral. Condicionador de solo. FortCál.
Agricultura sustentável.
CORN IMPLANTED ON SECOND HARVEST IN CENTRAL WEST OF BRAZIL
WITH THE USE OF FORTCÁLCIO AS FERTILIZER
ABSTRACT: The present work had as objective to use the FortCálcio fertilizer as another
fertilizer option for corn culture implanted in the Brazilian Midwest region. The experiment
was carried out in the second harvest of the 2020 agricultural year, at Fazenda Panamá,
municipality of Itumbiara, state of Goiás, in the no-tillage system on soybean ridge,
implemented by the Center for Study and Research in Plant Science, The location presents
as coordinates geographical areas, 17 ° 58 ‘S latitude and 45 ° 22’ W longitude and 554 m
altitude. The agronomic characteristics “plant biometrics” evaluated were, the population of
plants, performed at 30 days after germination (DAP), studies of plant biometry (aerial part)
were carried out at harvest, height of insertion of the first turn, weight thousand grains and
productivity in kilograms per hectare. For the evaluation of productivity, ears of 10 plants were
collected from the useful area of each plot and manually threshed with the weighing of the
grains of each plot, and for the weight of a thousand grains, with a standard humidity of 14%,
a tray was used for thousand grain count and weighed on a precision scale. The experimental
design was in randomized blocks with a single factor, and the doses of FortCalcio used were
in 7 levels (T1: 0.0 Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3: 250 Kg ha-1; T4 : 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg
ha-1; T6: 400 Kg ha-1; T7: 450 Kg ha-1) and four repetitions. The data were analyzed using
the SISVAR program. The data obtained were subjected to analysis of variance, the means
being compared by the Tukey test, when significance was detected for ANOVA at p = 0.05 of
probability for the comparison of means. The use of the FortCálcio fertilizer in the corn crop,
achieved its objective, made the crop productivity remain within a high average and obtained
an increase in productivity in comparison with absolute control “zero dose”.
KEYWORDS: Productivity. Mineral fertilizer. Soil conditioner. FortCál. Sustainable Agriculture.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma planta da Poaceae, originária do México e da américa
central sendo uma das principais espécies cultivadas no mundo com grande importância
econômica e alta demanda agrícola é destinada ao humano, produção de ração para
Capítulo 8
96
consumo animal e produção de etanol. São plantas anuais, com metabolismo via C4
(SALISBURY; ROSS, 2012) caule de consistência herbácea do tipo colmo, cilíndrico
ereto, raiz principal fasciculada, com raízes adventícia, fruto seco tipo cariopse rico em
carboidratos, lipídios, fibras, minerais e proteína (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004).
O Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo e para a safra 2020/2021
espera-se uma produção total de 102,6 milhões de toneladas, em área plantada estimada
em 18.436,9 mil hectares e uma produtividade de 5.564 kg/ha. Quanto ao consumo
doméstico total, a safra 2019/2020 consumiu internamente 68,7 milhões de toneladas e
o valor estimado para a safra 2020/2021 poderá chegar em 71,8 milhões de toneladas
(CONAB, 2020).
Os nutrientes podem apresentar taxas de translocação diferente nos colmos, folhas
e grãos. De acordo com Coelho (2006) o fósforo é translocado para os grãos (77 a 86 %),
seguindo-se o nitrogênio (70 a 77 %), o enxofre (60 %), o magnésio (47 a 69 %), o potássio
(26 a 43 %) e o cálcio (3 a 7 %). Incorporar os restos culturais do milho no solo implica
em devolver parte dos nutrientes principalmente potássio e cálcio, contidos na palhada.
Quando o milho é colhido para silagem, além dos grãos, a parte vegetativa também é
removida, havendo consequentemente alta extração e exportação de nutrientes.
O cálcio (Ca) é um nutriente estrutural, imóvel no floema e transportado pelo xilema,
absorvido como Ca2+ pelas raízes é transportado para a parte aérea através da corrente
transpiratória e fluxo de massa. A sua função estrutural nas paredes celulares impede a
sua redistribuição no corpo do vegetal a partir das regiões em senescência mostra os sinais
e sintomas de carência nas partes jovens como os meristemas vegetativos e reprodutivos.
Participa também do desenvolvimento do grão de pólen e crescimento do tubo polínico,
processo de fecundação, fixação dos botões florais (MALAVOLTA, 1976, 1985).
Na célula vegetal, o cálcio encontra-se nas paredes celulares. Quando as taxas
citoplasmáticas aumentam, ele pode ser direcionado ao vacúolo onde formam cristais
evitando alterações no metabolismo. Pode agir como mensageiro químico que produz
respostas metabólicas como mudanças na permeabilidade da parede celular, crescimento
e desenvolvimento de plantas, divisão e diferenciação celular, polaridade e alongamento
celular, defesa e resposta da planta a estresses bióticos e abióticos (SALISBURY; ROSS,
2012; TAIZ; ZEIGER, 2013).
O presente trabalho teve como objetivo utilizar o fertilizante FortCálcio como mais
uma opção de fertilizante para cultura do milho implantada na região do Centro-Oeste
brasileiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na segunda safra do ano agrícola de 2020, na
Fazenda Panamá, Município de Itumbiara, estado de Goiás, no sistema de plantio direto
sobre soqueira de soja, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, A
localidade apresenta como coordenadas geográficas, 18°18’24’’S de latitude e 49°30’41’’W
de longitude e 554 m de altitude.
No ato do plantio da cultura do milho, cultivar Dow 433, em 28 de fevereiro de 2020,
Capítulo 8
97
foi realizado a distribuição superficial do fertilizante mineral simples carbonato de cálcio
com as seguintes concentrações: 38% de cálcio, 0,5% de magnésio e com 3% de aditivo
amiláceos “FortCálcio” em sistema de plantio direto, na soqueira da soja cultivada na área
anteriormente implantada.
O clima predominante da região, conforme classificação Alvares et al. (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura máxima (oC) médias mensais, temperatura média (oC) médias mensais,
temperaturas mínimas (oC) médias mensais e precipitação pluvial (mm) e umidade relativa do
ar (%) médias mensais, acumuladas na safra 2019/2020 no município de Itumbiara, Goiás.
2020.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 15 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas de
0,0 a 0,20 m de profundidade, seguindo a metodologia proposta por Raij e Quaggio (2001).
Os resultados dos teores de macro e micronutrientes obtidos na análise de solo, conforme
indicação para o cerrado, fósforo com teores baixo, potássio com teores muito baixo,
cálcio e magnésio com teores alto, conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m e teores alto
e na profundidade de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram realizadas no
Laboratório de Fertilidade do Solo da UniRV - Universidade de Rio Verde e estão expressas
na (Tabela 1).
Capítulo 8
98
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
5,3
5,2
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
0,3
3,0
1,3
0,0
4,4
4,4
8,8
V
M.O.
%
g dm-3
50,3
29,5
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo amostrado antes do plantio na área
experimental da cultura do milho cultivar Dow 433, implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara. estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Os parâmetros agronômicos “biometria das plantas” foram avaliados através das
características agronômicas de população de plantas (PP), realizada aos 30 dias após
a germinação (DAP), estudos da biometria das plantas (parte aérea) foi realizado no
ato da colheita, altura de inserção da primeira espira (AIPE), peso de mil grãos (PMG)
e produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1). Para avaliação da produtividade
foram coletadas espigas de 10 plantas da área útil de cada parcela e efetuada a debulha
manualmente com a pesagem dos grãos de cada parcela, e para o peso de mil grãos, foi
utilizado uma bandeja para contagem dos mil grãos e pesado em balança de precisão,
ambos os pesos foram com umidade padrão de 14%.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com um único fator, e
as dose do FortCálcio utilizado foram em 7 níveis (T1: 0,0 Kg ha-1; T2: 200 Kg ha-1; T3:
250 Kg ha-1; T4: 300 Kg ha-1; T5: 350 Kg ha-1; T6: 400 Kg ha-1; T7: 450 Kg ha-1) e quatro
repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos. O
fertilizante a base de cálcio utilizado foi distribuído na superfície da área de plantio, sem
incorporação.
Os dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade
para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se no resumo da análise de variância apresentada na Tabela 2, a estimativa
para os parâmetros biométrico para cultura do milho cultivar Dow 433 em que não foi
possível detectar diferença significativa entre os blocos.
A Tabela 2 mostra o fator de variância tratamentos e entre as variáveis mensuradas
como população de planta, altura de planta, altura de inserção de primeira espiga em
nenhuma foi possível visualizar diferença significativa. As variáveis peso de mil grãos
e produtividade em quilograma por hectare apresentou diferença significativa entre os
tratamentos utilizados. Observa-se que os coeficientes de variação (CV) foram satisfatórios,
indicando que os dados coletados dos parâmetros agronômicos, “biometria das plantas”,
Capítulo 8
99
foram obtidos com precisão conforme classificação proposta por Carvalho et al. (2003). Os
resultados do presente trabalho assemelham-se aos de Nakayama et al. (2013), em que
os coeficientes de variação se encontram dentro da faixa considerados médios, com baixa
dispersão.
FV
GL
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
Bloco
3
ns
ns
ns
ns
ns
Trat
6
ns
ns
ns
*
*
Erro
18
-
-
-
-
-
CV%
-
10,82
12,34
18,15
8,34
4,05
DMS
-
1,18
2,10
0,55
36,47
240,10
Tabela 2. Resumo da análise de variância (F) das características agronômicos “biometria das
plantas” para cultura do milho cultivar Dow 433, em função das doses crescentes do fertilizante
mineral simples FortCálcio usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e
Pesquisa em Fitotecnia, no município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Os símbolos “** e *” reportam-se ao nível de significância sendo: **significativo ao nível de 1%
de probabilidade (p<0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01=<0,05); ns:
não significativo (p<0,05). Trat: Tratamentos, População de planta (PP), altura de planta (AP),
altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e produtividade em
quilograma por hectare (P Kg ha-1).
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Na Tabela 3 nota-se que as médias das características agronômicas “biometria das
plantas” população de planta, altura de planta, altura de inserção da primeira espiga não
diferiram significativamente entre si nos tratamentos utilizados pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade. Em trabalho realizado por Dalpiva (2014) testando cálcio na cultura da soja,
não obteve resultado significativo nas variáveis trabalhadas, tais como, a produtividade,
peso de mil grãos, número total de vagens, número de vagens viáveis, porcentagem de
vagens viáveis, número de grãos por planta e número de grãos por vagens. Os resultado
de Dalpiva (2014) diferiram dos resultados obtidos neste trabalho para as características
agronômicas de peso de mil grãos e produtividade em quilogramas por hectare obtidas.
Almeida Júnior et al. (2020) em trabalho realizado com condicionador pó de rocha “basalto
gabro” obtiveram diferença significativa entre os tratamentos testados sendo que o peso de
mil grãos e produtividade em quilogramas por hectare apresentou diferença significativa e
concluiu que o remineralizador pode ser recomendado para a cultura do milho como uma
alternativa de fertilizante orgânico.
Capítulo 8
100
TR
D kg ha-1
PP
AP (cm)
AIPE (cm)
PMG
P Kg ha-1
1
Zero
3,50
2,00
1,20
191 ab
1.720 c
2
200
3,08
2,35
1,25
204 a
3.060 a
3
250
3,00
2,30
1,30
164,5 b
2.880 ab
4
300
3,15
2,38
1,10
196,5 ab
2.640 b
5
350
3,20
2,20
1,38
189 ab
2.760 b
6
400
3,33
2,15
1,28
180 ab
2.780 b
7
450
3,40
2,17
1,30
184,5 ab
2.820 b
CV%
-
10,82
12,34
18,15
8,34
4,05
DMS
-
1,18
2,10
0,55
36,47
240,10
Tabela 3. Médias das características agronômicas “biometria das plantas” para cultura do milho
cultivar Dow 433, em função das doses crescentes do fertilizante mineral simples FortCalcio
usado em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no
município de Itumbiara, estado de Goiás, 2020.
Tratamentos (TR), Dose em quilograma por hectare (D kg ha-1), População de planta (PP),
altura de planta (AP), altura de inserção da primeira espiga (AIPE), peso de mil grãos (PMG) e
produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha-1), pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
O uso do fertilizante FortCálcio na cultura do milho alcançou o propósito de manter
a produtividade da cultura com média elevada comparada à média nacional além de
apresentar um acréscimo em produtividade em comparação com controle absoluto “dose
zero”.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Engenheiro Agrônomo Natal Moura Martins por ter
cedido a área e insumos necessário, a empresa FORT CAL por ter fornecido o fertilizante
a base de cálcio e aos componentes do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia por
contribuído de maneira direta ou indireta na implantação e condução deste projeto.
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101
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Capítulo 8
102
CAPÍTULO 9
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
MILHO EM CONSÓRCIO COM UROCHLOA E
CROTALARIA
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: O consorcio entre culturas é uma
prática que permite a maximização dos recursos
disponíveis, sobretudo na pequena propriedade
agrícola. Nesse contexto, o trabalho de Conclusão
de Curso. objetivou averiguar a performance
e potencial produtividade milho consorciado
com Urochloa ruziziensis e Crotalaria juncea.
A metodologia adotada foi a qualitativa de
cunho bibliográfico, no trato da performance
e produtividade em verificação cultivo em Rio
Verde Go. Examinados os tratamentos com os
arranjos consorciados entre: Milho com Crotalaria
Juncea e Milho com Urochloa Ruzizienses. em
que as varáveis foram contempladas os quesitos:
Capítulo 9
103
produtividade de matéria seca; tempo de ciclagem dos resíduos vegetais; teores de N
das plantas de cobertura; e produtividade de grãos e teores de N nas folhas do milho e, a
estrutura (altura das plantas – por período de 60 dias após a semeadura do milho); vigor das
espigas (tamanho, número de fileiras e grãos); massa de grãos e a produtividade (Kg/ ha-1).
Quanto ao método de analises estatísticas software Statistica (versão 5.0, StatSoft)1 e Tukey
Kramer2, a 5% de probabilidade. Notou-se que maturação fisiológica da Crotalaria juncea
apresenta produtividades mais elevadas de fitomassa. Incorrendo efeito da época de corte e
da interação planta de cobertura e época de corte sobre a produtividade do milho. As maiores
produtividades de milho foram obtidas após cultivo de Urochloa ruziziensis nas condições
irrigadas de Cerrado de baixa altitude do Estado.
PALAVRAS-CHAVE: Consórcio de cultivares. Milho. Crotalaria Juncea. Urochloa Ruzizienses.
CORN IN CONSORTIUM WITH UROCHLOA AND CROTALITY
ABSTRACT: Consortium between cultures is a practice that allows the maximization of
available resources, especially in small agricultural properties. In this context, the course
conclusion work. aimed to investigate the performance and potential productivity of corn
intercropped with Urochloa ruziziensis and Crotalaria juncea. The adopted methodology was
the qualitative of bibliographic nature, in the treatment of the performance and productivity in
crop verification in Rio Verde Go. The treatments with the intercropped arrangements between:
Corn with Crotalaria Juncea and Corn with Urochloa Ruzizienses were examined. in which the
variables were considered: dry matter productivity; cycle time for vegetable waste; N levels of
cover plants; and grain yield and N levels in maize leaves and structure (height of plants - for
a period of 60 days after sowing corn); ears vigor (size, number of rows and grains); grain
mass and productivity (Kg / ha-1). As for the statistical analysis method Statistica software
(version 5.0, StatSoft) and Tukey Kramer, at 5% probability. It was noted that the physiological
maturation of Crotalaria juncea presents higher yields of phytomass. Incurring effect of the
cutting season and the cover plant and cutting season interaction on corn productivity. The
highest corn yields were obtained after cultivation of Urochloa ruziziensis in the irrigated
conditions of the low altitude Cerrado of the State.
KEYWORDS: Consortium of cultivars. Corn. Crotalaria Juncea. Urochloa Ruzizienses.
INTRODUÇÃO
Segundo USDA (2017) a cultura do milho é uma das mais importantes dentro do
cenário da produção agropecuária no mundo, em que o uso desse cereal que justificam tal
importância, como: Principal fonte de energia dentro do processo de nutrição animal, sendo
o cereal mais largamente consumido pelos setores de aves e suínos; Uso na alimentação
humana como flocos, farinha e óleo, além de fazer parte de vários processos da indústria
alimentícia e de bebidas e, igualmente importante matriz energética na produção de
biocombustíveis como o etanol.
Atualmente, é o grão mais produzido no mundo, sendo responsável por 42% de
todos os grãos gerados. E, consumo, superaram 1,0 bilhão de toneladas, gerando um
estoque bastante confortável a nível mundial. Resultado esse, que interferiu diretamente no
processo de decisão de plantio da safra 2017/18, mormente nos Estados Unidos, principal
1. Statistica é um software de métodos estatísticos que possui um conjunto de software de análises)
2. O teste de Tukey-Kramer assume que as populações têm variâncias iguais e, portanto, continua a usar o quadrado
médio do resíduo (QMR), obtido na ANOVA, como estimativa de variância da variável.
Capítulo 9
104
produtor e exportador mundial do cereal e direcionador do mercado de milho.
Barducci et al. (2015) relatam que as espécies dos gêneros Urochloa ruziziensis
de origem africana, sistema radicular vigoroso e profundo, tolerante à deficiência hídrica,
em comparação às espécies produtoras de grãos, e da grande produção de massa seca,
chegando a 20,0 t/ha-1, desenvolvendo-se em condições ambientais desfavoráveis para a
maioria das culturas produtoras de grãos e das espécies usadas para cobertura do solo.
Por isso, essas espécies constituem-se em excelentes alternativas para o consórcio
com a cultura do milho. É interessante ressaltar que as espécies são altamente produtivas
de massa seca e adaptam-se a facilmente a inúmeros tipos de solos, não apresentando
problemas limitantes de doenças e crescimento bem distribuído durante a maior parte do
ano.
Gitti et al. (2016) salientam que as espécies dos gêneros Crotalaria juncea é família
Leguminosae3, espécie que produz a maior quantidade de biomassa no menor tempo e,
consequentemente, fornece nitrogênio em maior quantidade, protege o solo contra os
danos erosivos, sendo uma planta anual subarbustiva de crescimento rápido, que produz
elevada quantidade de fitomassa e massa seca. Em que os sistemas consorciados do
milho e Crotalaria juncea, produz de fitomassa (MS Mg/ha-1) podendo variar de acordo com
a região, no cerrado pode atingir de 3,4 Mg ha-1.
A metodologia caracterizou por uma abordagem epistemológica positivista
qualitativa. O objetivo da pesquisa é descrever. De acordo com Andrade (2004), os fatos são
verificados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira neles. Gil (2002), no entanto, ressalta que, a pesquisa descritiva é configurada
detém objetivos claros e procedimentos formais, sendo bem estruturados e orientados para
obtenção da solução de problemas.
Objetivo foi averiguar consorcio do milho com Urochloa ruziziensis e Crotalaria
juncea verificando a performance e potencialidade produtividade, com abordagem produtiva
da matéria seca, tempo de ciclagem dos resíduos, teor e conteúdo do N com estimativa
de coeficientes de conexão linear de Pearson das duas espécies e, ainda as estaturas
medianas, altura de inserção espiga e, o número de fileiras e de grãos por espiga por
produtividade com a Crotalaria juncea.
METODOLOGIA
A metodologia adotada foi a qualitativa de cunho bibliográfico, no trato da
performance e produtividade em verificação cultivo na cidade de Rio Verde, estado de Go,
no ano 2019. Examinados os tratamentos com os arranjos consorciados entre: Milho com
Crotalaria Juncea e Milho com Urochloa Ruzizienses.
Cunha et al. (2016) descrevem a geração de massa seca é de 14 a 15 t ms/ha/ano,
tolerante a insetos e doenças. Porém, extremamente sensível à cigarrinha. Vale ressaltar
que possui rizomas fortes, em forma de tubérculos arredondados e com até 15 mm de
diâmetro e, as folhas são lineares e lanceoladas, verde amareladas, a inflorescência está
3. Leguminosae - É uma das maiores famílias botânicas, de ampla distribuição geográfica, sendo a terceira maior família de plantas terrestres.
Capítulo 9
105
formada por 3 - 6, espiguetas pilosas na parte apical, bisseriadas ao longo da ráquis,
propagada tanto por semente como vegetativamente, por partes da planta que apresentam
raízes. E, o florescimento é muitas vezes abundante, mas as produções de sementes
viáveis são relativamente baixas, atingindo 100 kg/ha-1.
Arantes et al. (2016) descrevem a semeadura profundidade 2 a 3 cm; em Linha
espaçamento 0,50 m; sementes 22 a 27 m; densidade 25 kg/ha; A lanço sementes 55 a
60 m²; densidade 30 kg/Ha; Época Ideal para plantio é outubro e novembro, inclusive é
possível setembro e março.
O procedimento contemplou a: produtividade de matéria seca; tempo de ciclagem
dos resíduos vegetais; teores de N das plantas de cobertura; e produtividade de grãos e
teores de N nas folhas do milho e, a estrutura (altura das plantas – por período de 60 dias
após a semeadura do milho); vigor das espigas (tamanho, número de fileiras e grãos);
massa de grãos e a produtividade (Kg/ ha-1).
O método de analises estatísticas software Statistica (versão 5.0, StatSoft)4 e Tukey
Kramer5, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Discussão quanto aos consórcios milho com Crotalaria Juncea e Urochloa
riziziensis
A discussão consiste na comparação a urochloa ruziziensis, crotalária juncea em
consorcio com milho em Rio Verde - Go, ao verificar a performance e potencialidade
produtividade, com abordagem produtiva da matéria seca, tempo de ciclagem dos resíduos,
teor e conteúdo do N com estimativa de coeficientes de conexão linear de Pearson das
duas especies e, ainda as estaturas medianas, altura de inserção espiga e, o número de
fileiras e de grãos por espiga por produtividade com a Crotalaria juncea.
Perin et al. (2017) destacam que a Crotalaria juncea adapta-se às condições de
produção da fitomassa em curto período de tempo de 9,3 Mg ha-1 de massa seca aos 68
dias após plantio (Figura 1).
4. Statistica é um software de métodos estatísticos que possui um conjunto de software de análises)
5. O teste de Tukey-Kramer assume que as populações têm variâncias iguais e, portanto, continua a usar o quadrado
médio do resíduo (QMR), obtido na ANOVA, como estimativa de variância da variável.
Capítulo 9
106
Figura 1: Milho consorciado com Crotalaria Juncea em Rio Verde - GO
Fonte: EMBRAPA (2019)
Quanto o preparo de averiguação o solo local preparado e notou-se o seguinte:
... O milho plantado manualmente com plantadeira tipo matraca, no
espaçamento de 1 m entre linhas e 5 m. A lanço e sem incorporação de 100
kg/Ha-1 de P2O5, fosfato natural reativo no plantio. A leguminosas plantadas 30
dias após a semeadura do milho nas entrelinhas da cultura, sendo mantidas
até ao final do ciclo da cultura. A relação entre a área cultivada em arranjo
consorciado e aquela em monocultivo necessário para alcançar a mesma
produtividade, sob manejos similares. (Revista de Ciências Agrárias, 2017,
p. 40)
Averiguou as estaturas medianas dado em centímetro, a data de semeadura (após
60 dias). Notou-se medição correspondente ao nível de solo até a adição da última folha e,
a altura de inserção espiga (em centímetro) e, por fim notou o número de fileiras e de grãos
por espiga (dado em massa de 100 grãos) por produtividade.
Sistema
Altura média
das plantas
(m)
Altura de
inserção da
espiga
Comprimento
da espiga
(cm)
M + CJ
1,66 a
0,86 a
13,7 a
Quantidade de
fileiras de grãos por
espiga
Quantidade de
grãos por espiga
13,4 a
395,8 a
Tabela 01 – Consorcio do Milho com Crotalaria juncea em Rio Verde
Fonte: EMBRAPA (2019)
Kappes et al. (2016) salientam que a fixação simbiótica do N2, as leguminosas
aumentam a disponibilidade de nitrogênio no solo, a sua absorção pela planta e produzem,
em geral, palhadas de baixa relação carbono (C)/ nitrogênio (N), cuja decomposição é
relativamente rápida, com expressiva disponibilização culturas subsequentes.
Gitti et al. (2016) salienta neste cenário que o arranjo consorciado é versátil e atender
às inúmeras características dos agricultores. Tanto na produção de silagem com mais
proteína ou quanto para produção de palha para os índices satisfatórios de lucratividades
Capítulo 9
107
superiores aos obtidos em monocultivo. Outras vantagens obtidas no mecanismo de
produção, ou seja, como a ciclagem de nutrientes e o manejo de nematoides pelo consórcio
entre gramíneas e leguminosas.
Figura 2: Milho consorciado com Urochloa Ruziziensis em Rio Verde - GO
Fonte: EMBRAPA (2019)
Ceccon (2015) aponta que no plantio com profundidade adequada, indica em torno
de 4 cm reduz o consumo de sementes, a competição com cultura principal (milho) e para
haver a quantidade suficiente de palha.
(...) quando chegar o momento da dessecação da forrageira, o produtor
que optou pela Urochloa ruziziensis, indicada para formação de palha, terá
mais facilidade na dessecação, porque essa espécie necessita de menor
quantidade de herbicida. (CECCON, 2015, p. 27)
Viegas Neto et al. (2015), no entanto, apontam outros divergentes mecanismos de
arranjo consorciado de milho e percebem iea superior de 1,0 no consórcio, tendo eficácia
superior a 50% a 91%.
Barducci et al. (2015) salientam que as espécies dos gêneros ruziziensis, por
possuírem sistema radicular vigoroso e profundo, demonstram elevada tolerância à
deficiência hídrica e absorção de nutrientes em camadas mais profundas do solo,
desenvolvendo-se em condições ambientais desfavoráveis para a maioria das culturas
produtoras e das espécies utilizadas. Dado a estes fatores, essa espécie constitui
excelentes alternativas para o consórcio.
Alvarenga et al. (2014) argumentam que arranjo consorciado possui características
favoráveis como: estrutura cultivares e inserção das espigas, na qual possibilita colheita
interferência das plantas.
Resultado do Consórcio do Milho com Crotalaria juncea e, milho com Urochloa
Rizizinies
A produtividade de matéria seca e tempo de ciclagem, Teor e conteúdo de N dos
Capítulo 9
108
resíduos das plantas dos resíduos das plantas de cobertura avaliadas, com corte na floração
e na maturação fisiológica6, igualmente Teor N na folha e produtividade de grãos de milho
cultivado em sucessão a diferentes espécies de plantas de cobertura avaliadas em duas
épocas de corte e, ainda, as estimativas dos coeficientes em conexão linear de Pearson
para produção de matéria seca, tempo de ciclagem, produto, quociente e produtividade
de grãos de milho na floração e na maturação das plantas de coberturas, assim como a
produtividade média dos grãos de milho. conforme demonstram a (Tabela 2, 3, 4 e 5).
Material seca (Mg ha-1)
Espécie
Tempo de ciclagem (dias)
floração
maturação
floração
maturação
Crotalaria juncea
2,32 cA
2,42 abcA
238
213
Urochloa riziziensis
2,33 cA
1,84cA
123
101
Tabela 2 – Produtividade de matéria seca e tempo de ciclagem dos resíduos das plantas de
cobertura avaliadas, com corte na floração e na maturação fisiológica.
Fonte: EMBRAPA (2019)
Espécie
Teor de N (%)
Conteúdo de N (kg ha-1)
Crotalaria juncea
39,56aA
23,08aB
91,02aA
55,91bB
Urochloa riziziensis
25,11bA
20,94aA
58,35cA
38,11bB
Tabela 3 – Teor e conteúdo de N dos resíduos das plantas de cobertura avaliadas, com corte
na floração e na maturação fisiológica.
Fonte: EMBRAPA (2019)
Espécie
Teor de N na folha (f Kg-1)
Produtividade (Mg ha-1)
Crotalaria juncea
16,99ab
27,1a
7,72ab
12,71a
Urochloa riziziensis
15,71abc
26,0a
7,54ab
12,78a
Tabela 4 – Teor N na folha e produtividade de grãos de milho cultivado em sucessão a
diferentes espécies de plantas de cobertura avaliadas em duas épocas de corte7.
Fonte: EMBRAPA (2019)
variáveis
Matéria seca no
florescimento (Msf)
Matéria seca na
maturação (MsM)
Tempo de ciclagem no
florescimento (Tcf)
Tempo de ciclagem na
maturação (TcM)
Produto da matéria
seca x tempo
de ciclagem no
florescimento (PMsTcf)
Msf
MsM
Tcf
TcM
PMsTc
PMsTcM
QMsTcf
QMsTcM
ProdMe
-
0,752
0,028
0,047
0,780
0,503
0,831
0,659
0,056
-
0,266
0,243
0,728
0,854
0,541
0,736
0,349
-
0,547
0,646
0,508
-0,501
-0,140
0,248
-
0,339
0,699
-0,335
-0,464
-0,237
-
0,711
0,310
0,383
0,193
6. Médias seguidas de letras iguais, minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem pelo teste de Tukey
Kramer, a 5% de probabilidade.
7. Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem pelo Tukey Kramer, a 5% de probabilidade
Capítulo 9
109
Quociente da
matéria seca/ tempo
de ciclagem no
florescimento (qmstcf)
-
Quociente da
mat. seca/ tempo
de ciclagem na
maturação (qmstcm)
0,178
0,286
0,120
-
0,687
-0,009
-
0,552
Produtividade média
de grãos de milho
após corte das plantas
de cobertura no
florescimento e na
maturação (prodme)
Tabela 5 – Estimativa dos coeficientes de conexão linear de Pearson para produção de matéria
seca (MS), tempo de ciclagem (TC), produtos (MS x TC) e Produtividade de grãos de milho na
floração e na maturação das plantas de cobertura para corte, assim como produtividade média
dos grãos de milho
Fonte: EMBRAPA (2019)
Vilela et al. (2018) esclarecem que o consorcio de milho, demonstra maior potencial
de acúmulo de palhada na superfície do solo. Efeitos benéficos de urochloa sobre a
produtividade de culturas, como milho e soja, já vêm sendo comprovados em sistemas
integrados de lavoura-pecuária.
Neste interim Burle et al. (2016) expõe que manejo das plantas de cobertura, seja
na floração ou na maturação fisiológica, não mostrou diferenças quanto a produtividade
do milho, seu uso fica a critério do produtor, no sentido, principalmente, de minimizar
operações agrícolas excedentes.
Portanto, devem ser manejadas na floração para que não se estabeleçam
permanentemente na área e dificultem as práticas agrícolas. Contudo, plantas de cobertura,
como sorgo, milheto e trigo, podem ser deixadas até a maturação dos grãos. No caso da
urochloa ruziziensis, esta pode permanecer como cobertura na área, caso o objetivo do
sistema de produção seja um consórcio para pastejo.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Considerando que a Crotalaria juncea semeada 30 dias após plantio do milho
representou uma produtividade superior diante de manuseio orgânico em condições
edafoclimáticas. Demonstrando um acréscimo produtivo de 43% de área plantada (espaço
físico) consorciado quando comparado com monocultivo de milho.
Enquanto a adoção Urochloa Ruzizinies nos arranjos consorciados opção de
exploração maximizando o uso produtivo do solo agregando valor pela produção forragem
para pecuária. E, é indicado como estratégia para cobertura de solo e/ou formação de
pastagem, uma vez que os ganhos advindos deste podendo compensar as perdas.
Resumidamente a maturação fisiológica da Crotalaria juncea a presenta
produtividades mais elevadas de fitomassa. Incorrendo efeito da época de corte e da
Capítulo 9
110
interação planta de cobertura e época de corte sobre a produtividade do milho. As maiores
produtividades de milho foram obtidas após cultivo de Urochloa ruziziensis nas condições
irrigadas de Cerrado de baixa altitude do Estado.
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Capítulo 9
112
CAPÍTULO 10
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
VALORES BIOMETRICOS NA MODALIDADE DE
SEMEADURA EM CONSORCIAÇÃO DE MILHO COM
FORRAGEIRAS E FEIJOEIRO EM SUCESSÃO
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Beatriz Campos Miranda
http://lattes.cnpq.br/9906493282188494
Ricardo Pereira de Sousa
http://lattes.cnpq.br/4657947994430027
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Diante da necessidade de gerar
informações para a adequada implantação do
sistema integração agricultura-pecuária, o
presente trabalho foi proposto com o objetivo
de avaliar, em área irrigada, as modalidades de
semeadura de três espécies de forrageiras em
consórcio com o milho de verão com produção
de palha para o feijão em sucessão. O ensaio
foi conduzido nos anos agrícolas 2012/2013, na
Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da
UNESP/Ilha Solteira-SP, localizada no município
de Selvíria-MS, a 51º 22’ de longitude Oeste de
Greenwich e 20º 22’ de latitude Sul, com altitude
de 335 metros. Com um Latossolo vermelho
distrófica textura argilosa o delineamento
Capítulo 10
113
experimental foi em blocos casualizados com sete tratamentos em esquema fatorial 3x2+1
com 4 repetições. Os tratamentos foram constituídos por três espécies de forrageiras e duas
modalidades de consórcio das forrageiras com as forragens na linha de semeadura do milho,
juntamente com o adubo e na entre linha do milho e uma testemunha sem consorciação. No
milho foram avaliadas: biometria da planta e componentes da produção, de grãos e de palha.
No feijão foi avaliada a biometria da planta e os componentes de produção. Pode-se concluir
que não ocorreram diferenças estatísticas na produtividade do milho e do feijão com uso
das forragens em todos os tratamentos avaliados; que os valores relativos às características
biométricas e componentes de produção do milho e do feijoeiro não apresentaram diferença
estatística, com exceção da média no diâmetro de colmo do milho, em que a melhor média
obtida foi a do consórcio de milho+Uruchloa brizantha e Guandu. Apesar de não ser fator que
limita ou acrescenta a produtividade da cultura foi observada diferenças estastísticas quanto
a inserção da primeira vagem na cultura do feijoeiro.
PALAVRAS-CHAVE: Cultura do milho e feijão. Rotação de cultura. Semeadora para plantio
direto, Produção de palha. Semeadura simultânea.
BIOMETRIC VALUES IN SOWING MODE ON CORN INTERCROPPING WITH
FORRAGEIRS AND BEAN IN SUCCESSION
ABSTRACT: In view of the need to generate information for the proper implementation of
agriculture-livestock integration system, this study was proposed in order to evaluate, in
irrigated area, the seeding arrangements for three species of forage intercropped with summer
corn with straw production for beans in succession. The test was conducted in the agricultural
years 2012/2013, the Finance Teaching and Research of UNESP / Ilha Solteira-SP, located
in Selvíria-MS, 51 22 ‘west longitude of Greenwich and 20º 22’ latitude South, with an altitude
of 335 meters. With a red Latosol dystrophic clayey experimental design was randomized
blocks with seven treatments in a 3x2 + 1 with 4 repetitions. The treatments consisted of three
species of forages and two forages of consortium arrangements with forages in corn sowing
line, along with the fertilizer and in line between corn and a control without intercropping.
Maize were evaluated: Biometrics plant and yield components, grain and straw. In beans
biometrics plant and production components was evaluated. It can be concluded that there
were no statistical differences in the productivity of maize and beans with use of fodder
in all the treatments; that the figures relating to biometrics and corn and bean production
components were not significantly different, mean except for the corn stem diameter, in which
the best average was the corn consortium + Uruchloa brizantha and Guandu. Although not
limiting factor or adds the crop yield was observed estastísticas differences in the insertion of
the first pod in bean crop.
KEYWORDS: corn and beans Culture. Crop rotation. Seeder for tillage, straw production.
simultaneously planted.
INTRODUÇÃO
Dentre as tecnologias mais recentes que procuram viabilizar, tanto a produção animal
como a produção de grãos, têm-se a integração agricultura-pecuária. Uma das formas
do sistema preconiza o plantio direto de culturas de verão em rotação com pastagens
e forrageiras na mesma área, o plantio de culturas de outono/inverno para formação de
palhada e/ou suplementação animal por meio de pastejo, feno ou silagem. Neste sistema,
a pastagem aproveita a correção do solo e a adubação residual aplicados na lavoura, que
Capítulo 10
114
por sua vez se beneficia do condicionamento físico do solo e da palhada proporcionados
pela pastagem sendo uma alternativa muito eficiente, mantendo a produtividade agrícola
e promovendo indiretamente, a recuperação e renovação de pastagens. (SILVEIRA et al.,
2011).
Dentro dessa ótica, concilia-se a produção de grãos com a pecuária tendo como
objetivos recuperar o solo, aumentar a área plantada com grãos, diversificar investimentos,
aperfeiçoar o uso da terra, da infraestrutura e da mão-de-obra e aumentar a receita líquida
das propriedades agrícolas (MELLO, 2004).
Antes de sua instalação, há necessidade de se estudar a melhor maneira de
promover o condicionamento físico do solo, bem como se há ou não, a necessidade de
incorporação de calcário (MELLO, 2007).
Ao iniciar o sistema integração agricultura-pecuária, frequentemente os agricultores
utilizam o sistema convencional para a implantação da lavoura no primeiro ano, visando as
correções físicas do solo e incorporação do calcário (MELLO, 2007).
A mobilização do solo é efetuada quando este apresenta a friabilidade ideal o
que geralmente vai ocorrer em fevereiro/março. Assim, o solo permanece pouco tempo
exposto, com pouco risco de erosão, pois neste período as chuvas são suficientes para
que a pastagem se recupere rapidamente e possa ser aproveitada no período seco (junho
a setembro) na alimentação animal. No início da nova estação das chuvas (outubro), após
a rebrota da pastagem, a lavoura deve ser implantada em plantio direto sobre a palhada da
pastagem dessecada.
Segundo Adegas et al., (2011) a Urochloa brizantha e Urochloa ruzizienses são
escolhas para concepção de cobertura morta e proteção da superfície do solo no sistema
plantio direto, devido seu longo período de duração, alta produção de biomassa e completa
adaptação ao Cerrado.
O milho se destaca na integração agricultura-pecuária devido às inúmeras
aplicações que possui nos sistemas de produção, quer seja na alimentação animal na
forma de grãos ou de forragem, na alimentação humana ou na geração de receita mediante
a comercialização da produção excedente (COSTA et al., 2012), além da produção de
palhada de elevada relação C/N, que colabora para maior cobertura do solo, tanto em
quantidade como em tempo de permanência na superfície (CRUZ et al., 2010).
Diante da necessidade de gerar informações para a adequada implantação do
sistema integração agricultura-pecuária, o presente trabalho foi proposto com o objetivo
de avaliar em área irrigada, as modalidades de semeadura de três espécies de forrageiras
em consórcio com o milho de verão para a produção de palhada e plantio de feijão em
sucessão, bem como os efeitos desses tratamentos na cultura do milho e do feijoeiro com
intuído de se verificar um possível favorecimento.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido nos anos agrícolas 2012/13, na Fazenda de Ensino,
Pesquisa e Extensão da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no município de
Capítulo 10
115
Selvíria (MS). Com coordenadas geográficas: Latitude 20º25’24’’ S e Longitude 52º21’13’’
W, possui altitude média de 335 m e clima do tipo Aw, segundo o critério de Köppen,
caracterizado como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno,
apresentando temperatura média anual de 24,5oC, precipitação média anual de 1.232 mm
e umidade relativa média anual de 64,8%. O solo do local é do tipo Latossolo Vermelho
distrófico típico (EMBRAPA, 2013).
Figura 1: Valores de precipitação (mm) médias mensais, umidade relativa (%) médias mensais,
temperaturas médias mensais (°C) e precipitação pluvial acumulou na safra 2012/2013 na área
experimental da Fazenda de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira UNESP localizada no município de Selvíria/MS. 2013.
Fonte: Posto Agrometerológico da FEPE/Campos Ilha Solteira.
Cultura do milho
Para a semeadura do milho foram utilizadas sementes do híbrido precoce DKB 390
YG, com poder germinativo de 85% e 99% de pureza, com densidade de semeadura de
3,0 sementes m-1. A fertilização mineral foi feita na formulação 08-28-16 e dosagem de 300
kg ha-1 aplicados no sulco de semeadura. Para o tratamento das sementes de milho foi
utilizado 600 g do inseticida thiodicarb, para cada100 kg de sementes, no dia da semeadura.
Cultura do feijão
A semeadura do feijão foi realizada dia 01.07.13 utilizando sementes da cultivar
Perola S2, peneira 6,5 mm, com poder germinativo de 80% e 99% de pureza, com
densidade de semeadura de 13 sementes m-1 recomendada para a variedade. Foi utilizado
o fertilizante mineral na formulação 04-30-10 e dosagem de 300 kg ha-1 aplicados no sulco
de semeadura. O tratamento das sementes de feijão foi feito com produto a base de Vitavax
+ Thiram, na dose de 50 + 50 ml p.c. para 100 kg-1 de sementes + Standak Top 200 ml p.c.
para 100 kg-1 de sementes respectivamente.
Capítulo 10
116
Delineamento experimental
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com nove tratamentos
em esquema fatorial 4x2+1 com 4 repetições. Os dados coletados foram analisados pelo
programa “R” Core Team (2013). R: A language and environment for statistical computing.
R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. As médias foram comparadas pelo
Teste de Tukey a 0,1% de probabilidade e ainda análise de correlação simples.
Descrição dos tratamentos
Os tratamentos foram constituídos por três espécies de forrageiras: Urochloa
brizantha, Urochloa ruzizienses; Guandu super e duas modalidades de consórcio das
forrageiras com o milho na linha e entre linha. Descrito da seguinte maneira: T1-Milho sem
o consórcio, T2-Milho+Urochloa brizantha na entre linha, T3-Milho+Urochloa ruzizienses
na linha, T4-Milho+guandu na entre linha, T5-Milho+guandu na linha, T6-Milho+Urochloa
brizantha na entre linha, T7-Milho+Urochloa ruzizienses na linha.
Determinação dos atributos químicos e físico do solo
Esses atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental.
Foram determinados os seguintes atributos físicos do solo: macroporosidade,
microporosidade, porosidade total, densidade e resistência ao solo de penetração, segundo
a metodologia proposta por Raij e Quaggio, (1983), no Laboratório de Física do Solo da
UNESP – Campus de Ilha Solteira.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram apresentados em tabelas, com as médias das repetições de
cada tratamento onde as culturas U. brizantha, U. ruzizienses, Guandu, milho se refere
ao “fator F1”, diferentes manejos nas culturas (linha e entre linha) se refere ao “fator F2”
e milho sem o consórcio (controle ou testemunha) quando houver diferença estatística
significativa, esta será apresentada por diferentes letras minúsculas após as médias na
linha e maiúscula na coluna. A ausência dessas letras significa que as médias não diferiram
estatisticamente entre si. Caso haja interação entre os fatores F1, F2 e adicional, então será
apresentada uma tabela com a média de cada tratamento, sendo que médias seguidas de
mesmas letras maiúsculas nas colunas ou de mesmas letras minúsculas nas linhas não
diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey (p < 0,1).
Os valores médios da altura de planta do milho no ano agrícola de 2012/13 estão
expressos na Tabela 1 e não exibiram diferenças significativas para a análise dos fatores
e tampouco na interação, tanto nos consórcios com U. brizantha, U. ruzizienses e Cajanus
cajan, como nas modalidades de semeadura utilizados (linha e entre linha). Provavelmente,
pelo fato da emergência e do desenvolvimento inicial do milho ser mais rápido que das
forrageiras, não ocorreu interferência destas no desenvolvimento do milho, corroborando
com (KLUTHCOUSKI; YOKOYAMA, 2003) quando relataram que não há competição pela
diferença de tempo e espaço no acúmulo de biomassa entre as espécies em consórcio,
Capítulo 10
117
Braquiária/milho e Panicum/milho. Lima, (2007) estudando a produção de forragem de milho
na integração agricultura-pecuária detectou correlação positiva entre o diâmetro de colmo e
a produção de matéria seca da forragem. Como a produção de forragem considera toda a
parte aérea da planta é evidente que essas correlações sejam positivas, pois maior altura
de planta e maior diâmetro do colmo são indicativos de plantas mais desenvolvidas. De
acordo com Mello (2004) é importante avaliar a altura das plantas de milho para confecção
de silagem, uma vez que esta característica se encontra diretamente correlacionada
com a porcentagem de plantas acamadas, podendo reduzir a produtividade de matéria
seca quando há acentuado acamamento, visto que estas plantas não são colhidas pela
colhedora de foragem no momento da ensilagem.
Os valores para altura de inserção da primeira espiga no ano agrícola de 2012/13
expressos na Tabela 1 não exibiram diferenças significativas para a análise dos fatores e
tampouco na interação, tanto nos consórcios com U. brizantha, U. ruzizienses e Cajanus
cajan, como nas modalidades de semeadura utilizados (linha e entre linha). Os mesmos
resultados foram obtidos por Cruz (2007) utilizando o híbrido triplo BRS 3150 em Rio
Largo (AL) não obteve diferença significativa para altura inserção da primeira espiga, na
cultura do milho no sistema integração agricultura-pecuária. Os valores médios de altura
de planta e altura de inserção de espiga não apresentaram diferenças significativas entre
os tratamentos avaliados, sendo características intimamente associadas (ALVAREZ et al.,
2006). Também afirmam que ao analisar o desempenho de alguns cultivares de milho,
observaram que a altura de inserção da primeira espiga do híbrido triplo precoce AGN
20A20, na média de três experimentos, foi de 1,09 m, valores relativamente similares aos
encontrados nessa pesquisa.
Quanto ao diâmetro de colmo, os resultados revelaram Tabela 1 diferenças
significativas para os consórcios com as forrageiras plantadas com milho. O consórcio com
U. brizantha, apresentou valores superiores, mas estatisticamente igual ao Cajanus cajan
que obteve valores superiores a U. ruzizienses, sendo que o Cajanus cajan se apresentou
estatisticamente similar à U. ruzizienses. Também se verifica que na média geral entre as
modalidades de semeadura (entre linha e linha) não foi observada diferença estatística entre
as médias. Porém, quando a média do milho exclusivo foi comparada a média geral dos
tipos de modalidade de semeadura, o milho exclusivo apresentou média estatisticamente
superior à média geral das modalidades de semeadura utilizados no experimento.
Estes resultados comprovam que a rotação de culturas é importante quando se
deseja obter maior diâmetro do colmo, o que está de acordo com Pascoaletto e Costa,
(2001). Isto se deve a contribuição oferecida pela leguminosa à gramínea em rotação, no
qual os seus resíduos são rapidamente mineralizados e utilizados especialmente como
fonte de nitrogênio. O colmo não atua somente como suporte de folhas e inflorescências,
mas principalmente como uma estrutura destinada ao armazenamento de sólidos solúveis,
que são utilizados posteriormente na formação dos grãos (FANCELLI; DOURADO NETTO,
2000).
A análise estatística indica que não houve influência dos tratamentos nos valores
de população de planta na cultura do milho no ano agrícola 2012/13 Tabela 1. Não
exibiram diferenças significativas para a análise dos fatores e tampouco na interação e nos
consórcios com U. brizantha, U. ruzizienses e Cajanus cajan, como nas modalidades de
Capítulo 10
118
semeadura utilizados (entre linha e linha).
Provavelmente as populações de plantas não apresentaram diferenças
significativas, devido ao fato da semeadura ter sido realizada com boa distribuição uniforme,
no que diz respeito à distribuição longitudinal e profundidade de sementes. Silva (2000)
destacou a importância da uniformidade de distribuição de sementes no solo, como uma
das formas de aumento de produção das culturas, entre as quais o milho se destaca como
a mais representativa. Resultados semelhantes foram obtidos por Cruz, (2007), que não
obteve diferenças estatísticas para população final na cultura implantada de milho cultivado
sobre braquiária no sistema integração agricultura-pecuária.
Altura inserção primeira espiga (m)
CONSÓRCIO
M. S.
U. B.
U. R.
C.
Altura planta (m)
MÉDIA
CONSÓRCIO
U. B.
U. R.
C.
Diâmetro de colmo (mm)
MÉDIA
CONSÓRCIO
U. B.
U. R.
C.
MÉDIA
Entre Linha
1,20
1,23
1,28
1,24 A
2,09
2,12
2,00
2,07 A
25,99
23,94
24,56
24,8A
Linha
1,27
1,31
1,24
1,27 A
2,20
2,15
2,20
2,19 A
27,06
24,03
25,50
25,5A
Média
1,23 a
1,2b7
a
1,26 a
1,25 A
2,15 a
2,14
a
2,10 a
2,13 A
26,52 a
23,98b
25,03ab
25,1B
M.Exclusivo
1,25 A
CV. (%)
2,08 A
5,29
9,58
População planta ha-1
U. B.
U. R.
C.
Entre Linha
53.111
53.166
50.944
Linha
51.333
53.111
50.055
Média
52.22a
53.13a
50.49a
M. Exclusivo
CV. (%)
10,02
Produtividade de grãos ha-1
CONSÓRCIO
M. S.
27,4A
MÉDIA
CONSÓRCIO
MÉDIA
U. B.
U. R.
C.
52.407A
6.398
6.351
5.739
6.163 A
51.499A
5.841
6.888
5.747
6.158 A
51.953A
6.119 a
6.619 a
5.743 a
51.499A
6,41
6.160 A
6.592 A
23,46
Tabela 1: Valores da biometria e componentes de produção da cultura do milho nos consorcio
com Urochloa brizantha, Urochloa ruzizienses, Cajanus cajan, na área experimental da
Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no
município de Selvíria-MS (2012/13).
*médias seguidas das mesmas letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
significativamente pelo teste de Tukey (p < 0,1). Onde U.B: Urochloa brizantha; U.R: Urochloa
ruzizienses; C: Cajanus cajan; M. Exclusivo: Milho exclusivo. M.S.= Modalidade de semeadura.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
De acordo com Fancelli e Dourado Neto (2000) o potencial produtivo do milho é
definido precocemente, ou seja, por ocasião da emissão da quarta folha, podendo se
estender até a sexta folha, principalmente em função da diferenciação da inflorescência
masculina antes da feminina. Contudo, é importante ressaltar que as características que
estão relacionadas com a produtividade de grãos podem ser afetadas por qualquer tipo de
estresse da planta nessas fases.
Para os valores de produtividade de grãos, não houve efeito significativo (P<0,1) em
função dos tratamentos utilizados, assim como os tratamentos em consórcio, apresentaram
Capítulo 10
119
valores iguais de produtividade de grãos, justificando a utilização do consórcio, pois, além
de obter produtividades semelhantes, é possível aumentar a quantidade de palha exigida
para manutenção do Sistema de Plantio Direto (SPD), sem afetar de maneira significativa a
produtividade, sendo o sistema de cultivo (Entre linha e linha) e a forrageira a ser utilizada
dependente do ponto de vista gerencial e operacional. Esses resultados discordam dos
obtidos por Mello et al (2007) que, trabalhando com consórcio de U. brizantha e milho, na
mesma região e tipo de solo, detectaram a interferência exercida pela forrageira sobre o
milho, quando consorciada na linha de semeadura e a lanço em área total, no mesmo dia
da semeadura do milho. Os resultados mostraram que essas modalidades de consórcio
afetaram o desenvolvimento do milho, reduzindo a produtividade de grãos, quando
comparados com a produtividade obtida no tratamento de milho exclusivo. Resultados
contrários também foram encontrados por Chioderoli et al. (2010) que avaliaram o consórcio
de milho com três espécies forrageiras, semeadas em três sistemas de cultivo, os quais
verificaram que a maior produtividade de grãos de milho foi obtida no consórcio de milho
com Urochloa no cultivo (V4), sendo que os tratamentos com U. ruzizienses apresentaram
maiores valores de produtividade de grãos. De acordo com Kozlowski (2009) no consórcio
efetuado na época de cobertura, a competitividade é menor, porque o milho ultrapassa o
período crítico de interferência (PCPI), que corresponde a um período de nove dias após
a emergência, ou seja, estádio fenológico V2 (duas folhas expandidas), período em que
a cultura pode conviver com as plantas daninhas sem que ocorra redução significativa na
sua produtividade. Já resultados mostrados por Borghi e Crusciol (2007) afirmaram que
a consorciação de milho com Urochloa promoveu, em média, menores produtividades de
grãos de milho, discordando dos resultados obtidos neste trabalho, em que não houve
interferência das forrageiras em função das modalidades de consórcio Tabela 1. Conforme
Chioderoli et al (2012) o consórcio de milho com Urochloa não alterou a produtividade do
milho e incrementou o aporte de massa seca no sistema de produção sob plantio direto.
Também afirma que o sistema de cultivo com semeio de milho com Urochloa na linha de
semeadura com a Urochloa misturada ao adubo de base e depositada a 0,10 m e ao lado
da semente de milho é o mais prático, do ponto de vista operacional.
Visualizando a (Tabela 2) podemos notar que os valores médios obtidos em números
de plantas por hectare para a cultura do feijoeiro não diferiram estatisticamente em fatores
e interações. Cruz (2007), também não obteve diferenças estatísticas para população final
de plantas de braquiária no sistema integração agricultura-pecuária. Dados semelhantes
foram encontrados nesta pesquisa onde os valores médios de plantas por hectares na
cultura do feijoeiro na fase inicial não diferiu estatisticamente da população de feijão nos
diferentes tratamentos de consórcio e modalidade de semeadura da safra anterior.
Na Tabela 2 estão expressos os valores médios obtidos em números de plantas
por hectare para a cultura do feijoeiro e somente na média da população final com a
modalidade de semeadura na linha, pode-se verificar uma diferença estatística, e a mesma,
ficou inferior aos demais tratamentos sendo que esses não diferiram estatisticamente entre
si. O feijoeiro exclusivo não difere estatisticamente da média geral da modalidade de
semeadura e dos consórcios em todos os tratamentos. Para Abreu et al. (2004) o aspecto
mais importante para semear com sucesso sobre uma camada de restos culturais deixados
na superfície do solo é cortar essa camada e colocar a semente e o fertilizante em contato
Capítulo 10
120
com o solo na profundidade ideal para cada cultura.
Como demonstrado na Tabela 2, os valores médios de produtividade na cultura do
feijoeiro não foram encontrados diferença estatística tanto fatorial como interação para
a modalidade de semeadura e para o consórcio com as forrageiras Urochloa brizantha,
Urochloa ruzizienses e Cajanus cajan. Também é possível observar que o milho exclusivo
não difere estatisticamente da média geral da modalidade de semeadura e dos consórcios
em todos os tratamentos.
Em trabalho realizado por Gameiro et al. (2008), avaliando a produtividade do
feijão de inverno em sucessão à Braquiária brizantha e Capim moa, verificaram que estas
espécies foram mais eficientes na reciclagem de nutrientes, quando comparados ao sorgo
forrageiro e ao milheto, desde que as plantas de cobertura sejam manejadas 40 dias antes
do cultivo do feijoeiro. Este incremento de nutrientes pela decomposição da forragem não
ocorreu no presente trabalho onde a modalidade de semeadura foi executado 82 dias após
colheita do milho e coberturas, mesmo assim não houve diferenças significativas entre os
tratamentos com as modalidades de semeadura utilizados. A baixa produtividade pode ter
ocorrido devido ao estresse que a cultura foi submetida em virtude da época do plantio
e condições climáticas. Figura 1 desfavorável da região. Segundo Koslowski e Pallardy
(1996) o estresse hídrico reduz a fotossíntese, tornando escassa a disponibilidade de
fotossintatos para o enchimento das vagens, podendo acarretar-lhes a queda. Quando
analisamos a Tabela 2 pode-se visualizar que os valores médios de massa de 100 grãos
na cultura do feijoeiro não ocorreram variação estatística nos tratamentos utilizados
tanto fatorial como para interação entre a modalidade de semeadura e consórcio com as
forrageiras. Também é possível observar que o milho exclusivo não difere estatisticamente
da média geral da modalidade de semeadura e dos consórcios em todos os tratamentos.
Didonet (2002) afirma que a alta temperatura do ar talvez seja o fator ambiental que exerça
maior influência sobre a abscisão de flores e de vagens, o não- enchimento adequado de
grãos, o vingamento e a retenção final de vagens no feijão, sendo também responsável
pela redução do número de sementes por vagem e pela menor massa de sementes.
Ao analisar a Tabela 2 pode-se compreender que os valores médios de altura de
inserção da 1ª vagem para cultura do feijoeiro não ocorreram variação estatística nos
tratamentos utilizados tanto fatorial como para interação entre a modalidade de semeadura
e consórcio com as forrageiras. Quanto ao milho exclusivo, este diferiu estatisticamente da
média geral da modalidade de semeadura e dos consórcios para os tratamentos utilizados,
onde o milho exclusivo ficou inferior estatisticamente a média geral da modalidade de
semeadura em consórcio. Gameiro, (2008) afirma que o milheto e sorgo comparados a
braquiária foi a que apresentaram os maiores valores de altura de inserção da primeira
vagem na semeadura do feijoeiro para os dois anos de cultivo. Os mesmos resultados
foram verificados por (GAMEIRO et al., 2008).
Ao considerar a Tabela 2 pode-se compreender que os valores médios de
número de vagem por planta na cultura do feijoeiro não ocorreram variação estatística nos
tratamentos utilizados tanto fatorial como para interação entre a modalidade de semeadura
e consórcio com as forrageiras. Também se observa que o milho exclusivo não diferiu
estatisticamente da média geral da modalidade de semeadura e dos consórcios em todos
os tratamentos. Rodrigues (2008) não verificou efeito significativo do uso de diferentes
Capítulo 10
121
coberturas de adubo nitrogenado em relação ao número de vagens por planta na cultura
do feijoeiro de inverno. Silva (2012) observou que as plantas de cobertura não afetaram o
estande final de plantas, número de vagens por planta e grãos por vagem.
Tabela 2: Valores da biometria e componentes de produção da cultura do feijoeiro nos
consorcio com U. brizantha; U. Ruzizienses e Cajanus cajan da área experimental da Fazenda
de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no município
de Selvíria-MS (2012/13).
*médias seguidas das mesmas letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
significativamente pelo teste de Tukey (p < 0,1). Onde U.B: Urochloa brizantha; U.R: Urochloa
ruzizienses; C: Cajanus cajan; M. Exclusivo: Milho exclusivo.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Ao verificar a Tabela 2 levou aos valores médios de número de grãos por vagem
na cultura do feijoeiro não ocorreram variação estatística nos tratamentos utilizados
tanto fatorial como para interação para a modalidade de semeadura e consórcio com as
forrageiras. O milho exclusivo também não diferiu estatisticamente da média geral da
modalidade de semeadura dos consórcios em todos os tratamentos. Arf et al. (1996) também
não verificaram efeito na adubação verde sobre este componente de produção. Silva (2012)
Capítulo 10
122
observou em seu trabalho de campo, que as plantas de cobertura não afetaram número
de grãos por vagem entre outros fatores de produção. Soratto et al. (2004) ao estudar o
desempenho do milho consorciado com diferentes espécies de Urochloa, não obtiveram
efeitos significativos no número de grãos por vagem com a utilização de diferentes níveis
de N em cobertura.
Ao visualizar a Tabela 2 foi possível concluir que os valores médios de número
de grão por planta na cultura do feijoeiro, não apresentaram variação estatística para os
tratamentos utilizado, tanto fatorial como para interação entre a modalidade de semeadura
e consórcio com as forrageiras. Quanto ao milho exclusivo, não foi encontrada diferença
estatística da média geral da modalidade de semeadura e dos consórcios em todos os
tratamentos. Arf et al. (1996) também não verificaram efeito da adubação verde sobre este
componente de produção. No trabalho de Silva (2008) não foi verificado efeito das culturas
de verão utilizadas em antecessão no número de grãos vagem-1 de feijoeiro de inverno.
Na busca de nova alternativas para minimizar os efeitos negativos da sucessão
de soja e milho, com proposta fez a opção pela introdução de cultivares de plantas de
cobertura, principalmente de forrageiras, depois da colheita do milho safrinha ou em cultivo
consorciado ao milho. Existe a probabilidade que a cultura consorciada produzida com
a finalidade de forrageira, para ser empregada na alimentação animal ou cobertura para
o solo, o que acresce o rendimento geral do sistema de produção de grãos com base
na sucessão soja depois milho safrinha. Para Adegas (2011), a consorciação entre o
milho safrinha e Urochloa ruzizienses é viável agronomicamente, desde que a supressão
do desenvolvimento da braquiária não for realizada por herbicidas, há diminuição da
produtividade do milho safrinha no consórcio. Para Mello et al. (2013), o milho em cultivo
exclusivo apresentou desempenho semelhante ao obtido nos consórcios, pois, trata-se de
área com sistema plantio direto consolidado. Tal resultado foi semelhante ao obtido neste
experimento Tabela 3 onde a presença da palha não afetou a produtividade mantendo um
resultado semelhante ao cultivo do milho sem o consórcio.
TRATAMENTOS
COBERTURA DO SOLO (%)
30dias
1
Plantio
30 DAS2
60 DAS
90 DAS
MÉDIA
Zea mays exclusivo
72,92
72,50
81,67
85,83
84,17
79,42
Zea mays, Urochloa brizantha
entre linha
75,83
68,75
73,75
83,33
86,67
77,67
Zea mays, Urochloa ruzizienses
entre linha
87,92
71,25
88,75
84,17
84,17
83,25
Zea mays, Cajanus cajan entre
linha
72,08
62,08
84,58
78,75
82,92
76,08
Zea mays, Cajanus cajan linha
74,17
69,17
76,25
85,83
83,75
77,83
Zea mays, Urochloa brizantha
linha
80,00
65,42
79,17
74,58
86,67
77,17
Zea mays, Urochloa ruzizienses
linha
67,50
69,58
79,58
81,25
85,00
76,58
Capítulo 10
123
MÉDIA
75,77
68,39
80,54
81,96
84,76
78,29
Tabela 3: Valores médios de cobertura do solo (%) na cultura do milho em consórcio de milho
com forrageiras, coletados nos períodos de 30 dias antes do plantio, na época do plantio, 30,
60 e 90 dias após a semeadura (DAS) na área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa
e Extensão da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria-MS
(2012/13).
1: “30dias” dias antes da semeadura; 2: ”DAS” dias após semeadura.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013)
CONCLUSÕES
As modalidades de semeadura e as espécies forrageiras proporcionaram
produtividades de grãos e palha semelhantes à do milho exclusivo, e não influenciaram a
produtividade do feijoeiro de inverno em sucessão.
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DOI 10.22533/at.ed.00000000000
LEVANTAMENTO DE CUSTO NA IMPLANTAÇÃO DE
UM GALPÃO AGRÍCOLA NA REGIÃO DE MINEIROS
GOIÁS
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Peterson Oliveira Silva
http://lattes.cnpq.br/3175761921207834
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Com o crescimento da agricultura em
nosso país surgem várias tecnologias, tanto para
as máquinas quanto para insumos agrícolas, além
de um enorme crescimento das construções rurais,
pois isto exige um armazenamento em um local
adequado e seguro. Sendo assim, este trabalho
teve como objetivo fazer um levantamento do
custo de um galpão agrícola em todas as suas
etapas construtivas. O trabalho de custeio foi
realizado no município de Mineiros Goiás, na
avenida Ino Resende Qd 04 Lt 07 Setor Cruvinel,
com a latitude de 17°37.62´´ e a longitude de
52°37.12´´. Foi construído um galpão agrícola de
358.32 metros2, que foi dividido em cinco etapas,
sendo elas: 1ª - alicerce; 2ª - alvenaria; 3ª estruturas e encanamento; 4ª - reboco e concreto;
5ª – acabamento. Foi possível concluir que o
Capítulo 11
127
custo da construção do barracão foi de R$ 326.365,00, totalizando o valor de R$ 910,81/m2
de construção.
PALAVRAS-CHAVE: Materiais; Abrigo para Máquinas; Construções Rurais.
ABSTRACT: With the growth of agriculture in our country, various technologies have
emerged, both for machinery and agricultural inputs, in addition to an enormous growth in
rural buildings, as this requires storage in an adequate and safe place. Therefore, this work
aimed to survey the cost of an agricultural shed in all its construction stages. The costing work
was carried out in the municipality of Mineiros Goiás, on Avenida Ino Resende Qd 04 Lt 07
Setor Cruvinel, with a latitude of 17 ° 37.62´´ and a longitude of 52 ° 37.12´´. An agricultural
shed of 358.32 meters2 was built, which was divided into five stages, namely: 1st - foundation;
2nd - masonry; 3rd - structures and plumbing; 4th - plastering and concrete; 5th - finishing. It
was possible to conclude that the construction cost of the shed was R $ 326,365.00, totaling
R $ 910.81 / m2 of construction.
KEYWORDS: Materials; Machinery Shelter; Rural Buildings.
INTRODUÇÃO
O agronegócio apresenta relevante participação na economia brasileira, sendo
considerado o setor mais importante do país. Em função de seu clima diversificado e uma
extensa área de agricultura com alta produtividade, o Brasil possui grande potencial no
âmbito do agronegócio e destaca-se pela sua crescente produção agrícola no cenário
mundial (CANAL RURAL, 2013). Mas essa expansão agrava um problema já existente,
que é a falta de armazenagem de produtos agrícolas.
O objetivo da armazenagem é guardar e proteger os produtos e por isso o galpão
agrícola é uma edificação indispensável em todas as unidades agrícolas independentemente
do seu seguimento de trabalho; seja ele, a pecuária, a agricultura ou ambos em uma
mesma propriedade. Desta forma, esses galpões rurais variam em tamanho e qualidade,
em função da localização geográfica, do tamanho da propriedade, do nível de renda dos
proprietários, cultura e tradição local, do tipo de atividade a ser desenvolvida e seu nível
de especialização, e do número de atividades diferentes que a propriedade irá desenvolver
(MELLO, 1986).
Simples ou altamente complexas, os galpões agrícolas são infraestruturas que alojam
os mais variados tipos de produtos ou equipamentos, e servem, também, para reparos ou
ajustes de maquinários. Sem eles, quando utilizados como galpões de máquinas agrícolas,
elas têm seu valor de mercado depreciado e o seu desgaste acentuado, implicando
diretamente na queda do rendimento nas operações agrícolas. De acordo com Teixeira
e Ruas (2006), os implementos não devem ficar expostos ao relento, por isso a forma
comumente dos manejos são os galpões de máquinas agrícolas, podendo aumentar sua
vida útil e produtividade. É importante ter um local adequado para os cuidados necessários,
garantindo uma manutenção correta de equipamentos e o conforto e segurança dos
trabalhadores da área.
As principais decisões características da armazenagem de produtos são a definição
do espaço de armazenagem, o layout e configuração do armazém, e a organização dos
produtos no estoque de acordo com o tipo de produto (MORABITO E IANNONI, 2007).
Capítulo 11
128
Para o melhor aproveitamento da construção é necessário a escolha dos materiais que
mais se adaptam a realidade da propriedade. Por exemplo, as estruturas metálicas
apresentam vantagens como alta resistência dos materiais, grande margem de segurança
no trabalho, rápida fabricação, fácil substituição ou reforço da estrutura e possibilidade de
reaproveitamento (BELLEI, 2006).
Além dos critérios de logística e dos benefícios dos materiais utilizados, é importante
conhecer o custo da implantação do projeto (SOST, 2017).
Sendo assim, este trabalho teve como objetivo fazer um levantar o custo de um
galpão agrícola em todas as suas etapas construtivistas.
MATERIAL E MÉTODOS
O galpão foi construído no município de Mineiros, estado de Goiás, localizado na
avenida Ino Resende, setor Cruvinel, assim foi feito o projeto de construção de um galpão
agrícola de 11.96 metros por 29.96 metros com o total de 358.32 metros.
O engenheiro do projeto foi o Paulo Borges da Cunha Neto, e a equipe construtora
foi a equipe do Japão como mestre de obra Peterson Oliveira Silva. O trabalho idealizado
foi o custeio de um barracão e para melhores entendimento foi dividido em cinco etapas.
1°Alicerce: Para o gabarito foi utilizado 100 metros de tabuas de 10 cm de pinus
100 metros de estacas de cedro 5x5cm e 10 novelos de linha 100 metros cada , dois kg de
pregos e com estes materiais que foi feito o gabarito após as marcações, que foi 14 brocas
com diâmetro de 60 cm e 3 metros de profundidade que foi utilizado o caminhão mulk com
a perfuratriz, com 17 brocas com diâmetro de 30 cm e 3,70 metros de profundidade, e 5
brocas com diâmetro de 30 cm e 2 metros de profundidade, que foi perfurado pela bate
estaca (perfuratriz) todas elas com paçoca socado pela perfuratriz conforme exigência do
projeto, os de 3 metros tiveram 1 metros de paçoca de profundidade e os de 2 metros
tiveram 50 cm de paçoca com o traço da paçoca deve 1 saco de cimento e 10 latas de brita,
3 latas de areia grossa.
Foi colocado 02 metros de concreto dentro das 17 brocas de 3 metros com o traço
de 1 saco de cimento, 6 latas de areia e 7 latas de brita, com suas ferragens exigidas,
juntamente com essas 17 brocas foram furados um buraco de 60x60 onde se localiza os
blocos com uma armação de ferro, dentro foi preenchido de concentro, as outras brocas
com diâmetro de 60 cm foi preenchido após seco que irá sustentara carga dos pré-moldados
que foi utilizado 14 pré-moldados com espessura de 20x40 com 5 alturas diferentes 9.75;
9.50; 9.00; 8.70; 8.50 metros, essas variações de tamanho e dividido a altura do arrimo no
fundo deu alto e a frente baixo que foi utilizado um mulk para colocação dos pré-moldados,
e também utilizaram 800 tijolos de 12 furos para a base , todos foram feitos com vigas
baldrame e as contra vigas que foi exigido, e 4 braços de alavanca para maior segurança ,
pois a parte de baixo ficou com 1.75 metro de arrimo, para as vigas utilizaram 250 metros
de tabua de pinos de 30cm, 15 kg de arame recozido na numeração 12 e a sua ferragem
exigida, foi impermeabilizando por dentro colocando lona; para o aterro foi utilizado 600
metros de terra e um retro escavadeira para esparramar a terra, e assim foi finalizado o
alicerce (Figura 1).
Capítulo 11
129
FIGURA 1. Implantação do alicerce na construção de um barracão agrícola, município de
Mineiros, Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Silva, 2020.
2°Alvenaria: Toda a alvenaria foi feita com tijolos de 12 furas 14/19/24respeitandotodas
as medidas de pilares e vigas na altura de 3 metros foi feito, outra viga do respaldo com a
altura de 6 metros e mais 1.50metro de platibanda com uma viga na altura de 7.5 metros.
E os cômodos de dentro tem 2 banheiros e um DML (deposito de material de limpeza) na
altura de 3.30 metros com os vagões de 5.5x6 metro, no portão frente 3x3, no fundo o
portão de 3 portas e 2 janelas (Figura 2).
Capítulo 11
130
Figura 2. Implantação de todo processo de alvenaria na construção de um barracão agrícola,
município de Mineiros, Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Silva, 2020.
3°Estruturas e encanamento : Foi utilizado cinco terça seguindo todas as medida se
matérias do projeto, o telhado com queda para dois lados foi utilizado duas calhas de zinco
de 29.50 metros de comprimento todas elas com duas saída para cano de 150 mm,foi feito
toda a canalização para o esgoto ,água e para pluvial , deve três terças para colocar a caixa
de água, após todas os vedações, o termino das soldas das estruturas foi colocados as
telhas de zinco (Figura 3).
Capítulo 11
131
FIGURA 3. Implantação do encanamento e estruturas metálicas, na construção de um barracão
agrícola, município de Mineiros, Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Silva, 2020.
4° Reboco concretos: Todo o reboco foi jeito com o traço de 9 latas de areia para 1
saco de cimento. Para o concreto foi feito um preparo de socar o chão, bem socado com
dois compaquitadores após socados foi todo preparado com níveis exigidos, foi taliscado,
colocado uma canaleta, parecidos com os de posto de combustível , contendo um fosso
com 2 metros de profundidade por 1.50x1.70 por conta se algum produtos químicos ser
danificado como por exemplo derramar, não irá danificar o meio ambiente , ele ficará ali no
fosso, até ser retirado pelas pessoas capacitadas (Figura 4).
Para o concreto com espessura de 15 cm no chão, foi colocado 23 malhas de ferro
(malha pop), foi gasto 55 metros3 de concreto usinado 20 ppm e o piso foi queimado com
um bambolê, juntamente com a calçada.
Capítulo 11
132
Figura 4. Implantação do reboco e concretagem, na construção de um barracão agrícola,
município de Mineiros, Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Silva, 2020.
5° Acabamento; Os banheiros foram colocados cerâmica 50x50 acetinado e
retificado no chão nos banheiros e no DML, nas paredes foi colocado um piso de 35x60
na cor branca retificado em meia parede, o restante foi pintura e forro de gesso, o vaso foi
acoplado, com 3 pias e um bacião (Figura 5).
Na parte elétrica foi colocado 8 refletores, 12 lâmpadas de emergência, 40 pontos
de luzes (tomada, apagador ) todas com fios na parte de cima que passou por dentro das
calhas ( canaletas ventilados ) ,contendo dois portões de 3.20x5.50 metros , e outro portão
de 3x3 metros, três portas de 80 cm, pintura por fora com textura perola e na parte de
dentro tinta perola e 150 metros, embaixo uma barragem na cor caramelo (Figura 5).
Capítulo 11
133
FIGURA 5. Implantação do acabamento final e eletrica, na construção de um barracão agrícola,
município de Mineiros, Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Silva, 2020.
Podemos notar na (Tabela 1) que o alicerce para fazer o gabarito foram utilizadas
as tábuas de 10cm, as estacas, linhas, pregos. Logo após foram feito as perfurações de
diâmetro de 30 e 60. E as brocas das gaiolas. Todos os ferros foram utilizados para fazer as
ferragens (blocos, arranque e vigas). Para os preenchimentos das blocas, foram utilizados
cimento, areia, brita e ferragem. Com a chegadas dos pré-moldados, foram erguidos pelo
caminhão mulk , alinhados e abrumados, e os pés preenchidos com concreto. Os tijolos
foram utilizados para levantar as paredes do arrimo. Tijolos, cimentos, areia, vedalit e
vedacit. Paras as vigas foram utilizadas todas as tabuas, repões, para tarugar, as tabuas
foram colocadas as ferragens das vigas, foi utilizados arame 12 para amarração e foram
preenchidas com concreto. Após a cura do concreto foi rebocado por dentro, e foi passado
o impermeabilizante vedatop, e uma lona, e aterrado com a ajuda de uma retroescavadeira.
O resultado esperado foi excelente, ótima mão de obra e bons matérias.
Capítulo 11
134
Material
Quantidade
Valor
Tabua 10cm
100 metros
275.00
Estaca 5x5 cm
100 metros
900,00
Linha
10 unidades
70,00
12 kg
180,00
Perfuração broca 60
42 metros
500,00
Perfuração broca 30
72.9 metros
Prego 18x24
Ferro 8 mm
850,00
96 barras
2.016,00
Ferro 5 mm
60 barras
300,00
Ripão pinos
300 metros
400,00
Tabua 30cm
250 metros
2.083,00
Pré-moldado
14 unidades
13.720,00
Tijolos 12 furos
800 unidades
680,00
15 kg
225,00
Arame n°12
Arame n°16
10 kg
150,00
Veda top
17 caixa
850,00
Mulk
18 horas
1800,00
Cimento
288 sacos
5.184,00
Brita
32 metros
3.200,00
Areia
30 metros
3.000,00
Aterro
60 caminhões
6.000,00
Retroescavadeira
10 horas
2.000,00
Vedalit
10 litros
75,00
Vedacit
80 litros
240,00
Mão de obra
20 dias
26.000,00
Projeto
15.000,00
TOTAL
85.698,00
Tabela 1. Valores dos materiais utilizados na construção de um barracão agrícola, no município
de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se na (Tabela 2), onde a alvenaria, os ferros foram utilizados para fazer
as ferragens dos pilares e vigas. Após as ferragens dos pilares colocadas no local,
foram assentados os tijolos, até as alturas de 3 metros, foram colocadas as ferragens
das vigas, foram utilizadas as tabuas, arrame, pregos, cimentos, areias e britas, para os
preenchimentos das vigas e pilares. Logo após foi assentado mais tijolos até a altura de
6 metros e foi feito outra viga. E depois foi assentado mais 1,5 metro de tijolo e feito outra
viga. Foi chumbado três portais, foi rasgado os tijolos para a passagens das mangueiras
corrugadas, de energia.
Os resultados esperados foram dentro do prazo, os proprietários ficaram bastante
satisfeito, com o espaço e a altura.
Capítulo 11
135
Material
Quantidade
Valor
Tijolo
11.600
9.860,00
Arame recozido
35 kg
525,00
Arame n°12
50 kg
750,00
Vedalit
40 litros
Cimento
Vedacit
300,00
260 sacos
4.680,00
120 litros
360,00
Mangueira corrugada
300 metros
330,00
Areia
40 metros
2.000,00
Brita
11 metros
1.100,00
Portal 80cm
3 unidades
Mão de obra
600,00
26.000,00
Ferros
9.900,00
TOTAL
56.405,00
Tabela 2. Valores dos materiais utilizados na alvenaria, na construção de um barracão agrícola,
no município de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Visualiza-se na (Tabela 3) as estruturas e encanação. Para a encanação, tanto
pluvial, esgoto e água foram feitos todos os rasgos, nas paredes e chão, colocando ralos,
caixa de passagem, caixa de água, boia, registro. Na estrutura metálica, primeira coisa e
a colocação das tesouras, logo em seguida as terças, calhas, telhado, rufos e pingadeiras.
Resultado esperado, tudo funcional, nenhum cano a mostra, perfeita colocação das telhas.
Material
Quantidade
Valor
Cano 150mm
12 barras
1.080,00
Cano 100mm
10 barras
380,00
Cano 25mm
14 barras
140,00
Cano 40mm
2 barras
40,00
Joelho 150mm
6 unidades
300,00
Luva 150mm
4 unidades
80,00
Joelho 100mm
15 unidades
210,00
Luva 100mm
8 unidades
88,00
Joelho 25 mm
20 unidades
10,00
Joelho 25mm azul
15 unidades
30,00
T25
4 unidades
8,00
Joelho 40mm
12 unidades
28,00
Ralo
3 unidades
100,00
Cola
Caixa de passagem
Calha
4 litros
120,00
1 unidade
200,00
59.4 metros
2.700,00
Capítulo 11
136
Pingadeira
84 metros
Rufos
24 metros
2.100,00
528,00
Estrutura
12.000,00
Telhado
15.000,00
Terça p/ caixa
3 unidades
1.000,00
Mão de obra
26.000,00
Vedo rosca
3 unidades
9,00
Mip
15 unidades
7,00
Caixa de água
1 unidade
1.380,00
Baia
1 unidade
48,00
Registro PVC
1 unidade
60,00
Registro de gaveta
3 unidades
47,00
TOTAL
63.693,00
Tabela 3. Valores dos materiais utilizados no encanamento e estruturas metálicas, na
construção de um barracão agrícola, no município de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Percebe na (Tabela 4) que o reboco e concreto, para o reboco foram utilizados,
cimento, areia, vedalit e vedacit. Já a construção do fosso, utilizamos tijolos, areias
e cimentos. Na preparação para o concreto utilizamos dois compactadores para a
compactação do solo, foi taliscado, colocado as malhas de ferros, as canaletas e seguinte
o concreto usinado, utilizando duas maquinas para o polimento do chão, foram assentadas
as caixas de energia e quadro de distribuição, e a calçada cimento, areias e britas.
Resultado esperados foram o local amplo, bastante fresco e arejado.
Material
Compactador
Canaletas
Quantidade
Valor
2 unidades
160,00
50 metros
5.000,00
Tijolos
200 unidades
Malha pop
23 unidades
3.105,00
Concreto
55 metros 3
17.380,00
Banbole
2 unidades
1.600,00
Cimento
250 sacos
4.500,00
170,00
Brita
3 metros
300,00
Areia
43 metros
2.150,00
Vedalit
Vedacit
Caixinha emergência
Mao de obra
60 litros
900,00
200 litros
600,00
40 unidades
50,00
26.000,00
Quadro de distribuição
90,00
Capítulo 11
137
TOTAL
62.005,00
Tabela 4. Valores dos materiais utilizados no reboco e concreto, na construção de um barracão
agrícola, no município de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Ao observar os dados na (Tabela 5), podemos notar que o acabamento, todas as
cerâmicas foram acetadas com arga massa, com junta de 3mm , nos banheiros instalações
dos vasos, pias, chuveiros, acabamento de registro ,portas, fechaduras, dobradiças, alisar,
torneiras, sifão, engate, kit de banheiro e gesso no teto. Na lavandeira, bacião, sifão e
torneira. Foram passados todos os fios de eletricidades, dentro de uma canaleta ventilada,
instalados luminária de led, luzes de emergência, disjuntores, interruptores e tomadas.
Foram instados o portão da frente e do fundo, já a pintura, textura por fora, tinta acrílica,
sintética, semissintética. Resultados esperados, um galpão funcional, seguindo todas as
exigências da engenharia, bombeiros, e entre outros.
Material
Quantidade
Valor
Cerâmica chão
12 metros
2
264,00
Cerâmica parede
30 metros 2
600,00
Argamassa
95 sacos
900,00
Junta facio 3mm
5 sacos
15,00
Vaso acoplado
2 unidades
600,00
Pia
3 unidades
600,00
Chuveiro
2 unidades
100,00
Acabamento de registro
3 unidades
90,00
Luminária
3 unidades
210,00
Porta 80cm
3 unidades
300,00
3 jogos
180,00
Alisares
Fechadura
3 unidades
170,00
Luminária led
8 unidades
1.000,00
Luz de emergência
12 unidades
1.000,00
Dobradiço
3 unidades
90,00
Textura
50 unidades
9.000,00
Tinta sintético
18 latas
250,00
Tinta acrílica
15 latas
3.000,00
Tinta sintética barado
18 latas
250,00
Bacião
1 unidade
180,00
Torneira
3 unidades
300,00
Engate
3 unidades
24,00
Sifão
4 unidades
32,00
Kit banheiro
2 unidades
45,00
Gesso
12 metros
384,00
2
Capítulo 11
138
Calha ventilado
84 metros
1.680,00
Fio 10mm
300metros
2.300,00
Fio 2.5 mm
800 metros
2.000,00
Conjunto aterramento
600,00
Disjuntores
8 unidades
Interruptor de tomada
40 unidades
520,00
Portão 3.30x5.50
2 unidades
4.000,00
Portão 3x3
1 unidade
1.800,00
80,00
Mão de obra
26.000,00
TOTAL
58.564,00
Tabela 5. Valores dos materiais utilizados no acabamento final, na construção de um barracão
agrícola, no município de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Nota-se na (Tabela 6), que o levantamento das cincos etapas da construção,
chegaram à conclusão de um custeio adequado, para um investimento de um galpão
agrícola. Resultados esperados foram um custeio bom para o total das cincos etapas.
Etapas
Valores
1°alicerce
85.698,00
2°alvenaria
56.405,00
3°estrutura e encanamento
63.693,00
4° reboco e concreto
62.005,00
5°acabamento
58.564,00
Custo total da construção
326.365,00
Tabela 6. Valores das etapas e valor total do custo da construção de um barracão agrícola, no
município de Mineiros Estado de Goiás, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUSÃO
Com o desenvolvimento do presente trabalho, chegamos à conclusão de que o
custo da construção do barracão agrícola foi de R$ 326.365,00, finalizando com o valor de
R$ 910,81 reais o metro quadrado de construção.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.projetosojabrasil.com.br/armazenagem-mercado-18-11/. Acesso em: 15 de
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Capítulo 11
139
MELLO, R. Análise energética de agroecossistemas: o caso de Santa Catarina. 1986. 139f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Curso de Pós-graduação em Engenharia,
Universidade Federal de Santa Catarina.
MORABITO, R.; IANNONI, A. P. Logística Agroindustrial (cap.4). In: BATALHA, M. O. Gestão
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TEIXEIRA, Mauri M.; RUAS, Renato A. A. Mecanismos de transmissão de potência e
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SOST, Jaderson A. B. Viabilidade de uma unidade de armazenamento de grãos em uma
propriedade rural no município de Jóia-RS. 2017.
Capítulo 11
140
CAPÍTULO 12
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE
FUNGICIDAS PARA O MANEJO DE DOENÇAS DA
SOJA, EM JATAÍ, GOIÁS, SAFRA 2017/2018
Data de aceite: 09/04/2021
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Beatriz Campos Miranda
http://lattes.cnpq.br/9906493282188494
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo avaliar a
eficiência de sistemas de aplicações de fungicidas
sob condições de campo para o controle do
complexo de doenças no município de Jataí,
estado de Goiás. O experimento foi instalado em
uma lavoura comercial de grãos na cultura de soja
cultivar ANTA RR ano safra 2017/2018, implantado
pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia.
Os tratamentos consistiram de sistemas de
aplicação de fungicidas com variações quanto a
combinações de marcas comerciais de produtos,
número e estagio fisiológico da primeira aplicação
dos tratamentos. As pulverizações dos fungicidas
foram efetuadas nas seguintes datas e estádio
Capítulo 12
141
fisiológicos de desenvolvimento da cultura da soja, no estádio fisiológico vegetativo (V4/
V5); estádio de final da floração (R3) e no estádio de enchimento de grãos (R 5.2). Para a
avaliação das doenças de final de ciclo (DFC) foi utilizado uma escala diagramática de níveis
de severidade proposta por Martins et al. 2004. Para a avaliação da mancha alvo conforme
Soares et al. 2009 e a avaliação da desfolha foi feita de acordo com Hirano et al. 2010. A
parcela experimental foi constituída de quatro fileiras de sete metros espaçadas de 0,50
centímetros entre as fileiras. Os dados foram coletados na área útil da parcela, ou seja, as
duas fileiras centrais, excluindo-se um metro de cada extremidade das fileiras (1m x 5m=
5m2). As aplicações de inseticidas, adubação e demais tratos culturais, na área experimental,
menos a aplicação de fungicidas, foram os mesmos da lavoura comercial contígua. Podemos
concluir com aplicação dos sistemas de fungicidas para controle dos complexos de doenças
para cultura da soja, obteve resultado positivo, mesmo com um índice de doenças bem
abaixo do esperado.
PALAVRAS-CHAVE: Controle fitossanitário. Glycine max. Controle fúngico. Fitotecnia.
EVALUATION OF FUNGICIDE APPLICATION SYSTEMS FOR THE
MANAGEMENT OF SOYBEAN DISEASES, IN JATAÍ, GOIÁS, SAFRA 2017/2018
ABSTRACT: This work aimed to evaluate the efficiency of fungicide application systems
under field conditions for the control of the disease complex in the municipality of Jataí,
state of Goiás. The experiment was installed in a commercial grain crop in the soybean crop
cultivar ANTA RR crop year 2017/2018, implemented by the Center for Study and Research
in Phytotechnics. The treatments consisted of fungicide application systems with variations
regarding combinations of commercial product brands, number and physiological stage
of the first application of the treatments. The spraying of the fungicides was carried out
on the following dates and physiological stage of soybean development, in the vegetative
physiological stage (V4 / V5); final flowering stage (R3) and grain filling stage (R 5.2). For the
evaluation of end-of-cycle diseases (DFC), a diagrammatic scale of severity levels proposed
by Martins et al. 2004. For the evaluation of the target spot according to Soares et al. 2009
and the assessment of defoliation was done according to Hirano et al. 2010. The experimental
plot consisted of four rows of seven meters spaced 0.50 centimeters between the rows. Data
were collected in the useful area of the plot, that is, the two central rows, excluding one meter
from each end of the rows (1m x 5m = 5m2). The applications of insecticides, fertilization and
other cultural treatments, in the experimental area, minus the application of fungicides, were
the same as those of contiguous commercial crops. We can conclude with the application
of fungicide systems to control disease complexes for soybean crops, it obtained a positive
result, even with a disease index well below expectations.
KEYWORDS: Phytosanitary control. Glycine max. Fungal control. Phytotechnics.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merril) é uma cultura importante para o agronegócio no
Brasil que se constitui na atualidade o maior produtor do mundo com produção estimada
para a safra 2020/2021 da ordem de 134.451,1 mil toneladas, e um incremento de 7,7%
em relação à safra anterior (CONAB, 2020). É afetada por cerca de quarenta doenças
causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus que quando não controladas podem
limitar a sua produtividade. A relevância de cada doença depende da nutrição e resistências
das cultivares, das interações com o meio, das condições climáticas de cada região e pode
Capítulo 12
142
variar de um ano para outro (EMBRAPA, 2013a).
Existe um grupo de doenças que são conhecidas como “doenças de final de ciclo”
(DFC) que inclui a mancha parda ou septoriose (Septoria glycines) o crestamento foliar de
cercospora e a mancha púrpura da semente (Cercospora kikuchii)
Ocorrem em todas as regiões produtoras de soja no Brasil e em muitas situações
ocorrem simultaneamente na planta dificultando a diagnose sendo tratadas como “complexo
de doenças de final de ciclo” (YORINORI, 1998). A presença da doença fúngica produz a
queda de folhas precoce que antecipa o ciclo de vida da cultura em aproximadamente 25
dias em comparação a lavouras não afetadas. Isso interfere na atividade fotossintética
pela diminuição da área de absorção de luz, no processo de enchimento de grãos que
consequentemente reduz a produtividade. Os fungos podem infectar as sementes alterando
a qualidade dos grãos além de facilitar a disseminação (EMBRAPA, 2013a).
A ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) é uma das doenças fúngicas mais
relevantes na cultura da soja podendo provocar perdas que variam entre 10% a 90% e de
ocorrência em todas as regiões (YORINORI et al., 2005). Causa inicialmente pequenas
lesões nas folhas, de cor castanha e presença de urédias na face adaxial da folha, local de
formação dos esporos. A desfolha precoce e queda na produção são comuns. Recomendase como medidas de controle a eliminação de plantas voluntárias na entressafra por meio do
vazio sanitário para redução do inóculo do fungo, a utilização de cultivares de ciclo precoce
e semeaduras no início da época recomendada como estratégia de escape da doença, a
utilização de cultivares com genes de resistência, o monitoramento da lavoura desde o seu
início de desenvolvimento, a utilização de fungicidas preventivamente ou no aparecimento
dos sintomas e a redução das janelas de semeaduras para reduzir o número de aplicações
de fungicidas ao longo da safra e com isso tentar atrasar a seleção de populações do fungo
resistentes ou menos sensíveis aos fungicidas (GODOY et al., 2020).
A mancha-alvo (Corynespora cassiicola) é uma doença fúngica e pode ser
identificada por pontuações pardas nas folhas, com halo amarelado que evolui para
manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escura e provoca desfolha
com perdas na produtividade em até 40% (GODOY et al., 2016).
Nesse contexto, esse trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência de sistemas de
aplicações de fungicidas sob condições de campo para o controle do complexo de doenças
no município de Jataí, estado de Goiás.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi instalado em uma lavoura comercial de grãos na cultura de soja
cultivar ANTA RR na safra 2017/2018, implantado em 27 de outubro de 2017 pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. A localidade apresenta como coordenadas geográficas:
17º58’33,10’’ Sul e 52º06’36,8’’Oeste. e 865 m de altitude.
O clima predominante da região, conforme classificação de Alvares et al. (2013) é
do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 1). O período
Capítulo 12
143
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 1. Temperatura (oC) médias mensais, Umidade relativa (%) médias mensais e
Precipitação pluvial (mm) médias mensais, acumuladas na safra 2017/2018, no município de
Jataí, estado de Goiás. 2018.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2018.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013b) é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 25 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 e de 0,20 a 0,40 metros de profundidade, seguindo a metodologia proposta
por Raij e Quaggio (1983). As análises foram feitas no Laboratório de Fertilidade do Solo
da instituição (Tabela 1). Os resultados dos teores dos macros e micros nutrientes obtidos
na análise de solo, conforme indicação para o cerrado, fosforo com teores baixo, potássio
com teores muito baixo, cálcio com teores alto e magnésio, conforme a profundidade 0,0 a
0,20 m e teores alto e conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m teores alto e na profundidade
de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram realizadas no Laboratório de
Fertilidade do Solo da UFJ-Universidade Federal de Jataí e estão expressas na (Tabela 1).
Capítulo 12
144
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm
0 – 20
4,6
7
0,4
17
6
1
21
23,4
20 – 40
4,6
2
0,2
15
8
1
25
23,2
Profundidade
(cm)
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
mmolc dm
-3
S.B.
CTC
V
M.O.
%
g dm-3
44,4
52,74
16
48,2
48,17
11
-3
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo, amostrado antes do plantio na área
experimental para implantação da cultura da soja cultivar ANTA RR, implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, no município de Jataí, estado de Goiás, 2018.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Para a avaliação das doenças de final de ciclo (DFC) causadas por Cercospora
kikuchi e Septoria glycines foi utilizado uma escala diagramática de níveis de severidade
com as seguintes representações de áreas foliares infectadas (AFI): 0% de AFI; 2,4%
AFI; 15,2%AFI; 25,9% AFI; 40,5% AFI; e 66,6% AFI (MARTINS et al., 2004). A severidade
das DFC foi representada pela média das leituras de severidade em 10 plantas e em
cada planta foi avaliada a folha com maior nível de severidade, que geralmente estavam
localizadas no terço inferior da planta. Foram efetuadas leituras de doenças um dia antes
da primeira aplicação dos fungicidas, nos dias 20/12/2017 (V3/V4), nos dias 20/12/2017
(R3/R4), 04/01/2018 (R5.1), 19/01/2018 (R5.2/R5.3) e no dia 28/01/2018 (R5.3/R5.4).
Para a avaliação da mancha alvo causada por Corynespora cassiicola foi utilizado
a escala diagramática com os seguintes graus de severidade: 1%; 2%; 5%; 9%; 19%; 33%
e 52% de AFI (SOARES et al., 2009). Em cada ponto amostrado, equivalente a um raio de
visão de cerca de 1 metro, foi avaliada a folha mais severamente infectada. A severidade
da parcela foi representada pela média das severidades de mancha alvo em quatro pontos
amostrados. Foi efetuado leitura de mancha alvo um dia antes da primeira aplicação dos
fungicidas e no dia 28/01/2018 (estádio R5.3/R5.4)
A avaliação da desfolha causada por doenças foi realizada utilizando-se uma escala
diagramática com os níveis de 100%; 85%; 65%; 45%; 15% e 5% de desfolha (HIRANO et
al., 2010). A percentagem de desfolha foi obtida estimando-se uma nota representativa da
parcela como um todo. Foram realizadas avaliações de desfolha nos dias 05, 08, 11 e 16
de fevereiro de 2018.
Foram coletados os seguintes parâmetros produtivos: massa de grãos, massa de
100 grãos, população final de plantas, altura de plantas e altura da primeira vagem. A
população final de plantas foi obtida no final do clico da cultura, quando foram contadas
todas as plantas da área útil da parcela (5m2).
Os grãos de soja foram colhidos e secos ao sol de modo a reduzir e uniformizar as
possíveis diferenças de umidades entre as parcelas, ambos os pesos foram com umidade
padrão de 14%. As alturas de plantas e da primeira vagem foram obtidas a partir das
medições em três plantas por parcela.
Os tratamentos consistiram de sistemas de aplicação de fungicidas com variações
quanto a combinações de marcas comerciais de produtos, número e estagio fisiológico da
primeira aplicação dos tratamentos. As pulverizações dos fungicidas foram efetuadas nas
seguintes datas e estádio fisiológicos de desenvolvimento da cultura da soja, no estádio
Capítulo 12
145
fisiológico vegetativo (V4/V5); estádio de final da floração (R3) e no estádio de enchimento
de grãos (R 5.2). Utilizou-se equipamento costal movido a CO2 calibrado para uma vazão
de 100 litros de calda por hectare. As pulverizações foram iniciadas sempre no início da
manhã, sob condições de temperatura, umidade relativa do ar e ventos necessários para
que maior quantidade de fungicida atinja a superfície foliar alvo da aplicação.
A parcela experimental foi constituída de quatro fileiras de sete metros espaçadas
de 0,50 centímetros entre as fileiras. Os dados foram coletados na área útil da parcela, ou
seja, as duas fileiras centrais, excluindo-se um metro de cada extremidade das fileiras (1m
x 5m= 5m2).
As aplicações de inseticidas, adubação e demais tratos culturais, na área
experimental, menos a aplicação de fungicidas, foram os mesmos da lavoura comercial
contígua. Estes tratos culturais foram suficientes para a obtenção de altos rendimentos de
grãos, ou seja, rendimentos acima de 3.600 Kg ha-1.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e quatro repetições, os
dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014). Os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste
Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a
comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados referentes aos parâmetros produtivos, avaliação de doenças e índices de
desfolha podem ser observados nas Tabelas 1, 2 e 3.
Observa-se na (Tabela 1) para as variáveis tecnológicas PPF: População de Plantas;
AP (cm): Altura de planta em centímetros; AIPF: Altura inserção da primeira vagem; NVPP:
Número de vagens por planta; PMG: Peso de mil grãos; P Kg ha-1, que não houve diferença
significativa entre os tratamentos.
PPF
Tratamentos
AP (cm)
AIPV
NVPP
PMG
P Kg
ha-1
01. Controle absoluto “dose zero”
404.000
93,67
14,33
33,00
148
4.293
02. (PrioriXtra)(11) > (PrioriXtra)(11)
415.333
96,00
17,00
32,33
147
3.427
03. (Fox)(7) > (Sphere Max)(14)
426.000
91,67
14,00
31,00
144
3.990
04. (Battle)(3) > (Authority)(2) > (Authority)(2)
426.667
96,67
15,67
32,00
147
3.917
05. (Comet)(5) > (Opera)(10) > (Opera)(10)
425.333
97,67
16,67
34,00
145
3.433
06. (Locker)(9) > (Locker)(9)
424.000
95,67
16,67
33,33
134
3.830
07. (Horos)(8) > (Horos)(8)
485.333
92,33
16,00
28,67
148
3.933
08.(PrioriXtra+Score)(12)>(PrioriXtra+Score)(12)
435.333
92,67
16,33
29,33
143
3.560
09. (Aproach Prima)(1) > (Aproach Prima)(1)
429.333
90,00
17,00
32,33
138
3.927
10. (Celeiro)(4) > (Shake)(13) > (Shake)(13)
417.333
89,33
15,33
32,33
146
4.170
11. (Battle) > (Fox) > (Sphere Max)
391.333
90,00
15,67
31,67
144
3.997
12. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Horos)(8)
435.333
94,00
15,67
30,33
150
3.750
432.000
92,67
15,67
33,33
144
3.820
(3)
(3)
(7)
(7)
(14)
(2)
13. (Battle) > (Fox) > (Authority)
Capítulo 12
146
493.333
14. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (PrioriXtra)(11)
18,67
29,67
150
3.913
96,33
15,67
34,00
151
3.730
95,67
16,33
32,00
146
3.873
17. (Battle) > (Fox) > (Locker)
494.000
98,00
17,00
31,00
156
3.900
18. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Aproach Prima)(1)
431.333
96,00
16,67
28,67
146
4.020
19. (Battle) > (Fox) > (Shake)
430.667
98,67
16,00
31,33
152
3.813
20. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Fox)(7)
366.667
94,00
17,33
32,33
140
3.750
21. (Comet+Carbomax) >(Fox) >(Sphere
Max)(14)
458.000
93,00
16,00
30,33
151
3.917
22. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Horos)
443.333
95,67
17,67
31,33
146
4.250
23. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) >
(Authority)(2)
412.667
97,00
16,67
35,67
148
3.823
24. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) >
(PrioriXtra)(11)
410.667
97,00
16,00
31,00
142
3.683
25. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7)
>(PrioriXtra+Score)(12)
420.667
94,67
17,33
34,00
150
3.797
26. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Opera)
424.000
95,67
17,00
31,00
150
4.220
434.000
96,00
16,67
31,00
142
3.803
28. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) >
(Aproach Prima)(1)
418.000
96,00
16,00
32,67
139
3.633
29. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Shake)
(13)
426.667
99,00
17,00
27,67
149
3.577
30. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Fox)(7)
396.667
93,00
15,33
33,00
147
4.193
CV (%)
12,45
18,21
9,36
7,48
20,01
15,32
DMS
45,38
8,32
5,70
8,32
2,10
823,15
(7)
15. (Battle) > (Fox) > (PrioriXtra+Score)
(12)
16. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Opera)(10)
(3)
(3)
(7)
(9)
(7)
(13)
(6)
(7)
(8)
(10)
27. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Locker)
(9)
398.000
98,33
433.333
(3)
Tabela 1. Média das características agronômicas na cultura da soja cultivar ANTA RR, em função de
aplicação de fungicidas com variações quanto as combinações de marcas comerciais de produtos,
número e estádio fisiológico da primeira aplicação dos tratamentos de experimento implantado pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, município de Jataí, estado de Goiás. 2018.
Doses em grama ou ml ha-1: (1)= Aproach Prima+Adj.Nimbus (300+ 400); (2)= Authority+Adj.Nimbus
(400+ 400); (3)=Battle+ Adj.Nimbus (600+300); (4)= Celeiro+Adj.Nimbus (600+ 300); (5)= Comet (300);
(6)= Comet+Carbomax (300+ 600); (7)= Fox+Adj.Aureo (400+ 300); (8)= Horos+Adj.Nimbus (500+
400); (9)= Locker+Adj.Nimbus (1000+ 400); (10)= Opera+Adj.Nimbus (500+ 400); (11)= PrioriXtra+Adj.
Nimbus (300+ 400); (12)= PrioriXtra+Score+Adj.Nimbus (300+ 200+ 400); (13)= Shake+Adj.Iharol
(600+ 500); (14)= Sphere Max+Adj.Aureo (150+ 300). PPF: População de Plantas; AP (cm): Altura de
planta em centrimetros; AIPF: Altura inserção da primeira vagem; NVPP: Número de vagens por planta;
PMG: Peso de mil grãos; P Kg ha-1. Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤
0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados de Pesquisa, 2018.
Visualiza-se na (Tabela 2) para as variáveis tecnológicas DFC4: Enchimento de
Grãos: 75% (R5.3/R5.4); M.Al.1: M.Alv: Mancha Alvo “Corynespora cassiicola” Enchimento
de Grãos: 75% (R5.3/R5.4), onde não foi detectado sintomas da ferrugem asiática da
Capítulo 12
147
soja causada por Phakopsora pachyrhizi enquanto os índices das doenças observadas
foram relativamente baixos. O fungo Septoria glycines apresentou sintomas ainda na fase
vegetativa, antes da primeira aplicação de fungicidas, mas estes sintomas não evoluíram
durante toda a fase vegetativa.
Podemos notar também na (Tabela 2), na fase final da floração as doenças de final
de ciclo (Septoria glycines) começaram a aumentar a severidade e na fase de enchimento
dos grãos foi detectado a mancha alvo (Corynespora cassiicola), mas não observamos
diferença significativa entre os tratamentos.
Os índices de doenças foram considerados baixos considerando a evolução
relativamente lenta da severidade e tendo em vista que a testemunha não pulverizada
apresentou rendimento de grãos semelhantes aos sistemas de tratamentos fungicidas. Este
baixo nível de severidade não permitiu detectar grandes diferenças nos índices percentuais
de AFI nos sistemas de aplicação de fungicidas.
Tratamentos
DFC1
DFC2
DFC3
DFC4
M.Al.1
01. Controle absoluto “dose zero”
4,00
1,63
1,79
6,24
2,83
02. (PrioriXtra)(11) > (PrioriXtra)(11)
0,48
1,36
1,89
2,75
2,50
0,72
0,80
1,44
2,75
2,08
0,24
0,96
1,12
2,83
2,08
0,80
0,72
1,44
2,83
3,25
0,16
1,36
1,44
3,25
3,33
0,56
1,36
1,52
4,45
2,83
0,40
0,72
1,28
2,08
2,08
09. (Aproach Prima)(1) > (Aproach Prima)(1)
0,16
1,79
1,68
3,60
4,42
10. (Celeiro)(4) > (Shake)(13) > (Shake)(13)
0,24
0,80
1,36
2,51
0,83
11. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Sphere Max)(14)
0,00
0,56
0,96
2,00
2,08
12. (Battle) > (Fox) > (Horos)
0,00
0,64
0,96
1,76
0,00
13. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Authority)(2)
0,00
1,07
0,96
2,32
0,83
14. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (PrioriXtra)(11)
0,00
0,96
0,96
2,16
3,25
15. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (PrioriXtra+Score) (12)
03. (Fox)(7) > (Sphere Max)(14)
(3)
(2)
(2)
04. (Battle) > (Authority) > (Authority)
(5)
(10)
05. (Comet) > (Opera)
(10)
> (Opera)
06. (Locker)(9) > (Locker)(9)
07. (Horos)(8) > (Horos)(8)
08.(PrioriXtra+Score)
(3)
(12)
>(PrioriXtra+Score)
(7)
(12)
(8)
0,00
0,80
0,96
1,76
1,67
(10)
16. (Battle) > (Fox) > (Opera)
0,08
0,88
1,20
2,24
1,67
17. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Locker)(9)
0,24
0,88
1,28
2,24
2,50
18. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Aproach Prima)(1)
0,08
0,91
1,28
2,08
2,50
0,48
0,64
1,20
2,24
0,83
20. (Battle) > (Fox) > (Fox)
0,00
0,48
0,80
1,92
2,50
21. (Comet+Carbomax)(6) >(Fox)(7)>(Sphere Max)(14)
0,83
1,04
1,28
2,40
3,17
22. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Horos)(8)
0,24
0,88
1,28
2,16
2,83
(3)
(7)
(3)
(7)
(3)
(7)
(13)
19. (Battle) > (Fox) > (Shake)
(7)
Capítulo 12
148
0,00
0,80
1,04
2,08
2,83
0,24
0,72
1,04
2,00
2,08
0,00
0,88
1,68
2,24
3,25
0,16
0,80
1,12
2,16
2,42
1,09
0,96
1,44
4,53
2,50
28. (Comet+Carbomax) > (Fox) > (Aproach Prima)
0,00
0,96
1,36
3,95
4,42
29. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Shake)(13)
0,00
1,31
1,04
3,60
2,00
30. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Fox)(7)
0,00
0,64
1,39
1,76
2,83
CV (%)
15,23
22,56
30,18
25,15
19,13
DMS
4,30
1,21
0,98
1,33
1,56
23. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Authority)(2)
(6)
(7)
(6)
(7)
(11)
24. (Comet+Carbomax) > (Fox) > (PrioriXtra)
25. (Comet+Carbomax) > (Fox) >(PrioriXtra+Score)
(12)
26. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Opera)(10)
27. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Locker)(9)
(6)
(7)
(1)
Tabela 2. Média das incidências de doenças na cultura da soja cultivar ANTA RR, em função
de aplicação de fungicidas com variações quanto a combinações de marcas comerciais de
produtos, número e estádio fisiológico da primeira aplicação dos tratamentos em experimento
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, município de Jataí, estado de
Goiás. 2018.
DFC1: Cercospora kikuchi e Septoria glycines no estádio, Floração final/ canivetinho (R3/ R4);
DFC2: Cercospora kikuchi e Septoria glycines, no estádio (R5.1); DFC3: Cercospora kikuchi
e Septoria glycines no estádio (R5.2/R5.3); DFC3: Cercospora kikuchi e Septoria glycines;
DFC4: Enchimento de Grãos: 75% (R5.3/R5.4); M.Al.1: M.Alv: Mancha Alvo “Corynespora
cassiicola” Enchimento de Grãos: 75% (R5.3/R5.4). Médias sem letra na coluna não diferem
significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados de Pesquisa, 2018.
%DSF1
%DSF2
%DSF3
%DSF4
01. Controle absoluto “dose zero”
15,00
63,33
86,67
100,00
02. (PrioriXtra)(11) > (PrioriXtra)(11)
15,00
51,67
75,00
99,33
03. (Fox) > (Sphere Max)
15,00
48,33
73,33
98,67
04. (Battle)(3) > (Authority)(2) > (Authority)(2)
15,00
46,67
66,67
97,00
05. (Comet)(5) > (Opera)(10) > (Opera)(10)
15,00
48,33
66,67
99,33
15,00
50,00
71,67
98,33
11,67
40,00
53,33
91,67
15,00
50,00
68,33
97,67
09. (Aproach Prima)(1) > (Aproach Prima)(1)
13,33
45,00
61,67
94,33
10. (Celeiro)(4) > (Shake)(13) > (Shake)(13)
15,00
50,00
66,67
99,33
11. (Battle) > (Fox) > (Sphere Max)
13,33
45,00
65,00
98,33
12. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Horos)(8)
15,00
46,67
66,67
97,67
13. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Authority)(2)
15,00
48,33
68,33
98,67
14. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (PrioriXtra)(11)
15,00
48,33
70,00
99,33
Tratamentos
(7)
(14)
(9)
(9)
06. (Locker) > (Locker)
(8)
(8)
07. (Horos) > (Horos)
08.(PrioriXtra+Score)
(3)
(12)
>(PrioriXtra+Score)
(7)
(14)
(12)
Capítulo 12
149
15,00
50,00
66,67
98,33
(10)
16. (Battle) > (Fox) > (Opera)
15,00
50,00
71,67
98,67
17. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Locker)(9)
13,33
50,00
70,00
98,67
18. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Aproach Prima)(1)
15,00
45,00
65,00
98,00
19. (Battle) > (Fox) > (Shake)
15,00
50,00
71,67
99,33
20. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (Fox)(7)
15,00
46,67
61,67
97,67
15,00
48,33
70,00
100,00
15,00
46,67
63,33
97,67
23. (Comet+Carbomax) > (Fox) > (Authority)
15,00
51,67
70,00
100,00
24. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (PrioriXtra)(11)
15,00
51,67
73,33
100,00
25. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) >(PrioriXtra+Score)(12)
15,00
51,67
66,67
98,67
26. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Opera)(10)
15,00
48,33
65,00
98,67
27. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Locker)(9)
15,00
48,33
70,00
98,67
28. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Aproach Prima)(1)
15,00
48,33
70,00
98,67
29. (Comet+Carbomax) > (Fox) > (Shake)
15,00
50,00
66,67
99,33
30. (Comet+Carbomax)(6) > (Fox)(7) > (Fox)(7)
15,00
46,67
65,00
97,67
CV (%)
10,02
8,84
15,32
19,12
DMS
4,89
9,23
6,45
7,82
15. (Battle)(3) > (Fox)(7) > (PrioriXtra+Score) (12)
(3)
(3)
(7)
(7)
(13)
21. (Comet+Carbomax)(6) >(Fox)(7)>(Sphere Max)(14)
(6)
(7)
(6)
(7)
(8)
22. (Comet+Carbomax) > (Fox) > (Horos)
(6)
(2)
(7)
(13)
Tabela 3. Média das incidências de doenças na cultura da soja cultivar ANTA RR, em função
de aplicação de fungicidas com variações quanto a combinações de marcas comerciais de
produtos, número e estádio fisiológico da primeira aplicação dos tratamentos de experimento
implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, município de Jataí, estado de
Goiás. 2018.
%DSF1: Percentagem de desfolha (05/02/2018); %DSF 2: Percentagem de desfolha
(08/02/2018); %DSF 3: Percentagem de desfolha (11/02/2018); %DSF 4: Percentagem de
desfolha (16/02/2018). Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de
probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados de Pesquisa, 2018.
CONCLUSÃO
Podemos concluir com aplicação dos sistemas de fungicidas para controle dos
complexos de doenças para cultura da soja, obteve resultado positivo, mesmo com um
índice de doenças bem abaixo do esperado.
REFERÊNCIAS
AGRITEMPO. Sistema de Monitoramento Agrometeorológico. Estação meteorológica de Itumbiara,
estado de Goiás, 2020. Disponível em: http://www.agritempo.gov.br/agritempo/index.jsp Acesso em: 20
nov. 2020.
Capítulo 12
150
ALVARES, C.A; STAPE, J.L; SENTELHAS, P.C; GONÇALVES, J. L. de M end SPAROVEK G. 2013.
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https://www.schweizerbart.de/papers/metz/detail/22/82078/Koppen_s_climate_classification_map_for_
Brazil. Acesso em: 19 nov. 2020.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos,
v.8 – safra 2020/21, nº3 – terceiro levantamento, dezembro 2020. Disponível em: file:///C:/Users/
Usu%C3%A1rio/Downloads/E-book_BoletimZdeZSafrasZ-Z3oZlevantamento%20(1).pdf Acesso em: 06
jan. 2021.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Soja. Manejo de doenças na
soja. Londrina, 2013a. Catálogo.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos. Brasília, 2013b. 353 p. 3ª edição. ISBN 978-85-7035-198-2
FERREIRA, D. F. SISVAR: A Guide for its Bootstrap procedure in multiple comparisons. Ciência e
Agrotecnologia. [online]. 2014, vol.38, n.2, pp. 109-112. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1413-70542014000200001&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 09 dez. 2020.
GODOY, C. V.; SEIXAS, C. D. S.; MEYER, M. C.; SOARES, R. M. Ferrugem-asiática da soja: bases
para o manejo da doença e estratégias antirresistência. Londrina: Embrapa Soja, 2020. 39 p.
(Embrapa Soja. Documentos, 428)
GODOY, C.V.; ALMEIDA, A.M.R.; COSTAMILAN, L.M.; MEYER, M.C; DIAS, W.P.; SEIXAS, C.D.S.;
SOARES, R.M.; HENNING, A.A.; YORINORI, J.T.; FERREIRA, L.P.; SILVA, J.F.V.; Doenças da soja.
In: AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Org.). Manual de
Fitopatologia: v. 2. Doenças das plantas cultivadas. 5. ed. São Paulo: Ceres, 2016. p. 657- 675.
HIRANO M.; HIKISHIMA, M.; SILVA, A.J.; XAVIER, S.A.; CANTERI, M.G. Validação de escala
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Phytopathologica, v.36, n.3, p.248-250, 2010. https://www.scielo.br/pdf/sp/v36n3/v36n3a12.pdf
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MARTINS, M. C; GUERZONI, R. A; CÂMARA, G. M. de S; MATTIAZZI, P; LOURENÇO W. S. A;
AMORIM, L. Escala diagramática para a quantificação do complexo de doenças foliares de final de
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Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fb/v29n2/19561.pdf Acesso em: 06 dez. 2020
RAIJ, B. V; ANDRADE, J.C.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. (Ed.). Análise química para
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YORINORI, J. T. Controle integrado das principais doenças da soja. In: Câmara, G.M.S. (Ed.) Soja:
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YORINORI, J. T.; PAIVA, W. M.; FREDERICK, R. D.; COSTAMILAN, L. M.; BERTAGNOLLI, P. F.;
HARTMAN, G. L.; GODOY, C. V.; NUNES JUNIOR, J. Epidemics of soybean rust (Phakopsora
pachyrhizi) in Brazil and Paraguay. Plant Disease, v. 89, p. 675-677, 2005.
Capítulo 12
151
CAPÍTULO 13
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
EFEITO DE CONTROLE DE NEMATOIDES COM
A UTILIZAÇÃO DE BACTÉRIAS E OUTROS
PRODUTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO
CONVENCIONAL DE SEMENTES DE SOJA
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Beatriz Campos Miranda
http://lattes.cnpq.br/9906493282188494
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetivou avaliar o
efeito do tratamento com bactérias associado
ao tratamento convencional de sementes para a
redução populacional de nematoides e aumento
da produção de soja no Município de Jataí,
estado de Goiás. O experimento foi instalado
em uma lavoura comercial de grãos na cultura
de soja, na fazenda Balsamo, cultivar ANTA 82,
ano safra 2017 em 31 de janeiro de 2017. pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. Os
tratamentos são Q= Quality (50 g); M= Maxim
XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante
bacteriano Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150
ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1=
Capítulo 13
152
Bacteria 1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bacteria 8 (100 ml); Bac.9= Bacteria
9 (100 ml). Para a avaliação da eficiência de controle das bactérias foram quantificados os
parâmetros: comprimento de raízes e massa seca de plantas aos 30 dias de germinação;
População final de plantas, altura de plantas, altura de inserção da primeira vagem, número
de vagens por planta (fase de colheita dos grãos), produtividade em quilograma por hectare
e peso de 100 grãos. Para quantificar o peso seco de plantas aos 30 dias da germinação as
mesmas permaneceram sob condições ambientais até que as duas pesagens subsequentes
mantivessem os mesmos pesos indicando perda completa de água da planta sob condições
ambientais. As quantificações da altura de plantas, altura da primeira vagem, população final
de plantas e número de vagens por planta foram efetuadas no final do ciclo da cultura. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados e três repetições, os dados foram
analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014). Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey, quando
detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a comparação de
médias. Podemos concluir que o uso dos produtos Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100
ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano Biomax (100 ml); Cro= Cropstar (300 ml);
8= Bacteria 8 (100 ml); obtiveram o melhor resultado mantendo a população de plantas e a
melhor produtividade por hectare.
PALAVRAS-CHAVE: Tratamento semente. Fungos. Nematicida orgânico. Agricultura
sustentável.
EFFECT OF NEMATOID CONTROL WITH THE USE OF BACTERIA AND OTHER
PRODUCTS USED IN THE CONVENTIONAL TREATMENT OF SOYBEAN
SEEDS
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the effect of treatment with bacteria associated with
conventional seed treatment to reduce nematode population and increase soybean production
in the municipality of Jataí, state of Goiás. The experiment was installed in a commercial grain
crop in soybean culture, on the Balsamo farm, cultivar ANTA 82, crop year 2017 on January
31, 2017. by the Phytotechnics Study and Research Center. The treatments are Q = Quality
(50 g); M = Maxim XL (100 ml); B = Booster (100 ml); I = Biomax bacterial inoculant (100
ml); Cru = Cruiser (150 ml); Rhi = Rhizos; Cro = Cropstar (300 ml); Bac.1 = Bacteria 1 (100
ml); Bac.3 = Bacteria 3 (100 ml); Bac.8 = Bacteria 8 (100 ml); Bac.9 = Bacteria 9 (100 ml).
For the evaluation of the bacteria control efficiency, the parameters were quantified: length of
roots and dry mass of plants at 30 days of germination; Final plant population, plant height,
height of insertion of the first pod, number of pods per plant (grain harvest stage), productivity
in kilograms per hectare and weight of 100 grains. To quantify the dry weight of plants at 30
days of germination, they remained under environmental conditions until the two subsequent
weighings maintained the same weights indicating complete loss of plant water under
environmental conditions. The quantifications of plant height, height of the first pod, final plant
population and number of pods per plant were performed at the end of the crop cycle. The
experimental design was in randomized blocks and three replications, the data were analyzed
by the SISVAR program, proposed by Ferreira (2014). The data obtained were subjected to
analysis of variance, the means being compared by the Tukey test, when significance was
detected for ANOVA at p = 0.05 of probability for the comparison of means. We can conclude
that the use of Q = Quality products (50 g); M = Maxim XL (100 ml); B = Booster (100 ml); I =
Biomax bacterial inoculant (100 ml); Cro = Cropstar (300 ml); 8 = Bacteria 8 (100 ml); obtained
the best result maintaining the plant population and the best productivity per hectare.
KEYWORDS: Seed treatment. Fungi. Organic nematicide. Sustainable Agriculture.
Capítulo 13
153
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merril) é uma das culturas de maior interesse no mundo
pelo alto potencial na produção de proteínas (em torno de 40%) e óleo (20%) usada
especialmente na produção de ração animal (SEDIYAMA, 2009). O Brasil é um grande
produtor de grãos e a estimativa para a safra 2020/2021 é de um aumento na área plantada
em torno de 3,3% em comparação à safra anterior, podendo atingir 38,2 milhões de hectares
semeados e uma produção recorde de 134.451,1 mil toneladas, um incremento de 7,7% em
relação à safra anterior (CONAB, 2020).
A soja é muito importante para o Brasil pela sua extensão de cultivo, pela sua
capacidade de agregar renda e elevar o saldo comercial, até mesmo em momentos
decrise econômica. A soja é cultivada nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro
Oeste tendo representado 52,4% da produção total de grãos do País, na safra 2017/2018
(HIRAKURI, 2020). Em 2018 o complexo agroindustrial da soja foi o principal exportador
do agronegocio brasileiro atingindo US$ 40,7 bilhões em exportações (HIRAKURI, 2020).
Entre os fatores que podem reduzir a produção da soja a condição fitossanitária
exerce grande importância, mas especificamente a condição fitossanitária na fase inicial de
estabelecimento da cultura. Entre os fatores que afetam a cultura na fase inicial podem ser
citados os insetos (coros, lagarta elasmo), fungos (Fusarium, Rhizoctonia), nematoides.
Os nematoides são patógenos biotróficos que infectam as raízes e podem causar
morte de plantas, redução da produtividade e propiciam ferimentos radiculares que
funcionam de porta de entrada para a infecção de fungos como Fusarium (FERRAZ, 2018).
Estes efeitos podem então causar redução na expectativa de produção e, portanto, podem
comprometer a rentabilidade econômica da cultura.
Estimativas de perdas econômicas situam a importância dos nematóides para o
agronegócio brasileiro e global. Machado (2015) e Abad et al., (2008) citados por Gonzaga
(2019) apontam, em levantamentos efetuados pela Aprosoja e Embrapa, para perdas de
R$ 35 bilhões por ano ao agronegócio brasileiro (GONZAGA, 2019) . No âmbito global,
estas perdas agrícolas foram estimadas em 157 bilhões de dólares por ano.
Para a soja dos cerrados foram listados as epécies de maior ocorrência e
severidade: nematoide de cisto da soja - NCS (Heterodera glycines), nematoides das
lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus e Pratylenchus spp.), nematoides causadores
de galhas (Meloidogyne incognita e M. javanica), nematoide reniforme (Rotylenchulus
reniformis), nematoides espiralados (Helicotylenchus dihystera e Scutellonema brachyurus)
(H. D. CAMPOS et al., 2019). Na safra 2018/2019, a área infestada com nematoide de cisto
da soja, nos estados de MT, GO, DF, MS e MG. foi estimada em 2,5 milhões de hectares
representando 14,5% do total da área cultivada nestes estados (H. D. CAMPOS et al.,
2019). Em Goiás, a área infestada atinge atualmente 19,3% do total de 3,48 milhões de ha
cultivado no estado (H. D. CAMPOS et al., 2019).
Helicotylenchus dihystera está se constituindo em importante nematoide para
o cultivo de soja no Brasil. Levantamentos das safras entre 2014 e 2016 demonstraram
ampla distribuição do nematóide nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grossso
do Sul (MACHADO; AMARO; SILVA, 2019) Nematoides de plantas superiores parasitam
predominantemente orgãos subterrâneos como raízes, rizomas, tubérculos, bulbos e frutos
Capítulo 13
154
hipógeos (FERRAZ, 2018).
Conforme a atividade parasítica e mobilidade os nematóides podem ser divididos
em três grupos principais. Os Endoparasitas sedentários e Endoparasitas migratórios
penetram a totalidade do corpo nos tecidos da planta, iniciando sua movimentação
para alimentação, enquanto os Ectoparasitas introduzem somente o estilete ou a região
anterior do corpo (Semiendoparasitas) para se alimentar (D. L. COYNE; J. M. NICOL;
B. CLAUDIUS-COLE, 2007; FERRAZ; BROWN, 2016). Enquanto os endoparasitas
sedentários se movimentam apenas na fase inicial, até a definição do sítio de alimentação,
os nematoides Endoparasitas migratórios se movimentam ao longo de todo o processo.
Helicotylenchus spp., Pratylenchus spp, e Heterodera glicynes são classificados como
ectoparasitas, endoparasitas migratórios e endoparasitas sedentários, respectivamente.
Embora, ectoparasita, Helicotylenchus dihystera já foi encontrado no interior das raízes de
soja e milheto, sugerindo que tal nematoide pode comportando-se, facultativamente, como
endoparasita migrador
Nematóides do gênero Pratylenchus podem, em qualquer estagio móvel de
desenvolvimento, penetrar e abandonar repetidamente o órgão vegetal infectado, durante
todo o seu ciclo de vida (FERRAZ; BROWN, 2016) As fêmeas depositam os ovos comumente
no interior de raízes parasitadas, embora, mais raramente, possam ovipositar no solo
(FERRAZ; BROWN, 2016). Nas culturas anuais, sob plantio convencional, os nematóides
Pratylenchus costumam migrar para o solo a partir do início da colheita, podendo sobreviver
e persistir, durante a entressafra, nas raízes de plantas daninhas hospedeiras ou em restos
vegetais não arrancados (FERRAZ, 2018). Os ovos são mais comumente colocados no
interior dos tecidos vegetais parasitados e todo o ciclo biológico pode ter lugar na planta
(FERRAZ, 1999).
Juvenis infectivos de segundo estádio de Heterodera migram no solo, penetram na
raiz e estabelecem o sitio de alimentação, conhecido como sincício, onde as fêmeas sofrem
ecdises, tornam-se sedentárias, permanecendo aí, até o final do ciclo (CARES; BALDWIN,
1995). O corpo da fêmea se dilata e projeta-se para o exterior da raiz, permanecendo
apenas a região anterior do corpo no inteior da raiz (FERRAZ, 2018). A fêmea de Heterodera
glycines pode ser fecundada por mais de um macho e pode produzir, durante seu ciclo de
vida, de 200 a 600 ovos viáveis. Cada ciclo é completado, em condições favoráveis, em
três a quatro semanas o que possibilita a ocorrência de três a seis ciclos do nematóide por
ciclo vegetativo da soja (FERRAZ, 2018; FERRAZ; BROWN, 2016).
Na India o ciclo de vida de nematoides do gênero Helicotylechus pode durar entre
26 e 34 dias à temperatura de 25ºC (GUZMÁN-PIEDRAHITA, 2011) e sua reprodução pode
variar com a espécie. H. dihystera e outras espécies se reproduzem por partenogênese
mitótica enquanto H. multicinctus se reproduz por anfimixia(GUZMÁN-PIEDRAHITA,
2011) A utilização de produtos químicos e, mais recentemente, a utilização de produtos
biológicos, são estratégias recomendadas no manejo de nematóides na cultura da soja.
Em função do alto custo desses nematicidas químicos eles são aplicados em tratamento
de sementes ou no sulco de plantio (ARAÚJO, 2018). Tratamentos da semente ou do
sulco reduzem a população de nematoides somente na fase inicial de desenvolvimento da
cultura, permitindo o crescimento populacional do patógeno com o fim do efeito residual
dos produtos.
Capítulo 13
155
O controle biológico de nematoides se utiliza dos mecanismos de ação: antibiose,
predação, indução de tolerância da planta, produção de enzimas e toxinas, micoparasitismo,
colonização da rizosfera das plantas hospedeiras e produção/liberação de enzimas
hidrolóticas que atuam degradando a parede celular do nematoide (ARAÚJO, 2018).
Alguns fungos produzem enzimas líticas que degradam quitina (principal
componente dos ovos dos nematoides). Outros fungos, pela natureza saprofíticas estão
presentes na matéria orgânica e parasitam ovos e fêmeas de nematoides (COSTA, 2015).
Este trabalho objetivou avaliar o efeito do tratamento com bactérias associado
ao tratamento convencional de sementes para a redução populacional de nematoides e
aumento da produção de soja no Município de Jataí, estado de Goiás.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi instalado em uma lavoura comercial de grãos na cultura de soja,
na fazenda Balsamo, cultivar ANTA 82, ano safra 2017 em 31 de janeiro de 2017. pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. A localidade apresenta como coordenadas
geográficas: 17º58’33,10’’ Sul e 52º06’36,8’’Oeste. e 865 m de altitude (Figura 1).
Figura 1 Vista geral do experimento dentro de uma lavoura comercial. Na cultura da soja,
cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, Município de
Jatai, estado de Goiás. 2018.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
O clima predominante da região, conforme classificação de Alvares (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
Capítulo 13
156
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% (Figura 2). O período
chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos
meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm).
Figura 2. Temperatura (oC) médias mensais, Umidade relativa (%) médias mensais e
Precipitação pluvial (mm) médias mensais, acumuladas na safra 2017/2018 no Município de
Jatai, estado de Goiás. 2018.
Fonte: Agritempo – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, estação meteorológica de
Itumbiara, estado de Goiás, 2018.
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (Embrapa, 2013) é um Latossolo amarelo distrófico e de textura
argilosa, com as seguintes especificações: 38,5% de argila, 41,5% de areia e 20% de silte,
o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por
culturas anuais há mais de 25 anos.
Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa
para conhecer as características químicas da área experimental. Foram determinados os
atributos químicos do solo (pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S.B, V (%) e M.O.) nas camadas
de 0,0 a 0,20 e de 0,20 a 0,40 metros de profundidade, seguindo a metodologia proposta
por Raij e Quaggio (1983). As análises foram feitas no Laboratório de Fertilidade do Solo
da instituição (Tabela 1). Os resultados dos teores dos macros e micros nutrientes obtidos
na análise de solo, conforme indicação para o cerrado, fosforo com teores baixo, potássio
com teores muito baixo, cálcio com teores alto e magnésio, conforme a profundidade 0,0 a
0,20 m e teores alto e conforme a profundidade 0,0 a 0,20 m teores alto e na profundidade
de 0,20 a 0,40 m, com teores médios. As análises foram realizadas no Laboratório de
Fertilidade do Solo da UFJ-Universidade Federal de Jatai e estão expressas na (Tabela 1).
Capítulo 13
157
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm
0 – 20
4,6
7
0,4
17
6
1
21
23,4
20 – 40
4,6
2
0,2
15
8
1
25
23,2
Profundidade
(cm)
mmolc dm
-3
CTC
V
M.O.
%
g dm-3
44,4
52,74
16
48,2
48,17
11
-3
Tabela 1. Resultados obtidos da análise química do solo, amostrada antes do plantio na área
experimental, para implantação da cultura da soja, cultivar ANTA 82. Implantado pelo Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Fitotecnia no Município de Jatai. estado de Goiás, 2017.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Os tratamentos consistiram na utilização de bactérias específicas para o controle
de nematoides. Bactérias específicas, fornecida pelo laboratório Farroupilha e codificadas
com os números 1, 3, 8 e 9, foram aplicadas no tratamento de sementes. As sementes
foram tratadas imediatamente antes da semeadura da soja. Além das bactérias, dois outros
tratamentos foram considerados como testemunhas. Isto porque estas testemunhas podem
representar o procedimento padrão de tratamento de sementes comumente utilizados na
região. Além das bactérias, durante o tratamento das sementes, formam utilizados diversos
outros produtos químicos e biológicos com as finalidades de controle de doenças, insetos,
fixação biológica de nitrogênio, enraizamento radicular. As características dos produtos são
descritas na (Tabela 2).
Nome
Comercial
Natureza
Ingrediente ativo
(concentração)
Grupo químico
Cruiser 350 FS
Inseticida
Thiamethoxam (350 g/l)
Neonicotinóide
Cruiser 700 WS
Inseticida
Thiamethoxam (700 g/kg)
Neonicotinóide
Cropstar
Inseticida
Imidacloprido + Thiodicarb
(150 g/l)+ (450 g/l)
Neonicotinóide+
Metilcarbamato de
oxima
Maxim XL
Fungicida
Fludioxonil+ Metalaxyl-M
(25 g/l)+ (10 g/l)
Fenilpirrol +
Acilalaninato
Quality (1)
Fungicida
microbiológico
Trichoderma asperellum
280 g/l
Booster
Hormônio enraizador
Auxina+ Citocinina
(10,7+ 0,03 mg/ l)
Biomax
Inoculante para
fixação de nitrogênio
Rizobio
Rizos (2)
Fungicida
microbiológico
Bacillus subtilis
(1010 UFC/ ml)
Tabela 2. Descrição dos produtos utilizados nos tratamentos de semente para cultura da soja
cultivar ANTA 82 em experimento implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
município de Jataí, estado de Goiás, 2017.
(1):Quality: indicação para o manejo de fungos de solo como Fusarium, Rhizoctonia e
Sclerotinia, com diversas aplicações, desde o pré-plantio, no tratamento de sementes em pós
emergência e pós colheita.
(2):Rizos: apresenta indicação para o manejo do nematoide das galhas (Meloidogyne spp.) e
nematoide cisto (Heterodera glycines), nas doses de 1 ml/ Kg de sementes, para as culturas de
soja, feijão, milho e algodão (informação do Laboratório Farroupilha)
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Capítulo 13
158
Para a avaliação da eficiência de controle das bactérias foram quantificados os
parâmetros: comprimento de raízes e massa seca de plantas aos 30 dias de germinação;
População final de plantas, altura de plantas, altura de inserção da primeira vagem, número
de vagens por planta (fase de colheita dos grãos), produtividade em quilograma por hectare
e peso de 100 grãos.
As coletas de solo e raízes para as análises nematológicas foram efetuadas aos
30 e 60 dias após a germinação. Para a amostragem dos solos foram retiradas quatro
sub-amostras por parcela experimental, sendo efetuadas duas sub-amostras em cada uma
das duas fileiras- bordadura. Para cada tratamento foram misturadas 12 sub-amostras
(quatro sub-amostras por parcela retirados nas quatro repetições) e retirado cerca de
dois quilogramas de solo. Com a mistura das sub-amostras e formação de uma única
amostra representativa de cada tratamento, não será possivel a analise estatistica dos
dados populacionais das diferentes espécies de nematóides. As retiradas de solo foram
efetuadas com o auxílio de ferramentas como pá e enxadão e foram realizadas de modo a
retirar solos mais próximos das raízes e de modo a retirar o máximo de raízes (Figuras 3 e
4).
Figura 3 Retirada da amostra de solo e raiz com pá. Figura 4 Amostra de raiz e solo para
análise nematológicas. Na cultura da soja, cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo
e Pesquisa em Fitotecnia, Município de Jatai, estado de Goiás. 2017.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
As amostras eram acondicionadas em sacos plásticos para o envio e quantificação
dos nematoides em até 48 horas. As análises nematológicas foram efetuadas no “Laboratório
de Diagnóstico Fitossanitário UniRV- Universidade de Rio Verde”, sob responsabilidade do
Fitopatologista Hércules Diniz Campos. Foram utilizados os seguintes métodos de análise
nematológicas: Método Collen e D’ Herde (1972) e Método Jenkins (1964).
Os comprimentos de raízes foram medidos utilizando-se placa de madeira
marcada com uma escala métrica conforme pode ser visualizado na (Figura 5).
Capítulo 13
159
Figura 5 Medição do comprimento de raízes, na cultura da soja, cultivar ANTA 82, implantado
pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, Município de Jatai, estado de Goiás. 2017.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Para quantificar o peso seco de plantas aos 30 dias da germinação as mesmas
permaneceram sob condições ambientais até que as duas pesagens subsequentes
mantivessem os mesmos pesos indicando perda completa de água da planta sob condições
ambientais.
As quantificações da altura de plantas, altura da primeira vagem, população final
de plantas e número de vagens por planta foram efetuadas no dia 8 de maio de 2017, na
fase de colheita de grãos. Estas avaliações foram efetuadas amostrando-se a área útil da
parcela, ou seja, as duas fileiras centrais e quatro metros de comprimento. As alturas de
plantas e alturas da primeira vagem foram efetuadas tomando-se cinco plantas por parcela
para as medições.
Os grãos de soja foram colhidos e foram secos ao sol de modo a reduzir e
uniformizar as possíveis diferenças de umidades entre as parcelas “ambos os pesos foram
com umidade padrão de 14%”. As alturas de plantas e da primeira vagem foram obtidas a
partir das medições em 3 plantas por parcela.
A parcela experimental foi constituída de quatro fileiras de sete metros espaçadas
de 0,50 centímetros entre as fileiras. Os dados foram coletados na área útil da parcela, ou
seja, as duas fileiras centrais, excluindo-se um metro de cada extremidade das fileiras (1m
x 4m= 4m2).
As aplicações de inseticidas, adubação e demais tratos culturais, na área
experimental, menos a aplicação de fungicidas, foram os mesmos da lavoura comercial
contígua, de acordo com as recomendações para a cultura da soja. Estes tratos culturais
foram suficientes para a obtenção de altas produtividades de grãos, ou seja, produtividades
acima de 3.600 Kg ha-1.
Capítulo 13
160
O delineamento experimental foi em blocos casualizados e três repetições, os
dados foram analisados pelo programa SISVAR, proposto por Ferreira (2014). Os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste
Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a
comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Podemos notar na (Tabela 3), em que o comprimento de raiz e massa de planta
aos 30 dias da germinação, onde os tratamentos T5 (Q+M+B+I+Cro+Bac.8), com
comprimento radicular de 22,1 centímetros, e o tratamento T6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9) com
19,9 centímetros, apresentaram os maiores comprimentos radiculares. O tratamento T1
(Q+M+B+I+Cru+Rhi), com 17,6 centímetros, apresentou o menor comprimento radicular.
Entretanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre o maior e menor
comprimento radicular, ou seja, entre os tratamentos T6 e T1.
Notamos ainda que o tratamento T6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9) com massa seca
de plantas de 9,2 gramas e o tratamento T5 (Q+M+B+I+Cro+Bac.8) com 8,9 gramas
apresentaram as maiores massas de plantas. O tratamento T1 (Q+M+B+I+Cru+Rhi),
com 6,7 gramas apresentou a menor massa de planta. Entretanto, não houve diferença
estatisticamente significativa entre a maior e menor massa de planta, ou seja, entre os
tratamentos T6 e T1 (Tabela 3).
Percebe-se na (Tabla 3) que os tratamentos T2 (Q+M+B+I+Cro+Bac.1) e T1
(Q+M+B+I+Cru+Rhi), com alturas de plantas de 41,7 e 42,3 centímetros, respectivamente,
apresentaram as menores alturas. Os demais tratamentos apresentaram alturas de plantas
muito semelhantes, variando entre 45 e 46 cm. As alturas das primeiras vagens foram muito
semelhantes, variando entre 7,5 e 8,8 centímetros. Não houve diferenças estatísticas entre
os tratamentos quanto às alturas de plantas e das primeiras vagens.
TRATAMENTOS
CSR (cm)
MSP (g)
AP (cm)
AIPV (cm)
1= Q+M+B+I+Cru+Rhi
17,6
6,7
42,3
8,1
2= Q+M+B+I+Cro+Bac.1
17,9
8,3
41,7
7,9
3= Q+M+B+I+Cro+Bac.3
19,2
8,5
45,7
8,8
4= Q+M+B+I+Cro
19,0
8,1
45,0
7,5
5= Q+M+B+I+Cro+Bac.8
22,1
8,9
46,0
8,7
6= Q+M+B+I+Cro+Bac.9
19,9
9,2
45,3
7,6
CV (%)
10,5
18,3
4,6
7
DMS
5,7
4,3
5,8
1,6
Tabela 3 Médias das características agronômicas: comprimento do sistema radicular, (CSR);
massa seca da planta; altura de planta (AP); altura de inserção da primeira vagem (AIPV), em
função dos tratamentos de sementes com bactérias para o controle de nematoides na cultura
da soja. Soja Cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
Município de Jatai, estado de Goiás. 2017.
Legenda dos tratamentos: produtos e doses em gramas ou mililitros por 100 kg de sementes:
Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano
Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150 ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1= Bacteria
Capítulo 13
161
1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bacteria 8 (100 ml); Bac.9= Bacteria 9 (100 ml).;
Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo
teste Tukey.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Os tratamentos T2 (Q+M+B+I+Cro+Bac.1), T3 (Q+M+B+I+Cro+Bac.3) e T1 (Q+
M+ B+ I+ Cru+ Rhi) apresentaram quantidades de vagens mais baixas com valores
muito próximos, da ordem de 20,1 a 21,2 vagens por planta. O tratamento 6 (Q +M+B+I+
Cro+Bac.9) apresentou a maior quantidade, com índice de 27 vagens por planta. Houveram
diferenças estatísticas significativas somente entre o tratamento 6, maior quantidade e
tratamento 2, menor quantidade de vagens por planta (Tabela 4).
O tratamento 6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9) com 252 plantas por m2, apresentou
a maior população final de plantas. Esta superioridade foi estatisticamente significativa
em relação aos tratamentos testemunhas, os tratamentos T1 (Q+M+B+I+Cru+Rhi) e T4
(Q+M+B+I+Cro) que apresentaram valores de 185 e 212 plantas 4m2 (Tabela 4).
A operação de semeadura mecânica da soja foi regulada para a densidade de
35 sementes por metro. Em uma amostragem geral da área experimental, aos 25 dias
da germinação, foi obtida a população de 30 plantas por metro. Principalmente no
tratamento T1, foi observado plantas mortas apresentando cistos de Heterodera glycines
e apresentando sintomas de ataque de fungos como Fusarium. As populações finais de
plantas nos tratamentos testemunhas (T1 e T4) foram inferiores em relação à população
indicada pelas observações iniciais de campo (Tabela 4). Estas reduções populacionais
podem ser atribuídas ao ataque de nematoides. Os tratamentos com bactérias com
indicação de controle de nematoides e principalmente o tratamento 5 (Q+ M+ B+ I+ Cro+
Bac.9) apresentaram valores populacionais estatisticamente superiores às testemunhas, o
que confirma esta indicação de controle (Tabela 4).
Os tratamentos apresentaram massas específicas de grãos muito próximas, com
valores situados entre 13,7 e 14,7 gramas por 1000 grãos, sem diferenças estatisticamente
significativas (Tabela 4).
A produtividade em quilogramas por hectare, situaram-se entre 1581 e 2324 Kg
de grãos. O tratamento T5, com 2321 Kg ha-1, apresentou a maior produção de grãos
seguidos, em ordem decrescente, dos tratamentos T3, T6, T4. Estes últimos tratamentos
com patamares de produção acima de 2000 Kg de produção (Tabela 4). Houve diferença
estatisticamente significativas somente entre os tratamentos 5 (Q+ M+ B+ I+ Cro+ Bac.8),
maior produtividades, do tratamento 2 (Q+ M+ B+ I+ Cro+ Bac.1), menor produtividades
(Tabela 5).
Verificou-se que a população final plantas e o número de vagens responderam pela
maior parte da produtividade, seguido pelo peso de 1000 grãos. Isto se observarmos o
paralelismo entres estes parâmetros. Isto é, os tratamentos com as melhores combinações
entre estes parâmetros, ou seja, com as melhores posições relativas, apresentaram as
melhores produtividades. Dito de outra forma, quanto maiores populações finais, número
de vagens e peso de 100 grãos maiores produtividades de grãos. Os tratamentos 2 e 3,
apresenta menor número de vagens por planta, o tratamento com maior produtividades
foi o tratamento 6º , o tratamento com menor população final de plantas foi o 4º, já o
Capítulo 13
162
tratamento com maior peso de mil grãos ficou com 3º. (Tabela 4).
TRATAMENTOS
1= Q+M+B+I+Cru+Rhi
NVPP
PFP
PMG
P Kg ha-1
21,2 ab
185.000 a
138
1.695 ab
2= Q+M+B+I+Cro+Bac.1
20,1 b
248.000 a
142
1.581 b
3= Q+M+B+I+Cro+Bac.3
21,1 ab
236.000 a
147
2.194 ab
4= Q+M+B+I+Cro
25,2 ab
212.000 ab
137
2.047 ab
5= Q+M+B+I+Cro+Bac.8
26,2 ab
245.000 a
138
2.324 a
6= Q+M+B+I+Cro+Bac.9
27,0 a
252.000 a
141
2.160 ab
CV (%)
9,4
6,1
3,5
13
DMS
6,2
39,8
1,4
712
Tabela 4 Médias das características agronômicas, número de vagens por plantas, população
final por planta, peso de mil grãos e produtividade em quilograma por hectare em função dos
tratamentos de sementes com bactérias para o controle de nematoides na cultura da soja,
cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, Município de
Jatai, estado de Goiás. 2017.
Legenda dos tratamentos: produtos e doses em gramas ou mililitros por 100 kg de sementes:
Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano
Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150 ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1= Bacteria
1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bacteria 8 (100 ml); Bac.9= Bacteria 9 (100 ml).
NVPP: Número de vagens por planta; PFP: População final por hectare; PMG: Peso de mil
grãos; P Kg ha-1: Produtividade em quilograma por hectare. Médias sem letra na coluna não
diferem significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Conforme a bula comercial, disponível no site do ministerio da agricultura, ação de
contato contra Pratylenchus brachiurus e Meloidogyne javanica podem ser atribuidos aos
produtos comerciais a base de; Tiodicarbe (marca comercial Cropstar) e Bacillus subtilis
(marca comercial Rizos).
No tratamento 1, uma das testemunhas de tratamento de sementes, considerado
como padrão de mercado 1, para o controle de nematoides, foi utilizado os ingredientes
ativos: 1) Bacillus subtilis, produto microbiológico com efeito nematicida e 2) Thiamethoxam
(marca comercial Cruiser 350 FS). O Thiamethoxam tem indicativo de controle de insetos,
mas não tem recomendação para controle de nematóides.
Os tratamentos 4, tratamento padrão 2, apresenta o produto Tiodicarbe, recomendado
para o controle de nematoides. Os tratamentos 2, 3, 5, 6 diferem do tratamento 4 somente
pela adição de diferentes microrganismos do laboratório Farroupilha, as bactérias 1, 3, 8
e 9, respectivamente. Estas bacterias são aqui avaliadas para possível efeito direto sobre
nematóides ou sobre a tolerancia da planta ao patógeno.
Observamos na (Tabela 5), que o Pratylenchus spp. apresentou, aos 30 dias
após a germinação (DAG), populações médias de 430 nematoides / grama de raiz e 170
nematoides / 100cc de solo (Tabela 6). Estas populações medias variam entre 123 a 923
nematoides / grama de raiz e entre 110 a 378 nematoides / 100cc de solo. Aos 60 DAG
obteve-se a média populacional de 169,5 nematoides / grama de raiz e 21,2 nematoides /
100cc de solo, com valores variando entre 118 a 214 nematoides / grama de raiz e entre 0
Capítulo 13
163
a 64 nematoides / 100cc de solo (Tabela 5).
Comparando-se as populações de Pratylenchus spp nas razies com as populações
dos solos verificou-se a predominância da população de nematoides nas raízes. Esta
superioridade foi verificada em cada tratamento avaliado tanto aos 30 quanto aos 60 DAG.
Como única exceção deve-se citar o tratamento 5 (Q+M+B+I+Cro+ Bac.8) que, ao contrário,
apresentou maior população no solo que na raiz quando da avaliação efetuada aos 30
DAG (Tabela 5). Portanto, independentemente da época de avaliação e do tratamento
recebido pela semente, em que constavam produtos com indicação de ação nematicida, as
populações nas raízes foram maiores que no solo. Deve-se lembrar que o tratamento de
semente tem objetivo de prevenir a infecção na fase inicial das plantas (Tabela 5).
Comparando-se as populações de Pratylenchus spp. aos 30 DAG e 60 DAG
verificou-se a predominância da população de nematoides na avaliação inicial. Em
praticamente todos os tratamentos as populações de Pratylenchus spp na raiz e no solo
foram maiores aos 30 DAG. Somente o Tratamento T6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9), apresentou,
na raiz, menor população aos 30 DAG (123 (nematoides / grama de raiz) que aos 60 DAG
(203 nematoides / grama de raiz) (Tabela 5). Verificou-se, ainda, uma inversão quanto
aos níveis relativos das populações radiculares dos tratamentos T1 e T6. O tratamento T1
(Q+M+B+I+Cru+Rhi), com maior população aos 30 DAG apresentou a menor população
aos 60 DAG. De forma inversa o tratamento 6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9), que apresentou
a menor população aos 30, apresentou a segundo maior população aos 60 DAG. Este
comportamento sugere um maior efeito inicial do trat. 6, possibilitando a apresentação de
menores populações. Entretanto o efeito do tratamento 6 não se manteve até os 60 dias
o que permitiu o aumento da população inicial, que passou de 123 nematoides / grama de
raiz para 203 nematoides / grama de raiz aos 60 DAG. Por outro lado, o tratamento T1, com
maior população na raiz, aos 30 DAG, apresentou a menor população radicular entre os
tratamentos avaliados aos 60 DAG (Tabela 5).
A avaliação da população Pratylenchus spp. na raiz, aos 30 DAG, apresentou maior
capacidade de discriminar ou diferenciar os diversos tratamentos (Tabela 5). Isto porque
nesta avaliação as populações observadas nos diversos tratamentos apresentaram medias
mais elevadas, maior amplitude de variação relativa e apresentou níveis populacionais
intermediarias. Esta maior amplitude de variação relativa é observada quando se compara,
dentro de cada época, as maiores populações na raiz e no solo. Desta forma, aos 30 dias,
as maiores populações foram 7,5 e 3,4 superiores às menores populações observadas
nas raízes e solo, respectivamente. Aos 60 DAG a maior população na raiz foi 1,8 superior
á menor população. Entretanto, a população de nematoide no solo aos 60 DAG foi
desconsiderada. Isto devido a presença do valor 0, do baixo valor da media populacional
e porque nesta avaliação houveram poucos níveis populacionais intermediários já que
em quatro tratamentos a população foi zero. Sendo assim a avaliação da eficiência
dos tratamentos para a redução populacional de Pratylenchus spp., neste ensaio, deve
considerar os níveis populacionais nas raízes obtidos aos 30 dias da germinação (Tabela
5).
Considerando a avaliação da população de Pratylenchus spp na raiz aos 30 DAG,
deve-se destacar o tratamento 6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9) que, com 123 nematoides /
grama de raiz, apresentou a menor população. Neste tratamento a população representou
Capítulo 13
164
apenas 13% da população do tratamento T1 (Q+M+B+I+Cru+Rhi), que apresentou a maior
população (Tabela 5).
TRATAMENTOS
NP1gR30
NP1gR60
NP100ccS30
NP100ccS60
1.Q+M+B+I+Cru+Rhi
923
118
155
64
2.Q+M+B+I+Cro+Bac1
462
214
145
0
3.Q+M+B+I+Cro+Bac3
399
128
110
0
4.Q+M+B+I+Cro
369
180
116
0
5.Q+M+B+I+Cro+Bac8
307
174
378
0
6.Q+M+B+I+Cro+Bac9
123
203
117
63
Tabela 5 Médias das características agronômicas, da população de nematoides Pratylenchus
spp em função dos tratamentos de sementes com bactérias para o controle de nematoides na
cultura da soja, cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
Município de Jatai, estado de Goiás. 2017. População de Pratylenchus spp 13 dias antes da
semeadura da soja (13 DAnG): 43 e 56 nemat./1 g de raiz e 100cc de solo, respectivamente.
Legenda dos tratamentos: produtos e doses em gramas ou mililitros por 100 kg de sementes:
Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano
Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150 ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1= Bacteria
1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bacteria 8 (100 ml); Bac.9= Bacteria 9 (100
ml); NP1gS30: Número de Pratylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG (Dias após
germinação); NP100ccS30: Número de Pratylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG
(Dias após germinação); NP1gS60: Número de Pratylenchus spp em 1 grama de solo aos
30 DAG (Dias após germinação); NP100ccS60: Número de Pratylenchus spp em 1 grama
de solo aos 30 DAG (Dias após germinação); Médias sem letra na coluna não diferem
significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Helicotylenchus spp. apresentou, aos 30 dias após a germinação (DAG), populações
médias de 33,50 nematoides/ grama de raiz e 83,17 nematoides/ 100cc de solo (Tabela 6).
Estas populações medias variam entre 0 e 72 nematoides/ grama de raiz e entre 44 e 168
nematoides/ 100cc de solo. Aos 60 DAG foram obtidas as medias populacionais de 17,33
nematoides/ grama de raiz e 206,00 nematoides/ 100cc de solo, com valores variando entre
0 e 40 nematoides/ grama de raiz e entre 0 e 351 nematoides/ 100cc de solo.
Comparando-se as populações de Helicotylenchus spp.das raizes com as
populações dos solos verificou-se a predominância da população de nematoides nas
raízes (Tabela 7). Em cada tratamento e em cada época de avaliação foram obtidos
maiores níveis populacionais de Helicotylenchus spp. nos solos que nas raízes. Somente
no tratamento 2 (Q+M+B+I+Cro+Bac.1) as populações das raízes foram maiores que nos
solos. Esta superioridade populacional dos solos é oposta ao verificado para os nematoides
Pratylenchus spp (Tabela 7).
Comparando-se as populações de Helicotylenchus spp. aos 30 DAG e 60 DAG
verificou-se a diminuição da população nas raízes e aumento da população do solo com
o passar do tempo (Tabela 6). Em cada tratamento as populações de Helicotylenchus spp
na raiz foram maiores aos 30 DAG, com exceção do tratamento 6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9).
Já, as populações no solo, em cada tratamento, foram maiores aos 60 DAG, com exceção
do tratamento 2 (Q+M+B+I+Cro+Bac.1). Verificou-se, ainda, no tratamento 6 (Q+M+B+I+
Capítulo 13
165
Cro+Bac.9), uma inversão na posição relativa das populações de Helicotylenchus spp. Este
tratamento passou da menor para a maior populaçãonas valiações efetuadas aos 30 e
60 DAG. Isto sugere que o tratamento 6 apresentou menor efeito residual no controle de
Helicotylenchus spp. Este menor efeito residual também foi verificado para o controle de
Pratylenchus spp.
Foram consideradas as quantificações efetuadas aos 30 DAG, como base para a
avaliação do efeito dos tratamentos de sementes para o controle de Helicotylenchus spp. Isto
tendo em vista o objetivo do tratamento de semente de oferecer proteção principalmente ao
estabelecimento inicial da cultura. Considerando as quantificações efetuadas aos 30 DAG
deve-se destacar os tratamentos 6 (Q+M+B+I+Cro+Bac.9) e 3 (Q+M+B+I+Cro+Bac.3), que
apresentaram os menores índices populacionais (39 e 34 nematoides por grama de raizsolo) (Tabela 6).
TRATAMENTOS
NH1gS30
NH100ccS30
NH1gS60
NH100ccS60
1.Q+M+B+I+Cru+Rhi
64
93
14
224
2.Q+M+B+I+Cro+Bac1
72
58
26
0
3.Q+M+B+I+Cro+Bac3
24
44
12
248
4.Q+M+B+I+Cro
41
58
12
351
5.Q+M+B+I+Cro+Bac8
0
168
0
245
6.Q+M+B+I+Cro+Bac9
0
78
40
168
Tabela 6 Médias das características agronômicas, da população de nematoides Helicotylenchus
spp em função dos tratamentos de sementes com bactérias para o controle de nematoides na
cultura da soja, cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia,
Município de Jatai, estado de Goiás. 2017.
Legenda dos tratamentos: produtos e doses em gramas ou mililitros por 100 kg de sementes:
Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano
Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150 ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1= Bacteria
1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bactéria 8 (100 ml); Bac.9= Bactéria 9 (100
ml); NP1gS30: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG (Dias após
germinação); NP100ccS30: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG
(Dias após germinação); NP1gS60: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo
aos 30 DAG (Dias após germinação); NP100ccS60: Número de Helicotylenchus spp em 1
grama de solo aos 30 DAG (Dias após germinação); Médias sem letra na coluna não diferem
significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
Heterodera glicynes apresentou, aos 30 dias após a germinação (DAG), populações
médias de 32,29 nematoides/ grama de raiz, 187,86 nematoides/ 100cc de solo e 65,00
cistos/ 100cc de solo (Tabela 8). Estas populações medias variaram entre 0 e 138
nematoides/ grama de raiz, entre 0 e 1054 nematoides/ 100cc de solo e entre 0 e 283 cistos/
100cc de solo. Aos 60 DAG foram obtidas as medias populacionais de 37,29 nematoides/
grama de raiz, 256,57 nematoides/ 100cc de solo e 110,71 cistos/ 100cc de solo, com
valores variando entre 0 e 90 nematoides/ grama de raiz, entre 105 e 589 nematoides/
100cc de solo e entre 55 e 278 cistos/ 100cc de solo (Tabela 7).
Foram comparadas as populações de indivíduos (excluindo-se as fêmeas ou
cistos) de Heterodera glicynes.das raizes com as populações dos solos. Foi verificada a
Capítulo 13
166
predominância da população de nematoides nos solos (Tabela 7). Em cada tratamento e
em cada época de avaliação foram obtidos maiores níveis populacionais de Heterodera
glicynes nos solos que nas raízes. Esta superioridade populacional dos solos é semelhante
ao ocorrido com Helicotylenchus spp. mas diferente do ocorrido com Pratylenchus spp.
Comparando-se as populações de Heterodera glicynes aos 30 DAG e 60 DAG
verificou-se que geralmente houve aumento da população com o passar do tempo (Tabela
8). Os tratamentos: 3 (Q+M+B+I+Cro+Bac.3), 4 (Q+M+B+I+Cro), 5 (Q+ M+ B+ I+ Cro+
Bac.8) e 6 (Q+ M+B+I+Cro+Bac.9) apresentaram aumento populacional enquanto os
tratamentos: 1 (Q+M+B+I+Cru+Rhi) e 2 (Q+M+B+I+Cro+Bac.1) apresentaram redução na
população (Tabela 7).
1.Q+M+B+I+Cru+Rhi
NH1g
S30
138
NH100cc
S30
1054
NC100cc
S30
172
NH1g
S60
4
NH100cc
S60
288
NC100cc
S60
278
2.Q+M+B+I+Cro+Bac1
88
261
283
90
160
104
3.Q+M+B+I+Cro+Bac3
0
0
0
0
589
147
4.Q+M+B+I+Cro
0
0
0
54
234
79
5.Q+M+B+I+Cro+Bac8
0
0
0
46
420
55
6.Q+M+B+I+Cro+Bac9
0
0
0
67
105
112
Tratamentos (a)
Tabela 7 Médias das características agronômicas, da população de nematoides Heterodera
glicynes em função dos tratamentos de sementes com bactérias para o controle de nematoides
na cultura da soja, cultivar ANTA 82, implantado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em
Fitotecnia, Município de Jatai, estado de Goiás. 2017.
Legenda dos tratamentos: produtos e doses em gramas ou mililitros por 100 kg de sementes:
Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml); B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano
Biomax (100 ml); Cru= Cruiser (150 ml); Rhi= Rhizos; Cro= Cropstar (300 ml); Bac.1= Bacteria
1 (100 ml); Bac.3= Bacteria 3 (100 ml); Bac.8= Bactéria 8 (100 ml); Bac.9= Bactéria 9 (100
ml); NH1gS30: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG (Dias após
germinação); NH100ccS30: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo aos 30 DAG
(Dias após germinação); NC100ccS30: Número de Cistos spp em 1 grama de solo aos 30
DAG (Dias após germinação); NH1gS60: Número de Helicotylenchus spp em 1 grama de solo
aos 30 DAG (Dias após germinação); NH100ccS60: Número de Helicotylenchus spp em 1
grama de solo aos 30 DAG (Dias após germinação); NC100ccS60: Número de Cistos spp em
1 grama de solo aos 30 DAG (Dias após germinação); Médias sem letra na coluna não diferem
significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que o uso dos produtos Q= Quality (50 g); M= Maxim XL (100 ml);
B= Booster (100 ml); I= Inoculante bacteriano Biomax (100 ml); Cro= Cropstar (300 ml); 8=
Bacteria 8 (100 ml); proporcionaram o melhor resultado na população de plantas e a melhor
produtividade em quilogramas por hectare.
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CAPÍTULO 14
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USO DO EXTRATO PIROLENHOSO COMO
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MILHO DO SUDOESTE GOIANO
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
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Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Beatriz Campos Miranda
http://lattes.cnpq.br/9906493282188494
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetiva avaliar os
benefícios do extrato pirolenhoso (EP) aplicado
no sulco de plantio, como indutor de enraizamento
nas plântulas na cultura do milho. A pesquisa
foi conduzida no ano agrícola de 2019/2020
“segunda safra” no Núcleo de Fitotecnia,
Município de Mineiros. Goiás. Os tratamentos
se constituíram em T1: zero (Controle negativo);
T2: 5,0 L; T3: 2,5 L; T4: 1,666 L; T5: 1,250 L; T6:
1,0 L; T7: 0,833 L; T8: 0,714 L; T9: 0,625 L; T10:
0,555 L para cada 100 litros de água. As variáveis
tecnológicas “biometria da planta” avaliadas foram
população de plantas, altura de plantas, altura de
Capítulo 14
170
inserção da primeira espiga, diâmetro de colmo, peso do sistema radicular e produtividade
em quilogramas por hectare. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância
pelo programa Sisvar, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada
significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para a comparação de médias. Após
dados coletados e analisados, os resultados obtidos nos mostraram que o uso de uma
aplicação do extrato pirolenhoso no sulco de plantio não promoveu acréscimo das variáveis
tecnológicas “biometria da planta”.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento radicular. Sistema radicular. Produtividade.
Agricultura sustentável.
USE OF PIROLENHOSO EXTRACTOR AS ROOTING INDUSTRY IN
SOUTHWEST GOIANO CORN CROP
ABSTRACT: This work aims to evaluate the benefits of pyroligneous extract (EP) applied in the
planting furrow, as an inducer of rooting in seedlings in corn. The survey was conducted in the
agricultural year 2019/2020 “second harvest” at the Fitotecnia Center, Mineiros Municipality.
Goiás. The treatments consisted of T1: zero (negative control); T2: 5.0 L; T3: 2.5 L; T4: 1.666
L; T5: 1.250 L; T6: 1.0 L; T7: 0.833 L; T8: 0.714 L; T9: 0.625 L; T10: 0.555 L for every 100 liters
of water. The technological variables “plant biometrics” evaluated were plant population, plant
height, height of insertion of the first ear, stem diameter, weight of the root system and productivity
in kilograms per hectare. The data obtained were submitted to analysis of variance by the Sisvar
program, the means being compared by the Tukey test, when significance was detected for
ANOVA at p = 0.05 of probability for the comparison of means. After data collected and analyzed,
the results obtained showed us that the use of an application of the pyroligneous extract in
the planting furrow did not promote the addition of technological variables “plant biometrics”.
KEYWORDS: Root development. Root system. Productivity. Sustainable Agriculture.
INTRODUÇÃO
O estado de Goiás é o terceiro maior produtor do grão no país, tornando a atividade
um dos pilares de sua economia, tanto pela produção bruta, quanto pela geração de
empregos diretos e indiretos, tornando o agronegócio o principal responsável por alavancar
o Produto Interno Bruto (PIB) com crescimento de 4,1%. No ano de 2019, a produtividade
do milho obteve um incremento de 20,6% comparado com o ano anterior, atingindo 11,6
milhões de toneladas em uma área de 1,67 milhão de hectares com produção de 6,85
milhões de quilos por hectare, um aumento de 7,6% em área plantada, segundo a Secretária
de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento (NOTÍCIAS AGRICOLAS, 2019).
Atualmente apenas 5% da produção é destinada para o consumo humano, em
grande parte de maneira indireta, em pratos típicos como angu, mingau, pamonha,
polenta, bolos, cremes, pipoca, entre outros, 65% é destinado a alimentação animal sendo
na produção de silagem ou ração e 11% é consumido pela indústria, para diversos fins.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FAESP) “Seu uso industrial
não se restringe à indústria alimentícia. É largamente utilizado na produção de elementos
espessantes e colantes (para diversos fins) e na produção de óleos e de etanol. O etanol
também é utilizado como aditivo na gasolina, para aumentar a octanagem”.
A produção de etanol de milho é o novo expoente no país, De acordo com o
presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, a Unem
Capítulo 14
171
estima que a produção de etanol de milho chegará a 1,4 bilhão de litros na temporada
2019/20, que termina em 31 de março de 2020. Além disso, a produção aumentará 86% em
2020/21, para 2,6 bilhões de litros. Além disso, a CerradinhoBio deve lançar em junho uma
unidade com capacidade para 230 milhões de litros por ano. A usina fica em Chapadão do
Céu (GO). (ARGUS, 2020).
A agricultura tem como principal objetivo aumentar a produção de alimentos
causando o menor impacto a natureza. Por ser o maior exportador de milho do mundo,
investimentos milionários são feitos todos os anos aprimorando a genética das cultivares
propiciando ao produtor maior potencial produtivo, mas para que seja possível alinhar
produção com preservação, ferramentas como insumos, defensivos e quaisquer outros
produtos utilizados visando o melhor manejo da cultura passam por mudanças constantes,
buscando trocar os químicos por biológicos e materiais de fontes renováveis. Produtos
como cama de aves, bactérias, cianobactérias, fungos, protozoários que possuem função
desde adubação até inseticidas vêm sendo empregado no manejo agrícola.
Neste leque de opções, produtos de fontes renováveis tem um ponto positivo a
mais, pois através de alguns processos pode-se utilizar resíduos que seriam descartados
ou até mesmo tóxicos oriundos de outros segmentos como a produção de carvão vegetal,
biocombustível, queima de madeira na geração de bioenergia no setor industrial, e
transforma-los em produtos úteis ao setor agrícola, contribuindo assim não só para
agricultura, como para a diminuição de resíduos de outros segmentos. Um exemplo é o
extrato pirolenhoso (EP), subproduto oriundo da condensação da fumaça na produção do
carvão vegetal e queima de madeira. Um elemento que seria lançado na atmosfera como
gases condensáveis (pirolenhoso e alcatrão) e não condensáveis (CO, CH4, H2 CnHm)
causando poluição, torna-se um produto que quando diluídos em água nas concentrações
0,33 a 2% (v/v) e aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas,
favorecendo a absorção de nutrientes pela planta (MIYASAKA et al., 2001).
Por possuir tais propriedades, sua aplicação na cultura do milho se torna promissora,
uma vez que seu sistema radicular apresenta inúmeras funções ao longo de todo o ciclo,
como remobilizar reservas para auxiliar enchimento de grão, ancoragem das plantas,
aquisição de água e nutrientes e síntese de hormônios, que são bastante importantes
para o crescimento normal das plantas e sua tolerância a estresses (FIGUEIREDO, 2016).
Para o estabelecimento de uma boa lavoura, uma boa germinação e vigor da planta desde
pequena é essencial, uma raiz bem estabelecida garante a boa absorção de nutrientes,
fortalecendo a plântula e tornando-a mais resistente a doenças e ataques de insetos, bem
como uma raiz mais profunda possui maior recurso na busca por água em momentos de
estiagem, garantindo mais resistência a planta mesmo em períodos mais prolongados de
seca.
Diante do exposto, este trabalho objetiva avaliar os benefícios do extrato
pirolenhoso (EP) aplicado no sulco de plantio, como indutor de enraizamento nas plântulas
na cultura do milho.
Capítulo 14
172
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida no ano agrícola de 2019/2020 “segunda safra” na Fazenda
Flores Pontal Pinguela na região da pinguela, do Sr. Luiz Carafini e conduzido pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, Município de Mineiros. Goiás. O local de
implantação da pesquisa a 17° 34’ 43’’ Sul de latitude e 52° 43’ 51’’ Oeste de longitude, com
aproximadamente 868 metros de altitude.
O solo predominante da área conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos e o Neossolo Quartzarênico de textura arenosa (Embrapa,
2013), é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa, o qual foi originalmente ocupado por
vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por culturas anuais há mais de 20 anos.
(Tabela 1).
Os atributos químicos do solo (pH, K, Ca, Mg, H+Al e Al) foram determinados,
nas camadas de 0,0 – 0,20 m; 0,10 – 0,40 m segundo a metodologia proposta por Raij
& Quaggio (2001) e foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa para
conhecer as características químicas da área experimental.
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
4,2
13,6
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
28
0,78
0,19
0,48
5,6
29,6
1,1
V
M.O.
%
g dm-3
31,6
19,2
Tabela 1. Resultados obtidos na análise química do solo, coletada na área experimental do
Núcleo de Fitotecnia, amostrada antes do plantio da cultura do milho, cultivar Agroceres 8700.
Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
O clima predominante da região, conforme classificação de Köppen (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% conforme (Figura 1).
O período chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de
dezembro, janeiro e fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco
corresponde aos meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm) (Figura 1).
Capítulo 14
173
Figura 1. Temperatura máxima (Co) médias mensais, umidade relativa do ar (%) e precipitação
pluvial (mm) acumuladas na safra 2019/2020 no Município de Mineiros; Goiás. 2020.
Fonte: AGRITEMPO – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Mineiros / INMET.
Mineiros/GO. 2020.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados em esquema 10x1 e quatro
repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos.
A avaliação da população foi feita 30 dias após germinação (DAG), estudos da
biometria (parte aérea) foi realizado no estádio fenológico R3 e produtividade em quilograma
por hectare no estádio fenológico R6 (maturação fisiológica da planta).
Os tratamentos se constituíram em T1: zero (Controle negativo); T2: 5,0 L; T3: 2,5
L; T4: 1,666 L; T5: 1,250 L; T6: 1,0 L; T7: 0,833 L; T8: 0,714 L; T9: 0,625 L; T10: 0,555 L
para cada 100 litros de água.
As variáveis tecnológicas “biometria da planta” avaliadas foram população de
plantas, altura de plantas, altura de inserção da primeira espiga, diâmetro de colmo, peso
do sistema radicular e produtividade em quilogramas por hectare.
Os dados foram analisados pelo programa Sisvar, proposto por Ferreira (2014). Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo
teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para
a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nota-se para característica agronômica população de plantas que não foi possível
encontrar diferença significativa para esta variável, sendo um resultado favorável, pois
indica que a distribuição da semente no ato do plantio foi com máxima eficiência, e o uso
do extrato pirolenhoso no sulco do plantio não interferiu negativamente na germinação
da semente (Tabela 2). Resultado semelhante foi encontrado por Porto (2007) quando
trabalhou com extrato pirolenhoso, também não provocou redução ou efeito negativo tanto
Capítulo 14
174
na germinação como no desenvolvimento da planta.
Podemos notar na (Tabela 2) que as características agronômicas “biometria das
plantas” avaliadas com os tratamentos de extrato pirolenhoso em diferentes doses, não
obtiveram diferença significativas paras as variáveis tecnológicas altura de planta e altura
de inserção da primeira espiga. Em trabalho realizado por Porto (2007), estudando Pinus
elliottii, em todos os tratamentos obteve um maior desenvolvimento radicular e foliar após o
uso de extrato pirolenhoso, resultado contrário foi obtido neste trabalho.
Podemos notar na (Tabela 2) para variável tecnológica diâmetro de colmo, não foi
detectado diferença significativa entre os tratamentos realizados, e em trabalho realizado
por Silveira (2010) também não foi encontrado diferença significativa para diâmetro de
colmo, que corrobora com os resultados obtidos neste trabalho.
TR
D L por 100 L H2O
PP
AP (m)
AIPE (cm)
DC (cm)
T1
Zero
2,50
2,21
0,88
13,67
T2
5,000
2,50
2,14
0,88
14,00
T3
2,500
2,50
2,18
0,89
12,92
T4
1,666
2,50
2,24
0,93
13,83
T5
1,250
2,50
2,10
0,93
13,67
T6
1,000
2,50
2,10
0,94
14,00
T7
0,833
2,50
2,16
0,95
13,92
T8
0,714
2,50
2,17
0,96
12,75
T9
0,625
2,50
2,08
0,98
14,50
T10
0.555
2,50
2,13
1,01
12,92
CV (%)
-
9,36
3,33
4,74
10,37
DMS
-
0,22
0,16
0,10
3,22
Tabela 2. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do milho, cultivar Agroceres 8700, conduzido no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia,
em função das doses de extrato pirolenhoso aplicado no sulco de plantio. Município de
Mineiros. Goiás. Brasil. 2020.
Tratamentos (TR), dose em litro para 100 litros de água (D L por 100 L H2O), População de
planta (PP), Altura de planta (AP), Altura de inserção de primeira espiga (AIPE), Diâmetro
de colmo (DC). Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de
probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se na (Tabela 3) que as características agronômicas “biometria das
plantas” avaliadas com os tratamentos de extrato pirolenhoso em diferentes doses, obtive
diferença significativa para a variável tecnológica peso do sistema radicular, onde o melhor
tratamento, foi o T6 com peso médio de 35,50 gramas e o tratamento com o menor peso foi
encontrado no tratamento T3 com uma média de peso de 17,00 gramas.
Detecta-se na (Tabela 3) para variável tecnológica “biometria de plantas” peso
Capítulo 14
175
de mil grãos, onde não foi possível detectar diferença significativa entre os tratamentos
utilizados, também podemos notar na variável tecnológica produtividade em quilograma por
hectare (Tabela 3), não foi encontrado diferença estatística significativa entre os tratamentos
testados, mas podemos ver uma diferença significativa entre o tratamento T6 que obteve
uma média em produtividade na ordem de 9.160 kg por hectare, se compararmos com a
média do tratamento T3, que teve uma produtividade de 7.396 kg por hectare, chegamos
a uma diferença de 1.764 kg ou seja 29,4 sacas por hectares a menos. Em trabalho
realizado por Silveira (2010) encontro resultado semelhante nas safras 2007/08 e 2008/09
os tratamentos com EP (estrato pirolenhoso) não afetaram a produtividade de grãos (kg
ha-1) de milho, em condições de campo.
TR
D L por 100 L H2O
PSR (g)
PMG (g)
P Kg ha-1
T1
Zero
21,00 ab
375
7.375
T2
5,000
22,25 ab
365
8.524
T3
2,500
17,00 b
345
7.396
T4
1,666
18,25 ab
355
7.792
T5
1,250
19,75 ab
335
7.999
T6
1,000
35,50 a
375
9.160
T7
0,833
18,25 ab
385
8.200
T8
0,714
19,00 ab
320
6.617
T9
0,625
28,75 ab
345
7.735
T10
0.555
20,50 ab
420
7.366
CV (%)
-
12,27
20,28
12,04
DMS
-
16,87
171,63
2160,01
Tabela 3. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do milho, cultivar Agroceres 8700, conduzido no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia,
em função das doses de extrato pirolenhoso aplicado no sulco de plantio. Município de
Mineiros. Goiás. Brasil. 2020.
Tratamentos (TR), dose em litro para 100 litros de água (D L por 100 L H2O), Peso do sistema
radicular (PSR), Peso de mil grãos (PMG), Produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha1
). Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo
teste Tukey.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se (Figura 2) a curva polinomial de segunda ordem, para variável tecnológica
peso do sistema radicular em gramas, onde o maior valor foi encontrado no tratamento T6
com uma média de 35,50 gramas, e o menor valor foi encontrado no tratamento T3 com
uma média de 17,00 gramas.
Capítulo 14
176
Figura 2. Curva polinomial de segunda ordem, para variável tecnólogica peso do sistema
radicular em gramas, para cultura do milho, cultivar Agroceres 8700. Município de Mineiros.
Goiás, 2019. Implantada no Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, em função das doses
de extrato pirolenhoso. Município de Mineiros, estado de Goiás, Brasil, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUÇÃO
Podemos concluir que o uso de extrato pirolenhoso em uma aplicação no sulco
de plantio para a cultura do milho, obteve resultado satisfatório, aumentando o sistema
radicular da cultura e mantendo a produtividade em patamares elevados.
AGRADECIMENTO
Ao proprietário da Fazenda Flores Pontal Pinguela na região da pinguela, Sr. Luiz
Carafini e ao acadêmico Mar Luiz Carafini por disponibilizar a área para implantação e
fornecimentos de todos os insumos e mão de obra necessária para condução do experimento
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Capítulo 14
178
CAPÍTULO 15
DOI 10.22533/at.ed.00000000000
USO DO EXTRATRO PIROLENHOSO COMO
INDUTOR DE ENRAIZAMENTO NA CULTURA DO
MILHO EM SEGUNDA SAFRA NO SUDOESTE
GOIANO
Data de aceite: 09/04/2021
Joaquim Júlio de Almeida Júnior
http://lattes.cnpq.br/0756867367167560
Katya Bonfim Ataides Smiljanic
http://lattes.cnpq.br/8320644446637344
Francisco Solano Araújo Matos
http://lattes.cnpq.br/0960611004118450
Alexandre Caetano Perozini
http://lattes.cnpq.br/9331788769309021
Saulo Felipe Brockes Campos
http://lattes.cnpq.br/1335751938897957
Reinaldo Ferreira Silva
http://lattes.cnpq.br/1948346480646634
Suleiman Leiser Araújo
http://lattes.cnpq.br/2614370376183531
Janderson Martins Dutra
http://lattes.cnpq.br/4119745988164287
Aristóteles Mesquita de Lima Netto
http://lattes.cnpq.br/9173384556001581
Luciano Cordeiro da Silva
http://lattes.cnpq.br/9969710037966381
Armando Falcão Mendonça
http://lattes.cnpq.br/1421441121323177
Pablo Franco da Silva
http://lattes.cnpq.br/8224684992723808
Affonso Amaral Dalla Libera
http://lattes.cnpq.br/5259428702371867
Lásara Isabella Oliveira Lima
http://lattes.cnpq.br/0061408474042488
Uessiley Ribeiro Barbosa
http://lattes.cnpq.br/0588951038901964
Gabriel Pinto da Silva Neto
http://lattes.cnpq.br/1467602081405439
Daniel Pereira Alves de Moraes
http://lattes.cnpq.br/4563865553246150
Adriano Bernardo Leal
http://lattes.cnpq.br/3391057014076576
Victor Júlio Almeida Silva
http://lattes.cnpq.br/1219203640159319
Beatriz Campos Miranda
http://lattes.cnpq.br/9906493282188494
Antônio Carvalho Vilela
http://lattes.cnpq.br/5833178250047535
RESUMO: Este trabalho objetiva avaliar os
benefícios do extrato pirolenhoso (EP) aplicado
no sulco de plantio, como indutor de enraizamento
para a cultura do milho. A pesquisa foi conduzida
no ano agrícola de 2019/2020 “segunda safra”
pelo Núcleo de Fitotecnia, Município de Mineiros.
Goiás. Os tratamentos se constituíram em T1:
zero (Controle negativo); T2: 5,0 L; T3: 1,666
L; T4: 1,0 L; T5: 0,714 L; T6: 0,555 L para cada
100 litros de água. As variáveis tecnológicas
“biometria da planta” avaliadas foram população
de plantas, altura de plantas, altura de inserção
da primeira espiga, diâmetro de colmo, peso do
sistema radicular e produtividade em quilogramas
por hectare. Os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância pelo programa Sisvar, sendo
Capítulo 15
179
as médias comparadas pelo teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a
p=0,05 de probabilidade para a comparação de médias. Após dados coletados e analisados,
os resultados obtidos nos mostraram que o uso de uma aplicação do extrato pirolenhoso no
sulco de plantio obteve resultado satisfatório, aumentando o sistema radicular da cultura e
mantendo a produtividade em patamares elevados, com ganho real na produtividade.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento radicular. Sistema radicular. Produtividade.
Agricultura sustentável.
USE OF THE PIROLENHOSO EXTRACTOR AS A ROOTING INDICATOR IN THE
MAIZE CROP IN THE SECOND HARVEST IN THE SOUTHWEST GOIANO
ABSTRACT: This work aims to evaluate the benefits of pyroligneous extract (EP) applied
in the planting furrow, as a rooting inducer for the corn crop. The survey was conducted
in the agricultural year 2019/2020 “second harvest” at the Fitotecnia Center, Mineiros
Municipality. Goiás. The treatments consisted of T1: zero (negative control); T2: 5.0 L; T3:
1.666 L; T4: 1.0 L; T5: 0.714 L; T6: 0.555 L for every 100 liters of water. The technological
variables “plant biometrics” evaluated were plant population, plant height, height of insertion
of the first ear, stem diameter, weight of the root system and productivity in kilograms per
hectare. The data obtained were submitted to analysis of variance by the Sisvar program,
the means being compared by the Tukey test, when significance was detected for ANOVA
at p = 0.05 of probability for the comparison of means. After data collected and analyzed,
the results obtained showed us that the use of an application of the pyroligneous
extract in the planting furrow obtained a satisfactory result, increasing the root system
of the crop and maintaining productivity at high levels, with real gain in productivity.
KEYWORDS: Root development. Root system. Productivity. Sustainable Agriculture.
INTRODUÇÃO
Há pelo menos 7.300 anos o milho faz parte da alimentação humana e animal,
tendo seus primeiros registros feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano, acreditasse
que o (Zea mays L.) teve origem de outra gramínea Teosinto (Zea mays spp. Parviglumis),
que após à imposição de pressões de seleção rigorosas pelo homem, a fim de domesticálo (GALVÃO, 2017), e com o uso da biotecnologia melhorando-o diversas vezes para
conferir-lhe características mais favoráveis ao seu cultivo nas diversas regiões, tornouse a cultura mais produzida no mundo com cerca de 850 milhões de toneladas de grãos
em aproximadamente 162 milhões de hectares. Em 2019 o Brasil terminou o ano como
terceiro maior produtor do grão no mundo, com cerca de 100,04 milhões de toneladas
cultivadas em 17,49 milhões de hectares, levando o país ao topo do ranking de exportação
mundial com 44,9 milhões de toneladas segundo a Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB, 2019).
O estado de Goiás é o terceiro maior produtor do grão no país, tornando a atividade
um dos pilares de sua economia, tanto pela produção bruta, quanto pela geração de
empregos diretos e indiretos, tornando o agronegócio o principal responsável por alavancar
o Produto Interno Bruto (PIB) com crescimento de 4,1%. No ano de 2019, a produtividade
do milho obteve um incremento de 20,6% comparado com o ano anterior, atingindo 11,6
milhões de toneladas em uma área de 1,67 milhão de hectares com produção de 6,85
milhões de quilos por hectare, um aumento de 7,6% em área plantada, segundo a Secretária
Capítulo 15
180
de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento (NOTÍCIAS AGRICOLAS, 2019).
Atualmente apenas 5% da produção é destinada para o consumo humano, em
grande parte de maneira indireta, em pratos típicos como angu, mingau, pamonha,
polenta, bolos, cremes, pipoca, entre outros, 65% é destinado a alimentação animal sendo
na produção de silagem ou ração e 11% é consumido pela indústria, para diversos fins.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FAESP) “Seu uso industrial
não se restringe à indústria alimentícia. É largamente utilizado na produção de elementos
espessantes e colantes (para diversos fins) e na produção de óleos e de etanol. O etanol
também é utilizado como aditivo na gasolina, para aumentar a octanagem”.
A produção de etanol de milho é o novo expoente no país, De acordo com o
presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, a Unem
estima que a produção de etanol de milho chegará a 1,4 bilhão de litros na temporada
2019/20, que termina em 31 de março de 2020. Além disso, a produção aumentará 86% em
2020/21, para 2,6 bilhões de litros. Além disso, a CerradinhoBio deve lançar em junho uma
unidade com capacidade para 230 milhões de litros por ano. A usina fica em Chapadão do
Céu (GO). (ARGUS, 2020).
A agricultura tem como principal objetivo aumentar a produção de alimentos
causando o menor impacto a natureza. Por ser o maior exportador de milho do mundo,
investimentos milionários são feitos todos os anos aprimorando a genética das cultivares
propiciando ao produtor maior potencial produtivo, mas para que seja possível alinhar
produção com preservação, ferramentas como insumos, defensivos e quaisquer outros
produtos utilizados visando o melhor manejo da cultura passam por mudanças constantes,
buscando trocar os químicos por biológicos e materiais de fontes renováveis. Produtos
como cama de aves, bactérias, cianobactérias, fungos, protozoários que possuem função
desde adubação até inseticidas vêm sendo empregado no manejo agrícola.
Neste leque de opções, produtos de fontes renováveis tem um ponto positivo a
mais, pois através de alguns processos pode-se utilizar resíduos que seriam descartados
ou até mesmo tóxicos oriundos de outros segmentos como a produção de carvão vegetal,
biocombustível, queima de madeira na geração de bioenergia no setor industrial, e
transforma-los em produtos úteis ao setor agrícola, contribuindo assim não só para
agricultura, como para a diminuição de resíduos de outros segmentos. Um exemplo é o
extrato pirolenhoso (EP), subproduto oriundo da condensação da fumaça na produção do
carvão vegetal e queima de madeira. Um elemento que seria lançado na atmosfera como
gases condensáveis (pirolenhoso e alcatrão) e não condensáveis (CO, CH4, H2 CnHm)
causando poluição, torna-se um produto que quando diluídos em água nas concentrações
0,33 a 2% (v/v) e aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas,
favorecendo a absorção de nutrientes pela planta (MIYASAKA et al., 2001).
Por possuir tais propriedades, sua aplicação na cultura do milho se torna promissora,
uma vez que seu sistema radicular apresenta inúmeras funções ao longo de todo o ciclo,
como remobilizar reservas para auxiliar enchimento de grão, ancoragem das plantas,
aquisição de água e nutrientes e síntese de hormônios, que são bastante importantes
para o crescimento normal das plantas e sua tolerância a estresses (FIGUEIREDO, 2016).
Para o estabelecimento de uma boa lavoura, uma boa germinação e vigor da planta desde
Capítulo 15
181
pequena é essencial, uma raiz bem estabelecida garante a boa absorção de nutrientes,
fortalecendo a plântula e tornando-a mais resistente a doenças e ataques de insetos, bem
como uma raiz mais profunda possui maior recurso na busca por água em momentos de
estiagem, garantindo mais resistência a planta mesmo em períodos mais prolongados de
seca.
Diante do exposto, este trabalho objetiva avaliar os benefícios do extrato
pirolenhoso (EP) aplicado no sulco de plantio, como indutor de enraizamento para a cultura
do milho.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida no ano agrícola de 2019/2020 “segunda safra” na Fazenda
Flores Pontal Pinguela na região da pinguela, do Sr. Luiz Carafini e conduzido pelo
Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, Município de Mineiros. Goiás. O local de
implantação da pesquisa a 17° 34’ 43’’ Sul de latitude e 52° 43’ 51’’ Oeste de longitude, com
aproximadamente 868 metros de altitude.
O solo predominante da área conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos e o Neossolo Quartzarênico de textura arenosa (Embrapa,
2013), é o Argissolo Vermelho e de textura argilosa, o qual foi originalmente ocupado por
vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por culturas anuais há mais de 20 anos.
(Tabela 1).
Os atributos químicos do solo (pH, K, Ca, Mg, H+Al e Al) foram determinados,
nas camadas de 0,0 – 0,20 m; 0,10 – 0,40 m segundo a metodologia proposta por Raij
& Quaggio (2001) e foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa para
conhecer as características químicas da área experimental.
Profundidade
(cm)
0 – 20
pH
P (Mel)
CaCl2
mg dm-3
4,2
13,6
K+
Ca
Mg
Al
H+Al
S.B.
CTC
cmolc dm-3
28
0,78
0,19
0,48
5,6
29,6
1,1
V
M.O.
%
g dm-3
31,6
19,2
Tabela 1. Resultados obtidos na análise química do solo, coletada na área experimental do
Núcleo de Fitotecnia, amostrada antes do plantio da cultura do milho, cultivar Agroceres 8700.
Município de Mineiros. Goiás, 2019.
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
O clima predominante da região, conforme classificação de Köppen (2013) é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno.
A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de
aproximadamente 25°C e umidade relativa do ar média anual de 66% conforme (Figura 1).
O período chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de
dezembro, janeiro e fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco
Capítulo 15
182
corresponde aos meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm) (Figura 1).
Figura 1. Temperatura máxima (Co) médias mensais, umidade relativa do ar (%) e precipitação
pluvial (mm) acumuladas na safra 2019/2020 no Município de Mineiros; Goiás. 2020.
Fonte: AGRITEMPO – Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Mineiros / INMET.
Mineiros/GO. 2020.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados em esquema 10x1 e quatro
repetições. Cada parcela experimental foi constituída de quatro linhas de quatro metros de
comprimento com área útil de duas linhas de dois metros de comprimento e espaçamento
de 50 cm entre linhas e espaçamento entre blocos de 2,0 metros de comprimentos.
A avaliação da população foi feita 30 dias após germinação (DAG), estudos da
biometria (parte aérea) foi realizado no estádio fenológico R3 e produtividade em quilograma
por hectare no estádio fenológico R6 (maturação fisiológica da planta).
Os tratamentos se constituíram em T1: zero (Controle negativo); T2: 5,0 L; T3: 1,666
L; T4: 1,0 L; T5: 0,714 L; T6: 0,555 L para cada 100 litros de água.
As variáveis tecnológicas “biometria da planta” avaliadas foram população de
plantas, altura de plantas, altura de inserção da primeira espiga, diâmetro de colmo, peso
do sistema radicular e produtividade em quilogramas por hectare.
Os dados foram analisados pelo programa Sisvar, proposto por Ferreira (2014). Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo
teste Tukey, quando detectada significância para a ANOVA a p=0,05 de probabilidade para
a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nota-se para característica agronômica população de plantas que não foi possível
encontrar diferença significativa para esta variável, sendo um resultado favorável, pois
indica que a distribuição e germinação da semente no ato do plantio foi com máxima
eficiência, e o uso do extrato pirolenhoso no sulco do plantio não interferiu negativamente
na germinação da semente (Tabela 2). Resultado semelhante foi encontrado por Porto
Capítulo 15
183
(2007) quando trabalhou com extrato pirolenhoso, também não provocou redução ou efeito
negativo tanto na germinação como no desenvolvimento da planta.
Também podemos notar na (Tabela 2) que na biometria das plantas, as variáveis
avaliadas, com as diferentes doses de extrato pirolenhoso, sendo elas: altura de planta e
altura de inserção da primeira espiga, não obtiveram diferença significativas. Em trabalho
realizado por Porto (2007), estudando Pinus elliottii, obteve resultado contrário a este
trabalho, sendo que em todos os tratamentos obteve um maior desenvolvimento radicular
e foliar após o uso de extrato pirolenhoso.
Podemos notar na (Tabela 2) para variável tecnológica diâmetro de colmo, não foi
detectado diferença significativa entre os tratamentos realizados, e em trabalho realizado
por Silveira (2010) também não foi encontrado diferença significativa para diâmetro de
colmo, que corrobora com os resultados obtidos neste trabalho.
TR
D L por 100 L H2O
PP
AP (m)
AIPE (cm)
DC (cm)
T1
Zero
2,50
2,21
0,88
13,67
T2
5,000
2,50
2,14
0,88
14,00
T3
1,666
2,50
2,24
0,93
13,83
T4
1,000
2,50
2,10
0,94
14,00
T5
0,714
2,50
2,17
0,96
12,75
T6
0.555
2,50
2,13
1,01
12,92
CV (%)
-
6,36
3,33
4,74
10,37
DMS
-
0,31
0,16
0,10
3,22
Tabela 2. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do milho, cultivar Agroceres 8700, conduzido no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia,
em função das diferentes doses de extrato pirolenhoso aplicado no sulco de plantio. Município
de Mineiros. Goiás. Brasil. 2020.
Tratamentos (TR), dose em litro para 100 litros de água (D L por 100 L H2O), População de
planta (PP), Altura de planta (AP), Altura de inserção de primeira espiga (AIPE), Diâmetro
de colmo (DC). Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de
probabilidade, pelo teste Tukey.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Detecta-se na (Tabela 3) ao fazer a biometria das plantas, “características
agronômicas” avaliadas com diferentes doses de extrato pirolenhoso foi detectado
diferença significativa para a variável tecnológica, peso do sistema radicular, onde o melhor
tratamento, foi o T4 com peso médio de 35,50 gramas e o tratamento com o menor peso
do sistema radicular foi encontrado no tratamento T3 com uma média de peso de 18,25
gramas.
Visualiza-se na (Tabela 3) no levantamento da biometria das plantas “variável
tecnológica” peso de mil grãos, não foi possível detectar diferença significativa entre as
diferentes doses nos tratamentos utilizados, também podemos notar que não foi possível
encontrado diferença significativa na variável tecnológica produtividade em quilograma
Capítulo 15
184
por hectare, entre as diferentes doses de extrato pirolenhoso utilizado neste trabalho,
mas podemos ver uma diferença considerável entre o tratamento T4 que obteve o
melhor resultado, com uma média em produtividade na ordem de 9.160 kg por hectare,
em comparação com a média do tratamento T3, que teve uma produtividade de 7.792
kg por hectare, chegamos a uma diferença de 1.368 kg por hectare ou seja 22,8 sacas
por hectare, sem o uso do extrato pirolenhoso. Em trabalho realizado por Silveira (2010)
encontrei resultado semelhante nas safras 2007/08 e 2008/09 os tratamentos com EP
(extrato pirolenhoso) não afetaram significativamente a produtividade de grãos (kg ha-1) de
milho, em condições de campo, mas promoveram um ganho considerável na produtividade.
TR
D L por 100 L H2O
PSR (g)
PMG (g)
P Kg ha-1
T1
Zero
21,00 ab
375
7.375
T2
5,000
22,25 ab
365
8.524
T3
1,666
18,25 b
355
7.792
T4
1,000
35,50 a
375
9.160
T5
0,714
19,00 ab
320
6.617
T6
0.555
20,50 ab
420
7.366
CV (%)
-
12,27
20,28
12,04
DMS
-
16,87
171,63
2.160,01
Tabela 3. Média das características agronômicas “biometria das plantas” avaliadas na cultura
do milho, cultivar Agroceres 8700, conduzido no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Fitotecnia,
em função das diferentes doses de extrato pirolenhoso aplicado no sulco de plantio. Município
de Mineiros. Goiás. Brasil. 2020.
Tratamentos (TR), dose em litro para 100 litros de água (D L por 100 L H2O), Peso do sistema
radicular (PSR), Peso de mil grãos (PMG), Produtividade em quilograma por hectare (P Kg ha1
). Médias sem letra na coluna não diferem significativamente a ≤ 0,05% de probabilidade, pelo
teste Tukey.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
Observa-se (Figura 2) para curva polinomial de segunda ordem, a biometria das
plantas, “variável tecnológica” peso do sistema radicular em gramas, onde o maior valor
foi encontrado no tratamento T4 com uma média de 35,50 gramas, com o uso do extrato
pirolenhoso e o menor valor foi encontrado no tratamento T4 com uma média de 18,25
gramas.
Capítulo 15
185
Figura 2. Curva polinomial de segunda ordem, para variável tecnólogica peso do sistema
radicular em gramas, para cultivar de milho, cultivar Agroceres 8700. Implantada no Núcleo
de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia, em função das diferentes doses de extrato pirolenhoso.
Município de Mineiros, estado de Goiás, Brasil, 2020.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020.
CONCLUÇÃO
Podemos concluir que o uso de extrato pirolenhoso com uma aplicação no sulco
de plantio para a cultura do milho, obteve resultado satisfatório, aumentando o sistema
radicular da cultura e mantendo a produtividade em patamares elevados, com ganho real
na produtividade.
AGRADECIMENTO
Ao proprietário da Fazenda Flores Pontal Pinguela na região da pinguela, Sr. Luiz
Carafini e ao acadêmico Mar Luiz Carafini por disponibilizar a área para implantação e
fornecimentos de todos os insumos e mão de obra necessária para condução do experimento
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Capítulo 15
187
SOBRE O ORGANIZADOR
JOAQUIM JÚLIO DE ALMEIDA JÚNIOR -
Pós-Doutorando na UNESP-Universidade Estadual
Paulista; Doutor em Sistemas de Produção - UNESP-Universidade Estadual Paulista; Mestre em
Produção Vegetal – UniRV-Universidade de Rio Verde; Especialização em Gestão e Docência no Ensino
Superior – UniFIMES-Centro Universitário de Mineiros; Engenheiro Agrônomo – ULBRA-Universidade
Luterana do Brasil; Coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Fitotecnia. http://lattes.cnpq.
br/0756867367167560
Sobre o organizador
188