Moringa (Moringa oleífera, LAM): Sistema de produção e utilização

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Moringa (Moringa oleifera LAM) SISTEMA DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO

Vicente de Paula Queiroga Acácio Figueiredo Neto Esther Maria Barros de Albuquerque Editores Técnicos

REVISTA CIENTÍFICA


MORINGA (Moringa oleifera, LAM) SISTEMA DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição


CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA Diretor Presidente da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito VINÍCIUS LEÃO DE CASTRO Diretor - Adjunto da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Editor-chefe da Associação da Revista Eletrônica a Barriguda - AREPB

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA – AREPB CNPJ 12.955.187/0001-66 Acesse: www.abarriguda.org.br

CONSELHO EDITORIAL Adilson Rodrigues Pires André Karam Trindade Alessandra Correia Lima Macedo Franca Alexandre Coutinho Pagliarini Arali da Silva Oliveira Bartira Macedo de Miranda Santos Belinda Pereira da Cunha Carina Barbosa Gouvêa Carlos Aranguéz Sanchéz Dyego da Costa Santos Elionora Nazaré Cardoso Fabiana Faxina Gisela Bester Glauber Salomão Leite Gustavo Rabay Guerra Ignacio Berdugo Gómes de la Torre Jaime José da Silveira Barros Neto Javier Valls Prieto, Universidad de Granada José Ernesto Pimentel Filho Juliana Gomes de Brito Ludmila Albuquerque Douettes Araújo Lusia Pereira Ribeiro Marcelo Alves Pereira Eufrasio Marcelo Weick Pogliese Marcílio Toscano Franca Filho Olard Hasani Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha Raymundo Juliano Rego Feitosa Ricardo Maurício Freire Soares Talden Queiroz Farias Valfredo de Andrade Aguiar Vincenzo Carbone



VICENTE DE PAULA QUEIROGA ACÁCIO FIGUEIREDO NETO ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE (Editores Técnicos)

MORINGA (Moringa oleifera, LAM) SISTEMA DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA - AREPB

2022


©Copyright 2022 by

Organização do Livro VICENTE DE PAULA QUEIROGA, ÊNIO GIULIANO GIRÃO, ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Capa CRISLANE SANTOS DE MACÊDO, SARAH ELISABETH SANTOS CUPERTINO, JONATHAS FARIAS DE CARVALHO. Editoração ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Diagramação ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos autores. Data de fechamento da edição: 11-06-2022 Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

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Queiroga, Vicente de Paula. Moringa (Moringa oleífera, LAM): Sistema de produção e utilização. 1ed. / Organizadores, Vicente de Paula Queiroga, Acácio Figueiredo Neto, Esther Maria Barros de Albuquerque. – Campina Grande: AREPB, 2022. 178 f. : il. color. ISBN 978-65-87070-14-8 1. Moringa. 2. Moringa oleifera. 3. Sistema de produção. 4. Colheita. 5. Sementes. I. Queiroga, Vicente de Paula. II. Figueiredo Neto, Acácio. III. Albuquerque, Esther Maria Barros de. IV. Título. CDU 633.5

Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB

Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB. Foi feito o depósito legal.


O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED, responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.

A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira, posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.

Os idealizadores deste projeto, revestidos de ousadia, espírito acadêmico e nutridos do objetivo de criar um novo paradigma de estudo do Direito se motivaram para construir um projeto que ultrapassou as fronteiras de um informativo e se estabeleceu como uma revista eletrônica, para incentivar o resgate do ensino jurídico como interdisciplinar e transversal, sem esquecer a nossa riqueza cultural.

Nosso sincero reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram para a consolidação da Revista A Barriguda no meio acadêmico de forma tão significativa.

Acesse a Biblioteca do site www.abarriguda.org.br


EDITORES TÉCNICOS

Vicente de Paula Queiroga (Dr) Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa do Algodão-CNPA Campina Grande, PB (Brasil)

Acácio Figueiredo Neto (Dr) Professor Adjunto do Colegiado de Engenharia Agrícola Universidade Federal do Vale do São Francisco- UNIVASF Juazeiro – BA (Brasil)

Esther Maria Barros de Albuquerque (Drª) Doutora em Engenharia de Processos Universidade Federal de Campina Grande Campina Grande, PB (Brasil)


APRESENTAÇÃO

A moringa, planta de múltiplos usos vem se difundindo ao longo dos anos nos mais variados continentes em virtude de sua capacidade de adaptação aos climas quentes e secos e pela sua utilização em diversos setores da vida humana como na alimentação, na indústria farmacêutica, na produção de óleo, como planta ornamental e melífera, fonte de proteína para os animais e na clarificação de águas turvas. É importante destacar também que as sementes de moringa rendem 38–45% de óleo comestível (chamado óleo Ben, devido à alta concentração de ácido behênico contido no óleo) que pode ser usado na culinária, cosméticos e lubrificação. Ademais, a moringa (Moringa oleifera) é uma planta nativa do norte da Índia, pois atualmente está naturalizada em praticamente todos os ecossistemas áridos e semiáridos tropicais e subtropicais do mundo, após um processo iniciado há mais de quinhentos anos. A variedade de nomes que possui ilustra os muitos usos e benefícios da árvore e de seus produtos. E é aí que faz sentido que possa ser útil. Para isso, é imprescindível ter o máximo de informações possível sobre o seu cultivo e, o que já se sabe, identificar o que ainda precisa ser conhecido e divulgá-lo, cumprindo assim o objetivo deste livro. Ou seja, este livro tenta suprimir a falta geral de informações agronômicas para essa planta quando o seu cultivo é tentado por vários produtores do semiárido brasileiro. Portanto, a identificação e a viabilização de oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva da moringa contribuirão para a busca de alternativas sustentáveis para o desenvolvimento da região e da melhoria dos padrões alimentares, sanitários e sociais da população, dinamizando a economia local, regional e, quiçá, nacional. Esta coletânea de textos reuniu diversas informações que ajudarão a fornecer um futuro positivo para a espécie Moringa oleífera como uma cultura alternativa para as microrregiões do Cariri, Seridó, Sertão, Agreste, Curimataú, etc.

Os autores


SUMÁRIO

CAPÍTULO I - SISTEMA PRODUTIVO DA MORINGA (MORINGA OLEIFERA, LAM) – Vicente de Paula Queiroga, Acácio Figueiredo Neto, Ênio Giuliano Girão, Esther Maria Barros de Albuquerque ..............................................................................................................10

CAPÍTULO II COLHEITA, SECAGEM, EXTRAÇÃO DE ÓLEO E COMERCIALIZAÇÃO DA MORINGA - Vicente de Paula Queiroga, Acácio Figueiredo Neto, José da Cunha Medeiros, Esther Maria Barros de Albuquerque ....................................123

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................155


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CAPÍTULO I

SISTEMA PRODUTIVO DA MORINGA (MORINGA OLEIFERA, LAM)

Vicente de Paula Queiroga Acácio Figueiredo Neto Ênio Giuliano Girão Esther Maria Barros de Albuquerque (Editores)


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INTRODUÇÃO A moringa (Moringa oleifera Lam.) é uma árvore originária das áreas áridas e semiáridas do noroeste do subcontinente indiano e, portanto, é capaz de crescer e produzir em áreas de baixa pluviosidade onde outras espécies não prosperam, gerando produtos alimentícios, medicinais, industriais e forragem animal. É uma espécie arbórea perene da família da Moringaceae, amplamente distribuída na Índia, Egito, Filipinas, Ceilão, Tailândia, Malásia, Burma, Paquistão, Singapura e Nigéria (PEREIRA NETO et al., 2008). Inicialmente, na China, foi utilizada como planta ornamental e de sombra, ou ainda, como cerca viva, ou como barreira de proteção eólica. Portanto, a espécie Moringa oleifera é considerada uma planta de amplo espectro de ação e com grande potencial de uso múltiplo. Nos últimos anos, mais precisamente desde o início da década de 90, esta planta vem sendo alvo de estudos para sua utilização, partes ou o seu todo, como fonte de proteínas no suprimento alimentar humano e animal, como fonte de óleo vegetal comestível ou fonte de energia combustível, como fonte de proteínas na floculação de impurezas em águas; como matéria prima na fabricação de carvão ativo e como insumo na indústria de celulose. Finalmente, em diversas partes desta planta têm-se identificado princípios ativos medicinais com ação em diferentes áreas da saúde humana (COOTE et al., 1997; GUEVARA et al., 1996; EZEAMUZIE et al., 1996; PAL et al., 1995; JAHN, 1996). Pelo amplo espectro de ação, e pelas boas perspectivas de aplicações que oferece, o cultivo de Moringa oleifera poderia constituir numa interessante alternativa sócio-econômica a ser explorada em países tropicais, sendo que no Brasil esta planta vem sendo difundida como fonte de vitamina A (SILVA; KERR, 1999). A árvore da moringa possui alto teor de proteína em suas folhas, ramos e caules. Seus frutos e flores contêm vitaminas A, B, C e proteínas. As sementes têm entre 30 e 42% de óleo e sua torta contém 60% de proteína. A importância do uso da moringa como forragem se deve às suas boas características nutricionais e ao alto rendimento na produção de biomassa fresca (FOIDL, 2000). Tasfaye et al. (2014) avaliaram a composição química das folhas de moringa e encontraram 28% de proteína bruta; 7,10% de fibra bruta; 5,9% de extrato etéreo, 2,5% de cálcio, 0,30% de fósforo e 12,2% de cinzas.


C a p í t u l o I | 12 Além do alto teor de proteína, as folhas de moringa são ricas em caroteno, ferro e ácido ascórbico, inclusive de metionina e cistina, aminoácidos que normalmente estão deficientes na maioria dos alimentos. Sua primeira frutificação é variável, de modo que, em condições ideais de manejo é tida como uma planta precoce, isso ocorre porque possui altas concentrações de zeatina nas folhas, enzima que beneficia o crescimento e desenvolvimento dos órgãos vegetais (CULVER et al., 2012). As demais partes da planta como as sementes, flores, raízes e frutos, são similarmente ricas em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes as quais fazem com que a planta seja estudada para diferentes usos (RIZZO, 2019). Por muitos séculos, a moringa vem sendo disseminada em diversos ambientes tropicais, chegando ao Brasil aproximadamente em 1970, através do pesquisador Warwick Estevam Kerr, que enviou oito sementes dentro de uma carta e todas frutificaram (JESUS et al., 2013). Uma vez estudada e disseminada, tornou-se uma planta de grande importância para o Semiárido brasileiro, devido a sua capacidade de sobrevivência e produção em zonas de baixa umidade do solo, tolerância a elevadas temperaturas, alta taxa de evaporação e grandes variações de precipitação. Estes fatores, aliados à produção de forragem rica em nutrientes e ao alto poder de rebrota, tornam a moringa uma extraordinária alternativa na alimentação de animais da região para sua mantença e produtividade (FARIAS et al., 2008). Devido ao longo período de restrição, a produção animal no semiárido está condicionada ao uso intensivo de conservação de monocultura para produção de volumosos no período das chuvas e a grande aquisição de concentrados (OLIVEIRA et al., 2007). Umas das maneiras de melhorar o déficit na produção é a utilização de espécies arbóreas, com finalidade de melhorar a disponibilidade e a qualidade da forragem durante a escassez. Essas plantas apresentam maior resistência ao período seco e muitas vezes alto valor proteico, tornando uma dieta nutricionalmente mais rica para o animal (SANTOS et al., 2010). Nesse sentido, algumas plantas têm se destacado, citando-se, principalmente, a leucena (Leucaena leucocephala), a algaroba (Prosopis juliflora) e a gliricídia (Gliricidia sepium) (SANTANA NETO et al., 2015). Dentro desse contexto, a Moringa oleifera pode ser uma alternativa para melhorar a qualidade da dieta dos animais no período de estiagem. Trata-se de uma planta adaptada às condições semiáridas e de uso diversificado, como na ornamentação de parques e jardins, na alimentação animal, na complementação nutricional humana e na medicina


C a p í t u l o I | 13 (SILVA et al., 2011). Como fonte de proteína na dieta de animais tem sido utilizada na forma de silagem, farinha de folha e farelo de sementes (MENDIETA et al., 2009; ALDANA et al., 2010). A espécie por esse motivo vem se tornando uma alternativa para produção na agricultura familiar (FOIDL et al., 2001; PHIRI; MBEWE, 2010; BAKKE et al., 2010), e torna-se ainda mais atrativa por ser de fácil cultivo, baixo custo de produção e de alto rendimento (OKUDA et al., 2001; FERREIRA et al., 2008). Assim sendo, o cultivo de espécies oleaginosas constitui uma alternativa em apoio à agricultura familiar, criando melhores condições de vida em regiões carentes, valorizando potencialidades regionais e oferecendo alternativas aos problemas econômicos e socioambientais (RAMOS et al., 2003). Por se tratar na sua grande maioria de pequenos produtores organizados por cada comunidade, as unidades de extração de óleo de sementes de moringa deveriam ser estruturas por cooperativas ou Associações de Produtores. Na comercialização da moringa tem a parte alimentícia (folhas) e a de cosmético (óleo). É vulgarmente conhecida como baqueta por causa do formato de seu fruto e rábano (rabanete) picante, em virtude do gosto de suas raízes (FOLKARD et al., 1986). Em algumas regiões do Nordeste do Brasil é conhecida como “Lírio Branco” e “Quiabo de Quina” (GERDES, 1996), sendo encontrada, principalmente, nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará.

IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO Usos da Moringa: A moringa é uma árvore muito versátil, havendo sido relatados vários usos, industriais, medicinais, alimentares e agropecuários, entre os quais se destacam os seguintes: Alimentação humana: A moringa tem sido considerada um componente valioso na nutrição humana indiana devido ao seu perfil adequado de aminoácidos e ao teor de proteína bruta, seu alto nível de vitamina A e seu baixo nível de compostos antinutricionais (SÁNCHEZ-MACHADO et al., 2010; ANHWANGE et al., 2004, MENDIETA, 2011) (Figura 1). Basicamente, o consumo humano de moringa é feito em infusões de folha moída, assim como a folha fresca é incluída nas saladas.


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Figura 1. Organograma dos diversos usos da planta de Moringa oleifera. Foto: Bodino, 2011.

Após a colheita, as folhas frescas da moringa devem ser armazenadas a frio, com baixa temperatura e alta umidade, para evitar o murchamento (Figura 2). É habitual, para o consumo humano, ser embalada em plástico e armazenada em refrigeração a 10 ºC.


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Figura 2. Folhas frescas de moringa são incluídas na salada pelos indianos. Foto: Consuelo Arias Sabín (2014).

Alimentação animal: Mendieta (2011) relata estudos realizados por diferentes autores nos quais a folhagem fresca de moringa foi incluída na dieta de diferentes animais em que foram encontrados efeitos positivos, por exemplo, na alimentação de cabras (MANH et al., 2005), a taxa de crescimento no gado, ovelha (BEN SALEM; MAKKAR, 2009) e a produção de leite em vacas de dupla aptidão (produção de leite e de carne; SÁNCHEZ et al., 2006). A moringa pode ser utilizada na forma de farinha de folhas (Tabela 1; Figura 3). Resultados promissores têm sido obtidos na inclusão desta farinha na dieta de peixes (RICHTER et al., 2003), ovelhas (MURRO et al., 2003), galinhas poedeiras (KAKENGI et al., 2007) e vacas leiteiras cruzadas (SARWATT et al., 2004). Tabela 1. Comparação do teor nutricional das folhas de Moringa oleifera com outros alimentos (por 100 g de parte comestível). Nutriente Moringa Outros alimentos Vitamina A (mg) 1.130 Cenouras: 315 Vitamina C (mg) 220 Laranja: 30 Cálcio (mg) 440 Leite de vaca: 120 Potássio (mg) 259 Banana: 88 Proteínas (mg) 6,7 Leite de vaca: 3,2 Fonte: Gopalan et al., (1994). Nutritive Value of Indian Foods, Instituto Nacional de Nutrición, India.


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Figura 3. Folhas moídas de moringa. Foto: Arquivo da Moringa Vida.

Outros trabalhos enfatizam que a morringa é uma planta apícola, pois produz flores (Figura 4) durante boa parte do ano e pode ser considerada uma fonte constante de néctar para abelhas (KILL et al., 2012). O mel produzido pela flora de uma moringa possui características medicinais e é vendido a elevado preço no mercado Europeu (COLOMBO, 2012).

Figura 4. Flores da Moringa oleifera. Fonte: https://appverde.files.wordpress.com/2015 /09/dsc05646.jpg.


C a p í t u l o I | 17 Produção de semente para óleo/biodiesel: o fruto, quando a árvore tem mais de um ano e o cultivo tem sido plantado para a produção de semente ou óleo (Figura 5) ou alimentação humana, (neste caso 500/700 sementes ou mudas são semeadas por hectare para uma produção de aproximadamente 2.100 kg de semente por colheita/ano); portanto, a semente seca e colhida em seu estado de maturação contém 40% de óleo muito fino para consumo humano com 70% de ácido oleico, oferecendo também a alternativa de produzir biodiesel (GARAVITO, 2008).

Figura 5. Múltiplos usos da moringa. Foto: Arquivo da Moringa do Brasil.

Purificação de água. Do ponto de vista social, vários trabalhos científicos avaliam as potencialidades da moringa, como o tratamento de água para o consumo humano. Em regiões secas, a reutilização da água é obrigatória, a fim de maximizar seu uso. Nesse contexto, Rangel (2010), garantiu a remoção de bactérias na ordem de 90-99% utilizando sementes trituradas de moringa para a purificação de água, com o custo de apenas uma fração do tratamento químico convencional (mais detalhes se encontram no final do primeiro capítulo).


C a p í t u l o I | 18 Hormônio de crescimento vegetal. A Moringa oleifera é uma fonte de hormônios promotores de crescimento de plantas, obtida a partir de extrato de folhas jovens e caules. O princípio ativo é Zeatina, um hormônio vegetal do grupo das Citocininas. Deve-se observar também que as folhas da moringa, quando incorporadas diretamente ao solo, evitam o ataque de certas pragas (Pythium debaryanum). O hormônio extraído é efetivo no crescimento de quase todos os tipos de lavouras, aumentando seu rendimento em 25-30% (PÉREZ et al., 2010). Para fazer a pulverização do biofertilizante (hormônio natural), 10 kg de matéria fresca de moringa com idade inferior a 40 dias devem ser trituradas por litro de água. É filtrado e posteriormente diluído em extrato aquoso na proporção de 1:32. Esta solução pode ser aplicada diretamente nas plantas como biofertilizante (PRICE, 2007). Cosmética: Atualmente está no auge a utilização do óleo de moringa na indústria cosmética. Diversas empresas estão desenvolvendo estudos em laboratório como "Yves Rocher" e desenvolvendo produtos, como é o caso de "The Body Shop" que criou uma linha de cosméticos elaborados à base de óleo de moringa (manteiga corporal, gel de banho, sabão de mãos, óleo de beleza, água de colônia, loção corporal e esfoliante corporal; Figura 6), destacando seu alto teor de ácido oleico e suas propriedades nutritivas na pele.

Figura 6. Creme de hidratação a base de moringa. Foto: Arquivo da marca "Ere Perez".


C a p í t u l o I | 19 Além disso, possui diversas aplicações como fitoterápicos e medicamentos alternativos, como: anti-inflamatório, analgésico, ativador do metabolismo, desintoxicante, fortalecedor de músculos e ossos, ativador do alerta mental, da memória e da capacidade de aprendizagem (MBIKAY, 2012). Outros usos: a Moringa oleifera tem sido utilizada como energético (biogás, biodiésel) e como fonte de materia prima de celulosa (FOIDL, 2000); e outras utilizações estão sendo pesquisadas, tais como: a)-Apresenta ainda propriedade larvicida devido à presença da lectina, enzima capaz de interromper o ciclo biológico do Aedes aegypti (SANTOS et al., 2009). A semente desta árvore produz um óleo amarelo claro de alta qualidade, similar em qualidade ao azeite de oliva, que pode ser de 35% a 40% da massa total da semente (JESUS et al., 2013). b)-As raízes são comestíveis e têm sabor picante, com elas podem-se produzir o wasabi japonês e o krim alemão. c)-Além disso, possuem proteínas de boa qualidade para alimentação humana e animal (OKEREKE; AKANINWOR, 2013). Usos médicinais. As propriedades farmacológico-medicinais da moringa são conhecidas na Índia há milhares de anos. Todos esses poderes preventivos e curativos das diferentes partes da moringa, que fazem parte da medicina tradicional indiana, são vistos com desconfiança pela medicina ocidental moderna. A observação pertinente é que na grande maioria dos casos eles ainda não foram suficientemente validados através da ciência. De acordo com The National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine de los EE.UU. (2018), a ciência o define como "o uso de evidências para construir uma explicação e uma predição comprovável e testável de fenômenos naturais, assim bem como o conhecimento gerado por meio desse processo”. Nas últimas duas décadas, devido ao crescimento da demanda por produtos da moringa no Ocidente, as pesquisas se multiplicaram para comprovar seus benefícios para a saúde humana; seus resultados estão sendo publicados em revistas científicas especializadas em nutrição, farmacologia, biologia, etc. No entanto, este processo apenas começou e a maioria das propriedades curativas atribuídas à moringa na medicina tradicional não está ainda comprovada cientificamente, portanto não é possível comercializá-los no mercado dos nutracêuticos ou alimentos funcionais no Ocidente, apenas divulgando esses alegados benefícios.


C a p í t u l o I | 20 Demonstrar essas propriedades curativas ou preventivas de diferentes doenças é um processo muito mais longo e caro do que o necessário para aprová-lo como alimento humano ou animal por parte dos governos ocidentais. Tampouco servem as informações deixadas pelas populações; Apenas são válidos os resultados obtidos por meio de investigações científicas rigorosas de longo prazo, que implica desenvolver primeiro in vitro, com animais e depois com humanos.

ORIGEM, HISTÓRIA E DISPERSÃO Origem. A moringa Moringa oleifera Lam. (Também é conhecido como Moringa pterygosperma Gaertn.) é nativa do noroeste do subcontinente indiano e é encontrada naturalmente em regiões tão secas como o deserto de Thar, na Índia e Paquistão (KOTIA; KUMAR, 2015; SHAHEEN et al., 2014). História. Como indicado anteriormente, a espécie Moringa oleifera é nativa do sul do Himalaia, onde cresce do nordeste do Paquistão (33 ºN 73 ºE), passando pelo Nepal e norte da Índia, até o noroeste de Bangladesh (Figura 7; PARROTA, 1993).


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Figura 7. Faixa de extensão da moringa nativa. Foto: John A. Parrotta (2014).

Os escritos mais antigos que datam esta espécie, aparecem mencionados no "Sushruta Samhita", escrito no início do século I a.C. sob o nome sânscrito "shigru", mas baseado em tradições orais muito mais antigas. Assim, comprovou-se que o cultivo desta árvore data de milênios e sua história começa no subcontinente indiano por volta de 2.000 a.C. C., quando o povo mais esclarecido conhecia suas propriedades, e usava a planta como remédio tradicional. A partir da Índia, extendeu-se para o antigo Egito, onde era utilizado como protetor solar natural para proteção contra o ambiente árido do deserto. No palácio do Faraó Amenhotep III (1390 - 1353 aC), no antigo Egito, foram encontrados hieróglifos que se referem ao uso das sementes de ambas as espécies, Moringa peregrina e Moringa stenopetala, na preparação de perfumes (HAYES, 1951; Figura 8). A sua presença também era muito frequente em jardins e aparece identificada com o deus Ptah.


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Figura 8. Antigo Egito: Aproveitamento da moringa para extração de óleos e fabricação de perfumes. Foto: Elena Regueiro et al. (2017).

Por outro lado, na Bíblia pode-se ler: “E Moisés clamou a Jeová, e Jeová lhe mostrou uma árvore; e ele a jogou nas águas, e as águas se tornaram doces” (Êxodo 15: 22-27), referindo-se a uma planta purificadora de água do Mar Vermelho, que vários autores indicam poder ser esta famosa “Árvore Clarificada”. Posteriormente, chegaram à Grécia e a Roma, onde conheceram suas propriedades terapêuticas e extraíram o óleo comestível das sementes para fazer loções, perfumes caros ou mesmo unguentos usados no embalsamamento. O progresso da planta também mudou para o oeste, no sudeste da Ásia e nas ilhas do Pacífico, especialmente nas Filipinas, onde suas qualidades nutricionais únicas a tornaram um alimento básico da dieta local. Na primeira metade do século 19, a moringa foi introduzida nas Índias Ocidentais Francesas e em Cuba como planta ornamental e usada como cerca viva ou poste e como quebra-vento. Em meados do século chegou a Trinidad e no final a Nicarágua, onde foi utilizado como alimento para o gado. Acredita-se que tenha sido introduzida na América pela troca realizada pelos espanhóis com as Naos (embarcação grande de vela) das Filipinas. No mesmo século, a partir de plantações de moringa no Caribe, exportavam o óleo extraído da semente para a Europa, para perfumes e lubrificantes para máquinas. Por outro lado, é provável que a planta tenha chegado ao território mexicano pela primeira vez


C a p í t u l o I | 23 graças aos marinheiros filipinos durante as viagens da Nao de China, que percorria a rota entre Manila e Acapulco. Nesse caso, é muito provável que tenha sido usado como alimento pelos membros da tripulação. No entanto, esse hábito alimentar foi perdido ao longo dos séculos, pois as plantas de cultivo informal no México têm fins quase exclusivamente ornamentais. Mais recentemente, especificamente entre 1974 e 1976, a moringa foi descoberta pelos Médicos Sem Fronteiras. Em 1992, vários médicos ficaram sem comida no Malawi, sem outra escolha a não ser que comer folhas de moringa, descobrindo assim que se tratava de um alimento muito completo (REGUEIRO et al., 2017). Dispersão. A introdução na América deu-se através do intenso comércio estabelecido entre o século XVI e o século XIX, entre o Governo das Filipinas e o Vice-Reino da Nova Espanha, do qual o primeiro dependia (PACHECO-OLVERA, 2009; YUSTE-LÓPEZ, 1984). As Filipinas descobertas foram anexadas como colônia ao Reino da Espanha; seus habitantes ficaram surpresos com a riqueza que esta nova colônia possuía. No entanto, devido ao Tratado de Tordesilhas de 1494 entre Espanha e Portugal, os navios espanhóis não podiam viajar para o oriente através do Cabo da Boa Esperança; A opção de atravessar o Cabo Horn era praticamente impossível devido à distância e ao perigo da rota, pelo que após algumas tentativas sem sucesso foi abandonado. Assim nasceu a rota marítima entre as Filipinas e o México, logo por via terrestre até o porto de Veracruz e novamente por mar até os portos de Cádiz e Sevilha (CARRERA-STAMPA, 1959; DGA, 2018). A difusão inicial da moringa no México foi realizada por religiosos católicos, especialmente os da Companhia de Jesus (Jesuítas), por meio de suas missões no deserto da Península de “Baja California”. Em suas viagens para fundar essas missões, os religiosos trouxeram tudo que os ajudasse a produzir os alimentos necessários para a vida. A moringa atendia a esses requisitos em termos de amplitude, sendo uma planta perene, com crescimento e frutificação muito rápidos, resistente à seca, provedora de uma folhagem e vagens de alto valor nutritivo. As sementes moídas serviam como purificador de água, sendo fonte de um excelente óleo comestível que também servia para ser queimado como iluminação, muito semelhante ao de oliva (AYERZA, 2012; NARAYASAMY; SAUD, 2014; WIGGINS, 1980) que não poderia ser produzido na península por razões climáticas (AYERZA; SIBBETT, 2001).


C a p í t u l o I | 24 Atualmente, a moringa, conhecida no México como “Perla da Índia, San Jacinto, Jacinto, Chinto Borrego, Paraíso Blanco ou Paraíso de España”, é cultivada em condições de sequeiro em uma escala muito pequena nos estados de Yucatán, Campeche e Oaxaca (MARTÍNEZ, 1994) e, mais recentemente, em maior escala e com irrigação, nos de Sinaloa e Sonora para a produção de folhas posteriormente transformadas em farinha. Atualmente é encontrada em maior ou menor extensão em toda a América tropical e subtropical. É possível vê-la naturalizada ao longo dos acostamentos da estrada que liga Manágua a Sebaco, na Nicarágua, onde é conhecida pelo nome de Marango, e como planta ornamental na Colômbia, Equador, Paraguai, Flórida (EUA), Porto Rico, Cuba, etc. Na última década, tem sido estabelecido parcelas comerciais na Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Argentina, Bolívia, Nicarágua, México, etc. Com exceção da Argentina, onde a moringa foi originalmente implantada para a produção comercial de óleo para o mercado de cosmetologia de alto valor, todos os demais países foram implantados para a produção comercial de farinha de suas folhas para atender o mercado de produtos naturais (AYERZA, 2011/2012). A denominação mais difundida nos países onde se fala espanhol é moringa, morango ou moranga; no entanto, no México e nos países da América Central e do Caribe, possui dez significados regionais. No mundo, o nome mais difundido hoje é moringa. Essas e muitas outras designações idiomáticas e regionais demonstram claramente que a espécie é conhecida por uma razão ou outra em todo o mundo por pessoas de inúmeras sociedades (RAJA et al., 2016).

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL Moringa oleifera se extendeu desde sua zona natural (onde pode ser encontrada em estado silvestre) como uma planta cultivada ao longo da faixa tropical de 0-25º ao redor do mundo, tanto em direção ao Pacífico quanto em direção à África e América (Figura 9). Nesta latitude, encontram-se climas tropicais chuvosos, tropicais de savana e tropicais áridos. Portanto, a planta se adaptou a diferentes situações climatológicas Af, Aw, Am (STRAHLER STRAHLER, 1989), embora a moringa seja uma árvore de alta plasticidade biológica e a área de cultivo pode se estender além de seus limites naturais.


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Figura 9. Área mundial distribución natural. Foto: Arquivo disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/Koppen_World.

Área de distribuição artificial de moringa. Atualmente, encontra-se disseminada em grande parte do planeta. Especificamente, nas zonas de clima quente delimitadas entre os Trópicos de Câncer e o de Capricórnio (PÉREZ, 2012). É cultivada e se naturalizou em outras partes do Paquistão, Índia e Nepal, bem como em outros países do sul e do leste da Ásia, incluindo Afeganistão, Bangladesh, Israel, Irã, China, Taiwan, Sri Lanka, Mianmar, Malásia, Filipinas, Tailândia, Camboja, Vietnã e Indonésia, Península Arábica (FAHEY, 2005; NAVIE; CSURHES, 2010; PARROTA, 1993). Atualmente, a Moringa oleifera se estabeleceu em várias regiões do mundo, conforme mostrado na Figura 10.


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Figura 10. A Moringa oleifera natural ou introduzida tem sido registrada em vários países. Fonte: web.

Na África Subsaariana, se encontrada especificamente no Zimbábue, Madagascar, ilhas de Zanzibar, África do Sul, Tanzânia, Malawi, Benin, Burkina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Gana, Guiné, Quênia, Libéria, Mali, Mauritânia, Nigéria, Níger, Serra Leoa, Sudão, Etiópia, Somália, Zaire, Togo, Uganda e Senegal (NAVIE; CSURHES, 2010). No continente americano está localizado no sudeste dos Estados Unidos (na Flórida), no México, no Caribe (Cuba, Haiti, República Dominicana, Bahamas, Jamaica, Porto Rico e Ilhas Virgens), na América Central (Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá), na América do Sul (Colômbia, Venezuela, Brasil, Paraguai, Chile, Peru, Argentina, Uruguai) (FAHEY, 2005; NAVIE; CSURHES, 2010; PARROTA, 1993). Na Oceania, sua presença foi detectada em Papua Nova Guiné e Austrália (NAVIE; CSURHES, 2010).


C a p í t u l o I | 27 ÓLEO DE MORINGA NA INDÚSTRIA COSMÉTICA Atualmente, o principal uso do óleo de moringa é na indústria cosmética, onde desempenha um papel significativo em produtos de alta qualidade. É considerado um importante emoliente natural pelas suas propriedades táteis, com ausência praticamente total de cheiro e cor e um alto teor de ácido graxo oleico. Seu baixíssimo teor de ácidos graxos poliinsaturados (Figura 11) confere-lhe grande estabilidade, imprescidível na exigente categoria de cosméticos de alta qualidade (KLEIMAN et al., 2008; LALAS; TSAKNIS, 2002; TSAKNIS et al., 1999).

Figura 11. Extração de óleo de sementes de moringa para a indústria cosmética.

A maioria dos derivados lipídicos naturais exibe algum grau de emoliência; entretanto, nem todos são resistentes ao ranço e, portanto, contribuem para interferir no perfil da fragrância, envelhecendo o produto antes de ser utilizado pelos consumidores. Em contraste, o óleo de moringa e seus derivados permanecem estáveis por longos períodos de tempo, mantendo os perfis de fragrância originalmente selecionados (KLEIMAN et al., 2006). Esta é uma grande vantagem competitiva em cosméticos de alto valor.


C a p í t u l o I | 28 De acordo com Oliphant et al. (2011), o óleo de moringa com seu teor de aproximadamente 70% de triglicerídeo monoinsaturado oleico é comparável aos óleos de oliva e canola (Brassica napus L., Tabela 2). No entanto, o óleo de moringa tem um valor de iodo inferior (g de iodo/100 g de substância), de aproximadamente 70 g/100 g em comparação com cerca de 84 g/100 g para o óleo de oliva e 118 g/100 gr para o de canola. Esse índice de iodo indica a facilidade que possui o óleo para se rancificar por oxidação. Outro indicador de estabilidade oxidativa é o Índice de Estabilidade do Óleo ou OSI por sua sigla em inglês (Oil Stability Index). Portanto, o óleo de moringa tem uma expectativa de alto OSI de cerca de 133 horas, em comparação com outros óleos vegetais típicos preparados da mesma forma e cujos valores de OSI oscilam em 30 horas. Tabela 2. Teores de ácidos graxos SAT, MUFA, PUFA, oleico e relação oleico: PUFA em sementes de Moringa oleifera variedade Periyakulam-1 plantadas na Argentina e no Equador. Ácidos graxos

Origem Média Equador La Rinco Ospina Percentagem sobre o total de ácidos graxos (%) SAT1 23,65 19,20 21,39 21,40 Oleico 73 75,46 72,38 73,60 PUFA2 0,78 0,78 0,87 0,81 Oleico: PUFA 93,59 96,74 83,19 91,41 1 SAT = ∑ C14:0, mirístico + C16:0, palmítico + C18:0, esteárico; 2 PUFA = ∑ C18:2, linoleico + C18:3, α-linolénico Fonte: Adaptado de Ayerza, 2010a /2018. Argentina Catamarca

Desvio padrão

2,22 1,62 0,05 7,09

A estabilidade do óleo de moringa também é superior a outras fontes vegetais conhecidas, ricas em ácido graxo oleico e utilizadas em cosmetologia, como o girassol com alto oleico (Helianthus annuus L.), cártamo (Carthamus tinctorius L.), amêndoa (Prunus dulcis L.) e damasco (Prunus armeniaca L.) (KLEIMAN et al., 2006). Além disso, o óleo de moringa é único por seu teor muito baixo de ácidos graxos livres, pois o mesmo apresenta um valor ácido inferior a 1 mg KOH /gr (hidróxido de potássio) (RIGANO et al., 2011). É importante frisar que esses ácidos graxos livres são pró-oxidantes e podem irritar a pele. A composição de ácidos graxos das plantas da variedade Periyakulam-1 cultivadas no Vale de San Fernando de Catamarca, estado de Catamarca, Argentina, e em La Rinco e Ospina no estado de Santa Elena, Equador, apresentou variação máxima no teor de ácido graxo oleico conteúdo de 4% (Tabela 2). Esta variação deve ser considerada baixa para


C a p í t u l o I | 29 sementes procedentes de habitats tão diferentes como o Chaco Árido (Catamarca) e o Bosque Seco Equatorial (La Rinco e Ospina). Isso insinua uma grande plasticidade dessa variedade para se adaptar às diferentes condições ecológicas e manter, ao mesmo tempo, uma estabilidade aceitável. O maior teor de ácido oleico e o menor teor de SAT (Σ de ácidos graxos saturados) do óleo produzido em La Rinco, em comparação aos demais locais, se explicam pela dessaturação e alongamento do ácido graxo palmítico pela ação das enzimas elongase e dessaturase. A atividade dessas enzimas está associada às temperaturas, como foi demonstrado em outras espécies nos trópicos e subtrópicos da América do Sul (AYERZA, 1995, 2009). Quanto menor for à temperatura durante a formação das sementes, maior será o grau de insaturação do óleo. Isso poderia sugerir que as temperaturas recebidas em La Rinco foram mais baixas do que as recebidas em Catamarca e Ospina. Embora não tenham sido feitos registros no ensaio de Equador, historicamente estas são maiores em Catamarca e Ospina do que em La Rinco, essencialmente devido à exposição direta das plantas de moringa desta última localidade ao Oceano Pacífico.

BOTÂNICA, MORFOLOGIA, FISIOLOGIA, BIOLÓGICA E ECOLOGIA A espécie Moringa oleifera (Lam.) pertence a um único gênero, Moringa, que possui mais de doze espécies que podem agrupar em 4 seções (VERDCOURT, 1985; OLSON, 2002). Os grupos estabelecidos por este autor baseiam-se, por um lado, na análise de semelhanças de fragmentos de DNA, e, por outro lado, em caracteres morfológicos associados ao modo de vida e área de distribuição; que cobrem uma gama muito diversa de hábitos ou formas de crescimento, de pequenas plantas e arbustos a grandes árvores (OLSON, 2001). Embora variem muito em forma, é muito fácil distinguir um membro da Moringa de qualquer outra planta (OLSON; FAHEY, 2011). Portanto, a moringa é encontrada nos trópicos sazonalmente secos da África, Ásia e Madagascar (mapa, Figura 12K). Elas, junto com seu lugar de origem, são:


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Figura 12. Diversidade e extensão morfológica da Moringa sp.: A. Hábito da árvore de garrafa; B-C. Flores da árvore em garrafa: radialmente simétricas, todas pétalas e sépalas com igual grau de flexão; D. Hábito de árvores retas. E-F. Flores de árvores retas: simétricas bilateralmente. As árvores G. Sarcorrhizal (com copa em forma de raiz) (Moringa arbórea, Moringa ruspoliana) têm troncos delgados e raízes carnudas, quebradiças e tuberosas; flores semelhantes às das Figs. 3E, 3F. H. Os arbustos tuberosos do Nordeste da África (Moringa borziana, Moringa longituba, Moringa pygmaea, Moringa rivae) têm caules delgados que muitas vezes se desprendem em épocas de seca severa, com tubérculos maciços e muito macios no subsolo. Flores semelhantes às das Figs. 3E, 3F, com exceção de Moringa longituba (hábito mostrado na Fig. 3I), que possui flores bilateralmente simétricas com um longo hipanto (hypantium) tubular; (Fig. 3J). K. Faixa de Moringa mostrando a Índia no canto superior direito, parte da Arábia no canto superior esquerdo, Madagascar na parte inferior central e parte da África à esquerda.

“Bootle trees” (árvores garrafa): com troncos grossos de formato semelhante ao do baobá e flores com simetria radial. Moringa drouhardii, Jum. (nativa do sudoeste Madagascar); Moringa hildebrandtii, Engl. (nativa do sudoeste de Madagascar); Moringa stenopetala, (Baker F.) Cufod., (nativa do Kenia e Etiopía); e Moringa ovalifolia, Dinter & Berger (nativa da Namíbia e Angola; Figura 13).


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Figura 13. Moringa ovalifolia (Namíbia). Foto: Arquivo da Wikipédia.

“Slender trees” (árvores retas): onde predominam as fibras de xilema, tornando-as as mais resistentes do gênero. Flores com simetria bilateral. Moringa oleifera Lam., 1785 (sin.: Moringa pterygosperma) – acácia-branca (nativa do noroeste da Índia); Moringa concanensis Nimmo, (nativa do norte da India); Moringa peregrina (Forssk.) Fiori., (nativa da região do Corno de África e do sul do Sinai, Egipto); “Sarcorhizal trees” (com copa em forma de raiz): Muito resistente à seca. Moringa arbórea, Verdc (nativa do Quénia); e Moringa ruspoliana, Engl. (nativa da Etiópia). “Tuberous roots” (arbustos tuberosos): arbustos tuberosos. Moringa borziana Mattei, (nativa do Quénia e Somalia); Moringa longituba Engl., (nativa do Quénia, Somália e Etiópia); Moringa pygmaea Verdc., (nativa da Somália); Moringa rivae Chiov., (nativa do Quénia e Etiópia); e Moringa ruspoliana Engl., (nativa do Quénia, Etiópia e Somália) (MISSOURI BOTANICAL GARDEN, 2018; OLSEN, 2018). De todas elas, as principais espécies produtoras de óleo são: Moringa ovalifolia, Moringa drouhardii, Moringa oncanensis, Moringa peregrina, Moringa oleifera e Moringa stenopetala. Enquanto a Moringa oleifera é a espécie da família Moringaceae com maior distribuição e naturalizada em mais países (ANWAR et al., 2007).


C a p í t u l o I | 32 -Aspecto Botânico Moringaceae é uma família de plantas com flor (angiospérmicas) pertencente à ordem Brassicales

(ANGIOSPERM

PHYLOGENY

GROUP,

2009).

Esta

família

é monogenérica, constituída pelo um único gênero Moringa, o qual agrupa 13 espécies, todas com distribuição natural nas regiões de clima tropical e subtropical da África e do sudoeste da Ásia. As espécies de Moringa apresentam crescimento rápido, adaptando-se a uma grande variedade de ambientes, incluindo em regiões semiáridas. A classificação taxonômica de Moringa oleifera Lam., de acordo com o Sistema Integrado de Informações Taxonômicas (ITIS) do Governo dos EUA (2018); Cronquist (1988) e do Angiosperm Phylogeny Group (2009), esta espécie se encontra em: Reino - Plantae (Plantas); Sub-reino - Viridiplantae; Infra reino: Streptophyta; Divisão superior: Embryophyta; Divisão - Tracheophyta; Magnoliophyta; Subdivisão: Spermatophytina; Classe – Eudicotyledoneae; Magnoliopsida (Dicotiledôneas); Subclasse – Magnoliidae; Dilleniidae; Super ordem: Rosanae; Ordem: Brassicales; Capparidales; Família: Moringaceae; Gênero: Moringa; Espécie: Moringa oleifera Lam.

Sinónimos da Moringa oleifera: Anoma moringa (L.) Lour., Guilandina moringa L., Hyperanthera decandra Willd., Hyperanthera moringa (L.) Vahl, Hyperanthera pterygosperma Oken, Moringa edulis Medic., Moringa erecta Salisb., Moringa moringa (L.) Small, Moringa myrepsica Thell., Moringa nuxeben Desf., Moringa octogona


C a p í t u l o I | 33 Stokes, Moringa oleifera Lour., Moringa parviflora Noronha, Moringa polygona DC., Moringa pterygosperma Gaertn., Moringa zeylanica Pers., Copaiba langsdorfii (Desf.) Kuntze, Copaifera langsdorffii Desf., orth. var., Copaifera nitida Hayne, Copaifera sellowii Hayne, Moringa pterygosperma Gaert., Moringa moringa (L.) Millsp., Moringa nux-ben Perr., Hyperanthera moringa Willd., Moringa zeylanica Burmann (NAVIE; CSURHES, 2010). -Aspecto Morfológico Planta – A moringa é uma árvore com cerca de 7 a 12 m de altura e 20 a 40 cm de diâmetro, com copa aberta em forma de guarda-chuva, geralmente de caule reto e de crescimento muito rápido (Figura 14). Perenifólia em climas tropicais e decídua em climas subtropicais, perdendo a folha devido ao estresse hídrico (MUHL et al., 2011). Essa planta tem uma expectativa de vida média de 20 anos. Na localidade de La Rinconada, Santa Elena, Equador, em condições de sequeiro, em um ano de 500 mm de precipitações, as plantas de moringa da variedade Periyakulam-1 de três anos de idade, podadas a um metro de altura, cresceram em média cinco metros, havendo caso de relato de crescimentos de até sete metros por ano sob condições ideais.

Figura 14. Planta de Moringa oleifera com três anos de idade. Fonte: Universidad de Pretoria.


C a p í t u l o I | 34 As folhas compostas alternas, pinada dupla ou tripla, com folíolos opostos e sem estípulas. São características as glândulas que têm no ápice do folíolo e na maioria das articulações da ráquis. Flores dispostas em panículas axilares, cremosas ou brancas, irregulares, com 5 pétalas, 5 sépalas, 5 estames funcionais e vários estaminódios. Fruto em vagem alongada e deiscente, lenhosa, que ao abrir-se separa em três válvulas longitudinais, com várias sementes com três asas ou não aladas (OLSON; FAHEY, 2011; PÉREZ 2012; Figura 15).

Figura 15. Planta de moringa destacando as seguintes partes: A, Ramos e folhagem; B, Pétala; C, Sépala; D, Estame fértil; E, Anteras; F, Estame estéril (estaminoide); G, Carpelo; H, Lábio superior do ovário; I, Vagem; J, Semente. Foto: Juan José López García.


C a p í t u l o I | 35 Raiz – A raiz principal é do tipo pivotante, tuberosa, com poucas raízes laterais, com odor característico e se desenvolve profundamente, podendo medir vários metros o que lhe permite ter uma certa resistência à seca (Figura 16). Portanto, essa espécie é mais indicada para plantio em regiões áridas e semiáridas onde os solos instáveis e a profundidade das águas subterrâneas limitam o crescimento da planta. A casca da raiz é espessa, mole e reticulada, de cor pardo--clara, externamente, e branca, internamente. A raiz assemelhase na aparência e no sabor ao rábano, com odor pungente (CÁCERES et al., 1992).

Figura 16. Raiz grossa da planta de Moringa oleifera. Foto: Godino (2011).

Segundo descrição de Ramos et al. (2010), a raiz central é espessa, comprida, de coloração branco-amarelada e cilíndrica, o que permite à planta certa resistência aos períodos de seca prolongados. No seu desenvolvimento é bem evidente a diferença das raízes secundárias que surgem, depois da raiz principal. Na Figura 17 visualiza-se o sistema radicular de uma plântula de moringa propagada por semente. É importante destacar que as plantas propagadas por estacas não têm raízes pivotantes


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Figura 17. Sistema radicular de plântula de moringa propagada por semente. Foto: Souto, J. S. (2011).

Talo e ramos – As espécies arbustivas têm em geral um número reduzido de ramos em torno da parte terminal do tronco (pouco ramificado), que secam quando as condições de seca ambiental obrigam a planta a reduzir o consumo de água. Em períodos úmidos estas espécies recuperam as ramagens, com crescimento rápido a partir dos nutrientes armazenados nas raízes e caules suculentos. Sua arquitetura é muito variada, mas em geral apresentam um único tronco e ramos pendentes que formam uma copa aberta (tipo sombrinha) e pouco desenvolvida (CÁCERES et al., 1991; Figura 18). Os ramos jovens são peludos, com tricomas (apêndices epidérmicos) de até 0,3 mm, eretos e crespos. A casca do caule é rugosa ou lisa, de cor verde-acinzentada. A madeira do caule é macia e seus ramos são quebradiços, o que a torna uma planta muito fácil de podar.


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Figura 18. Aspecto externo do caule da moringa e planta de moringa formando uma copa aberta e pouco desenvolvida. Fotos: Souto, J. S. (2011); (http://www.moyoway.com/).

A madeira da moringa não possui qualidades físicas mecânicas para ser considerada uma espécie madeireira. É uma madeira frágil e muito macia, que se quebra facilmente, sendo fibrosa e seca (Figura 19). É utilizado para fazer carvão e papel (FALASCA; BERNABÉ, 2008; PÉREZ, 2012).

Figura 19. Madeira de Moringa oleifera. Foto: Consuelo Arias Sabín (2014).


C a p í t u l o I | 38 Folhas – Folhas pecioladas, compostas, alternas, bi-triimparipinadas de 15-35 x 8-25 cm, com até 90 cm de comprimento, de cor verde que pode passar de claro a escuro, tornandose amareladas antes de se desprender (Figura 20). Seus folíolos ligueiramente peciolados estão em 4-6 pares opostos, com um ligeiro alongamento no ápice que os laterais, sua forma é obovada levemente elíptica, com margens inteiras e base aguda, obtusa ou redonda, muitas vezes oblíqua, ápice obtuso, redonda ou crenada, geralmente com limbos pequenos, com dimensões de 0,4-2,4 cm x 0,3-1,2 cm, podendo apresentar um comprimento raramente maior que 2,5 cm, faces superior e inferior peludas, com tricomas (apêndices epidérmicos) de até 0,3 mm, eretos e crespos. Estípulas interpecioculares de 1,5 - 2,0 mm, lineares a subuladas. Brácteas 1,5 a 2 mm, estreitas, deltadas a lineares (LAMARCK, 1975; RAMACHANDRAN et al., 1980).

Figura 20. Folha composta de moringa. Foto: Freepik.

Flores - As flores são produzidas ao longo do ano em condições de boa umidade e temperatura. São flores hermafroditas, pentâmeras, agrupadas

em

inflorescências

axilares cimeiras (formada por crescimento simpodial do eixo floral) do tipo panícula, cada uma com numerosas flores de até 15 cm de comprimento (Figura 21). As flores são perfumadas e muitas vezes pequenas, sendo que nos casos em que são maiores


C a p í t u l o I | 39 apresentam marcada zigomorfia (simetria bilateral). De acordo com Cárceres et al. (1992), as flores são diclamídeas, ou seja, o perianto dividiu-se em cálice e corola. O cálice é em forma de taça ou tubular. As cinco sépalas, de tamanhos desiguais, são lineares, lanceoladas com 0,7 a 1,4 cm de comprimento por 0,25 cm a 0,5 cm de largura. Entre as cinco pétalas, também desiguais, de cor branco-cremosa, a mais exterior é em geral a de maiores dimensões, com base esverdeada e listras finas, com as duas posteriores e as duas laterais reflexadas (RAMACHANDRAN et al., 1980; Figura 22). Entre os cinco estames férteis ocorrem 3-5 estaminódios (estames rudimentares e estéreis). Entre os carpelo, de 2 a 4 são fundidos num ovário súpero ou semi-súpero, esbelto e cilíndrico, que termina num estilete tubular, sem estigmas radiais. As flores apresentam um padrão de antese após o início do tempo de apresentação do pólen. A deiscência das anteras amarelas ocorre logo após a antese da flor, pelas fendas longitudinais. Enquanto o pecíolo é verde, que pode se tornar de cor roxo, igualmente que a vagem fresca (PÉREZ, 2012).

Figura 21. Flores agrupadas em inflorescências axilares cimeiras (formadas no eixo floral) do tipo panícula.


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Figura 22. Flores de moringa com pétalas e sépalas, sendo ambas de cor branca. Foto: Jardineiro.net.

Floração - No norte da Índia e em outras regiões temperadas, floresce apenas uma vez por ano (entre abril e junho, no hemisfério norte). Mas pode florescer duas vezes ao ano, como acontece no sul da Índia ou durante todo o ano em locais onde não há mudanças de temperatura e precipitação ao longo do ano, como ocorre nos países caribenhos (LIÑAN, 2010). Segundo Cáceres et al. (1991), em lugares onde o índice pluviométrico é maior do que 600 mm por ano, as árvores estão sempre floridas; caso contrário, a planta só se reproduz na estação chuvosa. Por ser a única planta conhecida que floresce todo o ano, é, também, considerada melífera, própria para a criação de abelhas. Seu mel é considerado medicinal e alcança elevado valor no mercado europeu. Vagem – De acordo com Radovich (2011), o fruto da moringa é uma cápsula nodulosa e forma triangular ou trilobulada. Os frutos imaturos são verdes ou castanhas pendentes (Figura 23) e em algumas variedades apresentam uma cor avermelhada. Na maturidade os frutos são secos e de cor marrom, de 20 a 126 cm de comprimento por 1-3 cm de largura, podendo conter no mínimo dez e no máximo vinte e quatro sementes por vagem, que dependendo da variedade pode variar de deiscente por tês válvulas, como a variedade africana, a quase deiscente, como a variedade Periyakulam-1 (Figura 24).


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Figura 23. Frutos verdes de moringa (imaturos). Foto: John A. Parrotta (2014).

Figura 24. Fruto da moringa verde (a), maduro (b) e aberto longitudinalmente com as sementes alongadas na cápsula. Foto: Souto, J. S. (2011).


C a p í t u l o I | 42 A vagem ou fruto da moringa apresenta três camadas distintas: o exocarpo é formado pela epiderme externa e uma hipoderme, formada por esclereidas alongadas longitudinalmente (Figura 25). O mesocarpo é formado exclusivamente por parênquima e o endocarpo é formado por várias camadas de esclereidas alongadas transversalmente e pela epiderme interna. As esclereidas do exocarpo e as do endocarpo têm orientações diferentes e se contraem em direções diferentes, causando tensões que provocam a deiscência do fruto na maturação. Trata-se de um fruto polispermo (contendo várias sementes) e é deiscente (REGUEIRO et al., 2017).

Figura 25. Na imagen apresenta um corte transvesal e outro longitudinal de um fruto semelhante ao da moringa. Foto: Elena Regueiro, Raquel Serrano, Oscar Sánchez (2017).

A produção de frutos nos dois primeiros anos geralmente é baixa, mas, a partir do terceiro ano, uma única árvore pode produzir entre 600 e 1.600 frutos por ano (MORTON, 1991). A produção de flores e frutos no ano permite várias colheitas de sementes de moringa em várias partes do mundo. De acordo com Radovich (2011) a temperatura média diária ideal para a produção de vagem é em torno de 25-30 C°. Sementes – As sementes arredondadas são geralmente numerosas, subglobadas, com 815 mm de diâmetro e de seção triangular, sendo que cada semente de cor marrom-escura termina em três asas (aladas) esbranquiçadas (Figura 26), não contendo tecido nutritivo (endosperma). No estudo morfológico realizado com sementes de moringa (Moringa oleifera Lam.) provenientes da cidade de Canarana, BA (sem identificação da variedade), Cavalcante et al. (2018) observaram que essas sementes apresentaram comprimento médio de 10,92 mm (variando de 10,17 mm a 11,71 mm) e espessura média de 10,41 mm


C a p í t u l o I | 43 (variando de 9,82 a 10,81 mm) (Figura 27). Além disso, as sementes de moringa com 6,99% de umidade apresentaram peso ou massa de mil sementes (202,20 g) superior a 200 g, ainda assim consideradas sementes de peso leve.

Figura 26. Amostra de sementes de Moringa oleifera: a) sementes, b) sementes sem casca. Fotos: Aldakheel et al., 2020.

Figura 27. Semente de moringa (Moringa oleifera Lam) representada morfologicamente por três ângulos distintos. H = hilo, AL= alas (asas), T= tegumento. Foto: Cavalcante et al. (2018).


C a p í t u l o I | 44 Ramos et al. (2010) exibem as sementes internamente, como bitegumentadas e exabuminosas. Os embriãos, de coloração branco-amarelada, são globosos, oleaginosos e cotiledonares, distinguindo-se perfeitamente o eixo-hipocótilo--radícula. Os dois cotilédones apresentam superfície lisa, são plano-convexos e paralelos entre si (Figura 28). De sua semente se extrai um óleo similar em qualidade ao azeite de oliva, sendo que seu teor oscila entre 30 e 40% de óleo, conhecido como óleo de Ben, que não é aderente e não seca (FAHEY, 2005).

Figura 28. Sementes de moringa (Moringa oleifera Lam). (A) Corte transversal: EE = eixo embrionário; CT = cotilédone; AL = alas, mostrando claramente os cotilédones individuais; (B) Semente com tegumento interno e feixe vascular; (C) Semente com tegumento interno parcialmente removido; cotilédone (c), endotesta (end). Fotos: Cavalcante et al. (2018); Muhl et al. (2016); Fotouo-M. et al.(2015).


C a p í t u l o I | 45 As seções transversais da semente em desenvolvimento durante a fase de deposição de reserva (± 12–24 mm) são ilustradas na Figura 29. No final desta fase, os cotilédones preencheram toda a semente, ocupando virtualmente todo o endosperma. Na maturidade da semente, a camada epidérmica do tegumento interno foi reduzida a uma camada unicelular fina, mas distinta, junto com as paredes celulares restantes das células tégmen dilatadas e de paredes finas achatadas pelos cotilédones em expansão contra a testa (MUHL et al., 2016).

Figura 29. Seções transversais de sementes de Moringa oleifera em diferentes estágios ao longo de seu desenvolvimento, com base no diâmetro do fruto (mm): ①8 mm, ②10 mm, ③12 mm, ④14 mm, ⑤16 mm, ⑥ 18 mm, ⑦20 mm, ⑧22 mm, ⑨24 mm e 26 mm. Foto: Muhl et al. (2016).


C a p í t u l o I | 46 Na maturidade, a média da semente de moringa tem 10-14 mm de diâmetro, pesa aproximadamente 0,3 g e consistem no embrião com dois cotilédones, ambos cobertos pela camada epidérmica do tegumento interno e circundados pelo tegumento mais ou menos triangular (Figura 30), a partir dos quais as três asas finas se desenvolvem entre 5 e 25 mm de comprimento (MUHL et al., 2016). Ou seja, internamente, as sementes são bitegumentadas, pois apresentam um tegumento externo, a testa, e um tegumento interno chamado de tégmem (CAVALCANTE et al., 2018).

Figura 30. Sementes de Moringa oleifera em corte corte transversal: ee = eixoembrionário; co = cotilédone; t = testa; tg = tégmen. Foto: RAMOS et al., 2010.

Por outro lado, a Tabela 3 mostra as características físicas e químicas das sementes de moringa da variedade Periyakulam-1 cultivadas em dois locais e um genótipo desconhecido denominado NN localizado em um terceiro local, na província de Santa Elena, Equador. O genótipo NN apresentou sementes maiores do que Periyakulam-1 de ambos os locais, e também uma maior proporção do envoltório-caroço (caroço, kernel em inglês; BROWN, 2014). As diferenças da primeira variedade com a segunda podem ser devidas à diversidade da composição genética, do ambiente e/ou de suas interações. Sem dúvida, as diferenças intervarietais podem ser atribuídas às diferentes condições ambientais de crescimento.


C a p í t u l o I | 47 Tabela 3. Características físicas e químicas das sementes de Moringa oleifera produzidas na província de Santa Elena, Equador. Componentes

Locais

Desvio

Ospina

La Rinco

Carnero

padrão

Massa da semente (g)

0,24

0,26

0,32

0,04

Massa do caroço (g)

0,22

0,20

0,23

0,02

Massa da envolturas (g)

0,09

0,08

0,10

0,01

Raio envoltura\caroço

0,39

0,41

0,42

0,02

Comprimento da semente (mm)

11,93

12,07

12,10

0,09

Comprimento do caroço (mm)

8,11

8,52

8,65

0,28

5,69

6,89

5,88

0,65

Teor de umidade (%) Fonte: Adaptado de Brown (2014).

(1)

Medido desde o ponto mais largo.

Óleo - O óleo obtido das sementes de Moringa oleifera é definido como refinado, claro, inodoro e resistente ao ranço (ANDRADE et al., 2011) e tem um bom interesse comercial devido às suas características físico-químicas (FAHEY, 2005; Figura 31). Estudos comparativos entre a qualidade de fritura e estabilidade do alto teor de óleo oleico de Moringa oleífera com outros óleos vegetais, demonstraram ter este mais desempenho e estabilidade na aplicação da fritura que os demais óleos regulares usados na experiência como canola, soja e óleo de palma (dendê), além de comprovar que o alto teor de ácido oleico presente no óleo, tem sido associado à redução do risco de colesterol elevado e doenças cardíacas (KUMAR et al., 2010).

Figura 31. Óleo extraído da semente de moringa. Foto: Freepik.


C a p í t u l o I | 48 -Aspecto Fisiológico Germinação – As percentagens de germinação são influenciadas por vários fatores como temperatura, substrato, condições de luz (Tabela 4), tempo ou condições de armazenamento. Estudos realizados no Brasil mostram que os maiores percentuais de germinação são obtidos com temperaturas acima de 35 ºC (99,5%). Em termos de armazenamento, melhores resultados são obtidos, após um ano de sua coleta, se forem envasadas em recipientes de PVC e mantidas em câmara fria (93%) (PITOMBEIRA et al., 2003). Outro fator condicionante é o grau de fertilidade da semente, a idade de produção da árvore e a idade da semente. Tabela 4. Germinação e crescimento de Moringa oleifera (Lam.) em meia sombra e luz total. Indicador de desenvolvimento

Germinação (%; em grupo de 50 sementes) Período de dormência para a maioria de sementes (%) Tamanho médio das mudas 75 dias após a semeadura (cm) Tamanho máximo das mudas 75 dias após a semeadura (cm)

Moringa oleifera Lam. Meia sombra1

Plena luz

86

78

15-18

15-16

16,7

8

20

11

Fonte: Alfaro, 2008; (1) Uso de sombrite no viveiro (meia sombra).

Uma porcentagem de germinação de 86% é observada na Tabela 4 em comparação com 78% em plena luz; um tamanho máximo das mudas aos 75 dias após o plantio de 20 cm, em comparação com 11 cm que cresceram em plena luz (ALFARO, 2008). Em condições normais, o tempo de germinação da semente varia entre cinco e quinze dias (Figura 32). As sementes tendem a germinar melhor se forem introduzidos em água à temperatura ambiente, 24 horas antes da semeadura (ALFARO, 2008). Vale frisar que as sementes, em particular, são vulneráveis aos efeitos do estresse, principalmente no período de germinação, pois promovem alterações no metabolismo influenciando na redução do vigor e do potencial germinativo ou até mesmo à morte da semente (SANTOS, 2010). O mesmo autor salienta ainda que a pré--embebição das sementes em água por 24 horas proporciona germinação mais rápida e uniforme, podendo essa técnica, que é simples e barata, ser utilizada pelos agricultores do semiárido brasileiro visando à obtenção de melhor resposta das sementes à germinação e em curto espaço de tempo.


C a p í t u l o I | 49 Além disso, o método de escarificação em água quente não é adequado, pois imergir as sementes em água a 92ºC por um minuto prejudica a germinação; se ficarem submersos por dois minutos, todas as sementes morrem (ALFARO, 2008).

Figura 32. Semente germinada de moringa com a ruptura do tegumento e surgimento da radícula.

Em processo de germinação das sementes de moringa sem o uso de tratamento prégerminativo, Ramos et al. (2010) observaram que a ruptura do tegumento e o surgimento da raiz primária ocorreu próximo da região micropilar e, consequentemente, o desenvolvimento da raiz ocorreu com geotropismo positivo. Essa germinação é hipógeacriptocotiledonar, e inicia-se 8 dias após a semeadura. Aos 13 dias após a semeadura, foi observado, o aparecimento dos primeiros eófilos, os quais se tornam totalmente expandidos no vigésimo dia. As folhas secundárias apareceram no vigésimo quinto dia após a germinação (Figura 33).


C a p í t u l o I | 50

Figura 33. Fases da germinação hipógea-criptocotiledonar de sementes de moringa: A) 5 dias: protrusão da raiz primária. B) 10 dias: raiz primária com geotropismo positivo. C) 13 dias: maior desenvolvimento da raiz primária, formação de alça cotiledonar e surgimento dos primeiros eófilos ou folhas primárias (fp). D) 20 dias: aparecimento de raízes secundárias, expansão do epicótilo e início de expansão dos primeiros eófilos. E) 25 dias: expansão dos primeiros eófilos e aparecimento das folhas secundárias (RAMOS et al., 2010).

-Aspecto ecológico A Moringa oleifera pode ser considerada uma espécie de grande plasticidade ecológica, uma vez que a espécie está localizada em diferentes condições de solo, precipitação, temperatura e altitude. O uso como agente natural de purificação de águas em substituição aos produtos químicos é de grande significado ecológico e ambiental (PATERNIANI et al., 2009), sendo uma inovação tecnológica que se alinha ao conceito de sustentabilidade. Por se tratar de uma planta alimentar e que ajuda na recomposição ambiental, a moringa é capaz de impulsionar a economia local, atuando de forma ampla em favor do desenvolvimento regional. O seu cultivo torna-se uma alternativa ao tratamento de água, alimentação, uso medicinal, produção animal, controle de erosão, entre outros. Seu uso em programas de


C a p í t u l o I | 51 recuperação de áreas degradadas é reconhecido mundialmente, sobretudo em regiões de clima semiárido (CRUZ DA SILVA et al., 2012). A planta é considerada ecologicamente adaptada para diversas aplicações em questões socioambientais, sendo resistente à seca e podendo ser cultivada em solos de baixa qualidade. Neste contexto, Moringa oleifera é uma árvore promissora com muitas utilidades, como a luta contra a desnutrição, fome e proporcionando acessibilidade à terapêutica, recursos de relevância social. Portanto, Moringa oleifera é um meio viável para diversas áreas e aplicações, tonando-se um recurso natura renovável que contribui para o desenvolvimento de comunidades rurais.

POLINIZAÇÃO Como as flores de Moringa oleifera são bissexuais, a polinização cruzada é comum, proporcionada principalmente por insetos como as abelhas (Xilocopa spp.) e aves como os colibris. No entanto, como esta planta está espalhada por todo o mundo (geralmente introduzida por humanos), é notável que uma seleção de polinizadores específicos não se encontra totalmente elucidada. Talvez outros agentes de disseminação sejam os animais, já que as sementes são comestíveis e têm gosto agradável quando frescas. A variabilidade, então, entre indivíduos originados por sementes, é a constante mais conspícua. Essa característica básica deixa claro que as variedades devem ser clones obtidos por reprodução agâmica, seja por estacas ou cultura de tecidos, de indivíduos superiores. No entanto, a grande maioria das plantações existentes, tanto experimentais como comerciais, foram feitas com sementes. Os motivos são diversos, mas os mais importantes envolvem o desconhecimento do que é um clone e a rapidez com que se deseja fazer os plantios, não dando tempo para esperar os resultados de um programa de seleção e multiplicação para um determinado ecossistema. Uma pesquisa realizada por Muluvi et al. (2004) em Molobo, Quênia, determinou que 74% das sementes produzidas foram o resultado de polinização cruzada e o 26% foram por autopolinização. Em geral, considera-se que sua vida é curta, de 30 a 50 anos; porém, em lugares como Loreto, Baja California Sur, México e Gadwala, Rajasthan, Índia, é possível constatar inúmeras árvores que, segundo os moradores locais, possuiam mais de 100 anos.


C a p í t u l o I | 52 O estudo da variabilidade na produção de vagens, sementes e óleo entre indivíduos obtidos de sementes de duas origens, uma como variedade comercial da Índia, Periyakulam-1, e outra de uma população chamada Africana, da Tanzânia. Ambos foram cultivados no mesmo local com delineamento experimental totalmente casualizado, no Vale San Fernando de Catamarca, Argentina, pertencente ao ecossistema Chaco Árido. As plantas foram irrigadas por gotejamento durante 260 dias, que foi a duração da estação de crescimento de 2004. Com base na avaliação realizada em plantas com 10 meses de idade na época da colheita, os resultados obtidos indicam que a maior produção de vagens, e, portanto de sementes e óleo da variedade Periyakulam-1, pode estar relacionada a uma maior precocidade desta variedade em relação à variedade Africana, uma vez que a primeira foi selecionada para produzir vagens de forma precoce. No ecossistema Árido Chaco e nas condições ambientais do ano avaliado, ao comparar as médias e a melhor produção individual entre as origens, surge uma vantagem apreciável da variedade Periyakulam-1 (média de 296,85 kg\ha) sobre a população Africana (média de 175,46 kg\ha). Essa diferença significou, na produção média, um rendimento 69% superior na variedade Pariyakulam-1. Se os rendimentos do melhor e do pior exemplar forem comparados, a variação dos componentes produtivos se manifesta com uma diferença na produção projetada em kg/ha de óleo, de 627% em favor da variedade Periyakulam-1 e 278% na população Africana. Outra característica interessante a destacar é que a variedade africana apresentou o fenômeno de deiscência (abertura das vagens na árvore e queda de suas sementes) de forma moderada, enquanto a Periyakulam-1 não o manifestou de forma alguma (AYERZA, 2011).

MELHORAMENTO A variabilidade genética não é essencial apenas para os melhoristas e geneticistas, mas também para quando as plantações são feitas em um ecossistema onde não existem variedades de comportamento conhecido no local. Porém, essa característica é indesejável para o agricultor que deseja um comportamento o mais homogêneo possível que lhe permita padronizar as diferentes práticas agronômicas da cultura, pois lhe facilita as tarefas e diminui significativamente os custos de produção da cultura. Por outro lado, o Colégio de Horticultura e o Instituto de Pesquisa da Universidade Agrícola de Tamil Nadu, Periyakulam, têm um conjunto de 85 acessos de moringa. O seu


C a p í t u l o I | 53 Banco de Germoplasma contém acessos de moringa perenes e anuais com alta frutificação, produção de cachos, tolerância à seca, estatura anã e resistência a pragas e doenças. Os cientistas do Colégio de Horticultura e Instituto de Pesquisa da Universidade Agrícola de Tamil Nadu, Periyakulam conseguiram desenvolver tipos de moringa propagados por sementes, o que revolucionou o cultivo de moringa no país. Por meio de programas de reprodução criteriosos, incluindo a introdução de plantas-mãe elite, avaliação, seleção e hibridização, ambas as instituições de Tamil Nadu lançaram duas variedades anuais melhoradas de moringa (PKM-1, PKM-2) em um intervalo de 10 anos, para cultivo comercial. Essas variedades desenvolveram-se bem em muitas áreas tradicionais e não tradicionais (SADASAKTHI, 1995).

Objetivos do melhoramento na cultura da moringa: a- Melhorando variedades de planta com estatura anã; b- Variedades adequadas para produção de folhas; c- Desenvolvimento de tipos de alto rendimento; d- Melhoramento de variedades para a produção de sementes e teor óleo; e- Desenvolvimento de tipos resistentes a pragas e doenças; f- Recursos genéticos onde existem coleções: - Centro Mundial de Pesquisa e Desenvolvimento Vegetal, Taiwan. - Tamil Nadu Agricultural University, Índia. - ECHO, North Fort Meyers, Flórida. Métodos de melhoramento da moringa: Seleção massal. A seleção de tipos começa com a polinização aberta. Selecione uma linha com o maior potencial e teste-a em várias condições e vários locais. Então, vá para a polinização controlada. A moringa anual PKM 1 foi libertada através deste método.


C a p í t u l o I | 54 Hibridização. A moringa anual PKM 2 é um derivado híbrido do cruzamento entre MP31 e MP28. PKM 2 exibe um aumento de 48% na produção em relação a PKM1. Melhoramento por mutação: Muito pouco trabalho foi realizado na moringa anual por meio de reprodução por mutação. Biotecnologia: Informações limitadas estão disponíveis sobre a biotecnologia da moringa. Recentemente, a devida importância tem sido enfatizada na micropropagação e caracterização de germoplasma por meio de marcadores moleculares para seu aprimoramento. Kantharajah e Dodd (1991) padronizaram a técnica para propagação in vitro de Moringa oleifera usando segmentos nodais coletados de uma árvore madura cultivada no campo. Uma média de 22,1±6,3 brotos/planta desenvolvidos no meio de cultivo lenhoso contendo 2% de sacarose, solidificado com 0,8% de ágar e suplementado com 1 mg/l BA. A formação de raízes foi prontamente alcançada usando meio basal MS com 0,5 mg/l NAA. As mudas resultantes foram transferidas para o solo e cultivadas com sucesso na casa de vegetação. Tecidos de mudas foram considerados menos úteis como fontes de explantes para micropropagação do que aqueles de segmentos nodais maduros de árvores mais velhas. Segmentos de caule de mudas de 10 dias de idade foram transferidos para o meio MS suplementado com combinações e concentrações variadas de auxina (NAA) e citocinina (cinetina e BAP). A regeneração de plântulas com enraizamento abundante foi obtida após três semanas em meio MS suplementado com 0,2 mg / l NAA +0,2 mg / l cinetina + 100 mg/l glutamina (MUGHAL et al., 1999). A embriogênese somática direta foi obtida em embriões zigóticos imaturos de moringa cultivados em luz contínua em meio com GA3, BA e carvão ativado. Culturas de calos de crescimento rápido e de longo prazo foram estabelecidas a partir de epicótilos de rápido alongamento de plantas in vitro de moringa em meio com 2,4-D, NAA e leite de coco.


C a p í t u l o I | 55 VARIEDADES DE MORINGA OLEIFERA A maioria das cultivares desta espécie foi desenvolvida para melhorar a produção de frutos, também conhecidas como vagens. Aparentemente, poucas variedades foram desenvolvidas especificamente para a produção de folhas, embora existam sementes para variedades de folhas grandes ainda sem nome. As variedades de moringa podem ser amplamente classificadas em dois grupos: perenes e anuais. Perenes: Os tipos perenes provavelmente estão em cultivo há milhares de anos. Na Índia, os tipos perenes são normalmente propagados a partir de estacas. As variedades perenes apresentam vários inconvenientes em termos de produção, como maior necessidade de dias de chuva em locais onde a água é escassa, vulnerabilidade a pragas e doenças, falta de material de plantio (estacas de caule) e longos períodos de pré-frutificação (PÉREZ, 2012). Ou seja, os tipos perenes podem ser inadequados para áreas com temporadas curtas de cultivo ou falta de água. Anuais: Os tipos anuais, como Periyakulam-1 (PKM-1) e PKM-2, são em grande parte produtos de pesquisas recentes de melhoramento de plantas e agora substituíram a maioria das variedades perenes que antes dominavam a produção comercial na Índia. Eles são propagados por sementes, oferecem precocidade (rápida maturação), maiores rendimentos e maior adaptabilidade às variadas condições edafoclimáticas da Índia. Os tipos anuais podem ter variações significativas em algumas características culturais. Suthanthirapandian et al (1989) estudaram a variabilidade de nove características em populações de plantas de moringa anual. Dentre as características estudadas, o número de flores por inflorescência (19,0-126,0), o peso do fruto (25,0-231,5 g) e a produtividade por número de frutos por planta (1,0-155,0) apresentaram a maior variabilidade. As desvantagens dos tipos anuais em comparação com os perenes podem incluir expectativa de vida mais curta, requisitos para replantio mais frequente e diversidade genética reduzida. O cultivo de moringa na Índia se produz básicamente no sul do país, em concreto nos estados de Tamil Nadu, Karnataka, Kerala e Andhra Pradesh, desde há muito tempo se cultivam variedades perenes para a produção de vagens.


C a p í t u l o I | 56 A necessidade de resolver esses problemas anteriores levou cientistas da Escola de Horticultura e do Instituto de Pesquisa da Universidade Agrícola de Tamil Nadu em Periyakulam a desenvolver variedades de maior rendimento, como Periyakulam 1 (PKM1) e Periyakulam 2 (PKM-2). Sua grande adaptabilidade às variadas condições climáticas e solos, fez com que substituísse cerca de 60% da área produtiva nos já mencionados estados do sul da Índia. As diferentes variedades de moringa são descritas abaixo: Variedade PKM-1: Variedade de estatura pequena ou média (Figura 34). É propagado apenas por sementes. Desenvolvido pela seleção de genótipos locais para otimizar a produção de frutos. A floração ocorre em 7 a 8 meses após a semeadura e a colheita em 7 a 8 meses. As plantas crescem a uma altura de 4–6 m por ano e produzem 6–12 ramos primários. As folhas pinadas têm cerca de 40 cm de comprimento com pequenos folíolos verdes escuros na parte superior e verde claro na parte inferior. Embora as flores estejam em cachos de 25-150/cacho, normalmente apenas uma vagem se desenvolve e raramente 2–4 se desenvolve por cacho. As vagens têm 75 cm de comprimento com 6,3 cm de circunferência e pesam 150 g com 70% de polpa. As vagens atingem a maturidade comestível 65 dias após a floração. Produz de 220 a 250 frutos por árvore com rendimento de 50 a 54 toneladas por hectare. Além disso, essa variedade tem a vantagem de que, por ser anual, a incidência de doenças e pragas é menor (LALAS; TSAKNIS, 2002; PONNUSWAMI, 2014).


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Figura 34. Moringa da variedade PKM-1. Foto: Maharshi, D. P (2018).

Variedade PKM-2: Variedade de altura média, que pode ser facilmente propagada por semente. É um híbrido derivado do cruzamento de MP 31 (Eppodum vendran) e MP 28 (Arasaradi local), que foi selecionado pelo método de linhagens puras. As vagens são maiores que a anterior, podendo atingir 126 cm, espessura de 8,40 cm e um peso médio de 280 g. Com menos sementes por vagem, porém mais carnuda. Produz em média 240 frutos por árvore, com rendimento de 98 toneladas por hectare (PONNUSWAMI, 2014). A árvore inicia a sua produção seis meses após o plantio e pode ser cultivada em diferentes sistemas de cultivo. As vagens têm 126 cm de comprimento, 8,3 cm de circunferência e peso individual do fruto de 280 g com 70% de polpa (Figura 35). Os frutos são menos semeados e deliciosos. O número médio de frutos por árvore é de 220/árvore/ano. Rende 98 toneladas/ha. A colheita da moringa também pode ser realizada por três anos. É adequado para o cultivo em Tamil Nadu (Índia) e está adaptado à maioria dos tipos de solo, variando de franco-arenoso a franco-argiloso com boa drenagem.


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Figura 35. Moringa da variedade PKM-2. Foto: Maharshi, D. P (2018).

Ao comparar as variedades PKM-1 e PKM-2 (Figura 36), esta última produz 9,18% a mais de frutos por árvore, o que em peso da semente representa um aumento de 71,58% na produção em relação à variedade PKM-1.


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Figura 36. Sementes de moringa da variedade PKM2. Foto: Amazon.in.

Variedade KM-1. É uma moringa anual desenvolvida por seleção de pureline. Propagado por sementes, rende cerca de 400-500 frutos/planta anualmente. Os frutos têm 25-30 cm de comprimento. A colheita é fácil porque as plantas são como arbustos. Após a primeira colheita, as plantas são podadas, deixando 1 m acima do solo e os galhos são utilizados como rações. A soqueira é feita por 2-3 anos. Ela começa a acontecer a partir do 6º mês. Variedade Dhanraj. Esta também é uma moringa anual propagada através de sementes e foi desenvolvida na KRC College of Agriculture, UAS, Arabhavi, Karnataka. Variedade Coimbatore-1: Esta variedade aumenta o crescimento e a qualidade das vagens. As vagens são menores que as anteriores, com cerca de 45-60 cm de comprimento e peso de 60-70 g. Cada árvore produz de 400 a 600 vagens por ano e pode chegar a 1.250


C a p í t u l o I | 60 vagens se houver duas colheitas por ano. Adapta-se muito bem a qualquer tipo de terreno (PÉREZ, 2012). Variedade Coimbatore-2: Apresenta vagem de menor tamanho do que a variedade Coimbatore-1, com comprimento de 25 a 35 cm, porém mais volumosa e de sabor mais agradável. Cada árvore produz entre 250 a 375 vagens (PÉREZ, 2012). Variedade Rohit: Variedade obtida por seleção progressiva de sementes de moringa que realizou o agricultor Balasaheb Marale (em Post-Shaha, Tal-Sinnar, Dist-Nashik). O mesmo visitou várias lavouras de moringa localizadas em vários estados da Índia, conseguindo coletar 18 variedades e as introduziu em seu cultivo em 1999. Durante 5 anos estudou sua época de floração, requerimentos de água, os frutos, seu sabor, seu tamanho, seu peso e seu desempenho. As principais características da variedade Rohit são: -A primeira colheita começa 4-6 meses após o plantio e oferece um rendimento comercial de até 10 anos (duas colheitas por ano). -As vagens são verde-escuras, com 45 a 60 cm de comprimento, com a polpa macia e de boa qualidade. Uma única planta é capaz de produzir de 40 a 135 vagens. Enquanto uma planta de cinco anos pode chegar a produzir entre 585 a 650 vagens por ano. Descrição dos eco-tipos perenes de moringa cultivados em Tamil Nadu, Índia. O cultivo de moringa na Índia ocorre principalmente nos estados do sul de Tamil Nadu, Karnataka, Kerala e Andhra Pradesh. Principalmente os tipos perenes são conhecidos para cultivo há muito tempo. No entanto, os tipos perenes são afetados por muitas restrições de produção, como um período pré-frutífero relativamente longo, não disponibilidade de materiais de plantio (estacas do caule), necessidade de um maior número de dias chuvosos em regiões onde a água é escassa e vulnerabilidade a pragas e doenças. Variedades importantes de moringa são: Moringa Moolanur, Moringa Valayapatti, Moringa Chavakacheri, Chemmurungai, Tipo Jaffna, Kattumurungai, Kodikkalmurungai, Palmurungai, Punamurungai, Moringa Palamedu, G.K.V.K.-1, G.K.V.K.-2, G.K.V.K.-3, Yalpanam ou Shabanam (PONNUSWAMI, 2014). Variedade Moringa Moolanur. Os agricultores nas áreas de Moolanur, Karur e Dharapuram no estado de Tamil Nadu (Índia) cultivam predominantemente moringa


C a p í t u l o I | 61 perene que tem um comprimento de vagem de 45-50 cm, peso de vagem de 120 g e um rendimento de 200 kg / árvore. As árvores são mantidas por até 15 anos sem poda. Variedade Moringa Valayapatti. Outro tipo perene cultivado nas áreas de Usilampatti e Andipatti é a variedade Moringa Valayapatti. As vagens têm cerca de 65 cm de comprimento e pesam cerca de 120 g. A produção é relatada em 1.000-1.200 vagens/árvore. Variedade Moringa Chavakacheri. Um ecótipo da moringa Jaffna, produz vagens de 90-120 cm. Também é cultivada no estado de Tamil Nadu, Índia. Variedade Chemmurungai. Outro ecótipo de moringa tipo Jaffna (Moringa oleifera Lam, Murungai), floresce e frutifica durante todo o ano, produzindo uma safra abundante. As pontas dos frutos são vermelhas. A árvore é de tamanho médio e produz frutos longos. Tipo Jaffna. Moringa do tipo Yazphanam introduzida do Sri Lanka. Seus frutos têm 6090 cm de comprimento, polpa macia e bom gosto. Este tipo rende cerca de 40 frutos a partir do segundo ano de plantio, o que aumenta para 600 frutos/árvore a partir do terceiro ano. É cultivada comercialmente nos distritos de Tirunelveli e Tuticorin do estado de Tamil Nadu, Índia. Variedade Kattumurungai. Uma forma selvagem de moringa, Moringa concanensis encontrada na floresta do estado de Tamil Nadu, Índia. Variedade Murungai Kodikkal. É cultivada predominantemente nos jardins de videira de Betel no distrito de Tiruchirapalli do estado de Tamil Nadu, Índia. As vagens são mais curtas (20-25 cm de comprimento) e têm polpa espessa. As vagens e as folhas são muito saborosas. As árvores são de baixa estatura com pequenas folhas. Variedade Palmurungai. É preferido por sua polpa espessa e frutos saborosos. Variedade Punamurungai. É cultivado em hortas caseiras nos distritos de Tirunelveli e Kanyakumari. Variedade Moringa Palamedu. As vagens têm 60 cm de comprimento, com um peso de vagem de 95-100 g e um rendimento de 100 vagens/árvore (PONNUSWAMI, 2014). Variedade MOMAX3 melhorada. Variedade de sementes de moringa perene para produção de óleo de semente.


C a p í t u l o I | 62 A variedade de moringa PKM-1 reconhecida mundialmente é uma variedade anual e não havia nenhuma variedade estabelecida para a moringa perene. Apenas para superar a situação e desenvolver uma nova variedade de genótipo superior com alto rendimento de óleo, os especialistas em moringa da ABC (Advanced Biofuel Center) estavam empenhados em descobrir algum genótipo de tipo perene de alto rendimento. A equipe de pesquisa da ABC iniciou o processo em 2008 e identificou e coletou 42 materiais da Moringa Oleifera de alto rendimento e avaliou a associação genética e a variabilidade nas características de semente e crescimento para desenvolver variedades melhoradas (MAHARSHI, 2018). O Advanced Biofuel Center (ABC) revelou que as sementes da cultivar MOMAX3 são mais produtivas para a indústria de óleo de moringa mundialmente, que prometem entregar três vezes o rendimento da média da indústria. A empresa diz que suas sementes ‘inovadoras’ podem ajudar no estabelecimento da plantação de moringa para a produção de óleo de sementes. A capacidade da ABC (Advanced Biofuel Center) de atingir rendimentos de sementes de 7 MT/ha e maiores no ano 1-3 foi atribuída à confluência de várias características importantes que influenciam a produção: • Alto número de sementes por vagem (esta variedade produz uma grande porcentagem de vagens com 18 sementes) • O peso comparativamente pesado da semente (mais de 30 gramas/100 sementes) • Expressou o traço de floração precoce (após a sementeira e poda) em comparação com as outras variedades convencionais. • ABC relata uma taxa alcançada de germinação entre 90%-95% ao semear diretamente suas sementes da variedade MOMAX3. As novas sementes da ABC prometem aumentar o rendimento de 2-3 toneladas de sementes por hectare por ano e para uma árvore em idade avançada, para mais de 8 toneladas - mais de três vezes a média da indústria. O rendimento médio de sementes de óleo de moringa em outras partes do mundo tem estado estagnado em cerca de <1 tonelada de semente por hectare por ano As novas sementes também permitirão que as árvores da moringa atinjam a maturidade muito mais rápida. A árvore de moringa da variedade MOMAX3 começa a dar frutos 4


C a p í t u l o I | 63 meses após o plantio e vai produzir uma proporção maior de óleo. A variedade MOMAX 3 rende 5-10 toneladas de sementes por hectare com 2 colheitas por ano (MAHARSHI, 2018; Figuras 37 e 38).

Figura 37. Plantas precoces de moringa da variedade MOMAX3. Foto: D. P. Maharshi (2018).

Figura 38. Moringa da variedade MOMAX3. Plantação de moringa para produção de óleo de semente. Foto: D. P. Maharshi (2018).


C a p í t u l o I | 64 Por outro lado, a Tabela 5 mostra os ácidos graxos obtidos nas folhas de oito variedades de moringa. Embora mais sete ácidos graxos também tenham sido identificados, eles estavam em quantidades muito baixas, ou apenas traços, por isso não foi considerado importante incluí-los. Estes eram caprílico (C8: 0), cáprico (C10: 0), láurico (C12: 0), tridecil (C13: 0), araquídico (20: 0), beênico (C22: 0) e lignocérico (C24: 0 ).

Tabela 5. Composição de ácidos graxos das folhas de oito variedades de Moringa oleifera em Mysore, Índia. Ácido graxo

Variedades (% do total de ácidos graxos) Bhagya

Dhanra

PAVM-1

AMAR-32

CO-1

GKVK-1

PKM-1

PKM-2

j Mirístico

0,92

1,62

0,80

1,34

0,692

0,69

0,93

0,62

Palmítico

17,47

17,27

17,22

18,19

17,99

17,99

18,39

16,93

Palmitoleico

2,70

2,60

3,17

2,87

3,13

2,63

2,52

2,55

Esteárico

3,73

3,04

4,37

2,96

3,87

3,99

4,32

5,24

Oleico

3,37

3,30

3,74

2,96

3,14

3,52

3,30

4,87

Linoleico

10,49

6,46

11,37

6,47

11,38

11,34

11,01

13,63

α-Linolénico

55,22

57,67

55,63

59,52

56,05

55,02

54,27

49,58

Erúcico

2,45

5,39

1,04

2,97

0,67

1,39

0,95

2,11

SAT

19,12

21,93

22,09

22,49

22,55

22,67

23,64

22,79

MUFA

8,52

11,29

7,95

8,80

6,5

7,54

6,77

9,53

PUFA

65,71

64,13

67,01

65,99

6,5

66,36

65,28

63,21

SAT: PUFA

0,29

0,34

0,33

0,34

0,33

0,34

0,36

0,36

SAT: ω-3

0,34

0,38

0,39

0,38

0,40

0,41

0,44

0,45

ω-6: ω-3

0,19

0,11

0,20

0,11

0,20

0,21

0,20

0,28

SAT = ∑ C14:0, mirístico + C16:0, palmítico + C18:0, esteárico MUFA = ∑ C16:1, palmitoleico + C18:1, Oleico + C22:1, erúcico PUFA = ∑ C18:2, linoleico + C18:3, α-linolénico; Amostras triplicadas.

Fonte: Adaptado de Saini et al., 2014.

Nessa composição, destaca-se o perfil lipídico saudável que apresenta esse óleo, com altíssimo teor de ácido graxo poliinsaturado ω-3-α-linolênico, composto essencial, pois não pode ser produzido no corpo humano e deve ser ingerido com a dieta. É considerado um promotor da diminuição do colesterol LDL e triglicerídeos, e da elevação do colesterol HDL ou “colesterol bom”, no sangue de animais de laboratório e humanos (AYERZA; COATES, 2005; SIMOPOULOS, 2002). Considerando o seu teor na variedade AMAR-32 da Tabela 5, em 100 g de folhas frescas a ingestão é de 833 mg, representando 52% das necessidades diárias de um adulto, de acordo com o Institute of


C a p í t u l o I | 65 Medicine de la National Academy of Science de EE.UU. (2005). Porém, ao avaliar o teor desse ácido graxo, que no caso da variedade Amar-32 é de 59,5% do óleo, quando comparado ao da semente de chia, cujo óleo tem o maior teor de ácido graxo α-linolênico disponível no mundo, com um máximo de 63% (AYERZA, 1995).

COMPOSIÇÃO QUÍMICA-NUTRICIONAL A moringa tem uma composição nutricional muito marcante em seus diversos produtos; tanto que é geralmente referido como a "Árvore Milagrosa" ou a "Árvore da Vida". Uma característica importante das plantas é sua variabilidade na composição de seus produtos, aspecto que as diferencia dos compostos da síntese química realizada nos laboratórios. A medicina tradicional ayurveda reconheceu e documentou desde o início que as condições ambientais podem influenciar na composição química e nas propriedades terapêuticas das plantas medicinais (SARKAR, 1996). Determinações científicas têm demonstrado que a temperatura, o solo e outros fatores ambientais, e sua interação com a genética das espécies, são responsáveis pelas diferenças nos componentes químicos e, portanto, nos potenciais benefícios nutricionais, medicinais e industriais das plantas com diferentes origens geográficas, assim ocorre com a moringa (ANWAR et al., 2005; AYERZA, 1990/95, 2001/09/11; AYERZA; COATES, 2004/11; COATES et al., 2001; INBATHAMIZH; PADMINI, 2013). A seguir, são descritas as características químicas e nutricionais das folhas, vagens, sementes e também do seu óleo, as quais são obtidas da planta de moringa, com as variações que foram detectadas em cada um deles devido ao ambiente, genética e suas interações. Conhecer e quantificar essas diferenças são vitais para o uso direto de seus diversos subprodutos. Essas informações permitem que o produto final seja balanceado por meio da mistura das diferentes fontes de matéria-prima disponíveis em cada região. 1.FOLHAS E VAGENS As folhas e vagens são as partes da moringa mais utilizadas na alimentação e na medicina do povo indiano, assim como fora da Índia, por isso são as que têm mais informações químico-nutricionais disponíveis. A Tabela 6 mostra a análise proximal das vagens tenras e das folhas de moringa, de acordo com os valores padrão do USDA (2018).


C a p í t u l o I | 66 Tabela 6. Análise proximal padrão de folhas e vagens tenras de Moringa oleífera. Componente Água (g) Energia (kcal) Proteína (g) Lipídeos (g) Hidrato de carbono (g) Fibra dietética total Fonte: USDA, 2018.

Vagem (100 g de porção alimentar) 88,20 37 2,10 0,20 8,53 3,2

Folhas (100 g de porção alimentar) 78,66 64 9,40 1,40 8,28 2,0

1.1- Proteínas. A Tabela 6 mostra que os teores de proteínas e lipídios são muito superiores nas folhas de moringa em comparação aos frutos tenros e, portanto, também energético. Por outro lado, comparando o teor de proteína das folhas com outras hortaliças de vasto consumo, observa-se que o teor das folhas, por 100 g de porção de alimento, é significativamente maior do que o de todos os vegetais comparados, tais como: cenoura 0,93; alface 1,36; repolho 1,92; tomate 1,20; acelga 1,80; agrião 2,30; e chicória, 1,25. No que diz respeito às vagens, com exceção do agrião, o seu teor de proteínas também é relativamente elevado, sendo superior ao das restantes 7 hortaliças de consumo popular. 1.2- Aminoácidos. A Tabela 7 mostra os aminoácidos essenciais e não essenciais das folhas e vagens da moringa, determinados em um genótipo naturalizado em Sonora, México. Tabela 7. Composição de aminoácidos da proteína das folhas e vagens verdes de Moringa oleifera, de Sonora, México. Aminoácido Folhas Vagens Aminoácido Folhas Vagens Essenciais Não essenciais (mg\g de matéria seca) (mg\g de matéria seca) Lisina 15,3 ± 0,62 2,5 ± 0,6 Ácido aspártico 15,8 ± 1,5 7,4 ± 0,3 Histidina 7,0 ± 0,4 2,0 ± 0,3 Ácido glutámico 17,1 ± 1,4 14,6 ± 2,3 Treonina 7,9 ± 0,4 3,3 ± 0,5 Serina 9,4 ± 0,5 7,5 ± 1,8 Valina 1,3 ± 1,1 4,3 ± 1,0 Alanina 12,5 ± 0,6 4,2 ± 0,7 Metionina 1,4 ± 0,3 0,9 ± 0,2 Prolina 12,4 ± 0,9 4,0 ± 0,6 Isoleucina 8,9 ± 0,7 3,1 ± 0,4 Tirosina 4,8 ± 0,9 0,4 ± 0,1 Leucina 17,5 ± 0,2 5,6 ± 0,5 Arginina 12,2 ± 0,8 8,1 ± 2,5 Fenilalanina 8,9 ± 0,3 2,3 ± 0,4 Glicina 10,3 ± 0,7 4,3 ± 0,5 Total 68,2 24 Total 94,5 50,5 Fonte: Sánchez-Machado et al., 2010; Amostras quadruplicadas; Desvio padrão.

Na Tabela 8, os aminoácidos das folhas de moringa foram comparados com os de verduras de grande consumo. Também estão incluídos os requisitos sugeridos pela


C a p í t u l o I | 67 Organização Mundial da Saúde - WHO (2007), que, expressos em "mg/gr de proteína", foram transformados em "mg/100 gr de porção de alimento", bem como os do USDA (2018), de "gr/100 gr" a "mg/100 gr de porção de alimento", para poder compará-los de forma adequada e de fácil visualização.

Tabela 8. Teor de aminoácidos essenciais para adultos, com os valores padrão das folhas de Moringa oleifera em comparação com outras hortaliças de uso extensivo na alimentação (adaptado da USDA, 2018) e com os requisitos da OMS (2007). Aminoácid o1

Moringa x Hortaliças (mg\100 g de porção alimentar) Alfac Cenoura Brócolis Couve-flor Acelga Tomate Requ.2 e Lisina 537 84 101 135 217 99 44 423 Histidina 196 22 40 59 56 36 18 141 Treonina 411 59 191 88 76 83 30 216 Valina 611 70 69 125 125 110 31 367 Metionina 123 16 20 38 20 19 10 150 Isoleucina 451 84 77 79 71 147 44 282 Fenil.+Tir.3 834 87 104 192 116 110 52 357 Leucina 791 79 102 129 106 130 44 555 Triptófano 144 9 12 33 20 17 9 56 Total 4.098 510 716 878 807 751 282 2.549 1 aminoácido indispensáveis; 2requerimentos para adultos, segundo World Health Organization, (2007); 3fenilalanina + tirosina. Fonte: Adaptado da USDA, 2018. Moringa

A Tabela 8 mostra que a proteína das folhas de moringa supera em muito no teor de cada hortaliça e no total dos aminoácidos essenciais dos vegetais comparados, portanto sua proteína é de qualidade muito superior. No entanto, de acordo com os requisitos recomendados pela Organização Mundial da Saúde – WHO (2007) para pessoas adultas, os valores de metionina na moringa são ligeiramente mais baixos. Mesmo assim, as folhas de moringa resultam proporcionar um perfil proteico de alta qualidade e muito superior às verduras de vasta difusão na alimentação humana, as quais estão listadas na Tabela 8, e as torna uma das maiores e mais completas fontes de aminoácidos essenciais disponíveis no mundo. A possibilidade de acesso a essa composição de aminoácidos é de grande importância para as populações vegetarianas ortodoxas e, portanto, sem acesso à proteína animal. Outro aspecto muito importante do conteúdo de aminoácidos é o alto valor de lisina nas folhas de moringa. Este aminoácido é limitante em dietas vegetarianas, uma vez que sua


C a p í t u l o I | 68 presença na maioria das espécies de plantas de consumo diário é baixa a muito baixa. Essa deficiência pode ser quantificada levando-se em consideração que arroz, milho, trigo, macaxeira/mandioca (Manihot esculenta Crantz) e inhame (Dioscorea alata L.), espécies que constituem grande parte da dieta diária de milhões de pessoas, fornecem a 86, 58, 57, 92 e 91% respectivamente, dos requisitos determinados pela Word Health Organization (2007). Entretanto, a contribuição de 127% de lisina (Tabela 8) feita pelas folhas de moringa seria um excelente complemento para essas populações. 1.3- Ácidos graxos. A composição química dos principais ácidos graxos presentes no óleo de moringa está apresentada na Tabela 9 em termos de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGMS) e poli-insaturados (AGPS). A composição de ácidos graxos foi estatisticamente semelhante tanto para os métodos de extração de óleo obtido na prensa hidráulica Bovenau (com capacidade de 30 ton/cm2, onde 1 tonelada = 22,63 kgf/cm2) como por soxhlet, sendo o AG saturado dominante foi o palmítico (C16:0) e o conteúdo de AG poli-insaturados foi pouco notado, apresentando apenas resquícios do ácido linoleico (ALMEIDA et al., 2012). Tabela 9. Composição em ácidos graxos do óleo de moringa extraído por soxhlet e prensa. Ácidos graxos

Composição (%) Soxhlet Prensa Ácido Mirístico (C14:0) 0,16±0,04a 0,11±0,02ª Ácido Palmítico (C16:0) 7,24±0,09a 6,37±0,02b Ácido Palmitoléico (C16:1) 1,84±0,06ª 1,73±0,07ª Ácido esteárico (C18:0) 5,14±0,09ª 5,32±0,07ª Ácido oleico (C18:1n9c) 76,43±0,39ª 75,98±0,05ª Ácido linoleico (C18:2n6c) 1,33±0,08ª 0,89±0,07b a Ácido aracdônico (C20:0) 2,47±0,02 2,96±0,05b a Ácido cis-11,14-Eicosênoico (C20:1) 1,72±0,02 2,02±0,03b a Ácido Behênico (C22:0) 3,64±0,02 4,63±0,26b AGS 11,57 13,32 AGMS 79,69 79,57 AGOS 1,41 0,82 *Médias seguidas de letras diferentes na linha, diferem estatisticamente e entre si, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade (p≤0,05). Fonte: Almeida et al (2012).

Apesar de não diferiram estatisticamente entre si, ambos os métodos de extração de óleo apresentaram valores elevados de AG monoinsaturados, mesmo assim se detectou uma predominância na composição de ácido oleico (C18:1). Os resultados da Tabela 9 estão


C a p í t u l o I | 69 em conformidade com os obtidos por Anwar e Bhanger (2003), de que a semente é composta em 40% do seu peso por óleo e que é constituído de glicerídeos dos ácidos oleicos (76,0%), palmítico (6,5%), esteárico (5,7%) e behênico (5,0%). Por outro lado, em outras determinações, como as realizadas em folhas de dois genótipos classificados apenas como vagem longa e vagem curta, em Imala, Culiacán, México, foram obtidas até 62,77% e 66,19% de ácido graxo α-linolênico, respectivamente (CASTILLO-LÓPEZ et al., 2017). Isso representa um rendimento até 11,2% maior do que a melhor das oito variedades indianas testadas em Mysore, Índia. Esta informação potencializa significativamente as folhas de moringa como fonte do ácido graxo essencial ω-3-α-linolênico, a partir do qual dois outros ácidos graxos ω-3 podem ser gerados, eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), os quais são de vital importância para reduzir o risco de sofrer das doenças cardiovasculares (BRITISH NUTRITION FOUNDATIONᵇ, 2018; VIRTANEN et al., 2014). Da mesma forma, as folhas têm uma proporção de ácidos graxos ω-6: ω-3 (linoléico: αlinolênico, neste caso) menor que 1. Essa relação é muito importante na redução do risco de doenças cardiovasculares (CHD). Na ingestão de alimentos, a proporção entre esses dois tipos de ácidos graxos poliinsaturados deve ser igual ou inferior a 1 (SIMOPOULOS, 2002). Por sua vez, as folhas de moringa apresentam um teor relativamente baixo de ácidos graxos saturados, os quais são promotores da elevação do colesterol LDL e dos triglicerídeos sanguíneos em seres humanos e animais (AMERICAN HEARTH ASSOCIATION, 2018ª). 1.4- Minerais. As folhas e vagens são uma excelente fonte de minerais, possuindo alto teor de cálcio, magnésio, potássio, manganês, fósforo, zinco, sódio, ferro e cobre. Como todos os outros produtos da moringa, seus teores, embora seja relevante, estão afetados por interações entre a genética e o meio ambiente. Na Tabela 10, observam seus teores e variações nas folhas, juntamente com as vagens, em diferentes origens de moringa coletadas em três regiões do estado de Punjab, Paquistão.


C a p í t u l o I | 70 Tabela 10. Composição mineral de folhas e vagens tenras de Moringa oleifera de três locais no estado de Punjab, Paquistão (adaptado de Aslam et al., 2005). Minerais (mg\kg1) K Na Ca Mg Fe P Cu Mn BA 20.982 2.721 22.931 100 205 1.237 10 77 Folhas SA 19.732 2.591 18.950 98 397 1.450 11 114 CH 24.397 1.635 26.349 109 573 1.180 7 98 BA 20.972 2.105 1.563 96 155 1.943 27 40 Vagens SA 19.735 1.990 1.292 94 281 2.125 32 72 CH 18.369 1.032 1.837 104 436 1.860 2.177 61 Locais: BA = Bahawalnager; AS = Sadiqabad; CH = Chenabnager; Amostras duplas. Fonte: Aslam et al., 2005. Item

Local

Zn 26 21 34 21 15 29

Com exceção do potássio, todos os demais elementos coincidiram que os valores mais baixo, médio e mais alto das folhas e vagens quando tiveram à mesma origem de procedência, como era esperado. Os elementos apresentaram maior teor nas folhas do que nas vagens, com exceção do cobre onde ocorreu o contrário e do fósforo onde não foi observado padrão de comportamento. Essa correlação entre os órgãos apresentou relação folha/vagem sempre inferior a 1, exceto no magnésio onde foi de ± 14. Essas relações individuais devem ser atribuídas à fisiologia intrínseca da espécie e sua relação com o meio ambiente, e ao estado fenológico, uma vez que esses parâmetros modificam o movimento dos elementos entre os diferentes órgãos da planta, o qual deve ser pesquisado mais profundamente na espécie. 1.5- Vitaminas. As folhas de moringa têm um bom perfil vitamínico em comparação com as espécies na Tabela 11. Com exceção do ácido pantotênico e folato total, pois seu teor de vitamina supera a todos os vegetais comparados. No caso da vitamina A, só é superada pela cenoura, a qual é considerada uma fonte excepcional desta vitamina. Tabela 11. Composição padrão de vitaminas das folhas e vagens frescas de Moringa oleifera em comparação com vegetais de uso comum e semelhante. Composto

Moringa Folha Vagem

Ac. ascórb. - mg 51,7 Tiamina - mg 0,257 Riboflavina - mg 0,660 Niacina - mg 2,220 Ac. pantotén. –mg 0,125 Vitamina B6 mg 1,200 Folato total μg 0,40 Vitamina A IU1 7.564 1 unidades internacionais.

141 0,053 0,074 0,620 0,794 120 44 74

Fonte: Adaptado do USDA, 2018.

Alface

Cenoura

Brócols

Couver-flor

Acelga

Tomate

9,2 0,070 0,080 0,375 0,134 0,090 38 370

5,9 0,066 0,058 0,983 0,273 0,138 19 16.706

100 g de alimento 20,2 0,162 0,129 1,221 0,322 0,171 83 2.622

48,2 0,050 0,060 0,507 0,667 0,184 57 0

30 0,040 0,090 0,400 0,172 0,099 14 6.166

23,4 0,600 0,400 0,500 0,500 0,081 9 640


C a p í t u l o I | 71 Por sua vez, as vagens também apresentam um bom perfil vitamínico, destacando-se o teor de ácido ascórbico (Vitamina C), a qual está acima das demais espécies comparadas, superando inclusive ao das folhas em 173%. Ao contrário destes, seu teor de ácido pantotênico supera a todas as espécies da Tabela 11. 2. SEMENTES A Tabela 12 mostra a composição proximal da semente de moringa, obtida de plantas de genótipo desconhecido localizadas no nordeste do Brasil, no estado do Ceará. Tabela 12. Composição proximal da semente de Moringa oleifera, do estado do Ceará, Brasil. Componentes Umidade

Matéria seca1 (g\kg) 69,9 ± 1,4

Proteína bruta (n x 6,25)

332,5 ± 11,6

Lipídios

412,0 ± 22,2

Hidraros de carbono Cinzas

211,2 44,3 ± 1,1

(1) Média de 3 repetições; (2) Calculado por diferença: Total = 100 - ∑ proteína + lipídios + cinzas

Fonte: Oliveira et al. (1999).

2.1- Proteínas. O teor médio de proteína bruta de sementes descascadas de moringa localizadas no estado do Ceará, Brasil, foi transformado de "332,5 gr/kg de matéria seca" (OLIVEIRA et al., 1999) para "30,4 gr/100 gr de porção alimentícia”, de acordo com a fórmula desenvolvida pela FAO (2012). Assim, este valor pode ser comparado com o teor padrão relatado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2018). Com exceção da soja (36,5 gr/100gr), o teor da moringa é significativamente maior do que o de outras sementes de espécies amplamente distribuídas, comparados com a porção alimentícia, em relação as seguintes espécies oleaginosas: amendoim (Arachis hypogaea L.), 25,80 gr/100 gr; girassol (Helianthus annuus L.), 20,80 gr/100 gr; linho (Linum usitatissimum L.), 18,29 gr/100gr; gergelim (Sesamum indicum L.), 17,70 gr / 100 gr; chia (Salvia hispánica L.), 16,50 gr / 100 gr. Em relação à variabilidade no teor de proteína da semente de moringa, outros valores indicam 367, 375 e 347 gr/kg de matéria seca para sementes produzidas na Nicarágua, Índia e Etiópia, respectivamente (STADTLANDER; BECKER, 2017), que são


C a p í t u l o I | 72 significativamente superiores os 332,5 gr/kg obtidos no Ceará, Brasil (OLIVEIRA et al., 1999), tornando-o ainda competitivo com os valores padrão da soja. 2.2- Aminoácidos. As variações nestes teores entre sementes descascadas de moringa e os requerimentos em humanos adultos estão na Tabela 13. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2007), os aminoácidos essenciais são leucina, isoleucina, valina, lisina, treonina, triptofano, metionina, fenilalanina e histidina. Tabela 13. Composição de aminoácidos da proteína da semente de Moringa oleifera de três origens diferentes e comparada com os requerimentos da Organização Mundial da Saúde (2007). Aminoácidos Origem (mg\gr de proteína) indespensáveis Nicaragua India Etiopia Metionina 19,3 19,2 18,2 Valina 34,9 33,1 34,3 Isoleucina 29,7 30,1 27,4 Leucina 54,2 53,9 55,3 Fenilalanina + tirosina 41,4 40,5 38,6 Histidina 24,0 23,5 25,1 Lisina 16,6 15,5 23,9 Treonina 24,8 23,7 28,2 Triptófano + Cisteína 9,0 9,3 9,5 Total 253,9 248,8 260,5 Dispensáveis Cistina 4,09 4,13 3,69 Ácido aspártico 4,44 4,32 5,50 Serina 2,97 2,91 2,80 Prolina 5,89 6,08 6,46 Glicina 5,20 4,85 4,55 Ácido glutámico 21,10 20,90 19,90 Alanina 3,84 3,76 3,37 Arginina 15,0 14,90 13,30 Total 62,53 61,85 59,57 (1) De acordo com a World Health Oganization (2007).

Requerimento1 16 39 30 59 38 15 45 23 6 271 -

Fonte: Adaptado de Stadtlander; Becker, (2017); OMS, (2007).

2.3- Minerais. A Tabela 14 mostra os minerais determinados nas sementes inteiras e descascadas, de uma mesma origem em Nigéria, e são comparados entre si e com as descascadas obtidas na Etiópia.


C a p í t u l o I | 73 Tabela 14. Composição de minerais da semente de Moringa oleifera de três fontes diferentes. Origem

Minerais (gr\kg de matéria seca) Ca P Mg K Na Fe Etiópia – descascadas (y) 2,53 8,28 4,15 11,3 0,70 0,123 Nigéria – inteiras (*) 12,30 6,30 2,42 71,2 s\d 0,983 Nigéria - descascadas 8,50 5,80 2,08 40,0 s\d 0,446 Fonte: (*) Hassan; Humar (2004); (y) Stadtlander; Becker (2017); s\d (sem dados)

Zn 0,034 0,49 0,055

Na Tabela 14 verifica-se que a semente com casca (inteira) oferece um teor de cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, ferro e zinco, significativamente superior ao da semente descascada, melhorando assim o perfil nutricional. Além disso, observa-se que a composição genética e as características dos ecossistemas onde foram cultivadas as sementes da Etiópia e da Nigéria, bem como suas interações, demonstram claramente as variações que essas condições podem causar nas sementes de moringa em função de sua origem e genótipo. Outra comparação com o teor de minerais das sementes descascadas de moringa foi em relação aos grãos de trigo, soja, milho e arroz. Em relação ao trigo, as sementes de moringa descascadas da Etiópia e Nigéria foram superiores a todos os elementos minerais, exceto ao teor de zinco das sementes da Etiópia, o qual foi superado pelo trigo em 8%. O mesmo sucedeu ao comparar a moringa de ambas às origens com milho e arroz, pois quase todos os minerais comparados desses dois cereais estão significativamente abaixo. Por outro lado, também foram detectados os minerais manganês, cobalto, silício, boro e berílio em sementes descascadas precedentes da Etiópia com 17,7 - 0,81 - 124 - 7,93 0,189 mg/kg de matéria seca, respectivamente (STADTLANDER; BECKER, 2017). Tais minerais não foram determinados para as sementes da Nigéria nos experimentos conduzidos por Hassan e Kumar (2004). 2.4- Vitaminas. No trabalho realizado por Olagbemide e Alikwe, 2014, apenas quatro vitaminas foram determinadas em sementes de moringa (Tabela 15). No entanto, é necessário esclarecer que há muito pouca informação disponível a esse respeito, uma vez que as pesquisas químicas e nutricionais têm sido direcionadas principalmente às suas folhas.


C a p í t u l o I | 74 Tabela 15. Teor de vitaminas em sementes de moringa descascadas de plantas de Ibadan, estado de Oyo, Nigéria. Vitaminas Teor (mg\100 gr de sementes) Ácido ascórbico 4,50 Tiamina 0,05 Niacina 0,20 Riboflavina 0,06 Fonte: Olagbemide e Alikwe, 2014 (média de três amostras de sementes descascadas)

Das quatro vitaminas incluídas na Tabela 15, destaca-se o teor de ácido ascórbico, ausente em sementes de uso comum como milho, arroz, trigo, aveia, amendoim, feijão preto, feijão branco e quinoa, também superando o amaranto (4.2 mg/100 gr de porção de alimento) e girassol (1,4 mg/gr de porção de alimento). No entanto, este teor é menor que a soja (6 mg/100gr da porção alimentar) e feijão carioca (6,3 mg/100gr da porção alimentar) (USDA, 2018). As outras três vitaminas identificadas, tiamina, niacina e riboflavina estão presentes em concentrações muito baixas. 2.5- Teor de óleo e composição de ácidos graxos. Em um trabalho onde o teor de óleo da variedade Periyakulam-1 (PKM-1) foi comparado, em quatro diferentes ecossistemas da América do Sul: Chaco Árido (Argentina), Chaco Subúmido (Bolívia), Selva das Yungas (Argentina) e Floresta Tropical das Terras Baixas (Bolívia), com base nos valores obtidos dos rendimentos de 37,5, 35,9, 36,2, 32,7% do peso total da semente descascada, respectivamente (Tabela 16). Essas médias surgem das análises das sementes de amostras individuais de 240 árvores de um ano de idade, coletadas ao acaso nos quatro ecossistemas (AYERZA, 2012). Os resultados mostram uma correlação negativa significativa (P <0,05) com a temperatura média, visto que a escala térmica durante o ano investigado resultou, a saber, Chaco Árido <Selva das Yungas <Chaco Subúmido <Floresta Tropical de Várzea (AYERZA, 2012).


C a p í t u l o I | 75 Tabela 16. Produção de óleo de Moringa variedade Periyakulam-1 em quatro ecossistemas da América do Sul e suas principais características. Ecositema

Óleo (%)

Características do local Altitude

Latitude

Longitude

Temper. (ºC)

Chuvas (mm)

Sul

Oeste

(m) Chaco Árido Selva

das

37,5

454

15,4

327

28º 36’

65º 46’

36,2

406

16,5

1.678

22º 53’

64º 24’

35,9

265

18,0

1.027

17º 17’

62º 20’

32,7

277

29,5

1.826

17º 15’

63º 50’

Yungas Chaco Subúmido Floresta Tropical Fonte:

Adaptado de Ayerza, 2012.

Provavelmente, a temperatura produz uma relação negativa com o teor de óleo, como já foi demonstrado em outras espécies oleaginosas, por exemplo, na chia e na jojoba; quanto menor a temperatura ambiente durante a formação da semente, maior o teor de óleo (AYERZA, 1995, 2001, 2009). Em estudo realizado em Lucknow, Índia, no Instituto Nacional de Pesquisa Botânica e analisando o teor de óleo da semente de vinte clones de moringa cultivados no mesmo local, Banerji et al., (2009) constataram diferenças significativas de até 38%, atribuindo esta particularidade à divergência em seus antecedentes genéticos, uma vez que tinham as mesmas condições ambientais de crescimento. A Tabela 17 mostra o teor de óleo e a composição de ácidos graxos de sementes de dois genótipos de moringa, Periyakulam-1 e Africana, originários da Índia e da Tanzânia, respectivamente, implantados no ecossistema do Chaco Árido e no Vale de San Fernando de Catamarca, Argentina.


C a p í t u l o I | 76 Tabela 17. Teor de óleo e composição de ácidos graxos de sementes de duas variedades de Moringa oleifera, plantadas no ecossistema do Chaco Árido e no Vale de San Fernando de Catamarca, Argentina. Variedad e

Óle o (%)

PKM-1 37,5 Africana 36,3 Desvio 2,3 padrão Fonte: Adaptado de

Ácidos graxos (% do total de ácidos graxos) 18: 18: 18: 18: 20: 20: 22: 0 1 2 3 0 1 0

14: 0

16: 0

16: 1

0,13 0,10 0,06

5,88 5,58 0,68

1,4 1,08 0,54

5,63 5,93 1,76

73,0 72,3 3,63

0,60 0,73 0,12

0,18 0,20 0,06

3,68 3,83 0,85

2,48 2,13 0,37

5,88 6,50 0,83

22: 1

24: 0

0,13 0,10 0,06

1,05 1,15 0,19

Ayerza, 2010 .ͣ C14:0, Mirístico; C16:0, Palmítico; C16:1, Palmitoleico; C18:0,

Esteárico; C18:1, Oleico; C18:2, linoleico; C18:3, α-linoléico; C20:0, Alquídico; C20-1, Gadoleico; C22:0, Behénico; C22:1 Erúcico; C24:0, Lignocérico; Média de 4 árvores.

A diferença entre o teor de ácido graxo linoléico, 17% menor na semente da variedade Periyakulam-1, é bastante importante conhecer tal teor, uma vez que a estabilidade do óleo de moringa é baseada em seu teor muito baixo de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), sendo o linoléico o maior componente deles neste óleo. Ao somar o teor de ácidos graxos linoléico e α-linolênico das variedades Periyakulam-1 e Africana, 0,78 e 0,93%, respectivamente, este último supera o primeiro em 19%, aproximando-se de 1% do total dos ácidos graxos poliinsaturados. O óleo de moringa é destacado no mercado como o óleo específico de cosméticos por ter um teor de ácidos graxos poliinsaturados inferior a 1% (LALAS; TSAKNIS, 2002; TSAKNIS et al., 1999). Embora as sementes da variedade Africana tenham sido coletadas na Tanzânia e as de Periyakulam-1 na Índia, vale destacar que a Moringa oleifera entrou na África a partir deste país (Índia) através de Zanzibar, na Tanzânia, o que poderia explicar essa carga genética bem próxima entre ambos e justificar assim esses resultados uniformes no ecossistema do Árido Chaco. A composição de ácidos graxos da moringa é muito semelhante, embora não igual, à da oliva (Olea europaea L.) e é considerado um óleo saudável para uso na alimentação humana. É essencialmente uma fonte de ácido graxo monoinsaturado (MUFA) oleico (C18:1) contendo aproximadamente 73-76% em comparação com 61-83% da oliva, dependendo ambos das variedades e dos ecossistemas. Do ponto de vista das doenças cardiovasculares, o ácido graxo oleico é classificado como neutro porque não promove o aumento ou diminuição do colesterol ou dos triglicerídeos sanguíneos, e não é essencial


C a p í t u l o I | 77 porque pode ser sintetizado no corpo humano a partir de outros ácidos graxos (MUGGLI; CLOUGH, 1994). A estabilidade do óleo de moringa é notavelmente maior do que o de oliva, uma vez que contém menos de 1% do ácido graxo linoléico (C18:2) contra entre 5 a 21% de oliva, dependendo também da variedade e área climática de origem (DUMAG, 2010; FIRESTONE, 1999). Diante de uma temperatura ambiente mais baixa, haverá na moringa um incremento no teor de ácidos graxos poliinsaturados, não só linoléico, mas também α-linolênico (C18:3), que é ainda mais instável que o linoléico e que pode chegar a 5% para o de oliva (UCCIANI, 1995). Esses ácidos graxos, sendo poliinsaturados, conferem ao azeite de oliva uma instabilidade que provoca sua rápida oxidação ou ranço. O óleo de moringa, por não possuir teores significativos de ácidos graxos poliinsaturados, permite seu armazenamento por períodos de pelo menos doze meses sem sofrer modificações e sem ter que recorrer a práticas especiais como evitar a luz direta ou mantê-lo em ambientes refrigerados (FOTOUO et al., 2016). Embora o baixo teor de ácidos graxos poliinsaturados no óleo de moringa seja uma vantagem apreciável em relação ao azeite de oliva, devido ao ranço por oxidação, mas é uma desvantagem nutricional em comparação com variedades de oliva que podem ter até 20% desses ácidos essenciais que ajudam a diminuir o risco de sofre das doenças cardiovasculares. No entanto, esse efeito é diminuído em certo grau, uma vez que a proporção de ácidos graxos linoléico e α-linolênico está muito desequilibrada em favor do primeiro com um coeficiente desde 7: 1 até 23: 1 dependendo da variedade e área de cultivo da oliva (BOUDOUR-BENRACHOU et al., 2017; FARES et al., 2016), quando o recomendado pela medicina é de 1: 1 (SIMOPOULOS, 2002) . Por outro lado, uma vantagem benéfica do óleo de moringa sobre o azeite de oliva é que este último tem entre 7,5 e 20% de ácido graxo saturado (SAT) palmítico (C16:0) (FIRESTONE, 1999), contra o máximo de 5,8% da moringa. Este maior teor, de 29 a 245%, no azeite de oliva é uma grande desvantagem nutricional, visto que o ácido graxo palmítico, por ser quimicamente saturado, é considerado um dos principais promotores do aumento do colesterol-LDL (lipoproteína-colesterol de baixa densidade em inglês) ou colesterol "ruim" no sangue, um fator que aumenta o risco de sofre um doença cardiovascular (AMERICAN HEARTH ASSOCIATION, 2018).


C a p í t u l o I | 78 O teor de ácido graxo erúcico (C22:1), o qual é considerado potencialmente tóxico para os seres humanos e os animais, deve ser esclarecido que o seu teor no óleo de moringa é extremamente baixo, inclusive inferior ao teor de 0,5% da canola (EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY, 2018) e mesmo ao de 0,15% da oliva (LALAS; TSAKANIS, 2002). 2.5.1- Composição de esteróis. A Tabela 18 mostra a composição de fitosteróis do óleo de semente de moringa. Os fitoesteróis e suas formas reduzidas os fitoestanóis, são constituintes comuns das espécies vegetais e reduzem no corpo humano a absorção do colesterol. Hoje é aceito que os fitoesteróis e os fitoestanóis têm a mesma capacidade de reduzir o colesterol no sangue. Tabela 18. Composição de fitosteróis do óleo de Moringa oleífera. Esterol %1 Brassicasterol 0,2 Campesterol 24 Estigmasterol 17 ß-Sitosterol 47 ∆5-Avenasterol 2,9 ∆7- Estigmasterol 0,8 ∆7-Avenasterol 0,5 1 Porcentagem sobre o total de fitoesteróis Fonte: Adaptado de Firestone, 1999.

Esterol ∆5, 24-Methylene colesterol 24-Ergostadienol Clerosterol Estigmastanol ∆7, 14-Estigmastadienol Campestanol ∆5,25-Ergostadienol

%1 0,9 - 1 0,5 0,7 0,9 1,2 0,5 0,1

2.5.2- Composição de tocoferóis. Outro fato que contribui para explicar a estabilidade do óleo de moringa é seu alto teor de α, γ e δ tocoferóis (ANWAR; BHANGER, 2003), conforme pode ser visto na Tabela 19. Trabalho na Pontificia e Real Universidad de Santo Tomás, em Manila, Filipinas, com o óleo de uma variedade denominada Filipinas, Dumag (2010) também detectou a presença de ß tocoferol, embora em baixa proporção em comparação com os outros três tocoferóis. Tabela 19. Composição de tocoferóis do óleo de Moringa oleífera. Composto α -tocoferol β -tocoferol γ -tocoferol δ -tocoferol Fontes: aDumag, 2010; bFirestone, 1999.

Mg\kg 93-227b 10a 26-71b 71 - 216b


C a p í t u l o I | 79 Embora os diferentes valores entre o mesmo tipo de tocoferol (Tabela 19) sejam provenientes de plantas de moringa de diferentes origens e genótipos, em um estudo realizado no National Botanical Research Institute, em Lucknow, Uttar Pradesh, Índia, com 20 clones de moringa implantados no mesmo local, encontraram diferenças de até 15, 18 e 19% nos teores de α, γ e δ tocoferóis, respectivamente, sugerindo uma importante variabilidade genética para esses compostos (BANERJI et al., 2009). A maioria dos óleos vegetais possui α, β e γ tocoferóis. No entanto, o δ-tocoferol está presente em muito poucos óleos, como algodão (Gossypium hirsutum L.), amendoim (Arachis hypogaea L.), gérmen de trigo (Triticum aestivum L.), soja (Glycine max (L.) Merr.) e mamona (Ricinus communis L.). A atividade antioxidante do δ-tocoferol é superior à dos α, β e γ tocoferóis e seu teor pode ser um dos motivos para a boa estabilidade do óleo de moringa (LALAS; TSAKNIS, 2002). O δ-tocoferol está ausente de outras fontes comerciais de óleos ricos em ácidos graxos oleicos, como a oliva, cártamo (Carthamus tinctorius L.), girassol com alto oleico (Helianthus annuus L.), amêndoa (Prunus dulcis L.), ou com muito pouco teor em comparação com moringa, como o gergelim (Sesamum indicum L.) com 4 a 21 mg/kg, gergelim preto (Sesamum radiatum Schumach.) com 0,4 a 2 mg/kg., o damasco (Prunus armeniaca L.) com 20 a 24 mg/kg., ou a canola (Brassica napus L.) com 0 a 22 mg/kg (FIRESTONE, 1999), e cujos óleos apresentam estabilidade inferior à da moringa.

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS Para o estabelecimento comercial de uma cultura, é fundamental conhecer os requisitos climáticos e as características do solo exigidas pela moringa. Clima. As zonas propícias para o crescimento da moringa são as semiáridas tropicais e subtropicais. Tolerante à seca, a espécie se desenvolve com precipitações anuais a partir de 250 milímetros (GAZA, 2007). Altitude. Em seu habitat natural cresce até 1.400 m de altitude (PARROTA, 1993). Outros autores aumentam esse número, colocando a moringa até 1.800 metros acima do nível do mar na Costa Rica (PÉREZ et al., 2010) ou 2.000 m de altitude no Zimbábue (NAVIE; CSURHES, 2010). Khuroo et al. (2011), asseguram que na região da Caxemira (Himalaia) cresce até 1.500 m. A Moringa oleifera é comum em altitudes abaixo de 600


C a p í t u l o I | 80 m, embora em algumas áreas tropicais cresça até 1.200 m (NAVIE; CSURHES, 2010). Um ensaio de cultivo foi realizado a uma altura de 1.200 metros acima do nível do mar, as sementes germinam, mas seu crescimento é muito lento (FOIDL; MAYORGA, 2000). Regime de precipitação. A moringa é uma espécie muito resistente à seca. É cultivada em regiões áridas e semiáridas da Índia, Paquistão, Afeganistão, Arábia Saudita e África Oriental, recebendo uma precipitação anual mínima de 300 mm. Também se tornou natural em lugares como Porto Rico, onde a precipitação média anual oscila entre 1.000 e 1.800 mm (PARROTA, 1993). Em climas tropicais e subtropicais, resiste até seis meses de estação de seca, se a precipitação for de no mínimo 500 mm/ano, podendo ser plantada em áreas com chuvas desde 500 a 1.500 mm/ano (PÉREZ et al., 2010). Precipitações superiores a 1.500 mm por ano podem causar a queda das flores e diminuir a produção de sementes (novas). Um período prolongado de seca pode causar estresse na planta, ao qual ela responderá perdendo suas folhas (MEJÍA; MORA, 2008; PÉREZ, 2012). De acordo com Saint Sauveur e Broin (2010), a moringa pode sobreviver em uma faixa de precipitação de 250 a 2.250 mm por ano. Em qualquer caso, será necessário aplicar irrigação se a precipitação for inferior a 800 mm e a cultura for destinada para a produção de folhas. No estado colombiano de Santander, observaram que a partir de 1.700 mm de precipitação, a floração é abundante, mas a frutificação é escassa devido ao efeito da chuva sobre as flores. Os requisitos mínimos de precipitação são estimados em 250 mm por ano e um máximo de 3.000 mm por ano (NAVIE; CSURHES, 2010). Regime térmico. Em seu habitat natural, a temperatura média anual tende a oscilar amplamente. De -1 a 3 ºC nos meses mais frios, tolerando geadas curtas e pouco intensas, até 38-48 ºC nos meses mais quentes. Cresce melhor em temperaturas entre 25-35 (40) ºC (FALASCA; BERNABÉ, 2008; PARROTA, 1993; PÉREZ, C., 2012). Nas regiões do Sul da Ásia onde foi introduzido, tolera temperaturas médias anuais de 12,6 ºC a 40 ºC (ROLOFF et al., 2009). Valor muito semelhante ao afirmado por Falasca e Bernabé (2008), que assinalam que temperaturas médias anuais acima de 12 ºC favorecem o crescimento da planta. Para atingir a produção ideal de folhas e vagens, a Moringa oleifera requer altas temperaturas diárias, em torno de 25-30 ºC, enquanto o crescimento desacelera com temperaturas abaixo de 20 ºC (RADOVICH, 2011).


C a p í t u l o I | 81 Por sua vez, García Roa (2003) explica que na América Central é encontrada em áreas com temperaturas de 6 a 38 ºC. É resistente ao frio por um curto período de tempo, mas não inferior a 2 a 3 ºC. Em temperaturas abaixo de 14 ºC, não floresce nem germina, podendo apenas ser reproduzida por material vegetativo (por estacas) (PÉREZ et al., 2010). Segundo Muhl et al., 2011, a temperatura é um fator que influencia diretamente no crescimento e na produtividade da espécie, por regular a velocidade da respiração, diretamente relacionada à fotossíntese. Esses autores realizaram diversos estudos, submetendo as plantas a três regimes de temperatura com oscilações diurnas / noturnas. Esses regimes foram 10/20 ºC, 15/25 ºC e 20/30 ºC. Eles observaram que o crescimento da planta é favorecido por altas temperaturas e que a planta apresenta adaptações fisiológicas para as baixas temperaturas, o que é essencial para a sobrevivência das plantações de moringa em climas frios (MUHL et al., 2011). Ventos. O produtor também deve ter o máximo de cuidado com a incidência de ventos fortes na região, pois, as plantas de moringa são muito susceptíveis a ventos fortes. Diante de tal fato, recomenda-se a instalação de quebra-ventos. Caracteres edáficos. Alta produtividade implica em alta extração de nutrientes do solo, portanto a fertilização deve ser considerada em seu cultivo intensivo. Prefere solos bem drenados, arenosos ou franco-arenosos. Entretanto, em lugares onde o nível de precipitaçáo pluvial está abaixo de 300 mm, a planta requer um lençol freático relativamente alto, para produzir (DALLA ROSA, 1993; PARROTA, 1993; SAINT SAUVEUR; BROIN, 2010). A moringa tolera solos francos arenosos ou franco-argilosos, não tolera solos argilosos, como os vertissolos (massapê), nem solos com drenagem deficiente (FOILD et al., 1999; FOILD; MAYORGA, 2000). No entanto, um estudo realizado na Nicarágua (ALFARO, 2008) constatou que a planta se desenvolveu bem em solos com altos percentuais de argila (44-46%). É uma árvore caracterizada por não ser exigente em fertilidade, podendo ser cultivada em terrenos pobres ou de fertilidade mediana. Ela se adapta bem a quase todos os tipos de solos, dos ácidos aos alcalinos, com uma faixa de pH entre 4,5 e 9,0. Os melhores resultados foram obtidos em solos com pH neutro ou levemente ácido. Embora tolere bem áreas com pH superior a 8,5 (ALFARO, 2008; PARROTA, 1993; SAINT SAUVEUR;


C a p í t u l o I | 82 BROIN, 2010. Em linhas gerais, Alfaro (2008) propõe como único fator limitante que o terreno onde a moringa é plantada tenha boa drenagem.

PROPAGAÇÃO A propagação da moringa pode ser feita tanto por semente, como por estaca. As sementes apresentam uma boa taxa de germinação quando novas, mas após um ano de armazenagem as sementes tendem a reduzir o seu poder germinativo (VIANA et al., 2010). Em geral, a propagação da moringa é feita por meio de sementes, principalmente em relação às cultivares anuais. A boa semente por si só contribui para o aumento do rendimento em 10-12%. Somente sementes com qualidade garantida (procedência idônea, alta porcentagem de germinação, alta pureza, boa sanidade, etc.) podem responder aos fertilizantes e outros insumos da maneira esperada. Entre os insumos usados pelos agricultores, a semente é o mais barato. É um insumo básico e constitui apenas uma pequena parte das despesas totais de cultivo. No entanto, sem boas sementes, os investimentos em fertilizantes, água, pesticidas e outros insumos não pagarão os dividendos necessários. A produção de sementes é um trabalho especializado e precisa de mais atenção para manter a pureza genética de uma variedade. Fase de viveiro por semente Semeadura. O estudo foi realizado no período seco de outubro de 2013 na Universidade de Tolima (Ibagué-Tolima-Colômbia), semearam 6.800 sementes de Moringa oleifera (Lam), as quais foram visualmente selecionadas quanto ao tamanho e aparência. Antes da semeadura, as sementes foram embebidas em água por 12 horas em temperatura ambiente e posteriormente em sacos de polietileno preto de 1 kg com substrato areiacasca-solo (1-1-3), sendo semeada uma semente por saco. Os sacos foram colocados aleatoriamente em 12 canteiros suspensos instalados a cerca de um metro de altura acima do solo, sob uma cobertura de sombrite, a irrigação foi fornecida a cada dois dias por 30 minutos durante o ensaio (GARCÍA; DELGADO, 2018; Tabela 20).


C a p í t u l o I | 83 Tabela 20. Indicadores de germinação de Moringa oleifera durante a fase de viveiro nos trópicos secos de Tolima (Colômbia).

Fonte: García; Delgado (2018).

Emergência. A emergência das plântulas ocorreu a partir do sétimo dia de semeadura com um percentual de 60% e chegando a 90% na quarta semana após a semeadura (Tabela 20; Figura 39), isso indica que, em condições controladas, como é o viveiro, a emergência e o desenvolvimento inicial da Moringa oleifera são significativamente satisfatórios. Isso constitui um indicador de elevada qualidade (vigor) para as sementes utilizadas (GARCÍA; DELGADO, 2018).

Figura 39. Vivero de Moringa oleífera no CURDN Universidade del Tolima. Foto: García; Delgado, 2018.

Toral et al. (2013) relatam ter encontrado entre 100 e 97% de germinação em alguns acessos avaliados de Moringa oleífera. Tais resultados são semelhantes aos relatados por Medina et al, (2007), os quais avaliaram as espécies Moringa oleifera e Leucaena leucocephala em fase de viveiro, até 30 dias após a semeadura, e obtiveram 95 e 100% de emergência, respectivamente. Esses dados coincidem com os encontrados no presente


C a p í t u l o I | 84 estudo. Toral et al. (2013) admitem a emergência 6 dias após a semeadura, sendo um índice de emergência inferior ao obtido por Bezerra et al. (2004) ao avaliar o efeito e tipo de substrato na germinação e desenvolvimento desta espécie em fase de viveiro. Estes autores ressaltaram que as primeiras plântulas emergiram entre três e quatro dias após a semeadura. Enquanto Oliveira (2000) alcançou um tempo médio de emergência de oito dias. Em geral, a planta de moringa cresce rapidamente de sementes ou estacas. As sementes não requerem nenhum tratamento prévio antes da germinação, com taxas de viabilidade para as sementes frescas de até 80% reduzindo-se para aproximadamente 50% após 12 meses de armazenamento. Podem ser plantadas diretamente ou em sementeiras, com transplante após 2\3 meses. A melhor época do ano para o plantio é o início da estação chuvosa. Quando plantada durante a estação seca, um sombreamento parcial deve ser providenciado e devem ser feitas regas diárias até a planta estar estabelecida (RANGEL, 1999). A perda de plantas na fase de viveiro foi apresentada pelo ataque de Atta sp. (Hormiga arriera) que atacou as mudas no viveiro. Esses ataques também foram relatados por García Roa (2003), Reyes (2005), Alfaro e Martínez (2008) e se devem ao baixo teor de substâncias antinutricionais que a planta apresenta e que a torna altamente desejável para as formigas. Fase de viveiro por estaca Quando a moringa é propagada por estacas, elas devem ter no mínimo 2,5 cm de espessura e comprimento superior a 30 cm (Figuras 40 e 41). E devem ser plantadas antes que as chuvas comecem. Se possível, deverá ser regado diariamente (ALFARO, 2008). No sul da Índia, é comum plantar estacas de 1,0 m a 1,4 metros com diâmetro de 4 ou 5 cm na estação chuvosa do verão e formam raízes rapidamente em poucos meses (PARROTA, 1993).


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Figura 40. Estaca de moringa antes de ser plantada. Fonte: Saint Sauveur & Broin, 2010.

Figura 41. Estaca de moringa començando a brotar. Fonte: Saint Sauveur & Broin, 2010.

Se as árvores de ambos os métodos de propagação forem comparadas, observa-se que a árvore originada de estaca apresenta maior crescimento, desenvolvimento de vagens mais precoce e maior qualidade (Figura 42), mas o seu sistema radicular é pouco desenvolvido, tornando-o mais sensível ao estresse hídrico e aos danos por vento (PARROTA, 1993). Essas diferenças podem ser mais apropriadas em plantar indivíduos a partir de sementes


C a p í t u l o I | 86 em áreas áridas e semiáridas, uma vez que os solos são mais instáveis e a profundidade do lençol freático implica limites para o crescimento da planta (PARROTA, 1993).

Figura 42. Muda por estaca em estagio de brotação. Foto: Arsenic SOS.net.

SISTEMA DE PRODUÇÃO Para o cultivo da Moringa oleífera deve aplicar as melhores condições agronômicas ao longo do seu ciclo vegetativo, visando obter um elevado desenvolvimento foliar e a maior produtividade de uma planta. ESCOLHA DA ÁREA A moringa se adapta a diversas classes de solos. No semiárido brasileiro tem se desenvolvido em áreas onde predominam os Neossolos Litólicos e Regolíticos, Luvissolos, Vertissolos e Planossolos. Quando a escolha do terreno recair em áreas com forte inclinação ou declive, necessário se faz a utilização de práticas de conservação do solo. Para isso, o cultivo em nível é recomendado (SOLTO; SOUZA, 2018). PREPARAÇÃO DO SOLO As técnicas a serem adotadas para o preparo do solo devem atender às necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade e localização de área, grau de tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis.


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O preparo do solo para o cultivo da moringueira consiste, basicamente, no roço, encoivaramento, queima, destoca seguido de uma aração a aproximadamente 30 cm de profundidade, com duas gradagens leves e cruzadas, quando se pretende consorciar com outras culturas de subsistência. A calagem deve ser procedida conforme os resultados da análise do solo, de 60 a 90 dias antes do plantio, para maior eficiência. Nas condições do semiárido brasileiro, onde há predomínio dos Neossolos Litólicos, não há necessidade de se utilizarem máquinas pesadas para o seu preparo, evitando-se desta forma, a compactação dos mesmos. Os solos, em geral, são rasos, com frequentes afloramentos rochosos, baixa capacidade de retenção de umidade e baixo teor de matéria orgânica. Deve-se proceder apenas a abertura das covas, que devem ser grandes (0,4 m x 0,4 m x 0,4 m), facilitando, assim, o desenvolvimento do sistema radicular (SOLTO; SOUZA, 2018). Vale destacar que o estabelecimento de novos cultivos de moringa deve ocupar, preferencialmente, áreas antropizadas, ou seja, aquelas que já foram desmatadas, evitando-se, assim, novas derrubadas. Nessas áreas alteradas pelo homem, o terreno é fácil de ser preparado, fato que reduz consideravelmente os custos iniciais do cultivo. Após a limpeza do terreno, são feitas as aberturas das covas de diâmetro e profundidade variáveis nos locais onde as plantas serão plantadas. Segundo a Embrapa, a cova deve ter 40 cm nas três dimensões para solos arenosos; solos pesados ou compactados, covas com dimensões de 0,50 m x 0,50 m x 0,50 m são os recomendados. No caso de haver matéria orgânica, é conveniente incorporá-la ao solo (7,5 kg por cova) para melhorar sua fertilidade. Durante a operação de coveamento, recomenda-se separar a primeira metade da terra da cova para um lado, e a segunda metade para outro lado, invertendo-as quando do enchimento. Antes de encher a cova, adicionam-se, à terra da parte de cima, 6 L de esterco de curral bem curtido ou 3 L de esterco de galinha. Quando o solo é de baixa fertilidade, acrescentam-se a essa adubação orgânica 100 g de superfosfato triplo. Executa-se o plantio da muda no início do período chuvoso, de 15 a 20 dias depois do enchimento da cova. Assenta-se a muda no centro da cova, depois de sua retirada do saco de plástico. Em sistema de cultivo irrigado, recomenda-se o plantio durante todo o ano.


C a p í t u l o I | 88 Deve ser feita a coleta de amostras de solos antes da semeadura ou plantio. De acordo com os resultados emitidos pelos laboratórios de análises de solo, é possível orientar o produtor no intuito de se fazer uma boa correção e ou adubação. De um modo geral, a maioria dos solos do semiárido da Paraíba, onde se tem dado ênfase ao cultivo da moringa, caracteriza-se por apresentar pH próximo da neutralidade, não necessitando, portanto, da prática da calagem. No entanto, algumas manchas de solo apresentam acidez considerada média, demandando, desta forma, o uso de calcário (SOLTO; SOUZA, 2018). SEMEADURA A moringa pode ser cultivada utilizando a semeadura direta, transplantio ou estaquia. A semeadura direta é preferida quando há grande disponibilidade de sementes e a mão-deobra é limitada. O transplantio permite flexibilidade do plantio no campo, mas exige trabalho extra e eleva o custo de obtenção das mudas (SOLTO; SOUZA, 2018). Semeadura direta. A data de semeadura recomendada é de inicio de inverno para cada região do país, desde que não haja irrigação. As sementes viáveis com menos de um ano após colheita, apresentam ausência de dormência e se obtêm 80% de germinação com a escarificação aquosa. Elas podem ser semeadas em covas diretamente no campo ou por meio de estacas também plantadas diretamente em covas de 50 cm de profundidade. Deve-se semear de duas a três sementes por cova a 2,0 cm de profundidade e, duas semanas após a germinação, realizar o desbaste para deixar uma muda mais vigorosa por cova (Figura 43).


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Figura 43. Ilustração do plantio da moringa. Foto: Arquivo de Miracle Tree.

Na Índia, plantam-se diretamente no campo as estacas de 1,0 m a 1,4 metros com diâmetro de 4 ou 5 cm no ínicio do inverno e formam raízes rapidamente em poucos meses (PARROTA, 1993). As estacas são tiradas de ramos secundários a partir de 1,5 m da altura original da árvore. Nesta última forma, a qualidade das sementes é superior (ALFARO MARTÍNEZ, 2008). As plantações oriundas de sementes desenvolvem uma raiz principal profunda, mais resistente à seca do que as de estacas (PARROTTA, 1993). Semeadura por transplante. Para a semeadura das sementes ou das estacas, são utilizados sacos plásticos pretos para viveiro, medindo 9" x 12", e que possuem furos. Estes são preenchidos com uma mistura de matéria orgânica, solo local e areia.


C a p í t u l o I | 90 Em cada saco são colocadas duas a três sementes e semeadas com dois centímetros de profundidade, colocando no topo uma camada de palha com um centímetro de espessura, para evitar a formação de uma crosta na superfície do solo contido no saco e que não vá impedir a emergência das plântulas. Também em cada saco plástico pode ser plantada uma estaca com o mínimo 2,5 cm de espessura e comprimento superior a 30 cm. O transplantio da moringa pode ser efetuado em duas etapas: produção de mudas e o seu plantio no campo ou transplante após 2\3 meses. As mudas devem crescer à sombra ou em um telado com sombreamento de 50%, fazendo-se irrigação todas as manhãs ou conforme a necessidade, de maneira que se mantenha o solo úmido, porém não encharcado. Quando as mudas atingirem ± 0,50 m de altura estão prontas para serem transplantadas para o campo. A muda sem o plástico deve ser colocada no centro da cova, de tal forma que seu colo fique 5,0 cm acima do nível do solo, com o objetivo de evitar afogamento quando da acomodação do solo, pela irrigação ou chuvas (SOLTO; SOUZA, 2018). ESPAÇAMENTO Os espaçamentos variam de acordo com a finalidade do plantio. Assim, quando o objetivo é a produção de vagens e sementes, o espaçamento recomendado é de 3 a 6 m entre fileiras e plantas (Figura 44). Se o plantio for feito em camalhões, esses devem ter 2,0 m de largura no topo, com as plantas espaçadas de 3 a 6 m no sentido das fileiras.

Figura 44. Sistema de plantio da moringa (4 m x 4 m). Foto: Maria Nela Choquehuanca Loza.


C a p í t u l o I | 91 Quando se deseja apenas a produção de folhas (forragem), usa-se o espaçamento de 0,50 m entre plantas com fileiras espaçadas de 1,0 m entre si. Para a produção de forragem ou biomassa os espaçamentos podem ser de 30 a 60 cm entre linhas e de 20 cm a 10 cm entre plantas. Caso o plantio seja feito em camalhões, esses devem ter 60,0 cm de largura no topo, com as plantas espaçadas de 1,0 m no sentido das fileiras. O sistema preconiza o plantio de moringa no espaçamento de 1,0 x 1,0 m em monocultivo, ou 1,0 m x 2,0 m em consórcio com outras culturas. Neste método as plantas são podadas a uma altura de 1,5 m e o tronco principal é desgalhado totalmente. A partir daí emergirão brotações com elevado teor de folhas e talos bem finos e tenros, para facilitar a colheita basta podar os brotos do tronco com os dedos (LISITA et al., 2018). Nesse método de poda total da planta, as brotações ocorrem num local mais alto do tronco o que diminui a necessidade de controle de invasoras, devido à menor competição por luz. O controle do mato pode ser feito com roçadeira motorizada em frequências menores do que nos sistemas tradicionais (LISITA et al., 2018). Portanto, a separação entre fileiras e entre plantas dependerá do tipo de crescimento que as variedades cultivadas apresentam. Assim, se as plantas têm hábito de crescimento rebaixado, a distância de plantio será diferente daquelas que apresentam hábito alongado; para árvores com 5 m de espaçamento em linha (colheita: primeiros 2 anos), pode ser plantado em sistema consorciado (LEONE et al., 2015). Mais uma vez, a moringa pode ser propagada por meio de sementes ou de estaquias (vegetativo). Propagação por sementes. O cultivo intensivo de Moringa oleifera é bastante comum, portanto, as condições ideais para a germinação e o desenvolvimento inicial da planta deverão ser conhecidas. A profundidade ideal de semeadura é de 1 a 2 cm, o que é consistente com o baixo peso da semente. Além disso, por se trata de uma semente pequena e leve, então a mesma é mais suscetível a ser destruída ou deslocada por chuva torrencial. Por outro lado, a árvore produz um grande número de sementes para suprir essa desvantagem. Condições parcialmente sombreadas são favoráveis, mas as mudas poderão degenerar rapidamente na ausência de luz. A densidade de um milhão de plantas/ha tem sido considerada ótima, devido à produção de biomassa fresca, ao custo de semeadura por sementes, manejo do corte e controle de ervas daninhas em boas condições agroclimáticas. No caso de mais de um milhão de plantas/ha, a alta densidade cria uma grande competição entre as plantas via fototropismo,


C a p í t u l o I | 92 sucedendo esta, em perdas de plântulas de até 20 a 30% por corte, o que produz diretamente grandes perdas de material produtivo por área. Além disso, os diâmetros das hastes e brotos são finos, incidindo negativamente na produção do material. Embora grandes quantidades de massa fresca sejam obtidas à custa de alta densidade (FOIDL et al., 2001) (Figura 45; Tabela 21).

Figura 45. Cultivo adensado de Moringa oleifera. Arquivo da Moringa Care (2019).

Tabela 21. Produtividade de biomassa fresca, matéria seca e proteína média em 8 cortes por ano em Moringa oleifera, sob diferentes taxas de plantio (idade de plantio: 45 dias). Densidade

de

Biomassa fresca

Matéria seca

Proteína total

plantas por ha

Perdas de plantas

t\ha-corte

t\ha-corte

t\ha-corte

Em poda (%)

95 mil

196

2,634

368

0

350 mil

297

4,158

582

0

900 mil

526

5,067

9,642

0

1 milhão

780

8,315

1,585

1

4 milhão

974

12,662

2,405

20

16 milhão

259

34,031

6,465

30

Fonte: Foidl, 2001


C a p í t u l o I | 93 A moringa é uma planta com alto nível de fototropismo. Para culturas forrageiras de 95.000 a 1.000.000 plantas/ha com espaçamento de 0,2 a 0,5 m (colheita realizada em 4060 dias). Propagação vegetativa. Suas mudas são obtidas através de semeadura de estacas ou estaquia de ramos com mais de 20 cm. No cultivo em larga escala, seu tronco é submetido a podas regulares de forma que sua altura não ultrapasse cerca de um metro e meio, visando facilitar a colheita das folhas. Seu crescimento é extremamente rápido, atingindo o porte arbóreo já nos primeiros meses após a semeadura. A produção de sementes se inicia no primeiro ano. A propagação vegetativa é muito comum na Índia, Indonésia, e partes do Oeste da África. Estacas de 100 cm a 135 cm de comprimento e 14 cm a 16 cm de circunferência são plantadas "in situ" na estação chuvosa, que emitem raizes com facilidade, são preferidas (SEEMANTHANI, 1964; PETER, 1979). Enquanto as estacas grandes, plantadas em solos úmidos, enraízam rapidamente e produzem árvores de tamanho razoável (PALADA, 1996). Plantas originadas de estacas produzem com 6 meses a 8 meses após plantio. A produção é geralmente baixa nos dois primeiros anos; porém, a partir do terceiro ano, uma única árvore pode produzir 600 ou mais frutos por ano (RAMCHANDRAN et al., 1980).

IRRIGAÇÃO O campo deve ser irrigado uma vez por semana até três meses e depois uma vez a cada dez dias (Figura 46). O encharcamento (ou estagnação) da água deve ser evitado. Haverá queda de flores quando o solo estiver muito seco ou muito úmido. Portanto, a umidade ideal deve ser mantida.


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Figura 46. Plantação de Moringa oleífera com espaçamento de 2 m x 2 m com idade de 12 meses devidamente irrigada (Foto A) e plantação com mais de três anos de idade (Foto B). Município de Beberibe no Estado do Ceará, com margeando o rio Piranji. Fotos: MFRural.

Uma técnica simples de irrigação foi adotada na África com a ajuda de garrafas de água com glicose que serviriam para dois propósitos (Figura 47). Com as garrafas plásticas de glicose usadas, o produtor cortou a metade superior da garrafa para criar uma entrada de água e prendeu-a ao fundo da outra metade ou ele pode abrir uma pequena portinha lateral (abrindo apenas quando for repor a água) na parte superior da garrafa. Em seguida, as garrafas cheias são penduradas perto de plantas (exemplo: moringa) e com ajuda do


C a p í t u l o I | 95 regulador de vazão de água do bico introduzido na garrafa de soro fisiológico ou garrafa Pet de 1 litro de refrigerante (bico do tipo equipo), o produtor regula um fluxo constante de água, gota a gota. As garrafas poderão ser cheias todas as manhãs dependendo da espécie a ser cultivada, e isso é tudo para manter a planta em crescimento em regiões semiáridas.

Figura 47. Garrafas com os bicos de gotejamento (tipo equipo) usados na irrigação de moringa. Foto: Madhya Pradesh (2020).

CONSORCIAÇÃO A morfologia observada entre as moringas tipos "anuais" e perenes, segundo a forma como são classificadas na Índia, consideram-se que estas últimas são as mais recomendadas para um projeto agro-silvo-pastoril. As plantas perenes tendem a ser mais arbóreas na sua arquitetura do que as anuais, que são mais arbustivas. É o caso da chamada população Africana implantada no Chaco Árido e na Floresta Seca da costa equatoriana. Seu maior desenvolvimento de copa e menor expansão de talos basais que a variedade Periyakulam-1, sem dúvidas protegem uma maior superfície do solo e facilitam a implantação e manejo de lavouras ou pastagens consorciadas que irão compor o restante dos componentes vegetais do sistema (AYERZA, 2010 ᵇ; Figura 48).


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Figura 48. Consórcio de adubo verde com leguminosa e moringa. Foto: Arun Jani.

Em um projeto realizado em Catamarca (Chaco Árido), Argentina, usando a moringa africana e a pastagem de capim buffel variedade Texas 4464, o gado (machos jovens castrados ¼ Bos taurus L. ¾ Bos indicus L.) alimentava de folhagem (folhas da extremidade dos galhos) da moringa e pastava o capim que crescia a seu redor e sob o dossel, semelhante ao que acontece no mesmo ecossistema do Chaco com outras espécies arbóreas nativas (AYERZA, 2010ᵇ). No caso da variedade Periyakulam-1, também utilizando o mesmo plantel de gado, o peso excessivo nos ramos devido à maturidade fisiológica de suas vagens produziu em muitos casos sua quebra, perdendo a biomassa daquele momento e hipotecando a produção de forragem da planta em curto prazo. Por outro lado, sua maior ramificação basal permite ao gado um acesso mais fácil à folhagem do que na variedade africana. Dependerá também do animal a ser criado e da sua capacidade de altura de pastagem, pois, por exemplo, as cabras chegam a 1,65 m, pois podem ficar de pé nas patas traseiras, enquanto vacas e ovelhas atingem uma altura média de 1,47 e 0,87 m. respectivamente (AYERZA, 2017). No entanto, esses comentários sobre moringa e gado vêm de observações empíricas em um sistema silvo-pastoril comerciais feitas pelo referido autor e é necessário realizar estudos com rigor científico para apoiar o seu potencial nesses sistemas de produção.


C a p í t u l o I | 97 ADUBAÇÃO O uso da adubação orgânica é indiscutivelmente benéfico para o meio, pois contribui substancialmente para a melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Com base na pesquisa realizada por Souza et al. (2006), o seu uso melhora estruturalmente o solo. Se um solo estiver compactado, a adição de esterco e com um correto manejo, haverá maior infiltração de água e aeração do solo, como consequência, a planta estará mais resistente as possíveis intempéries que possam acontecer (VALADÃO et al., 2011) . Pesquisas realizadas na Universidade de Agricultura de Tamil mostraram que a aplicaçáo de 7,5 kg de adubo orgânico e 0,37 kg de sulfato de amônia por planta, resultou em um aumento de três vezes mais de matéria seca sobre as que não receberam aplicação (SUNDARAJH et al., 1970). A aplicação de esterco antes da estação chuvosa pode aumentar em três vezes a produção (RAMACHANDRAN et al., 1980; JAHN, 1986; NAUTTIYAL; VENKATARAMAN, 1987; JAHN, 1989; MORTON, 1991; FRIM, 1992; RAM, 1994). Oliveira Jr. et al. (2009) conduziram experimento com moringa no semiárido da Paraíba utilizando estercos bovino e caprino na base de 20 t ha -1 e, cama-de-galinha na base de 10 t ha-1. Destes, a cama-de-galinha foi o que provocou maior incremento nos parâmetros de crescimento da moringa. A cama de frango merece destaque por ser uma fonte de excelente qualidade para a prática de adubação. Geralmente a sua relação C:N é estreita, o que facilita a rápida decomposição e fornecimento de nutrientes às plantas, sobretudo o nitrogênio e o fósforo, elementos que encarecem a prática da produção de alimentos (SOUZA et al., 2016).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Em qualquer cultivo agrícola, o controle de plantas daninhas é indispensável, visando à obtenção de plantas sadias e produtivas, principalmente em relação às seguintes operações de campo: capina entre fileiras e entre plantas de moringa, coroamento e cobertura morta. Capina. As plantas daninhas concorrem com a moringueira, notadamente, até os primeiros meses de implantado. Nesse período as capinas devem ser realizadas


C a p í t u l o I | 98 eliminando-se as plantas daninhas. Posteriormente, manter a projeção da copa livre de plantas daninhas e nas linhas e entrelinhas devem realizar roços periódicos com a roçadeira elétrica. Coroamento. O coroamento deve ser feito à enxada, e tendo-se o cuidado de não formar bacias em volta da muda, o que propiciaria o acúmulo de água durante o período chuvoso e, consequentemente, o encharcamento da planta. Cobertura morta. A prática da cobertura morta é feita a partir do início do período de estiagem, usando-se de preferência os resíduos orgânicos do beneficiamento da moringa. Usam-se também outros produtos residuais vegetais, como folhagens secas de gramíneas, restos de culturas, serragem de madeira, palha de arroz curtida e de bagana (folha de carnaúba triturada pela máquina de batição para retirada da cera). (QUEIROGA et al., 2013). A cobertura morta é uma prática muito importante nos cultivos agrícolas, por promover vários benefícios, como: aumento da atividade microbiológica do solo; incorporação de nutrientes, principalmente de nitrogênio, graças à decomposição da matéria orgânica; e controle da perda de água do solo pela incorporação e consequente manutenção hídrica do solo (EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL, 2009).

DOENÇAS DE MORINGA E SEU CONTROLE O cultivo de moringa, uma cultura anual e também perene, está se expandindo rapidamente na Índia, mas com esse rápido aumento, há um aumento correspondente de doenças, retardando seu crescimento potencial. Com a introdução de cultivares de alto rendimento, a adoção de técnicas de produção modernas, como práticas agronômicas de alto insumo, mudanças nas práticas culturais, livre circulação de materiais de plantio e mudanças nas condições climáticas ao longo dos anos contribuíram para os problemas de doenças, várias das quais se tornaram principais limitações em seu cultivo bem-sucedido, resultando em perdas qualitativas e quantitativas. As doenças tais como: Mancha foliar, oídio; as podridões das frutas e das raízes são causadas por patógenos transmitidos pelo ar e pelo solo. As doenças foliares são causadas pelos fungos Cercospora spp, Septoria lycopersici, Alternaria solani, Asperisporium moringae e Leveillula taurica, enquanto a podridão dos frutos é relatada como sendo causada por Drechslera hawaiiensis (estágio


C a p í t u l o I | 99 perfeito: Cochliobolus hawaiiensis). O patógeno da podridão radicular Diplodia sp e a murcha do fruto causada por Fusarium oxysporum f.sp. moringa e também são relatados (PONNUSWAMI, 2014). OÍDIO Sintoma: Os sintomas aparecem como um crescimento pulverulento branco a cinza claro na superfície inferior das folhas e a superfície superior correspondente exibe lesões amarelas com centros necróticos marrons. As folhas afetadas ondulam para cima e caem abundantemente. As plantas afetadas perdem seu vigor e permanecem estéreis. O rendimento é muito reduzido. Patógeno: o fungo Leveillula taurica é o responsável por esta doença. É um parasita obrigatório com micélio endofítico. Os conidióforos são longos e multi-ramificados. Os conídios são piriformes e cilíndricos, transportados isoladamente ou em cadeias curtas. Epidemiologia: Temperaturas de 25 a 30ºC e tempo nublado são altamente favoráveis para o desenvolvimento da doença. Controle: A pulverização de enxofre molhável de 0,2% dá melhor controle. PODRIDÃO DE RAIZ Podridão da raiz- Diplodia Sintoma: os sintomas da doença aparecem como gotejamento de goma da casca afetada que permanece como uma incrustação na casca. Gotas da goma de chiclete escorrem pelo caule. Nos estágios posteriores, a casca racha e desfia longitudinalmente. As folhas ficam pálidas e amarelas. A produção de frutos é bastante reduzida. Patógeno: O fungo que causa a doença é Diplodia spp. Modo de disseminação: o patógeno se espalha através de picnidiósporos com a ajuda de respingos de vento e chuva. Epidemiologia: Redução do vigor da árvore, danos causados por insetos, má nutrição das árvores, alagamento de água e fatores de envelhecimento. Controle: As árvores devem ser mantidas em condições de crescimento vigoroso. As partes afetadas devem ser raspadas e protegidas com a calda bordalesa. Também a


C a p í t u l o I | 100 pulverização de Carbendazim ou Thiophanate Methyl ou Chlorothalonil fornece controle eficaz. MANCHA DE SEPTORIA Sintoma: Manchas circulares com centro cinza esbranquiçado e margens marrom-escuras são vistas nas folhas, caule e cálice. O centro das manchas mostra minúsculos pycinida pretos brilhantes do tamanho da cabeça de um alfinete. Infecção severa causa desfolhamento durante a estação chuvosa. Patógeno: A doença é desencadeada pela Septoria lycopersici. O jovem micélio é de paredes finas hialinas e moderadamente septado. O micélio mais antigo é castanho, raramente ramificado e septado. No estágio inicial da formação pycinial, várias hifas se agregam em determinado ponto e, após se entrelaçarem, formam uma massa de tecidos de hifas que assume o aspecto de pseudoparênquima. Pycinidas são subgloboses compostas de 2 a 3 camadas de células marrons. Os pyciniosporos são filiformes hialinos ligeiramente curvos e septados com extremidades pontiagudas ou arredondadas. Modo de propagação: O patógeno sobrevive nos restos de plantas infectadas na forma de micélio ou esporos ou nos restos de plantas daninhas solanáceas hospedeiras. Os conídios são salpicados por chuvas que causam infecções. Epidemiologia: O fungo tem uma ampla variedade de hospedeiros, incluindo plantações de solanáceas e plantas daninhas que crescem dentro e ao redor do campo de moringa. Temperatura de 20 a 25ºC com umidade relativa de 75 a 92% é adequada para o desenvolvimento de doenças. Controle: Pulverizações com aplicações de vários fungicidas como Benomil, Carbendazim, Mancozeb, Oxicloreto de cobre, Folpet, Metiram e Captafol são eficazes contra a doença. MANCHA MARROM DA FOLHA Sintoma: os sintomas aparecem como manchas marrons espalhadas nas folhas e, em seguida, se espalham para cobri-las inteiramente. As folhas ficam amarelas e caem prematuramente. É o principal fungo parasita o Cercospora moringa (GONZÁLEZGARCÍA, 2011).


C a p í t u l o I | 101 Patógeno: Cercospora spp é responsável pela doença. O fungo é caracterizado pela forma de estroma marrom-escuro que surge fasciculado em linha reta ou levemente curvado, ou contínuo simples, marrom-amarelados, marrom-amarelados produzindo conidióforos polimórficos cilíndricos, fusóides, 1 -3 septados, amarelos a marrons com conídios afinando em direção ao ápice. Modo de disseminação: os conídios são disseminados pelo vento e respingos da chuva na superfície da folha, onde germinam e causam infecção. As manchas são produzidas nas folhas nas quais os conídios se formam, servindo como fonte de infecção secundária. Quando o clima se torna desfavorável, o fungo sobrevive nos restos da planta infectada e o ciclo se repete no próximo ano. Epidemiologia: O desenvolvimento da doença é favorecido pela alta umidade e temperatura. Os patógenos esporulam abundantemente a 20 a 30 ºC. Controle: pulverizações foliares com Carbendazim, Difolatan, Mancozeb, Maneb, Zineb, Metiram foram relatados como eficazes para o controle da doença. MANCHA FOLIAR DE ALTERNARIA Sintoma: Os sintomas aparecem nas folhas como manchas circulares a angulares, marrom-escuras com círculos concêntricos. As manchas coalescem e causam secagem e desfolhas (perdas das folhas). Marcas pretas ou marrons aparecem nos ramos. Patógeno: A doença é causada pelo fungo Alternaria solani. O micélio é hifas septadas, ramificadas e marrom-claras, que se tornam mais escuras com a idade. Os conidióforos emergem através dos estômatos a partir dos centros mortos da mancha. Os conídios são bicudos, muriformes escuros e carregados isoladamente ou em cadeias de dois. Cinco a dez septos transversais e alguns septos longitudinais estão presentes em cada conídio. Modo de propagação: A infecção primária ocorre por meio de conídios em restos de culturas no solo. A disseminação secundária da doença ocorre por meio de conídios desenvolvidos em pontos primários. Esses conídios são levados pelo vento, água e insetos para as folhas ou plantas vizinhas. Epidemiologia: A doença é favorecida pela alta umidade do solo, umidade relativa, orvalho e chuva. A temperatura ideal varia entre 28 ºC a 30 ºC.


C a p í t u l o I | 102 Controle: O início da doença é difícil de detectar. Depois que as manchas aparecem, muitas vezes é tarde demais para tratar a planta e a desfolha é inevitável. A limpeza de plantas daninhas que frequentemente são hospedeiras de doenças deve ser praticada. As folhas e as mudas devem ser verificadas regularmente quanto a sintomas de ataques de fungos. O extrato de semente de Neem pode ser pulverizado nas plantas para controlar a doença. A pulverização com fungicidas como Mancozeb, Maneb, Zineb, Metiram foi relatada como eficaz no controle de manchas foliares. FUSARIUM WILT Sintoma: As plantas afetadas exibem amarelecimento das folhas inferiores nos estágios iniciais e descoloração das folhas mais jovens logo em seguida. As folhas caem, murcham e secam. A doença afeta alguns ramos de uma planta ou a planta inteira pode murchar de forma irreversível. As plantas ou ramos afetados secam. Os feixes vasculares tornam-se marrons. Geralmente, as plantas apresentam crescimento atrofiado e os frutos amadurecem prematuramente. Patógeno: o agente causador da doença é o Fusarium oxysporum f. sp. Moringae. O micélio está separado. São produzidos microconídios, macroconídios e clamidósporos. Modo de propagação: O fungo é transmitido pelo solo e sobrevive no solo como clomidosporos ou como micélio de crescimento saprofítico em restos de colheitas infectados. Os esporos transmitidos pelo vento, pela água de drenagem superficial e os implementos agrícolas também ajudam na distribuição do patógeno de campo para campo. Epidemiologia: o desenvolvimento da doença é favorecido pela alternância de altas e baixas temperaturas do solo e altos níveis de umidade. Outros fatores favoráveis incluem solos arenosos leves, baixo nível de umidade do solo e pH. A presença de nematoides aumenta muito a infecção. Controle: As sementes devem ser plantadas em solo livre de doenças e de nematoides. O tratamento de sementes com Carbendazim 2 g/kg de sementes reduz a incidência da doença. As plantas infectadas devem ser removidas e destruídas. A longa rotação de culturas com culturas não hospedeiras ajuda na redução do inoculo. A incidência de murcha foi significativamente reduzida com a aplicação de Carbendazim, Benomyl com espalhante de óleo.


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PODRIDÃO DE FRUTAS Sintoma: As vagens que atingem a maturidade apresentam extensa podridão. Os sintomas da doença são observados em toda a superfície das vagens, mais conspicuamente na extremidade estigmática. Nas vagens verdes, podem ser observadas manchas afundadas elípticas ou alongadas com margens salientes marrom-avermelhadas. Os vagens parecem encolhidas com dimensões mais finas em suas extremidades estigmáticas do que saudáveis. Em estágios avançados da doença, as vagens apodrecem e secam prematuramente, deixando pontos elevados irregulares sobre eles. Modo de disseminação: o organismo causal foi identificado como um fungo Drechslera hawaiiensis. Controle: A pulverização com Chlorotalonil, Iprodiona e Maneb foi considerada eficaz.

PRINCIPAIS PRAGAS DA MORINGA E SEU CONTROLE As pragas mais sérias da moringa são os alimentadores de folhas, Noorda blitealis Walk., Lagartas peludas, tais como: Eupterote mollifera Walk., Metanastria hyrtaca C., Pericallia ricini, (Fab.), Taragama siva (Lef.); Gorgulho de folha, Myllocerus spp.; alimentadores de flores, Noorda moringae Tams.; mosca do caule, Stictodiplosis moringae Mani.; mosca da fruta, Gitona distigma Meigen; lagartas da casca, Indarbela tetraonis (Moore); broca do caule, Batocera rubus L.; afídeo, Aphis craccivora Koch. e escama, Ceroplastodes cajani (Mask.); mosca branca, Trialeurodes rara Singh (PONNUSWAMI, 2014). a).Alimentadores de raiz. 1.Larva branca. DANOS: A larva se alimenta de raízes de árvores de moringa. O besouro adulto se alimenta de folhas, marrom escuro e mede cerca de 18-20 mm. Ele põe ovos em solos arenosos úmidos com 2,5-15 cm de profundidade e 2-4 ovos em um buraco. A larva é branca em forma de C e alimenta-se das raízes. É a fase pupal que ocorre no solo. Os adultos saem com as monções durante os meses de junho a julho (Índia).


C a p í t u l o I | 104 CONTROLE: -Em março-abril, a aragem profunda de terras em pousio deve ser realizada com o objetivo de expor o estado imaturo, ou seja, larvas e pupas desta praga para predação das aves. -A coleta mecânica de besouros pode ser feita durante a noite sacudindo as árvores hospedeiras. Galhos cortados de árvores hospedeiras como o nim podem ser plantados à noite para atrair os besouros para a coleta. - Instalação de armadilha luminosa no campo. b).Brocas. 1.Besouro ou Broca do caule: Batocera rubus Linn. DANOS: É amplamente distribuído por todo o subcontinente indiano. Os ovos são colocados individualmente em rachaduras ou fendas na casca da árvore. Na eclosão, as larvas fazem uma toca em ziguezague sob a casca, se alimentam de tecidos internos, alcançam o alburno e causam a morte do ramo ou caule afetado. Sua fase de pupação ocorre dentro dessas galerias. Os adultos saem e se alimentam da casca de galhos jovens e pecíolos. As larvas são robustas, com cerca de 10 cm de comprimento, amareladas com segmentação bem definida. Os adultos são besouros de tamanho médio e marrom-amarelados com manchas brancas nos élitros (asas anteriores modificadas por endurecimento). Os períodos de ovos, larvas e pupas duram 1-2, 24-28 e 12-24 semanas, respectivamente. Existe apenas uma geração em cada ano. CONTROLE: -Limpe todo o material membranoso e excrementos -Tampe os orifícios com algodão embebido em fumegantes com: o clorofórmio, formalina ou gasolina e vede com lama o orifício. 2.Lagarta da casca: Indarbela tetraonis. DANOS: Tem uma série de plantas hospedeiras, que causa grave danos. O ataque é mais pronunciado em árvores abandonadas e em locais onde a sanidade das plantações é precária. Os ovos são depositados em cortes ou rachaduras na casca do tronco ou nos galhos principais da árvore. Na fase de incubação, as lagartas se alimentam superficialmente abaixo da casca, formando galerias em zigue-zague e, posteriormente, perfurando dentro da casca ou tronco principal, e permanecem dentro dessas tocas durante o dia, mas saem à noite e se


C a p í t u l o I | 105 alimentam da casca. A larva ao mastiga a casca irá resultar no surgimento de galerias em zigue-zague e massas de teias de seda compostas de materiais mastigados e excrementos. A mariposa adulta é marrom claro com asas anteriores com manchas e estrias marrons e asas traseiras brancas. A larva tem 40-45 mm de comprimento, é robusta e de cor marrom sujo. 3.Mosca do vagem/mosca do fruto: Gitona distigma. DANOS: As larvas da mosca da moringa causam ranhura e gomose, levando à secagem nas pontas das vagens (Figura 49). Além de secar, também provoca rachaduras nas pontas e escoamento de goma exsudado da vagem.

Figura 49. Mosca da vagem de moringa (Gitona distigma). Foto: Ponnuswami (2014).

A mosca adulta é pequena, amarelada com olhos vermelhos. Ela deposita os ovos em ranhuras entre as cristas das vagens. A larva recém-eclodida entra na vagem e começa a se alimentar do seu conteúdo interno. As larvas se transformam em pupa no solo (KAREEM et al., 1974). CONTROLE: -Usem atrativos como: óleo de citronela, óleo de eucalipto, vinagre (ácido acético), dextrose ou ácido láctico. - Instale uma armadilha de farinha de peixe para atrair os insetos e matá-los. -Varrer o solo sob as árvores ou arar o campo infestado para destruir os pupários.


C a p í t u l o I | 106 -Depois aplicar Endosulfan 4% D por 25 kg/ha - Pulverização de inseticidas como Nimbecidine 3ml/litro durante 50% da frutificação e 35 dias depois. c).Alimentadores de folhas. 1.Lagarta peluda, Metanastira hyrtaca. DANOS: A lagarta peluda se alimenta de folhas, causando desfolhamento. O adulto é uma mariposa marrom acinzentada robusta exibindo dimorfismo sexual. A mariposa macho tem antena pectinada e uma mancha marrom chocolate no meio das asas anteriores. A mariposa fêmea é maior em tamanho, com asas mais longas e mais largas e faixas transversais onduladas. A larva é noturna, cilíndrica, marrom-acinzentada, robusta e peluda. 2.Lagarta peluda: Eupterote mollifera. DANOS: Elas são vistas em grupos nos troncos das árvores, alimentando-se gregariamente (reunidas em grupos) e raspando a casca. Alimenta-se de folhas vorazmente causando desfolhamento severo. A mariposa adulta é grande, com coloração marrom-amarelada clara e uniforme. Ela põe ovos em grupos nos brotos florais e nas folhas. As lagartas recém-eclodidas são acastanhadas e densamente peludas. Eles são encontrados em grande número no caule durante o dia. A fase pupal é realizada no solo. 3.Lagarta peluda, Pericallia ricini. DANOS: A lagarta peluda se alimenta de folhas, causando desfolhamento CONTROLE: -Coletar e destruir as massas de ovos e lagartas. -Instalar armadilha luminosa, sendo uma unidade/ha para atrair e matar adultos imediatamente após a chuva. -Use uma tocha acesa para matar as larvas que se agromeram no tronco. - Pulverização com FORS na dose de 25 g/litro ou Endosulfan 35 EC na dose de 2ml / litro ou Carbaril 50 WP na dose de 2 g/litro. 4.Lagarta da folha: Noorda blitealis. DANOS: As lagartas constroem teias de seda unindo-se ao lado ventral dos folíolos adjacentes e permanecem dentro da teia nas folhas, tornando-as como papel. Infestação severa causa desfolhamento completo. As fêmeas colocam os ovos ovais cremosos nas folhas, os quais eclodem em 2-3 dias. As larvas se alimentam de folíolos em uma teia de seda fina na superfície inferior. Assim, as


C a p í t u l o I | 107 folhas aparecem como papel e secam. Se a praga for deixada livre, toda a árvore é desfolhada. As larvas adultas realizam a fase de pupa no solo. Os adultos surgem em 6-9 dias e o ciclo de vida continua. A infestação severa ocorre no novo fluxo da safra durante junho-agosto, que posteriormente retrocede. CONTROLE: -Arar ao redor das árvores para expor e matar as pupas. -Coletar e destruir as teias de seda com as lagartas nos estágios iniciais de infestação. -Instalar armadilha de luz, sendo uma armadilha/ha. - Colocar provisão para assentamento de pássaros acima da altura da cultura da moringa no campo, permitindo que os pássaros os visitem e os alimentem. -Aranhas são encontradas parasitando em grande escala a praga, pois elas exercem um controle natural sobre o aumento da população da lagarta. - Pulverização de inseticidas como Carbaril 50 WP por 1mg/ litro ou Malathion 50 EC 2 ml/litro de água ou Fenthion (0.05%). 5.Gorgulho de folha, Myllocerus spp. DANOS: Os gorgulhos adultos causam entalhes nas folhas. Larvas se alimentam de raízes e causam murcha de plantas (Figura 50).

CONTROLE: - Coletar e destruir os gorgulhos adultos. -Aplicar Carbofuran 3 g a 15 kg/ha 15 dias após o plantio.

Figura 50. Gorgulho (Ash weevils) de folha da moringa. Foto: Ponnuswami (2014).


C a p í t u l o I | 108 d).Alimentadores de flores. 1.Lagarta do botão floral: Noorda moringae. DANOS: A larva perfura os botões das flores e causa grande queda. A Noorda moringae ocorreu no sul da Índia, que causou 78% de danos aos botões quando a infestação foi severa. Os adultos são mariposas de pequeno porte com asas anteriores marrom-escuras e asas traseiras brancas com borda marrom-escura. Ovos ovais cremosos são colocados individualmente ou em grupos nos botões. A fecundidade é de 248 ovos/fêmea. A larva é marrom-suja com uma faixa dorsal média proeminente e cabeça preta. A fase de pupa ocorre no solo ou na superfície do solo em um casulo terrestre. 2. Mosquito do botão floral: Stictodiplosis moringae. DANOS: A larva se alimenta do conteúdo interno dos botões das flores, causando a queda de botões em grande número. A mosca adulta tem vida livre, é pequena e de cor marrom. A mosca fêmea introduz seus ovos em grupos de 5 a 80 nas anteras dentro dos botões. A fase de pupa ocorre no solo em um casulo. Os períodos larval e pupal duram de 6 a 9 e 5 a 9 dias, respectivamente. CONTROLE: -Arar ao redor das árvores para expor e matar as pupas -Coletar e destruir os botões danificados junto com a lagarta - Instalar armadilha de luz, sendo uma armadilha/ha. - Pulverização de inseticidas como: Carbaril 50 WP por 1mg/litro ou Malathion 50 EC 2 ml/litro de água. e).Alimentadores de seiva 1.Escama, Ceroplastodes cajani. DANOS: Tanto as ninfas quanto os adultos sugam a seiva e afetam o vigor das plantas. Embora cada inseto leve apenas algumas gotas de seiva durante sua vida útil, a presença de um número enorme de insetos sugando a seiva continuamente às vezes enfraquece as árvores e acaba afetando o tamanho dos frutos. 2.Pulgão do algodoeiro: Aphis gossypii. DANOS: Tanto as ninfas quanto os adultos danificam os brotos tenros. CONTROLE: -Liberação de larvas de primeiro ínstar de Chrysoperla carnea. Liberando 1.00.0000 por hectare.


C a p í t u l o I | 109 -Aplique Methyl Demeton ou Dimethoate 2 ml/litro. Todas as vagens devem ser removidas antes da pulverização.

Na Tabela 22 apresenta a disponibilidade das partes da planta de moringa aos fitoparasitas de acordo com a época do ano (MELO et al., 2013). Tabela 22. Disponibilidade anual de produtos de Moringa oleifera. Produtos

Jan

Feb

Mar

Abr

Maio

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Folhas

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Flores Vagens

X

X

X

X

Sementes

X

X

X

X

Fonte: Melo et al. (2013). - (x) meses de avaliação. Os dados são variáveis, dependendo da variedade, região e sistema de produção.

PODA Nunca deixar de podar uma árvore de moringa, deixando-a crescer alta e reta, com ramos laterais só no topo (Figura 51). Assim a planta produzirá pouco, de qualidade inferior e inacessível à colheita. Recomenda-se podar para manter a árvore em tamanho médio e aumentar a produção de tudo (folhas, flores, vagens e sementes).


C a p í t u l o I | 110

Figura 51. Árvore gigante de moringa sem manejo de poda, crescida na Índia. Foto: John A. Parrotta (2005).

Antes de a primeira florada aparecer, o correto é podar no mínimo 3 vezes. Isso ajuda a árvore a desenvolver uma arquitetura (ou estrutura de produção) forte, ficar encopada e produzir mais vagens com sementes, numa altura acessível, facilitando assim a colheita. 1º Poda: Quando a árvore alcança ± 3 meses de idade, o caule principal atinge 60 cm de altura. Devem-se podar as pontas terminais a 10 cm do topo (Figura 52). Isso pode ser feito usando os dedos (ou faca ou tesourinha), já que o broto terminal é tenro, frágil, em razão de o ramo apical ser destituído de fibra e casca.


C a p í t u l o I | 111

Figura 52. A primeira poda é realizada no topo da planta com 60 cm de altura (± 3 meses de idade) e 10 cm abaixo do ápice. Fonte: Urbano, E., 2012.

2º Poda: Quase uma semana depois, os ramos secundários começarão a aparecer no talo principal debaixo do corte feito no caule principal. Quando esses ramos secundários alcançarem o comprimento de 20 cm devem-se cortar 10 cm de cada um (pela metade do ramo secundário; Figura 53). Recomenda-se usar uma lâmina afiada e fazer o corte inclinado (em bisel). O corte em bisel do ramo evita o acúmulo de água na área do corte, que poderia causar o seu apodrecimento. Enquanto a parte eliminada da planta (os brotos cortados), usar imediatamente na alimentação animal.

Figura 53. Poda o ramo secundário com o comprimento de 20 cm, corta-se 10 cm de cada um (pela metade). Fonte: Urbano, E., 2012.


C a p í t u l o I | 112 3º Poda: Os ramos terciários aparecerão e, ao alcançarem 20 cm, deverão ser podados a 10 cm, da mesma forma anterior (Figura 54).

Figura 54. Plantação de moringa podada; e surgimento de ramos terciários após a poda de ramos secundários. Ramo secundário (seta alaranjada) e ramo terciário (seta vermelha). Fontes: E. Urbano (2012); D. P Maharshi (2018).

Após cada colheita, devem podar galhos e aproveitá-los para extrair goma, tinta, lascas para mastigar como remédio ou fazer cinza terapêutica. A árvore rebrotará com vigor (Figura 55). Se quiser, podem deixar alguns poucos ramos engrossarem para fazer mudas por estaca. Ou podar a árvore inteira, cortando o tronco principal a 1,5 m ou 2 m do chão. Podando após cada colheita, aumenta-se o número de brotos e ramos, a quantidade de folhas, flores, vagens e sementes e consegue-se aumentar para 3 as colheitas anuais em comparação a planta sem poda (URBANO, 2012).


C a p í t u l o I | 113

Figura 55. Árvores podadas de moringa em plena fase de brotação. Foto: Arquivo da Finca Yguá - Pirareta - Piribebuy – Paraguai.

Para cultivar tipos anuais de moringa, logo após o fim da colheita, deve-se cortar o tronco principal da árvore a aproximadamente 90 cm do nível do chão. Perto de duas semanas depois, 15 a 20 brotos aparecerão abaixo do corte e podem deixá-los que os novos galhos cresçam na árvore, mas apenas os 4 ou 5 ramos mais robustos (Figura 56). Em relação aos brotos restantes, devem cortá-los inclinadamente enquanto eles são jovens, antes de ficarem compridos e endurecerem. É importante continuar o mesmo processo de poda (como foi feito com as mudas novas) para fazer o arbusto encorpado, ou seja, com uma copa grande e frondosa (URBANO, 2012).


C a p í t u l o I | 114

Figura 56. Rebrota de folhas em árvore de moringa após a poda. Fotos: Pricila Vetrano Rizzo (2019).

PRODUÇÃO DE SEMENTES DA MORINGA ANUAL A moringa anual propagada por semente (Figura 57) apresentou sua floração em cerca de 100-110 dias e a primeira colheita dos frutos foi realizada entre 160 - 180 dias após a semeadura. As árvores continuaram a dar frutos por aproximadamente quatro meses. A duração total da colheita de semente variou de 210 - 240 dias.

Figura 57. Sementes de Moringa oleifera.


C a p í t u l o I | 115 A colheita dos frutos da moringa de coloração marrom aos 70 dias após a antese levou à recuperação de sementes de qualidade e elevou o potencial de germinação. As sementes da porção média e proximal do fruto, em comparação com a porção distal, são de qualidade superior. As vagens colhidas devem ser secas por um ou dois dias à sombra com boa ventilação. As sementes são extraídas manualmente, abrindo as vagens com uma leve pressão sobre elas. Na abertura, as sementes são separadas livremente. Sementes pequenas, enrugadas e danificadas são removidas. Moringa anual propagada por soqueira. As safras de soqueira de moringa podem ser colhidas por 3 anos sem redução na qualidade da semente (SIVASUBRAMANIAN, 1996). De acordo com o procedimento de certificação da Índia, uma só soqueira pode ser permitida para a produção de sementes certificadas. No entanto, três ou mais soqueiras podem ser utilizadas para a produção de sementes com etiquetagem verdadeira. No caso de soqueira, são podadas as árvores a uma altura de 90 cm e as mesmas operações culturais para a cultura convencional devem ser seguidas. A moringa anual rende de 200 a 250 frutos ou vagens por árvore por ano. Em cada vagem pode conter de 10-13 sementes. Portanto, a produção de sementes é de 2.000 a 3.250 sementes por árvore por ano, ou seja, 600 g a 1 kg de sementes por árvore. Recomendase usar 25 kg de esterco/ árvore para a soca e o campo deve ser irrigado imediatamente após a soca (poda). Após a colheita, as vagens são secas ao sol durante 2 dias e as sementes extraídas manualmente, abrindo as vagens. As sementes devem ser secas ao nível de umidade mais segura, ou seja, 8-10%. Classificação: A separação de sementes pequenas, mal preenchidas e danificadas pode ser feita usando uma peneira redonda perfurada de “24/64". A melhor classificação da semente alada (asa móvel) é obtida usando o separador de gravidade específica com frações de sementes mais pesadas e médias, resultando em maior emergência e vigor das mudas. Tratamento e armazenamento de sementes: Normalmente as sementes são viáveis por um ano. Sementes tratadas com Bavistin (2 g/kg de sementes) armazenadas em saco de polietileno calibre 700 armazenadas por mais tempo do que as sementes não tratadas em saco de tecido. A maior viabilidade das sementes de moringa armazenadas pode ser


C a p í t u l o I | 116 alcançada com uma UR de armazenamento de 75% quando o teor de umidade de equilíbrio da semente era de 10% (SIVASUBRAMANIAN, 1996). As sementes de moringa anuais podem ser armazenadas por até 12 meses, quando as sementes recém-colhidas são secas até um teor de umidade de 8% e tratadas com captan na dosagem de 2 g/kg de sementes e embaladas em sacos de polietileno de calibre 700 (PALANISAMY et al., 1985). As sementes pretas e marrons tratadas com carbendazim 2g / kg de sementes e armazenadas em sacos de polietileno calibre 700 mantiveram mais de 84% de germinação até 12 meses (SIVASUBRAMANIAN; THIAGARAJAN, 1997).

ALIMENTAÇÃO DE ANIMAIS Acredita-se que o futuro da agricultura está nos sistemas agro-silvo-pastoris e a moringa é uma espécie capaz de cumprir um papel importante neles. Espécies com comportamento semelhante, como a leucena (Leucaena leucocephala L. De Witt.) e a algarroba (Prosopis spp.) têm mostrado sua adaptação a esses sistemas em zonas áridas e semiáridas subtropicais e tropicais, contribuindo para alcançar produções relevantes (AYERZA, 2017). A moringa pode ser uma alternativa e/ou complemento a estas espécies dependendo das condições do solo, clima e objetivos de produção. Do ponto de vista ecológico, existem ecossistemas onde as três espécies podem prosperar. Por exemplo, na Floresta Seca da Costa equatoriana, na província de Santa Elena, é possível ver nas mesmas condições naturais, separadas apenas por alguns metros as algarrobeiras, leucenas e moringas espontaneamente associadas ao capim buffel (Cenchrus ciliaris L.). Este é o capim que com a leucena e a algarroba têm demonstrado a viabilidade desses sistemas de produção em diversos ecossistemas áridos e semiáridos como o Chaco Árido e a Catinga brasileira (AYERZA, 1983, 2010 ͨ; AYERZA et al., 1988; RIBASKI; MENEZES, 2002; SÁNCHEZ et al., 2008). Recentemente, uma pesquisa destacou o crescimento de plantas de capim buffel e moringa na mesma área no deserto de Thar, no estado de Punjab, Paquistão (SHAHEEN et al., 2014). Embora as duas espécies sejam nativas desse mesmo ecossistema, mas atualmente encontrar essa presença conjunta não é fácil devido aos graves processos de desmatamento e sobrepastoreio a que está sujeita tal ambiente. As folhas são comestíveis e ricas em proteínas, com um perfil muito equilibrado de aminoácidos essenciais. Ao mesmo tempo, contém vitaminas, principalmente A e C, em


C a p í t u l o I | 117 grandes quantidades, além de potentes antioxidantes (OLSON; FAHEY, 2011). Mendieta (2011) realizou estudos com silagem de moringa e diferentes níveis de inclusão na dieta de vacas leiteiras. Em bovinos, Foidl et al. (2001) relata que o corte dos brotos é realizado em intervalos entre 35 e 45 dias, estes dependendo das condições de manejo da cultura, podem atingir alturas de 1,20 a 1,50 m (Figura 58). Os materiais cortados, caules, ramos e folhas são picados e fornecidos aos animais (Figura 59). Foram oferecidos até 27 kg de matéria fresca/animal/dia. Ao iniciar a alimentação com moringa é possível exigir um período de adaptação, misturando-o com outros alimentos que são oferecidos ao gado. A moringa pode ser usada como um suplemento protéico ou substituto completo (Tabela 23).

Figura 58. Alimentação de animais com folhas de moringa. Foto: HERBYZONE (2018).

Figura 59. Combina colheitadeira mecanizada e caminhões (tratores) que trabalham no campo: colheita de alimentos frescos da planta de moringa para alimentação animal (ou produzir silagem).


C a p í t u l o I | 118 Tabela 23. Perfil nutricional de folhas de Moringa oleifera. Composição química

Cofatores e Coenzimas

Proteína (g)*

29,4

Vitamina B (mg)*

2,02

Fibra (g)*

12,5

Vitamina B (mg)*

21,3

Graxa (g)*

5,2

Vitamina B (mg)*

7,6

Carboidratos (g)*

41,2

Vitamina C (mg)*

15,8

Lisina (g)**

3,6

Vitamina E (mg)*

10,8

Leucina (g)**

5,22

Cálcio (mg)*

2185

Metionina (g)**

0,95

Magnésio (mg)*

448

Cisteína (g)**

2,05

Fósforo (mg)*

252

Glicina (g)**

5,15

Potássio (mg)*

1236

Alanina (g)**

3,43

Cobre (mg)*

0,49

Energia Bruta (cal)**

329

Ferro (mg)*

25,6

Fonte: * Gopalakrishnan, et al (2016), valores baseados em 100 g de amostra; ** Okereke e Akaninwor (2013), valores baseados em 100 g de proteína.

Para ser uma fonte de forragem adequada, a moringa deve ser capaz de produzir e manter uma alta produção de biomassa ao longo dos anos. No entanto, nas condições de floresta tropical seca e sem fertilização, ocorre uma redução ano-a-ano na produtividade (SÁNCHEZ et al., 2006). Poucos estudos sobre a nutrição mineral dessa planta foram realizados, todos em condições de laboratório (DASH; GUPTA, 2009; OLIVEIRA et al., 2009; PAMO et al., 2005; MENDIETA, 2011). Os níveis de proteínas e vitaminas colocam a Moringa oleifera como um suplemento importante na dieta de gado leiteiro e de engorda, bem como na dieta de aves, peixes, porcos, etc., desde que haja um balanço nutricional (GARAVITO, 2008). A semeadura pode ser feita por sementes ou estacas. As sementes germinam dez dias após a semeadura. A Moringa oleifera pode ser cultivada em forma de canteiros, áreas pequenas ou grandes de acordo com o requerimento de alimentos e as possibilidades de manejo. Além disso, no caso de pequenos produtores, podem-se semear em estacas ou cercas vivas para posterior colheita dos galhos. Em qualquer caso, os galhos devem ser cortados entre 35-45 dias, de cada vez. A semeadura deve ser feita de forma escalonada para ter forragem fresca o tempo todo (FOIDL et al., 2001). As pragas que afetam as plantas imediatamente após a germinação são as formigas (Atta sp), a largata dos capinzais (Mocis latipes), normalmente atacam e não voltam à cultura,


C a p í t u l o I | 119 embora deva ser controlada de qualquer maneira para reduzir os danos (FOILD et al., 2001). PURIFICAÇÃO DE ÁGUA O subproduto da extração do óleo da semente, denominado torta de moringa, contém um teor muito alto de proteínas e pode ser utilizado como clarificador de águas turvas. Quando essas sementes são esmagadas, as proteínas produzem uma carga positiva agindo como imãs e atraindo as partículas, principalmente as de carga negativa como argila, sílica, bactérias Gram negativas e outras moléculas tóxicas contidas na água. (FOIDL et al., 2001; FUTI et al., 2011; Figura 60).

Figura 60. Clarificação de água turva com torta de moringa logo após a extração do óleo.

No Sudão e no Egito, com a finalidade de clarificar as águas do rio Nilo, é utilizado na forma de farinha formada pela moagem das sementes descascadas, sem extração do óleo, precipitando os minerais e produtos orgânicos. A farinha assim obtida é misturada com água, agitada por cinco minutos, deixada em repouso por uma hora, e então decantada, deixando no fundo os contaminantes que constituem 99% das impurezas presentes na água. Requere-se uma semente/litro para água ligeiramente turva e duas sementes/litro para água muito turva. Essa água assim clarificada é usada tanto para lavar a roupa quanto para beber (FOIDL et al., 2001)


C a p í t u l o I | 120 As populações rurais da Etiópia usam farinha de semente de moringa para purificar a água dos rios e lagos para beber, lavar roupa, os utensílios de comida, etc. Em um trabalho realizado por Delelegn et al. (2018) neste país, no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Biologia da Universidade de Gondar, utilizando água de dois afluentes do Lago Tana, que por sua vez é um afluente do Rio Nilo, compararam a ação da farinha de moringa com o sulfato de alumínio, um composto amplamente utilizado na purificação de água. Para isso, utilizaram a farinha de semente obtida logo após a extração do óleo com distintos solventes, em diferentes concentrações. Os resultados mostraram uma redução máxima de impurezas de 87 e 98% para o extrato de moringa e sulfato de alumínio, respectivamente, na água do rio Angereb, e de 84 e 99%, respectivamente, na água do rio Shinta. Essas reduções obtidas com o uso da farinha de sementes ainda estão acima do valor determinado como ótimo pela Organização Mundial da Saúde – WHO (2008). No caso do rio Angereb, onde foi obtido o melhor resultado, a classificação foi de 16,8 NTU, que significa unidades de turbidez nefelométrica (Unidades Nefelométricas de Turbidez), quando o valor fornecido pela OMS é de 5 NTU. Embora o sulfato de alumínio tenha atingido o valor da OMS, ele baixou o pH original da água de 6,7 e 7,2 para os rios Angereb e Shinta, para 3,8 e 3,7, respectivamente, enquanto a moringa apenas os reduziu para 6,4 e 6,9, respectivamente. Nos tratamentos com sulfato de alumínio, isso implica na necessidade de adicionar carbonato de cálcio ou bicarbonato de sódio para elevar o pH a níveis aceitáveis. Os pesquisadores consideram que os resultados são relevantes, justificando aprofundar os tratamentos com diferentes concentrações de farinha de moringa para chegar ao valor da Organização Mundial de Saúde. Para as áreas rurais de países como Egito, Sudão e Etiópia, as dificuldades colocadas pelo uso do sulfato de alumínio como clarificador de água seriam o alto custo, a falta de pessoal especializado para sua manipulação e a incerteza sobre a qualidade e quantidade disponível no país (AMAGLOH; BENANG, 2009; SUTHERLAND et al., 1990). O fato de a moringa poder crescer em qualquer lugar que é necessitada pode dar uma grande vantagem à farinha da semente dessa planta sobre o produto químico. A água limpa não é apenas essencial para a vida, mas também previne a transmissão de doenças. O pó de semente de moringa tem sido tradicionalmente usado para purificar água (NAVARRO GARRIDO, 2010) (Figura 61). O primeiro tratamento em grande escala foi realizado em Malawi com algum sucesso (FOLKARD et al., 1986). O


C a p í t u l o I | 121 tratamento de águas poluídas é um processo demorado que consiste em várias etapas. Existem extensos estudos sobre o poder floculante de extratos de pó de semente de moringa

no

processo

físico-químico

de

coagulação-floculação

(FOLKARD

SUTHERLAND, 1996; WARHURST et al., 1997; COELHO et al., 2009; MENDOZA et al., 2000; RODRÍGUEZ-MUÑOZ et al., 2005; RAMALHO de OLIVEIRA et al., 2011; POOPOLA OBEMBE, 2013). Embora a maioria seja experiência piloto realizada em laboratório (YIN, 2010). Os trabalhos anteriores equiparam o poder de floculação do pó de semente de moringa ao da alumina. Nos países em desenvolvimento, dá-se a situação de o uso da alumina ser caro e realizado apenas em grandes dutos nas grandes cidades, deixando as áreas periurbanas e rurais sem tratamento de água (RODRÍGUEZ-MUÑOZ et al., 2005). De acordo com Martín et al. (2013), 100 mg/l de pó de semente reduz a DQO (demanda química de oxigênio) em até 50%. A moringa, portanto, se junta a outros agentes descontaminantes, como Carica papaya, Citrus sinensis, Mangifera indica, Tamarindus indica (CHOY et al., 2014), Eicchornia crassipes, Opuntia ficus-indica, microalgas e bactérias, etc. (NHARINGO MOYO, 2016). Moringa oleifera também é utilizada em casos de biorremediação devido à sua capacidade de absorver metais pesados como Pb, Cd e Ni (GONÇALVES JUNIOR et al., 2013); Cu, Zr e Ni (BELTRÁNHEREDIA; SUÁREZ-MARTÍN, 2009).

Figura 61. Processo doméstico de floculação de água turva. Foto: Navarro Garrido, www.accióncontraelhambre.org).


C a p í t u l o I | 122 Extratos de sementes de moringa têm se mostrado eficazes na eliminação de cianobactérias na purificação de águas eutrofizadas (LÜRING BEEKMAN, 2010).


C a p í t u l o I I | 123

Capítulo II

COLHEITA, SECAGEM, EXTRAÇÃO DE ÓLEO E COMERCIALIZAÇÃO DA MORINGA

Vicente de Paula Queiroga Acácio Figueiredo Neto José da Cunha Medeiros Esther Maria Barros de Albuquerque (Editores Técnicos)


C a p í t u l o I I | 124 COLHEITA DA MORINGA A árvore da moringa tem uma folha composta: uma folha é formada por vários folíolos. Isto consiste que uma folha é formada por vários folíolos presos à ráquis que se origina do ramo. Recomenda-se a colheita manual de talos e folhas com tesoura, foice ou faca afiada. Todos os talos devem ser cortados na altura desejada, ou seja, 30 cm a 1 m acima do solo (Figura 62). As colheitadeiras mecânicas também podem ser usadas para a produção intensiva de folhas em grande escala.

Figura 62. Operação manual de poda das plantas de moringa plantadas em fileiras duplas para efetuar a colheita de ramos com folhas e depositá-los em caixas plásticas. Foto: Medeiros, J. C. (2019).

A colheita também pode ser feita removendo os galhos com folhas, colhendo-os diretamente da árvore. Eles são facilmente removidos na base do pecíolo. É mais rápido colher desta forma, mas se as árvores não forem submetidas a uma boa poda, então o crescimento seguinte da árvore é, portanto, menos vigoroso. Um alto nível de higiene deve ser mantido. Os produtos devem ser colhidos na hora mais fresca do dia: de manhã cedo ou tardezinha. É importante garantir que não haja orvalho


C a p í t u l o I I | 125 na produção antes da colheita, principalmente pela manhã, para evitar o apodrecimento durante o transporte. Dependendo da finalidade alimentícia de cada colheita, é necessário realizar a poda na planta de moringa, aliado ao espaçamento mais adequado da lavoura, para facilitar a operação de colheita de frutos maduros, vagens tenras e folhas. Suas distintas colheitas são: Colheita de vagens maduras ou de produção de sementes: Os tipos de cultivares perenes desenvolvidos por estacas levam quase um ano para dar frutos. O rendimento será geralmente baixo (80-90 frutos/ano) nos primeiros dois anos de frutificação. Isso aumenta gradualmente para 500-600 frutos/árvore/ano no quarto e quinto anos. As vagens são colhidas principalmente entre março e junho. Uma segunda safra é normalmente colhida de setembro a outubro, no caso para as condições da Índia. As cultivares anuais de moringa são sazonais em termos de frutificação e a cultura semeada em setembro chega à colheita em seis meses. Os frutos de comprimento e circunferência suficientes são colhidos antes de desenvolverem fibras. O período de colheita se estende por 2-3 meses e cada árvore dá 250-400 frutos dependendo da variedade. Deve-se realizar a poda de formação na planta de moringa, eliminando inicialmente a gema terminal do caule principal (10 cm do topo) quando a planta alcança a altura de 6080 cm de altura, visando à indução dos ramos secundários. Quando os mesmos alçancam um determinado crescimento de 20 cm, eliminam-se as suas gemas terminais (corta-se 10 cm de cada ramo secundário) para induzir a formação ou surgimento dos ramos terciários. Ao final, a planta irá assumir um porte baixo e apresentar uma copa bastante estendida, principalmente quando é cultivada no espaçamento pouco adensado (Exemplo: 3-5 m x 3,5 m). Devido a seu crescimento limitado, a poda deve ser sempre mantida para que a planta não ultrapasse a altura superior a 2,50 m. Assim, a planta com pequeno porte irá produzir mais frutos e também irá facilitar a colheita manual das vagens maduras (ou secas) pelo produtor e aquelas vagens em posição mais elevadas da planta, são colhidas com auxílio de um cano plástico com algumas adaptações ou uma vara com cesto em uma das extremidades (Figuras 63 e 64). Mesmo após a sua maturação, as vagens podem ainda permanecer na planta por alguns


C a p í t u l o I I | 126 dias sem que suceda a sua deiscência e a perda de sementes (Figura 65). À medida que a colheita é realizada em qualquer hora do dia, os frutos secos vão sendo depositados em sacos de aniagem ou em balaios.

Figura 63. Cano plástico (1\2”) com de 2,5 m comprimento pode ser adaptado para colheita de vagens de moringa: Fazer um furo próximo à extremidade do cano e prender duas lâminas amoladas, de forma cruzada, por um parafuso (apertar a porca borboleta), de modo que uma parte da lâmina ultrapasse a altura do cano. Modo operante: Introduzir a vagem de moringa no cano e com um determinado movimento o seu pedúnculo se rompe pela ação da lâmina amolada e a vagem libre irá se deslizar no interior do cano até a mão do operário.

Figura 64. Cesta coletora de frutas, tendo seis arames agrupados e curvados para dentro (tipo pente) que chegam a ultrapassar a altura do cesto circular, os quais irão retirar as vagens maduras posicionadas na parte mais elevada da planta de moringa. Fotos: Arquivo da Amazon. .


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Figura 65. A vagem de sementes maduras pode permanecer na árvore por vários meses antes de se abrir e liberar as sementes (deiscente).

Em áreas detinadas a produção de sementes, as vagens devem ser colhidas o mais cedo possível quando atingem a maturidade, ou seja, quando elas ficam marrons e secas (Figura 66). As vagens devem abrir facilmente. As sementes são extraídas, ensacadas e armazenadas em local seco. Pelo fato do galho de moringa quebrar facilmente; não é recomendável subir na árvore para colher as vagens.


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Figura 66. Frutos marrons de moringa em estádio de maturação. Fotos: Forest e Kim Starr.

Colheita de vagens tenras. Devem-se seguir os mesmos procedimentos anteriores de poda e de espaçamento da plantação. As vagens devem ser colhidas manualmente no final da tarde do dia anterior da sua comercialização. As vagens tenras são colhidas com sementes imaturas (quinze a vinte dias de idade) e acondicionadas em embalagens (ou em feixes) de cinquenta a cem unidades e levadas embrulhadas ao mercado pela manhã (ou elas podem ser enlatadas; Figura 67). Ou seja, o material com 50-100 unidades deve ser embrulhado em folhas recém-cortadas de bananeira para reduzir a perda de umidade, pelo fato das vagens tenras podem secar rapidamente.

Figura 67. Vagens imaturas de moringa colhidas e usadas na alimentação como feijão verde.


C a p í t u l o I I | 129 As vagens tenras são comidas igualmente como o feijão verde. As vagens mais velhas são fibrosas e desenvolvem uma casca dura, mas sua polpa e sementes imaturas permanecem comestíveis até pouco antes do início do processo de amadurecimento. As sementes imaturas podem ser usadas em receitas semelhantes às ervilhas verdes. Enquanto as flores frescas ou secas são usadas para fazer chá. Colheita de folhas frescas para alimentação de humano: A colheita de folhas frescas consiste em retirar da planta apenas as folhas com os seus folíolos, e depois na unidade de processamento retiram-se os folíolos, apenas deslizado a mão fechada sobre cada folha, eliminando-se as suas partes da ráquis e do pecíolo (Figura 68). Após a colheita, as folhas frescas da moringa devem ser armazenadas a frio, com baixa temperatura e alta umidade, para evitar o murchamento. Por serem usadas habitualmente no consumo humano, as folhas devem ser embaladas em plástico e armazenadas em refrigeração a 10 ºC. Quando as mesmas são conduzidas para o mercado, devem ser embrulhados os sacos plásticos em folhas recém-cortadas de bananeira para reduzir a perda de umidade.

Figura 68. Destaque de uma folha completa de moringa com os seus sete folíolos, onde a colheita de folhas frescas para alimentação humana se refere apenas aos folíolos sem a ráquis e o peciolo. Foto: CyberpitS (2018).


C a p í t u l o I I | 130 Colheita de ramos primários com folhas para animais monogásticos (galinhas, frangos, suínos, etc): Quando se tem por finalidade a produção de folhas, deve-se cultivar a moringa no espaçamento 1,0 m entre fileiras e 0,50 m entre plantas e, posteriormente, se faz o manejo da poda na planta entre 30 cm e 1,00 m de altura do solo. Para alimentar os animais monogásticos, devem-se colher apenas os ramos primários com as folhas originados de cada ramo secundário (Figura 69).

Figura 69. Detalhe de um galho completo de moringa: Colher apenas os ramos primários com folhas originados de cada ramo secundário da moringa para a alimentação de animais monogásticos. Foto: Arquivo da Natureza Bela (2011).

Colheita de ramos secundários com folhas para os animais ruminantes: Para atender a alimentação de ruminantes, recomendam-se colher os ramos secundários com folhas (galhos) originados diretamente do caule principal (podado), de modo que a base do ramo cortado junto ao tronco podado não ultrapasse a espessura de 1,0 cm de diâmetro (Figura 70). Neste ponto de corte, o ramo secundário é bastante rico em celulose e apresenta baixo teor de lignina, pois se demora a sua colheita, além desse ponto, o ramo secundário irá se torna um material volumoso rico em fibras (alto teor de lignina). Como os ramos


C a p í t u l o I I | 131 secundários de moringa são quebradiços, a colheita de tais ramos é feita manualmente pelo agricultor sem muito esforço para quebrá-los. Após tal corte, os ramos secundários ainda frescos são levados diretamente para uma máquina forrageira, de acordo com a Embrapa Pantanal.

Figura 70. Detalhe de um ramo secundário (galho) de moringa para alimentar os animais ruminantes, após ser beneficiado na máquina forrageira. A seta vermelha aponta o local de corte no ramo secundário. Fotos: Forest e Kim Starr; Arquivo da Natureza Bela (2011).

Colheita de ramos com folhas para compostagem: A única diferença em relação ao item anterior é o elevado adensamento do campo de moringa, quando se tem como propósito a produção intensiva de folhas. Neste caso, deverá adotar o espaçamento de 0,30-0,50 m entre fileiras e 0,10-0,2 m entre plantas para produzir uma grande quantidade de biomassa. Também a moringa apresenta como vantagem a rusticidade e a capacidade de ser cultivada em consórcio com pastagem (capim buffel), permitindo assim o pastoreio rotativo de animais (AYERZA, 2010).

COLHEITA, PROCESSAMENTO E TRANSPORTE DE FOLHAS 1.Remoção de folhas após a colheita. 2.Efetuar a poda das plantas após colheita 3.Folhas com folíolos (ou ramos primários) preparadas para transporte em cestas ou caixas plásticas.


C a p í t u l o I I | 132 Transporte. O transporte na produção de folhas de moringa é uma etapa muito crítica quando se visa garantir folhas de alta qualidade para consumo. Duas opções são recomendadas:

1-Cortar em ramos primários com folhas e armazená-los em caixas de plástico. Em seguida, transportá-los para o centro de processamento, se o local é próximo, antes de realizar a desfolha (removendo as folhas do ramo e, imediatamente, os folíolos são retirados manualmente da ráquis).

2- Retirar as folhas dos galhos primários no campo antes de transportá-las para o centro de processamento. As folhas retiradas do ramo primário podem ser amarradas em feixes pelo pecíolo e armazenadas em cestos perfurados de plástico (Figura 71) para reduzir o aumento da temperatura. O material recém-colhido deve ser transportado para o centro de processamento o mais rápido possível para evitar a deterioração (PONNUSWAMI, 2014).

Figura 71. Folhas frescas de moringa devem ser processadas logo apos sua colheita e transportadas em carro diretamente para a unidade de produção. Fotos: Arquivo da Moringa Caribbean (Company St. Lucia Products). Colheita: separação de ramos primários com folhas (galhos) originados do ramo secundário, sendo os galhos depositados em cestos plásticos.

As folhas frescas de moringa, transportadas soltas, devem ser bem ventiladas. Para distâncias mais curtas, cestos aerados ou recipientes de plástico perfurados devem ser usados para transportar as folhas frescas. Evite veículos abertos. Sob nenhuma


C a p í t u l o I I | 133 circunstância as pessoas ou bens devem ser colocados em cima das folhas. O transporte deve ser durante as partes mais frescas do dia: de manhã cedo, à tardinha ou à noite. As folhas sendo transportadas por longas distâncias devem ser feitas em vans com ar condicionado ou refrigeradas para mantê-las resfriadas até a entrega no centro de processamento. PROCESSANDO AS FOLHAS: PÓ DE FOLHAS O processamento deve começar imediatamente após a colheita ou o transporte das folhas até a unidade de processamento. A Figura 72 ilustra o processo de produção do pó da folha.

Figura 72. Organograma do processo de produção do pó da folha de moringa. Foto: Carvalho Neto, A. S. F. (2017).

Lavando. Lavagem dos galhos frescos (depois os folíolos são desfolhados manualmente), no primeiro tanque com água potável limpa, para remover a sujeira. No segundo tanque, lave os galhos de folhas em solução salina a 1% por 3-5 minutos para remover os microrganismos (germes). Por fim, lave novamente em água limpa no terceiro tanque, inclusive uma torneira aberta é mantidarta jorrando água (água corrente). Após as três lavagens, as folhas agora estão prontas para secar (Figura 73). Drene cada balde perfurado


C a p í t u l o I I | 134 com os folíolos após cada lavagem: as folhas frescas devem ser sempre lavadas com água de boa qualidade (PONNUSWAMI, 2014).

Figura 73. 1) Lavagem de higienização das folhas frescas de moringa em três taques conjugados, mas separados entre si, na unidade de produção; 2) Seleção manual das folhas de moringa (folhas doentes e danificadas são descartadas). Fotos: Arquivo da Moringa Caribbean (Company St. Lucia Products).

Drenando. Após a terceira lavagem, deve-se escorrer por 15 minutos a água das folhas em baldes perfurados. Em seguida, desfolhar os folíolos em um balde grande antes de espalhá-los em badejas perfuradas, as quais serão distribuídas nas prateleiras do secador tipo estufa (Figura 74).


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Figura 74. Unidade de processamento de folha: 1-Drenar as folhas em balde perfurado e deixa escorrer a água das folhas por 15 minutos para o balde abaixo (sem furos); 2espalhar as folhas em bandejas feitas de tela e depois são arrumadas em plateleiras de aço; 3-Transportar as folhas em bandejas arrumadas nas plateleiras para o secador tipo estufa instalado na parte externa da unidade; 4-Imagem do interior do secador tipo estufa com as bandejas de tela com as folhas. Foto: Ponnuswami (2014).

Retirada dos folíolos ou desfolhamento manual. Retire todos os folíolos da ráquis da folha sobre um balde retangular colocado encima da mesa. Esta desfolha manual com uso de luvas é realizada depois da lavagem. Nesse estágio, as folhas doentes e danificadas são descartadas. Depois os folíolos são espalhados em bandejas feitas de tela própria para alimentos, antes de levá-los à secadora.


C a p í t u l o I I | 136 Secagem de folhas. Existem quatro métodos principais de secagem de folhas de moringa. 1.Secagem em sala (método indiano): Espalhe as folhas novas (folíolos) em uma malha amarrada em prateleiras (pode ser usada uma rede tipo mosquiteiro) em uma sala bem ventilada. Esta sala deve ser à prova de insetos, roedores e poeira. A circulação de ar pode ser melhorada usando aberturas no nível do teto e do chão protegidas com um filtro limpo (vedação com pano limpo) para manter o sol e a poeira longe, respectivamente. É possível usar um ventilador, mas o ar não deve ser direcionado diretamente para as folhas, pois pode aumentar a contaminação com os germes do ar. É aconselhável virar as folhas pelo menos uma vez, com luvas esterilizadas, para melhorar a secagem uniforme. As folhas devem estar completamente secas em no máximo 4 dias. A densidade de carregamento não deve exceder 1 kg/ m2. No entanto, as folhas secas em ambiente não podem ser garantidas sem bolor mesmo com o teor de umidade máximo recomendado de 10%. Consequentemente, não é um método muito recomendável. 2.Secagem em estufa: O secador tipo estufa apresentado na Figura 75 é recomendado, mas o polietileno utilizado deve ser tratado com UV ou opaco. A entrada de ar deve ser vedada para evitar a entrada de poeira. Tecido de organza ou musselina pode ser usado como filtro de vedação. É um método tipo terreiro suspenso, o qual consiste de uma estufa de secagem em bandejas teladas, que aumenta a superfície de secagem e permite a perda de água das folhas aliado a elevação da temperatura dentro do ambiente protegido.

Figura 75. Estufas de secagem em bandejas teladas e suspensas, instaladas embaixo de um galpão para produção em grande escala de folhas secas de moringa. Foto: Medeiro, J. C. (2019).


C a p í t u l o I I | 137 3.Secador solar: Espalhem as folhas finamente sobre a tela e sequem no secador por cerca de 4 horas (a temperatura varia entre 35 ºC-55 ºC em um dia de muito sol). O produto final fica muito quebradiço. Recomenda-se a secagem solar para processamento de pequena e grande escala especialmente para atender aquelas comunidades rurais onde não há eletricidade (Figura 76). A densidade de carregamento do secador não deve exceder 2 kg/m2.

Figura 76. Secador solar usado na secagem de folhas de moringa. Foto: Ponnuswami (2014).

4.Secagem mecânica: Usem os secadores de ar quente elétricos ou a gás. As temperaturas de secagem devem variar entre 50 ºC e 55 ºC. Se a temperatura ultrapassar 55 ºC, as folhas "queimarão" e ficarão marrons (Figura 77). As folhas devem ser secas até que seu teor de umidade esteja abaixo de 10%. Recomenda-se este método para processamento de folhas em grande escala, pois isso garante a produção durante todo o ano. A densidade de carregamento não deve exceder 2,5 kg/m2.


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Figura 77. Secadores elétricos usados na secagem de folhas (folíolos) de moringa espalhadas nas bandejas de aço inoxidável que são distribuidas nas suas prateleiras. Fotos: Arquivo da Moringa Caribbean (Company St. Lucia Products).

Moagem de folhas. Utiliza-se um moinho de martelo de aço inoxidável para o processo de moagem de folhas secas de moringa (Figura 78). Para uso pessoal ou doméstico, as folhas podem ser trituradas em um pilão ou trituradas por um liquidificador de cozinha.


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Figura 78. 1) Limpeza previa e manutenção da máquina de moer; 2) Processo de moagem das folhas secas de moringa no moinho elétrico para produção do pó de folha; 3) Coloração que deve apresentar o pó de follha (100%) de moringa. Fotos: Arquivo da Moringa Caribbean (Company St. Lucia Products).

Peneiração. Peneire o pó da folha, se for necessário. Quando for realizar a moagem com um moinho de martelo, a finura do produto dependerá do tamanho da tela usada no processo de moagem. Se for muito grosso, procure mudar a peneira com o tamanho de tela desejado. Os tamanhos de partícula recomendados são: 1) Grosso (1,0 mm - 1,5 mm); Fino (0,5 mm - 1,0 mm); e Muito fino (0,2 mm - 0,5 mm). Secando o pó da folha. O pó da folha de moringa atrai fortemente a umidade e o produto pode reabsorver a umidade durante ou após a moagem. Por esta razão, o pó da folha de moringa deve ser seco a 50 ºC por 30 minutos para reduzir o teor de umidade consideravelmente abaixo de 7,5% (PONNUSWAMI, 2014). Embalagem e armazenamento. O pó da folha de moringa pode ser facilmente contaminado por fungos, pois atrai fortemente a umidade. Além disso, o pó finamente moído torna mais fácil para as bactérias penetrarem nas partículas (PONNUSWAMI, 2014).


C a p í t u l o I I | 140 Higiene pessoal. Todas as pessoas envolvidas no acondicionamento de produtos de folhas de moringa devem garantir que, durante o serviço, a limpeza e higiene pessoal sejam mantidas. Equipamentos de proteção individual (EPI), como toucas, máscaras de nariz, luvas descartáveis, etc., devem ser usados em todos os momentos. Embalagem a granel. A temperatura e a umidade devem ser controladas na sala de embalagem, para evitar a reumidificação do produto. Após a secagem, o pó é deixado para esfriar e embalado em sacos de polietileno de uso único limpo e selado. Este é colocado em um segundo saco de polietileno e selado a quente. Isso é para manter o frescor e a secura antes de usar novamente. Os sacos devem ser armazenados em local fresco e seco. Embalagem final. A temperatura e a umidade devem ser controladas na sala de embalagem, para evitar a reumidificação do produto. Os produtos da folha de moringa devem ser embalados em recipientes limpos, secos e opacos feitos de materiais que não afetem a qualidade do produto. Cada embalagem deve ser devidamente lacrada para evitar vazamento de conteúdo, bem como absorção de umidade. Marcação. Cada embalagem de produto de folha de moringa deve ser marcada de forma legível com as seguintes informações: a) Nome do produto b) Conteúdo líquido c) Nome e endereço do produtor d) País de origem e) Número ou código de identificação do lote / lote f) Instruções de uso g) Data de produção h) Informações nutricionais (opcional)


C a p í t u l o I I | 141 EXTRAÇÃO DE ÓLEO

Outro produto importante é o óleo extraído da semente de moringa, resultando neste processo a torta que pode ser utilizada na alimentação animal, adubação e purificação de água. A Figura 79 ilustra o processo de extração de óleo de moringa.

Figura 79. Esquematização do processo de produção e extração do óleo de moringa para consumo humano. Foto: Antônio Santana Ferreira de Carvalho Neto (2017).

Uma vez secadas ao sol e atingindo a umidade máxima de 10%, as sementes de moringa ainda aquecidas (quentes) devem ser conduzidas imediatamente para o setor de prensado, visando obter um maior rendimento no processo de extração de óleo. Utilizando semente com baixa umidade se obtém um produto de melhor qualidade (amarelo ouro) e com maior vida de prateleira. Recomenda-se não realizar extração de óleo em dias nublados, pois o rendimento de extração de óleo é baixo, exceto no caso de a unidade processadora dispor de um sistema artificial de secagem. Nesse caso, as sementes poderão ser submetidas até a temperatura de 45ºC (Figura 80).


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Figura 80. Sistema artificial de secagem: secador elétrico com as sementes espalhadas em bandejas e distribuídas nas prateleiras do secador.

Da industrialização da moringa, extraem-se o óleo (seu produto principal) e o subproduto torta, que, como fertilizante orgânico, tem grande capacidade de restauração de solos esgotados, além de servir como alimentação animal e purificação de água turva. Devido a sua riqueza em nitrogênio, e também contêm fósforo e potássio, os produtores aplicam tortas de óleo comestíveis e não comestíveis no solo como adubo. As tortas comestíveis são mais lucrativas como ração para o gado. Como tal, tortas não comestíveis devem ser usados como adubo. Essa extração do óleo de moringa é realizada em uma usina de beneficiamento de semente e de extração de óleo. A semente é oleaginosa e apresenta uma fonte de aleurona (RAMACHANDRAN et al., 1980) com uma fração de lectinas (SANTOS et al., 2009). Em geral, esse óleo é extraído com n-hexano, clorofórmio/etanol 50:50, digestão


C a p í t u l o I I | 143 enzimática (ABDULKARIM et al., 2005) e por pressão hidráulica, embora nesta última forma o rendimento seja menor (TSAKNIS et al., 1999; Tabela 24). Tabela 24. Propriedades físicas do óleo de Moringa oleifera. Sistema de extração do óleo1 Prensa a frio n-Hexano 0,901 ± 2 0,901 ± Densidade a 24ºC (mg\ml) 0,002 0,011 Índice refrativo (40 ºC) 1,462 ± 1,459 ± 0,005 0,004 Cor vermelha (unidades) 1,7 ± 0,5 1,1 ± 0,6 Cor amarela (unidades) 28,3 ± 2,4 35,8 ± 14,0 Ponto de fumaça ( ºC) 203,3 ± 2 200 ± 1 Viscosidade (mpa x s)3 79,5 ± 52,8 ± 8,1 25,6 1 Valores médios de 3 amostras; 2Desvio padrão. Fonte: Adaptado de Leone et al., 2016. Itens

Média 0,901 ± 0,009 1,460 ± 0,005 1,3 ± 0,6 33,5 ± 12,0 201 ± 2 201 ± 2 21,8

Sem descascamento. Um caso prático de extração com a moringa sucedeu na Unidade de Beneficiamento de Lucrécia, RN, onde se extraiu o óleo de um lote de sementes aladas na prensa extrusora do fabricante Scott Tech de Vinhedo, SP, mas essas sementes foram previamente aquecidas ao sol (espalhadas numa quadra de cimento; Figura 81). O rendimento do óleo foi de aproximadamente 20%. Outro problema detectado durante essa extração de óleo com as sementes aladas de moringa é a liberação de uma resina escura da semente que lentamente vai se acumulando em volta do eixo da prensa do referido fabricante, a qual foi quitada de imediato usando uma escova e água, após o processo de extração e com a máquina de prensa ainda aquecida (caso demore mais de 2 horas já fica difícil retirar a resina acumulada no eixo ou máquina de prensa).


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Figura 81. Unidade de extração de óleo de sementes oleaginosas (prensa e filtro de prensa) da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Familiares de Lucrecia, RN (COAFAL). Fotos: Rogério Fernando Martinelli.

Andrade et al. (2009), estudando a extração do óleo de moringa com aplicação de uma pressão de 8 e 10 ton na prensa hidráulica, obtiveram, respectivamente, os teores de 19,16% e 21,08%. Silva (2013) relatou que a partir de 4 horas de extração o escoamento do óleo de moringa tornou- se escasso, na qual foi aplicada uma pressão de 12 ton/cm² e obteve-se um teor de 26,02 ± 2,54%. Descascamento. Para o caso de descascar mecanicamente as sementes de moringa (Figura 82) antes de submetê-las ao processo de extração de óleo, possivelmente com esta mudança estratégica de beneficiamento poderá solucionar a questão de acumulação de resina no eixo da máquina de prensa. Para a separação de sementes, as vagens deiscentes devem ser debulhadas ou trilhadas (Figura 83AB). Além disso, as sementes de moringa são submetidas aos processos integrados de descasque e de limpeza antes do processo de extração de óleo (Figura 84).


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Figura 82. Máquina usada no descascamento de sementes de moringa. Foto: Alibaba.

Figura 83. Moringa oleifera (a) Vagens secas (b) Sementes com casca (c) Sementes sem casca.


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Figura 84. Máquinas automáticas de descasque, de limpeza e de classificação de sementes de moringa. Foto: Longer.

Uma vez concluído as etapas de descascamento e de limpeza, as sementes de moringa são enviadas a moega, com um dosador na sua descarga, a fim de regularizar o fluxo da moringa, que vai alimentar o cozinhador da prensa, onde é aquecida até a temperatura de 90-105 ºC, com vapor de água indireto, seguindo daí para a prensa expeller, que fica sob o cozinhador (SILVA et al., 2007). Esse sistema de aquecimento é provido de pratos, cujo vapor quente circula entre as paredes laterais e na parte inferior do cozinhador simples ou duplo estágio. No seu interior, as sementes vão descendo de prato em prato, perdem umidade e são aquecidas para reduzir a viscosidade e facilitar o seu esmagamento na câmara de compressão sob pressão efetuada pela prensa mecânica contínua do tipo expellers (Figura 85). O produto resultante é o óleo bruto extraído da semente que é conduzido aos tanques de armazenamento.


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Figura 85. Prensa contínua ‘Expeller de extração de óleo de moringa com um cozinhador na parte superior. Foto: Alibaba.

Filtragem. O óleo obtido por prensagem sempre arrasta resíduos que tendem a turvar o óleo. A separação desse material pode ser por filtragem. A filtragem tem a finalidade de retirar os resíduos que estão misturados com o óleo. No tipo de equipamento empregado, o óleo quente passa através de uma série de filtros (10), feitos de tecido grosso. Em cada filtro, vai sendo retirada uma borra, composta pelos resíduos do óleo. Esse filtro de prensa é do tipo placas verticais, com 6 placas e 7 quadros, fechamento mecânico manual, bica recolhedora e bandeja para retenção de finos. Também acompanha uma bomba para alimentação e motor de 0,33 CV (Figura 86). Dependendo da qualidade das sementes empregadas e do grau de impureza do óleo, pode ser feita uma ou mais etapas de filtragem (QUEIROGA et al., 2007).


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Figura 86. Filtros de prensa de porte médio que poderão ser utilizados na eliminação de impurezas contidas no óleo de moringa. Foto: Vicente de Paula Queiroga.

Refinamento: É um óleo que deve ser refinado para torná-lo comestível, que só se assemelha ao azeite de oliva (da polpa de uma drupa) em sua composição semelhante em ácido oleico (TSAKNIS et al., 1999; LALAS TASKINS, 2002; Figura 87). A composição da semente e óleo da moringa varia de acordo com a localização geográfica. Nesse sentido, Anwar et al. (2006) constataram uma distinta composição do óleo, dependendo se é uma área seca ou irrigada no Paquistão, sendo de maior qualidade o óleo extraído de sementes produzidas em áreas secas. Os fitoesteróis mais abundantes são β-sitosterol, Stigmasterol e Campesterol (TSAKNIS et al., 1999). Ayerza (2011) estabelece diferenças estatisticamente significativas na produção de quilos de semente/ha entre diferentes ecossistemas na Bolívia. O mesmo autor observou uma desuniformidade de composição do óleo entre várias áreas da Argentina (AYERZA, 2012).


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Figura 87. Óleo de moringa extraído de sementes sem casca de moringa: Variantes do produto: óleo não refinado e óleo refinado. Foto: Arquivo da World Wide Organics.

PRODUÇÃO COMERCIAL DA MORINGA INDIANA O uso de moringa pelos homens remonta a diversos povos da antiguidade. A partir do noroeste do subcontinente indiano, a espécie foi utilizada pelos nativos, passando de mão em mão por praticamente toda a região do sudeste asiático e parte do sudoeste, chegando até mesmo ao leste da África principalmente por meio de Zanzibar, na atual Tanzânia. Provavelmente chegou alí transportado por mercadores árabes, junto com outras espécies indianas, tanto animais como vegetais (AYERZA, 2017; CREIGHTON, 2001). A presença neste continente e na bacia do Mediterrâneo das espécies Moringa peregrina (Forssk.) Fior e Moringa stenopetala (Baker. F) Cufod., levou em muitos casos a atribuir a esta última os usos que os homens faziam da Moringa oleifera Lam. No palácio do Faraó Amenhotep III (1390 - 1353 aC), no antigo Egito, foram encontrados hieróglifos que se referem ao uso das sementes de ambas as espécies, M. peregrina e M. stenopetala, na preparação de perfumes (HAYES, 1951) Hoje há informações suficientes para comprovar que, tanto na África quanto na bacia do Mediterrâneo, o uso de M. peregrina e M. stenopetala tem estado e é altamente localizado. Sua utilização difere das formas em que Moringa oleifera (Lam.) é empregada na Índia e tem sido demonstrado que a composição química de seus produtos, bem como seu comportamento fisiológico e


C a p í t u l o I I | 150 agronômico são diferentes (AL-AMERI et al., 2014; JIRU et al., 2006). Como indica sua classificação taxonômica, são espécies diferentes e, portanto, seu desempenho também é diferente. A alimentação humana indiana de quase todas as partes da moringa: as folhas, vagens, flores, sementes, óleo, cascas e raízes podem ser usados para consumo humano; entretanto, os mais utilizados na dieta são vagens, folhas e flores. Embora nem todos esses produtos tenham a mesma demanda no setor de alimentos, mas eles são encontrados na medicina tradicional indiana. Na moringa, a maior deficiência de informação está centrada na produção comercial, a qual reflete na falta de informação confiável e correta, principalmente no que diz respeito à produção de seus produtos. Este é um problema sério no planejamento de plantações comerciais de qualquer um de seus produtos. É aí que se concentra a principal desvantagem para o desenvolvimento do agronegócio da moringa atualmente e não é algo que possa ser remediado rapidamente. Embora a moringa seja usada há séculos pela medicina Ayurveda, além de fazer parte da dieta humana e animal, essa planta não tem recebido igual atenção do ponto de vista agrícola. A pouca dedicação recebida neste aspecto básico da domesticação de uma espécie faz com que não se espere alcançar produções padronizadas para esta cultura. O volume atual de moringa vendido internacionalmente não é suficiente para qualifica-lo como commodity no mercado global e, portanto, as estatísticas de comércio de produtos de moringa só estão disponíveis de forma esparsa, o que dificulta bastante a coleta e agregação das informações. O mercado global de produtors de moringa é considerado substancial, com estimativas atuais de mais de U$ 4 bilhões por ano (CJP, 2013). Enquanto a moringa é usada para uma ampla variedade de propósitos, comercialmente destacam-se dois produtos de moringa: o pó da folha de moringa, destinado principalmente para a indústria de suplementos alimentares, e o óleo da semente, usado como ingrediente em produtos cosméticos e mecânica de precisão. Seguindo uma tendência geral no mercado internacional - onde os produtos naturais têm experimentado forte crescimento no mercado na última década - a demanda por esses dois produtos naturais está crescendo fortemente. Essa procura é essecialmente motivada pelos consumidores das economias desenvolvidas e emergentes (em especial os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia), que procuram cada vez mais suplementos dietéticos e cosméticos derivados de fontes naturais.


C a p í t u l o I I | 151 Embora o pó de folha de moringa seja comercializado em escala cada vez maior, não há dados disponíveis sobre os volumes de comércio e a participação de mercado. A julgar pelo crescente número de produtos disponíveis no mercado internacional (bem como o crescente número de produtores internacionais), parece seguro dizer que a demanda por produtos de folha de moringa em pó está crescendo. Do ponto de vista da produção comercial, existem duas estimativas, uma de 2001 e outra de 2013. Segundo Rajangam et al. (2001), em 2001 a Índia era o maior produtor de moringa do mundo com uma produção anual entre 1,1 a 1,3 milhão de toneladas de vagens tenras, colhidas em uma área total de 38.000 hectares. O estado de Andhra Pradesh liderou a produção com uma área colhida de 15.665 hectares, seguido pelos estados de Karnataka e Tamil Nadu com 10.280 e 7.040 hectares, respectivamente; o restante dos estados totalizou 4.613 hectares. Só no sul da Índia, havia mais de 52.000 agricultores envolvidos na produção e comercialização de moringa. Uma renda anual de cerca de US $ 1.500/ha tornou-a uma cultura altamente lucrativa para os pequenos produtores. Em 2017, no estado de Tamil Nadu, essa receita por hectare/ano procedia de 70% das vagens tenras e 20% das folhas frescas, o valor elevou para US $ 3.914, sendo o cultivo mais lucrativo do estado (SEKHAR et al., 2017). Assim, Rajangam et al. (2001) acrescentam que, se o total proveniente das árvores de moringa plantadas para consumo doméstico fosse levado em consideração na Índia, 2 milhões de toneladas de vagens frescas teriam que ser adicionados à produção comercial anual, então em 2001 teria atingido um total de 3,1 a 3,3 milhões de toneladas / ano. Anbarassan et al. (2001) argumentam que a demanda por vagens de moringa é claramente crescente nas cidades da Índia, devido ao aumento da população intrínseca e da migração de populações rurais para seus arredores. Além disso, devido às tradições profundas que esta comida étnica tem na população indiana que emigra do país, principalmente para o Extremo Oriente e países do Golfo Arábico, a demanda externa por vagens está aumentando. Esses processos significam que na Índia esforços significativos estão sendo feitos para modernizar e sistematizar a produção e comercialização de vagens de moringa para exportação. O continuismo do aumento da demanda para o consumo interno e das exportações foi recentemente confirmada por Sekhar et al. (2017). Essa afirmação corrobora o crescimento relatado por Ravani et al. (2017), de 62% na produção comercial de vagens frescas entre 2001 e 2013, período em que a quantidade total de hectares comerciais na Índia chegou a 61.600 ha e o número total de vagens


C a p í t u l o I I | 152 produzidas nessas plantações, a 2,06 milhões de toneladas. Esses números não incluem a produção doméstica. Ou seja, se estimam que não haja crescimento da área plantada em pátios caseiros e se incluíssem a produção estimada de 2001, o total teria que ser 4,06 milhões de toneladas de vagens frescas em 2013. Isso significa na Índia um consumo de 2,7 kg/pessoa/ano.

MORINGA NA CULINÁRIA INDIANA Embora existam diversas formas de utilização das vagens de moringa na culinária indiana, a mais difundida é a utilização de vagens tenras com sementes imaturas (quinze a vinte dias de idade), como parte de uma salada, previamente fervida, como se faz com outras vagens tenras (também chamadas de feijão verde) do feijão (Phaseolus vulgaris L.). Deve-se levar em conta que na Índia a comida é essencialmente vegetariana Vagens: As vagens frescas podem ser comidas inteiras; no entanto, para facilitar a ingestão, é fatiado em rodelas antes de fervê-la e frequentemente adicionado a vários “currries”. Além disso, depois de fervidos e enlatados, eles são vendidos em milhares de mercados e armazéns domésticos, e há também um mercado internacional tanto para vagens frescas como para as enlatadas. Além disso, Índia, Sri Lanka, Filipinas e Quênia exportam este produto para vários países asiáticos, Europa e EUA, onde é vendido principalmente em mercados étnicos. As vagens tenras amadurecem rapidamente e endurecem. São usadas antes de perderem a cor verde, cortando-as em pedaços, como ingrediente doce e espumoso muito comum em pickles, curries e bhajis; no estado de Madras é usado nos muito apreciados e conhecidos “drumstick curries” (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006). Em toda a Índia, existem centenas de receitas usando essas vagens que já passaram do tempo de comê-las como vagens tenras. Na internet é possivel encontrar mais de duzentas receitas indianas para preparar esses drumstick curries. Folhas: Na utilização das partes da moringa, as folhas ficam em segundo lugar, embora aparentemente não se distanciem muito do nível de consumo das vagens. A folha é considerada a parte mais nutritiva dos produtos da moringa. Após a fervura, as folhas verdes e frescas são usadas em saladas, muitas vezes junto com as vagens. Além disso, tanto as vagens quanto as folhas fazem parte de inúmeros ensopados amplamente difundidos na Índia pelo sabor típico que transmite, os quais são muito apreciados pela


C a p í t u l o I I | 153 população de todos os níveis sociais. Também é comum moer as folhas como farinha e armazená-las por longos períodos sem a necessidade de refrigerá-las e sem perder as qualidades nutricionais (RAVANI et al., 2017). O processo de secagem das folhas para sua conservação deve ser realizado dentro das residências, pois a luz solar direta destrói as vitaminas A e C (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006). As folhas e vagens de moringa são encontradas diariamente em todos os mercados das vilas e cidades de Filipinas (MAGAT et al., 2009). As folhas são cortadas muito cedo pela manhã e levadas ao mercado nessa mesma manhã devido à sua desidratação muito rápida; Já as vagens tenras são cortadas na tarde anterior, acondicionadas em embalagens de cinquenta a cem unidades e levadas ao mercado pela manhã. Em ambos os casos, recém-colhidos, são embrulhados em folhas recém-cortadas de bananeira para reduzir a perda de umidade. Flores: Na Índia, as flores ocupam o terceiro lugar em uma classificação imaginária de consumo alimentar das diferentes partes da moringa. Estas são usadas fervidas em saladas, bem como adicionados em vários pratos da culinária indiana; fritas em óleo, junto com temperos diversos, são servidas como lanche (snack). Outro uso muito difundido é o seu uso na produção de uma infusão a maneira de um chá muito aromático. Nos mercados de alimentos das cidades da Índia, onde as vagens e as folhas são vendidas, não é fácil encontrar flores de moringa. No entanto, as flores são encomendadas previamente e os comerciantes vão fornecê-las numa data posterior. Raiz: A raiz de moringa, pelo seu sabor semelhante ao rábano picante (Armoracia rusticana Gaertn.) é ralada e utilizada como condimento. No entanto, embora esse costume seja difundido nas áreas rurais do estado de Bengala Oeste, é muito pouco difundido no resto da Índia. Também é frequentemente usado picado na produção de pickles. A raiz deve ser descascada, pois a casca contém alcalóides potencialmente tóxicos à saúde humana (MORTON, 1991). Sementes: As sementes também fazem parte da dieta indiana. São obtidos a partir das vagens tenras, cozidas e consumidas como feijão verde. São comestíveis até que sejam mantidos na cor branca e quando se tornam pretos ficam muito amargos. Cozidos ou fritos, têm gosto semelhante a amendoim. Óleo: O óleo, apesar de ter alto valor nutritivo, praticamente não é usado na culinária indiana. Não há uma explicação clara a esse respeito, mas pode estar relacionada à maior


C a p í t u l o I I | 154 dificuldade de sua obtenção em relação a outros produtos, razão pela qual não deve ter transcendido na sociedade. Atualmente, com o surgimento no mercado de ofertas de óleos para uso em cosmetologia, e o início na difusão sobre suas boas características nutricionais, é possível que comece a ser considerado o seu uso na culinária. Porém, como o processo para se chegar a isso é muito custoso, deve contar com apoio governamental e muitos anos de trabalho constante de divulgação por organizações ligadas com a nutrição e a alimentação, dada sua atual ausencia de tradição de uso. Pressupõe que, para que o uso do óleo se popularize, esse processo deve vir acompanhado de uma queda muito forte em seu preço, tornando-o competitivo com outros óleos comestíveis, mas essa situação dificilmente vai ocorrer, enquanto há uma demanda insatisfeita no mercado de cosmetologia. Observação: Uma dificuldade muito importante para o crescimento do consumo dos produtos da moringa é a necessidade de aprovação dos governos das diferentes nações. Todos os países desenvolvidos e cada vez mais os países em desenvolvimento precisam percorrer um caminho longo e difícil para que um produto que não tenha tradição alimentar obtenha autorização para comercialização gratuita. Este processo envolve numerosas e complexas análises químicas, físicas e biológicas, incluindo, é claro, a demonstração de segurança para a saúde humana e animal. Um exemplo recente desse processo foi o que a chia (Salvia hispánica L.) teve que passar para ser aprovada em países como a Argentina.


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