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ÍNDICE
N.º de Pag.
I - INTRODUÇÃO
4
2
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Anexo I 92
Tabela 1 Superfície e produção das principais culturas praticadas na Guiné Bissau
Figura1 Evolução das Superfícies (em ha) das Principais culturas da Guiné Bissau
Anexo II 94
Tabela 2 Evolução das superfícies de diferentes formações vegetais segundo os recenseamentos
realizados entre 1978-1990
Tabela 3 Dados comparativos da evolução da ocupação dos solos (em ha e em % de superfície
ocupada) - SCET - 1978 e GEOSYSTEMES - 1993
Anexo III 96
Tabela 4 Lista de espécies de peixe, moluscos e crustáceos
Tabela 5 Lista e estatuto de alguma espécies de avifauna recenseadas na Guiné-Bissau
Tabela 6 Espécie de Quirópteros recenseados na Guiné-Bissau
Tabela 7 Anfíbios recenseados na Guiné-Bissau
Tabela 8 Espécie de répteis recenseados na Guiné-Bissau
Tabela 9: Lista e estatuto de alguns mamíferos recenseados na Guiné-Bissau
Tabela 10 Famílias e Número de Espécies da Flora Recenseadas na Guiné-Bissau, segundo a
literatura
Tabela 11 Lista de espécies florísticas recenseadas na Guiné-Bissau
Anexo IV 147
Figura 2: Estrutura da Direcção Geral de Florestas e Caça
Figura 3: Estrutura do Conselho Nacional do Ambiente
Figura 4: Estrutura da Direcção Geral do Ambiente
Anexo V 152
Tabela 12: Lista de alguns documentos legais (leis, decretos e regulamentos)
Tabela 13: Projectos de diplomas
Tabela 14 Lista de convenções internacionais assinadas pela Guiné-Bissau
Tabela 15 Principais convenções regionais e sub-regionais
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
I - INTRODUÇÃO
A elaboração do presente documento decorre do mandato conferido, pelo Governo, à Direcção Geral
do Ambiente. Esta Direcção é responsável pela elaboração de políticas, estratégias e programas para o
sector ambiental em geral e para a conservação da diversidade biológica.
A elaboração do Plano de Acção para a Conservação da Biodiversidade, é uma obrigação das Partes,
que decorre da assinatura da Convenção sobre a Biodiversidade (artigo 6º da Convenção). Na
continuação dos esforços empreendidos na aplicação das disponibilidades da Convenção pelo Governo
da Guiné-Bissau, e financiado pelo FEM, com o apoio do PNUD, foi iniciado o projecto para a
elaboração da “Estratégia e o Plano Nacional de Acção para a Biodiversidade” na qual o presente
relatório está inserido.
A exploração dos recursos naturais e graças a sua biodiversidade constitui a base da economia da
Guiné-Bissau. Dos recursos florestais é produzido basicamente a energia utilizada na Guiné-Bissau, os
materiais de construção e os medicamentos. Da exploração dos recursos da fauna terrestre e da pesca, é
garantida essencialmente o consumo de proteínas das populações da Guiné-Bissau. Aliás a economia
da Guiné-Bissau, muito depende das exportações de produtos oriundos da agricultura e florestas como
o caju e a madeira, e dos produtos da pesca. Igualmente importantes e com um potencial de
desenvolvimento considerável, é o sector do turismo com base no ecoturismo e nas actividades
cinegéticas, e da pesca desportiva.
O presente documento pretende facultar uma análise sobre o estado actual dos recursos da
biodiversidade na Guiné-Bissau, os principais estrangulamentos à sua conservação e utilização, as
estratégias e as principais acções a empreender para garantir a sua durabilidade e sobretudo
considerando as estratégias e as perspectivas de desenvolvimento já traçadas por outros sectores de
desenvolvimento e as grandes opções estratégicas do País no âmbito dos estudos prospectivos.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O período colonial foi caracterizado por uma exploração desenfreada de alguns recursos naturais e
sobretudo dos recursos da biodiversidade. É assim que nesse período com a monocultura da mancara os
solos de Bolama e Quinara foram completamente degradados, enquanto que se assistia a uma exploração
desenfreada dos recursos florestais, facto que é marcado não só pela existência de inúmeras serrações que
datam desse período, como também pelo desaparecimento das florestas primárias que caracterizaram as
paisagens guineense. À título de exemplo a ilha de Bolama, onde se localizava a antiga capital da então
Guiné-Portuguesa, era caracterizada na viragem do século pelas suas florestas e pela presença de animais
tais como o elefante, que hoje é considerado uma espécie quase extinta na Guiné-Bissau. Isso para não
falar das outras regiões.
A guerra de libertação se bem que tenha entravado a exploração de alguns recursos, contribuiu para a
degradação e fuga de outros. È de salientar o efeito do napalm e de bombas sobre as florestas, com o
objectivo de desabrigar os guerrilheiros e descobrir os seus acampamentos, enquanto que os combates e a
intensa movimentação de tropas e armamento respectivos no cenário da guerra não só originou a fuga de
determinadas espécies de fauna terrestre, como igualmente, tornou inapropriado o uso dos habitats
respectivos. Algumas áreas tornaram-se completamente estéreis devido ao efeito das bombas, enquanto
que outras tornaram-se completamente inacessíveis, e em consequência protegidas, da acção antrópica.
Com a independência, a sensibilidade sobre as questões ambientais não se alterou de forma substancial
apesar das secas do fim da década de setenta. Nesse período se inicia a recuperação das infra-estruturas
básicas e se promove a criação de algumas indústrias básicas, sem que no entanto se considerem as
preocupações ambientais. Na agricultura as preocupações centraram-se no início, na recuperação de
“bolanhas” salgadas para a orizicultura alagada como base da política de auto-suficiência alimentar, acção
para a qual foram mobilizadas financiamentos externos consideráveis, sem que no entanto se tenha
atingido os objectivos programados. Ao contrário, as importações de arroz que eram inexistentes no
período antes da Guerra hoje atingem cerca de 60 000 ton./ano 1 . Posteriormente, a monocultura do caju
foi promovida e incentivada como primeiro produto de exportação agrícola . Cerca de 29 000 ton. foi
exportado em 19952 , e estima-se o crescimento anual do volume de exportação em cerca de 27 % . Cerca
de 103 0003 ha estão a ser ocupados com plantações desta cultura segundo estimativas de 1995, as quais
são susceptíveis de um crescimento anual de cerca de 20 % 4 , em detrimento das áreas de pousio, e áreas
de cultura alimentares
O fenómeno demográfico destes últimos anos tem provocado igualmente uma pressão considerável
sobre os recursos naturais em geral e essencialmente os recursos da diversidade biológica, sobre as
quais assentam o consumo e a base alimentar da população da Guiné-Bissau. Com uma superfície de
1
- MDRA, Carta de Política Agrícola, pag. 12.
2
- Idem, pag. 15.
3
- MDRA, La Filiere Anacardier en Guinee-Bissau, 1996, pag. 26 e seg.
4
- Idem, pag. 26 e seg.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
cerca de 36 125 Km2 a Guiné-Bissau tem uma população de cerca de 1,2 Milhões de habitantes. Na
problemática demográfica da Guiné-Bissau há que considerar essencialmente os seguintes aspectos:
Verificam-se ao nível das regiões algumas tendências específicas e que se prendem com a situação
ambiental:
Há que considerar estas especificidades dos factores demográficos e suas tendências nacional e
regionais, na planificação das acções de conservação da biodiversidade.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Com efeito, sobretudo no sul, a superfície das florestas diminui com a criação de novos
assentamentos humanos, enquanto que no leste e no centro norte, na procura de novas
alternativas de produção, as pastagens extensivas se alargam em detrimento das últimas
formações vegetais (mais densas) aí existentes. No norte, e sobretudo com o impacto da
diminuição das chuvas sobre o potencial orizicula das bolanhas, verifica-se uma invasão do
planalto para a cultura do arroz. Mesmo nestas condições a dependência em relação às
importação de cereais aumentam cada vez mais e de forma significativa.
Em geral devido a este crescimento rápido das populações e a sua grande concentração ao nível das
grandes cidades, as preocupações globais são relegadas para um segundo plano enquanto que as atenções
se voltam para a resolução dos problemas imediatos de sobrevivência, como as do aumento da produção
agrícola, aumento dos produtos da pesca, material lenhoso.
Nos últimos quinze anos, cresceu consideravelmente o número e as superfícies de concessão aos
ponteiros (vide tabela seguinte). Entretanto o mais importante a considerar é que, na distribuição destas
concessões não se observou qualquer princípio de equitatividade ou de capacidade dos beneficiários em
usarem de forma efectiva e racional, para fins agrícolas, as superfícies obtidas.
Cerca de 85 % do total das explorações são constituídas por pequenas explorações tradicionais familiares
que não ultrapassam em média, 3,5 ha cada uma. As explorações dos ponteiros num total de cerca de
2530 ocupam em média 100 a 150 ha 5 . Para estes últimos em geral, as áreas efectivamente exploradas não
ultrapassam os 10 % das áreas concedidas. À volta das explorações dos ponteiros existem conflitos vários,
que só poderão em parte ser solucionados, através da aplicação consequente do sistema de taxação e
penalização previstas no quadro da Lei da Terra.
Ligados a estas concessões e por falta de enquadramento e orientação técnica, superfícies consideráveis de
difícil estimação, foram arroteadas, e as respectivas vegetações destruídas, sem que no entanto tenham
sido utilizadas para a produção, por se tratarem em alguns casos de zonas marginais, e, em outros, de áreas
em que os beneficiários simplesmente queriam explorar o potencial em madeira comercial aí existentes.
5
- Extraído do banco de dados sobre as pontas existentes no INEP e elaborado na base dos registos da Direcção Geral de
Cadastro.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
1906-1916 23 2069,3 ha
1917-1926 39 11189,40 ha
1927-1936 16 15527,8
1937-1946 95 68267,7
1947-1956 102 26239,9
1957-1966 36 2796,3
1967-1976 144 5684,1
1976-1986 659 75092,9
1987-1997 1416 223888,9
TOTAL 2530 428768.00
A pesca assume no período pós independência uma maior importância em termos de receitas de venda
de licenças (cerca de 12.600 000 de US$ em 1993) e fundos de compensação da CEE (cerca de 6
8.400.000 US$ 6 em 1993) 7 . Entretanto não se chegou a desenvolver as bases necessárias para a criação
de uma frota nacional, assim como industrias especificas (exceptuando as de conservação) em terra.
Só muito mais tarde, no limiar da realização da Cimeira do Rio e com o impulso da ONG
Internacional, União Mundial para a Conservação da Natureza, UICN, as preocupações ambientais
passam a ser cada vez mais consideradas nas políticas de desenvolvimento sectorial e tomadas em
conta nos programas nacionais de desenvolvimento, e se inicia um processo de discussão, estudos e
implementação do programa da Planificação Costeira e algumas áreas protegidas começam a ser
criadas.
6
- Plan Directeur de Peche Industrielle, Guinee-Bissau, Phase 1: Bilan Sectoriel - Rapport Final, pag. 14-15 e seg.
7
- Idem, pag. 14-15 e seg.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Localização da Guiné-Bissau
A República da Guiné-Bissau está situada na costa ocidental de África, entre o Senegal ao norte e a
República de Guiné-Conakry ao sul e este.
A sua posição geográfica é dada pelos seguintes limites : ao norte o paralelo 12 40 N (Cabo Roxo), ao
sul, o paralelo 10 57 N (Ponta Gardete), o meridiano 13 38 a Este, e 10 43 a Oeste. A extensão total
das duas fronteiras é de 865 Km, das quais 705 terrestres e 160 marítimas.
A Superfície total da Guiné-Bissau é de 36 125 Km2, sem contar as áreas ocupadas por rias, a sua
extensão é de 31 000 Km2 e considerando o nível mais alto da maré a superfície emersa é de 28 000
Km2.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O território compõe-se de uma parte continental e de uma parte insular compostos pelo
Arquipélago dos Bijagós, as ilhas de Jeta e de Pecixe e outras pequenas ilhas.
a) - O relevo
O relevo compreende zonas de altitudes pouco acentuadas, sendo os valores máximos atingidos
cerca de 300 m. Podem distingue -se cinco zonas principais :
Planície Litoral
Peneplanície de Gabú
Planalto de Bafatá
Colinas de Boé
Zona de transição de Óio e de Forrea
A Planície litoral, é de origem fluvio-marinha com depósitos arenosos formados pelos meandros de
vários rios e os seus múltiplos braços, onde as marés se alargam na preia- mar. São perceptíveis alguns
pequenos planaltos já erodidos, como o de Pelundo, de Canchungo e do Bissalanca em Bissau. A planície
do rio Cacheu é a mais vasta com 30 Km de largura no litoral e cerca de 150 Km de comprimento.
A Peneplanície de Gabú, caracteriza-se por ondulações suaves e rede hidrográfica pouco nítida. Não é
fácil separar os planaltos das planícies aluviais que perdem a importância de que se revestem no planalto
de Bafatá e nas planícies do litoral. Esta morfologia aparece relacionada com as ondulações dos arenitos
quartzosos que, são arrastadas por ciclos erosivos. Numerosos afloramentos de tais granitos ocorrem na
área de Nhampassare com varias formas de erosão incluindo abrigos, forma colunares, cogumelos. No
cimo das vertentes surge com frequência a couraça areno-ferruginosa.
O Planalto de Bafatá, engloba os cursos inferiores do rio Geba e do Corubal. Encontra-se uma couraça
areno-ferruginosa, que aflora na base ou no cimo das encostas, quebrada sempre por uma cornija rígida. O
planalto com vertentes acentuados, individualizando-se fortemente das planícies aluviões, percorridos por
rios meandricos.
As Colinas de Boé, são formadas pelos contrafortes ocidentais do maciço de Futa Djalon, estendem-se
para a zona de Corubal e passa gradualmente à peneplanície de Gabú. Caracteriza-se por uma serie de
colinas de altitude inferior a 300 m de topos planos e vales abertos. Nos cimos afloram couraças senis,
ferralíticas ou aluminosas mais ou menos fragmentadas e nos vales couraças conglomeráticas,
constituídos pôr conglomerados de fragmentos de couraças bauxíticas, fortemente aglutinados mas por
vezes desagregadas.
As Zonas de transição, situam-se ambas imediatamente a leste do limite inferior das marés: a de Forrea
que estabelece a transição entre o planalto de Bafatá e as colinas de Boé, e a de Óio a norte para o plana lto
de Bafatá e a peneplanície do Gabú
b) – Clima
O clima da Guiné-Bissau está sob a influencia de dois factores fundamentais que são :
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
• a sua situação entre o Equador e o Trópico de Câncer. Isto determina que o sol passa
no seu movimento aparente anual duas vezes pelo o zénite de Guiné arrastando
consigo a zona intertropical de convergência.
• a sua proximidade ao oceano sob acção dos ventos alísios marítimos e continentais
que formam ali a zona intertropical de convergência. Isto traz como resultado a
diferença de aquecimento entre as massas oceânicas e continentais com o
estabelecimento do regime de monções.
Nesse contexto o clima da Guiné-Bissau em geral, é tropical húmido com duas estacões, uma das chuvas
que vai de Maio a Outubro e outra seca que va i de Novembro a Abril. A temperatura anual sob a
influencia dos ventos alísios varia entre 24 a 27 ºC. A humidade relativa média é bastante acentuada
(cerca de 70 %) e essencialmente influenciada pelo regime dos ventos, a pluviosidade e a proximidade da
costa.
Quanto aos níveis de precipitação podem-se distinguir 3 grandes: a zona Sul, que compreende as regiões
administrativa de Tombali, Quinara e Bolama-Bijagós, e que se caracteriza por uma media anual superior
a 2000 mm de chuva; a zona Noroeste, englobando Bissau, Biombo, Cacheu, e Óio, que regista uma
variação anual media de 1400 mm a 1800 mm, e, finalmente a zona Leste que engloba as regiões de
Bafatá e Gabú, onde a pluviosidade anual media é inferior a 1400 mm.
De uma forma geral, distingue-se os seguintes tipos de solos na Guiné-Bissau: os solos hidromórficos que
se dividem em hidromórficos marinhos (halohidromórficos) e continentais; os solos de planaltos ou
ferraliticos e ferruginosos tropicais; os solos líticos (litosolos) e os regossolos.
Os solos hidromórficos marinhos, também denominado solos dos mangais, associada a esta formação
vegetal e os tannes, são os maiores constituintes de aluviões litorais e estuarinos, sob a influencia da maré.
São solos salinos e sulfatados ácidos. Estes solos utilizados sobretudo pela orizicultura (bolanha salgada),
ocupam uma superfície de 400 Km2 e são considerados uma das mais produtivas da África Ocidental.
Os solos liticos e litosolos, são pouco evoluídos, de cascalho ou pedras, de fraco ou nulo valor agrícola,
eles ocupam 5 500 km ou seja 17% da superfície e estão situados no centro-este na região de Boé.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Os regossolos são solos muito pobres e constituídos essencialmente por arreia e cobrem cerca de 1,6 %
da superfície da Guiné-Bissau. Estes solos localizam-se essencialmente ao longo das costas, constituindo
as praias.
O quadro 1 mostra de acordo com os recenseamentos agrícolas actuas, a evolução das superfícies (vide
em anexo as produções correspondentes) das principais culturas .
O território da Guiné-Bissau é atravessado por vários rios e rias. Os principais são: Cacheu, Mansoa,
Geba, Corubal, Cumbijã, ria Grande de Buba e Cacine. Todos eles carecem de estudos hidrológicos
actuais e bem aprofundados. Na sua maioria, os rios sofrem da influência das marés, não só ao nível dos
seus estuários, uma vez que estes penetram, em alguns casos, a umas dezenas de quilómetros no interior
do país. A penetração da água salgada nestes rios influi nos habitats aquáticos e inclusive na composição
das espécies aí presentes. Todos estes rios e rias apresentam meandros e afluentes.
a geomorfologia do terreno
o sistema hidrográfico
o regime climatológico
Do ponto de vista geomorfológico, o país é essencialmente plano, com uma altura média que varia entre
40 a 80 metros e apresentando como estrutura geológica no Sudeste o sócolo cristalino enquanto que a
Oeste prevalecem as formações sedimentares.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O regime climático caracteriza-se pela distribuição irregular das chuvas ao longo do ano o que condiciona
a variação constante dos caudais dos rios. O caudal máximo dos rios é alcançado nos finais de Agosto e o
mínimo nos finais de Abril. Considerando o exemplo do Corubal e pelos dados estatísticos disponíveis à
partir de 1977, observa-se uma quebra de caudal da mesma ordem de grandeza que a das precipitações.
No caso das rias verifica-se um equilíbrio dinâmico progressivo, entre a carga de agua doce do curso de
agua e dos lençóis freáticos, e a agua do mar. Este equilíbrio é extremamente sensível a qualquer variação
da alimentação em agua doce, portanto, a toda a evolução climática. Pela sua extensão, esse fenómeno
condiciona de forma apreciável a ecologia e a vida económica do país, se considerarmos que a maior parte
das “bolanhas” encontram-se na zona de equilíbrio entre a agua doce e salgada.
Quase todos os rios e/ou rias apresentavam nos anos 50 grandes possibilidades para a navegação e
entretanto estimava-se em cerca de 200 km a rede fluvial efectivamente aproveitada para a navegação
Actualmente grande parte desta rede encontra-se assoreada.
Todos os rios da Guiné-Bissau apresentam uma bacia hidrográfica muito importante. Por exemplo a do rio
Geba tem uma área de 12 225 Km2 dos quais 7 765 Km2 pertence a Guiné-Bissau e a do rio Corubal
possui uma bacia de 22 000 Km2 dos quais só 4 600 Km2 pertence ou se localiza no território da Guiné-
Bissau. Estudos confirmam o potencial deste último para a produção hidroeléctrica em dois pontos do seu
percurso: em Saltinho e Cussilintra 8 .
Importantes pela função hidrológica que desempenham, são os Vendos e as Lagoas. É de salientar entre
estes pelas suas dimensões o Vendo Cham no Leste e a Lagoa de Cufada na zona costeira da Guiné-
Bissau. Os primeiros são depressões nas quais no período das chuvas acumulam a água do escoamento
superficial enquanto que o segundo se localiza na planície do Litoral e constitui a maior superfície de água
doce da Guiné-Bissau.
b) - Aguas subterrâneas
Considerando os níveis pluviométricos médios calculados durante uma década na ordem de 1 600 mm,
estima-se o potencial total em cerca de 45 000 milhões (M) m3/Ano.
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- Esquema Director da Agua e Saneamento – Em actualização ,1998
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- Esquema Director da Agua e Saneamento – Em actualização ,1998.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Entretanto uma atenção especial deve ser dada aos impactos de possíveis explorações intensivas,
sobretudo considerando o avanço actual da lâmina de água salgada e a existência de casos de
contaminação do lençol, pela água salgada. Há que avaliar o impacto dos programas em curso, sobretudo
para aqueles, como é o caso do de Biombo, que prevêem a instalação de vários furos de média
profundidade. Mais efectivo deve ser igualmente a cooperação internacional relativamente ao
aproveitamento do potencial das aguas fluviais, sobretudo no que concerne a estudos de impacto e
medidas consequentes de mitigação em relação a possíveis construções de novas barragens e em relação
as já existentes, por exemplo nos afluentes da parte Senegalesa do Rio Geba.
c) - Uso da água
Este nível de cobertura dá conta do esforço desenvolvido neste sector nos últimos anos. Entretanto ainda
verifica-se que o acesso ao recurso "água de boa qualidade", ainda não é equitativo. As regiões mais
encravadas como o Arquipélago dos Bijagós, o Sector de Boé, assim como as Ilhas de Pecixe e Jeta,
foram muito timidamente considerados nos programas desenvolvidos pelo sector. algumas ONGs
nacionais e estrangeiras não tivessem tido a preocupação em actuar nestas regiões, os seus habitantes
padeceriam ainda muito mais dos problemas de acesso a este recurso. Tabela 2 mostra o tipo e o número
de infra-estruturas construídas no quadro das acções desenvolvidas neste sector.
10
- Idem, pag. 15.
11
- Idem, pag. 5 e seg.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Analisando a evolução da ocupação dos solo através dos dados do SCET – INTERNATIONAL (1978) e
GEOSYSTEMES (1993) vê-se que esta é bastante complexa. Em primeiro lugar SCET (1978) trabalhou
com imagem de 1975, cobrindo todo o território nacional e publicando como resultado um mapa de
vocação e aptidão de solos a escala 1:200 000. O GEOSYSTEMES (1993) com base no mapa do SCET –
INTERNATIONAL (1993) trabalhou com a imagem LANDSAT–TM de 1987, corrigido através da
imagem SPOT de 1990. Este último trabalho cobriu toda a zona costeira ou seja todas as regiões
administrativas da Guiné-Bissau, a excepção da Região de Gabú, e resultou também na publicação de um
mapa de ocupação de solo da zona costeira a escala 1:200 000. Estes dois trabalhos são os mais recentes
existentes na Guiné-Bissau. Entretanto por terem utilizado tipologias diferentes em relação as diferente
unidades de ocupação dos solos, torna-se difícil efectuar uma comparação quantitativa dos resultados
destes dois trabalhos a excepção de alguns caso. As mesmas bases utilizadas pelo GEOSYSTEMES,
foram utilizadas pelo CIRAD-Foret, nas analises da capacidade de produção florestal no quadro do PAFT
para a Guiné-Bissau.
Neste contexto cingimo-nos nas descrições das grandes unidades que compõem os mapas de ocupação do
solo e, ao mesmo tempo, em analisar a evolução de algumas formações vegetais típicas da zona costeira,
como por exemplo : os mangais, as florestas sub-húmida, as savanas arbustivas litorais, as florestas de
transição, os arrozais de solo dos mangais (“Bolanha”) e tannes 12 . Os dados destas formações podem ser
encontradas tanto no trabalho do SCET – INTERNATIONAL (1978) como no do GEOSYSTEMES
(1993).
Observa-se uma clara diminuição das formações vegetais em termos quantitativos e qualitativos quase em
todas as regiões do país. As causas dessa redução são várias entre as quais podemos citar as queimadas
para a agricultura itinerante, a exploração madeireira para fins comerciais, a criação das grandes
plantações (de monocultura) do caju, o aparecimento de novos núcleos populacionais nas zonas de
grandes maciços florestais em busca de novas terras para a agricultura e a conquista de novas áreas do
mangal para a orizicultura de “bolanha salgada” entre outras.
12
Campos hidrófilo - hialino e/ou salino
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O processo de aproveitamento dos solos de mangal para a orizicultura é muito complexo e inclui acções
de desmatação e desenraizamento do mangal, construção de diques e implantação de sistemas de gestão
da água.
Enquanto que na zona Sul da Guiné-Bissau, onde ainda se verificam pluviometrias elevadas, a superfície
orizícola tem aumentado consideravelmente, no Norte e centro Norte da zona costeira estas têm sido
caracterizadas por um aumento de superfícies degradadas e abandonadas, devido as mudanças climáticas,
as características pedológicas dos solos de mangal e a factores de ordem tecnológicos e/ou sociais.
O SCET (1978), quantificou a superfície das bolanhas em duas unidades principais : bolanha de “lala”,
cuja superfície é de 72.400 ha e bolanha de “tarrafe” (mangais) com 116 000 ha, o que totaliza 188 400 ha
em todo o território nacional. Com a excepção da região de Gabú a sua extensão é de 180 700 ha
O GEOSYSTEMES (1993) não optou por diferenciar as duas “bolanhas” devido a dificuldade encontrada
no tratamento de imagem no que concerne a delimitação de duas unidades. Para estes a extensão total de
arrozais alagados nesse ano na zona costeira é de 170 867, 64 ha (6,94%). As causas da diminuição já
foram explicadas no parágrafo precedente.
As áreas de pousio são as áreas que se deixa em repouso por alguns anos, após o cultivo de arroz de
“pam-pam”14 ou de outras culturas. Esta unidade pode englobar zonas de fruticultura em crescimento,
principalmente no norte (Biombo, Óio, e Cacheu), onde é importante o cajual. Não apresentou
crescimento significativo nos últimos 15 anos em nenhuma parte da área costeira.
Culturas alimentares e povoações são áreas densamente ocupadas com culturas alimentares, habitações e
vilas. Foram igualmente consideradas nesta classe alguns dos trechos de vegetação rara, notadamente
clareiras em palmeiras, florestas muito degradadas ou savanas arbustivas litorais. Engloba também,
principalmente ao norte do país, zonas de fruticultura, inclusive homogénea (caju) em rápido crescimento.
As culturas associadas as habitações são cereais (milhos), tubérculos- amendoim (“mancara”), feijão,
fruticultura diversificada e hortaliças. Esta é a unidade que mais cresceu segundo a interpretação de
imagem aéreas de 1975 (SCET-1978). O seu crescimento é bastante importante sobre as manchas de
florestas sub-húmidas do sul do país. É também importante o seu crescimento nas áreas de palmeiras
(situadas principalmente no norte). A causa desse aumento está relacionada com o crescimento
13
Campos de vegetação hidrófilos e/ou hialinas
14
Cultivo de arroz de sequeiro
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
populacional que tem sido verificado em todas as regiões do país; cuja tendência actualmente é a procura
de novas terras para a agricultura de subsistência
A extensão total destas unidades segundo o SCET (1978) é de 276 600 ha em toda a Guiné-Bissau. Sem
Gabú a sua superfície é de 214 000 ha. Segundo o GEOSYSTEMES (1993) esta área aumentou em 317
414,00 ha o que representa 12,89% só na zona costeira sem contar com a Região de Gabú.
Constituídos principalmente por Palmeiras (Elaeïs guineenses), estas formações apresentam densidade
variáveis (densos e abertos). Englobam também maciços mais localizados de “cibe” (Borasus
aethiopum).
A fruta das palmeiras, é muito utilizadas na alimentação através dos derivados de chabeu15 , o vinho-de-
palma (a seiva). O seu tronco é utilizado como material de construção.
O tronco de Borassus é um material fibroso de difícil putrefacção, por isso muito apreciado para as obras
de construção civil e habitação, principalmente em Bissau. Este material tem uma procura crescente.
Existindo uma grande pressão sobre este recurso tona-se difícil de assegurar a regeneração das suas áreas
de povoamento. Algumas gramíneas crescem por debaixo da cobertura do "Cibe" transformando as áreas
com seu povoamento em zonas de pastoreio extensivo..
A degradação desta formação vegetal está relacionada com o ciclo de “pam-pam”, na qual, através das
queimadas periódicas, se põem em causa a sua regeneração, sobretudo, atrasando o seu ritmo de
crescimento e suprimindo as palmeiras mais jovens e as recen-germinadas. O grosso desta formação
localiza-se sobretudo no noroeste do país e ao longo do curso de alguns rios (cursos de água doce),
sobretudo nas imediações da costa. A sua extensão é avaliada em cerca de 112 700 ha para a Guiné-
Bissau, e com a excepção da região do Gabú é de cerca de 111 800 ha (SCET-1978). o GEOSYSTEMES
(1993) estimou a sua superfície em cerca de 109 389,49 ha ou seja 4,44% da zona costeira.
Associada a esta formação vegetal encontra-se a floresta galeria, condicionada pela maior humidade das
vertentes e vales. Ela apresenta variações em relação a sua composição, sobretudo no que concerne a uma
maior, ou menor presença da palmeira de óleo (Elaeïs guineenses). Algumas vezes, devido a sua
localização e condição hídrica, apresentam manchas de com associadas de culturas alimentares diversas.
A sua área é estimada pelo SCET (1978) em 80 000 ha (74 800 sem Gabú) localizada sobretudo na
Região de Óio. O GEOSYSTEMES (1993) avalia a sua extensão actual em cerca de 67 624,77 ha ou seja
(2,75%) da zona costeira. A expansão da agricultura (sobretudo a expansão da orizicultura) é uma das
causas da diminuição desta formação.
d) – florestas sub-húmidas:
A floresta sub-húmida apresenta uma cobertura vegetal heterogénea de grande diversidade e densidade,
de difícil penetração e com estratos vegetais compostos de árvores de grande e médio porte e arbustos. No
seu interior é característico um micro-clima fresco, com pequenas oscilações de temperatura. Em função
das condições climáticas, sobretudo de maior pluviosidade que aí se regista, as manchas principais e
15
Chabeu é o cacho da fruta de palmeira, donde se extrai o óleo de palma
17
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
representativas desta formação localizam-se no sul da Guiné-Bissau, ocupando uma vastas áreas no sul de
Quinara e na Região de Tombali.
• Um estrato superior: com árvores de grande porte (30 40 m de altura) formando uma biomassa
importante. As essências principais são, entre outras : “Po de bitcho amarelo” (Chlorophora
regia), “Polon” (Ceiba pentandra) e “Po de miséria” (Anisophylla lamina). Este último é uma
essência muito utilizada especificamente no sul do país para armação de teto das habitações.
É pertinente sublinhar que esta formação só se encontra na zona costeira. A sua extensão foi de 129 000
ha em 1978 segundo o SCET. O GEOSYSTEMES (1993) estima a sua superfície em cerca de 126 278,39
ha, o que representa 5,13% da superfície da zona costeira. Esta diminuição é originada pela agricultura
itinerante (“pam-pam”), desmatações para a pratica de fruticultura diversificada principalmente do caju,
verificadas nos últimos anos, devido a queda da produtividade das “bolanhas” dos mangais e a imigração
rural para a zona de maior concentrações florestais .
Nos limites da floresta sub-húmida, encontra-se uma a floresta de transição, cuja superfície é de 24 000
ha na Região de Gabú e de 24 418,59 ha (0,99%) na zona costeira (GEOSYSTEMES-1993).
Esta unidade é composta de florestas semi-secas e de florestas secas. As suas manchas contêm um estrato
arbóreo cuja altura varia de 20 à 30 m e um estrato arbustivo e lianas, formando “ilhéus” separadas por
manchas de gramíneas
Nesta formação dominam as espécies florestais seguintes: “Bissilon” (Khaya senegalensis), “Po de
conta” (Afzelia africana), “Manconde” (Erytrhopheleum guineense), Palmeira de óleo (Elaeïs
guineenses), “Po de carvão” (Prosopis africana), “Po de sangue” (Pterocarpus erinaceus). As florestas
secas e semi- secas são muito procuradas para a exploração madeireira. Essa exploração concentra-se
em algumas essências como no “Bissilon” e “ po de sangue”, destinadas essencialmente às
exportações.
A causa de degradação e diminuição desta floresta é a mesma que para as florestas sub-húmidas, mais
com maior incidência nesta formação devido a exploração florestal madeireira e as queimadas.
Segundo o SCET (1978) a superfície desta formação é de 859.000 ha em todo o território nacional,704
600 ha sem Região de Gabú. O GEOSYSTEMS (1993) avaliou a sua área em 647 985, 36 ha ou seja
26,3% da zona costeira (vide Anexo II). Junto com as savanas constituem as formações vegetais
dominantes na Guiné-Bissau
18
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Esta formação é caracterizada por um estado arbóreo com densidade de ocupação média de 10 `50%.
O estado arbóreo é dominante, mas o seu porte e sua composição floristicas variam segundo as regiões
e são fortemente influenciadas pelas características do solo.
Estas florestas são normalmente queimadas todos os anos, facto que tem uma grande influência sobre
este tipo de povoamento.
Actualmente essas áreas estão sendo ocupadas paulatinamente pela fruticultura, particularmente a
monocultura de cajú, especificamente no norte (Biombo e Oio). É formação pode ser localizado em
todo o território nacional. Esta formação, segundo o (SCET –1978), cobre uma superfície de
aproximadamente 1 076 000 ha ou seja quase 1/3 da Guiné-Bissau (461 700 com excepção de Gabú)
O GEOSYSTEMES-1993 estima a sua superfície em 472 093,79 ha, correspondente a 19,18% da
superfície da zona costeira (vide Anexo II).
Em regra geral esta unidade localiza-se em solos de baixa fertilidade, com textura arenosa, produto da
evolução de sedimentos marinhos. A sua composição é simples e nelas é predominante um estrato
herbáceo (1 à 2 m), e frequentemente apresentam um estrato arbustivo pouco denso. Nela podem ser
encontradas as espécies como o “pó de incenso” (Danielle Oliveri) a “Karite” (Butyrospermum parkii) e a
palmeira de óleo (Elaeïs guineensis). Ligadas a esta unidade encontram-se também as formações
arbustivas densas do litoral, nas quais se salienta a formação vegetal localizados nos limites das praias,
nas depressões e nos cordões arenosos.
A superfície desta formação é estimada pelo SCET-1978 em 51 400 ha. Segundo o GEOSYSTEMES
1993 a sua área mais recente é de 56 231.66 ha (2.28%). Estes dados apontam para um ligeiro aumento
em comparação à 1978, o que deve estar provavelmente relacionado com o fenómeno de savanização que
actualmente assola o território da Guiné-Bissau.
É uma formação vegetal azonal, condicionada principalmente pela presença de água (solos
hidromórficos). Esta formação ocupa as zonas em depressão, onde os solos são submersos ou com lençol
fréatico muito próximo da superfície na estação das chuvas. Esta formação apresenta apenas um estrato
herbáceo de 1 a 2 m. Ela é quase desprovida de árvores com rara excepção na sua extremidade onde se
encontra franja de palmeiras de óleo, “cibe” e pó de incenso.
São áreas muito utilizadas para o cultivo do arroz (“bolanha de lala”) nas zonas azonais mais interiores e
de pastoreio para o gado e a fauna bravia, sobretudo após a estação das chuvas. Quando localizados nos
vales fluvio-estuarinos próximo das rias ou rios, como por exemplo nas margens do Rio Cacheu, algumas
zonas em Bissau e nas margens do rio Geba e Corubal apresentam zonas de transição localmente
salgadas.
19
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Este tipo de formação pode ser observada à Sul de Óio, Norte de Tombali e igualmente encontra-se
representada na zona costeira. Esta formação cobre uma superfície aproximadamente de 160.000 ha
(SCET-1978), espalhada por todo o país (134 000 ha sem Gabú) e 123 690,95 ha (5.03%) na zona
costeira segundo o GEOSYSTEMES – 1993.
i) – Mangais (“mangrove”)
Esta unidade corresponde as formações vegetais submetidas a influência das marés, típica da zona
costeira, caracterizada por ter diferentes espécies, entre as quais:
Rhizophora, mangal alto com estatura média de 10 m localizada nas franjas litorais e margens de rias
inteiramente controlados pela maré, cobre um leito aproximadamente de 20 a 100 m na margem dos rios.
Avicennia, mangal baixo, que se distingue da Rhizophora pela sua altura média, aproximadamente 5 m.
Ocupa a parte mais alta e inundada em função das marés simi-diurnas. Também ocupa os principais eixos
de penetração marinha (Região de Cacheu, Bissau, Quinara, Tombali, e Óio) e nas Ilhas de
Bolama/Bijagós. Esta espécie do mangal é frequentemente desmatada e o solo respectivos utilizado para
o cultivo do arroz (“Bolanha salgada”).
Nos mangais encontramos outras espécies associadas, nomeadamente Lagunculária racemosa e
Conocarpus erectus (Sul do País).
As áreas do mangal também são utilizadas para a exploração da lenha para cozinha, do camarão, da ostra,
do “combé” e do caranguejo, e para a pesca.
A superfície desta formação vegetal em 1978 segundo o SCET é de 287.000 ha, isto é cerca de 10% do
território. Segundo o GEOSYSTEMES, a sua área passou à 250 761,1 ha em 1993 (7% do território
nacional).
A diminuição desta formação vegetal está relacionada com a conquista de novos espaços para a
orizicultura sobre o solo do mangal, construção de estradas que recortam as áreas do mangal e a
diminuição de chuvas sobretudo no norte do país, provocando o aumento da salinidade.
J) – Tannes
São campos planos de solo nu com afloramento de sal ou com vegetação herbácea halófila e hidrófila. É
uma unidade associada aos mangais e localiza-se nos limites das savanas herbáceas litorais. Agrupam-se
em ilhéus no meio dos mangais. A vegetação é caracterizada por manchas de gramíneas e plantas
tolerantes ao sal, existentes em vastas áreas de solos salgados.
A sua extensão passou de 37 600 ha (SCET- 1978) a 94 201 ha em 1993 (2,61% do território
(GEOSYSTEMES – 1993). Este aumento é verificado sobretudo na zona norte do país especificamente
na Região de Cacheu. As causas prováveis desta diminuição estão relacionadas com o abandono de
muitas bolanhas que se transformaram posteriormente em tannes salgados, e por outro lado, e a
diminuição das chuvas que provocaram em parte o aumento da salinidade de muitas zonas do mangal.
20
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
h) –Plantações de cajú
Apesar de não figurar no mapa de ocupação de solo em, ela se encontra dispersa por todo o território
nacional. A dimensão das plantações varia de algumas centenas de m² a dezenas de hectares. Segundo o
TIPS/USAID – ANAG/AMAE (1996) actualmente a plantação de caju ocupa uma área de 118 595 ha
Segundo observações de terreno, as plantações mais extensas estão concentradas sobretudo, nas Regiões
de Quinhamel-Biombo, Bissau e ilha de Bolama. Entretanto a sua área fica por determinar, sobretudo
devido ao facto de ser muito difícil diferenciar, através das imagens, as suas manchas das de outras
formações vegetais de porte médio. Nos últimos anos tem sido observados a expansão de plantações de
caju em toda a área costeira do país, sobretudo no norte (Cacheu, principalmente, em Óio) e seguidamente
em Quinará.
As zonas húmidas estão entre os ecossistemas mais produtivos da terra, elas asseguram directamente as
necessidades de milhões de pessoas e fornecem bens e serviços às regiões situadas fora delas. O homem
cultiva os solos desta zona, pesca o peixe para alimentar-se, corta as arvores para a construção e para
actividades domesticas. As actividades de lazeres tais que as observações de aves, pratica de desporto,
estudos científicos são alguns exemplos de utilização directa das zonas húmidas.
No que concerne a Guiné-Bissau pode-se distinguir quatro tipos de zonas húmidas atendendo as sua
importância : os mangais, o Arquipélago dos Bijagós, a Lagoa de Cufada e os Vendos.
a) - O mangal (“tarrafe”)
21
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O “tarrafe”1 ocupa uma área de 250 761,1 ha (cerca de 7 % da superfície da Guiné-Bissau), ladeando
na faixa costeira a maior parte das áreas de estuário de rios e rias, formando maciços de importância
considerável e bem preservados na s margens do rio Cacheu, Cumbidja e Cacine, assim como no
complexo do grupo de ilhas de Formosa e de Orango. O funcionamento deste ecossistema é
determinado pelo ritmo das marés, o regime hídrico (sobretudo as chuvas), deposição de sedimentos e
a temperatura.
A vegetação dos mangais apresenta adaptações especiais para suportarem a influencia da agua salgada
e dos sedimentos em que se fixam. Para além da sua função física (anti-erosiva, protecção contra as
tempestades, etc.) o “tarrafe” tem uma função ecológica de extrema importância para a economia da
Guiné-Bissau. Com sistemas radiculares muito densos as plantas deste ecossistema fixam os
sedimentos, mas também produzem matéria orgânica, o que cria óptimas condições para fixação de
organismos de pequeno tamanho, tornando-se assim em verdadeiras zonas de reprodução e criação da
fauna marinha, terrestre e da avifauna (desova, alimentação, crescimento, repouso e refugio, etc.). Uma
grande parte de moluscos e crustáceos aí produzidos constituem as principais fontes de proteína para
muitos grupos étnicos. As ostras por exemplo fixam-se às suas raízes aéreas que regularmente
submergem com o aumento do nível das mares e muitos herbívoros marinhos procuram as suas folhas
para se alimentarem. Saliente-se a sua função no ciclo de reprodução do camarão, espécie sobre a qual
se verificam, a maioria das concessões de licença de pesca industrial, cujos valores têm grande
repercussão no orçamento geral do estado.
Possui 10 000 Km2 e é constituído por 88 Ilhas e Ilhéus, das quais 21 são habitadas, e outras 20 sujeitas a
uma ocupação temporária no quadro do ciclo do "pam-pam". Esta zona caracteriza-se por ter uma
profundidade inferior a 10 m, a existência de bancos de arreia e vasosos, de cana is rasos ou profundas,
mangais e de diferentes correntes jogando um papel significativo no que concerne a riqueza e a
diversidade do meio. O Arquipélago recebe mais de um milhão de aves migratórias palearticas que
utilizam os bancos (cerca de 1 700 Km2 na maré baixa) e zonas intertidais como sítios de alimentação. É
conhecido internacionalmente como o segundo lugar mais importante de migração de aves, da Costa
Oeste Africana depois de Banco de Arguin na Mauritania. (UICN/MDRA-DGFC, 1993). Praias de
muitas ilhas e ilhéus são frequentemente visitadas por Tartarugas Marinhas, salientando-se que das 7
espécies mais conhecidas mundialmente, 5 visitam o Arquipélago, que é considerado o local de postura
mais importante da África Ocidental para muitas delas. Registam-se a presença de muitas espécies
consideradas raras e/ou protegidas a nível mundial que aqui são comummente observadas, salientando-se
o caso do hipopótamo, duas espécies de golfinhos, a vaca marinhas, o papagaio cinzento, entre outros.
Cerca de um terço da superfície do Arquipélago é coberto pelo "Mangrove".
b) - Lagoa de Cufada
Este ambiente de 890 Km2 caracteriza-se por acumulação (tempo das chuvas) e distribuição (tempo seco)
de água doce, que, se conservada, pode suprir as necessidades das populações humanas de uma vasta
região.
Esta zona apresenta grande interesse para avifauna aquática a fauna terrestre, inclusive para a invernagem
das aves migratórias vindas da Europa.
22
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
É uma importante área de antílopes, e são visitadas por crocodilos e hipopótamos. Quanto a grande
variedade de aves, essa área é de relativa importância, reconhecida há mais de 40 anos e permitiu o
ingresso da Guiné-Bissau na Convenção RAMSAR (acordo internacional de protecção das áreas
húmidas).
c) - Os Vendos
São pequenas extensões de agua doce que se distribuem sobretudo no leste do pais durante a estacão da
chuva. Este tipo de zona húmida não é abundante na Guiné-Bissau devido a característica muito
homogénea do relevo, praticamente sem elevações significativas. Entretanto os existentes, possuem
importância para a avifauna e para actividade agrícola, sobretudo para o cultivo de arroz.
Vários estudos confirmam que do ponto de vista bio-geográfico, a Guiné-Bissau, encontra-se numa zona
de transição guineo-congolesa e sudaniana. Enquanto que por exemplo elementos florísticos zairo-
guineenses, segundo Malaise atingem em Cantanhez (e também no Casamance), na zona costeira da
Guiné-Bissau, os seus limites ma is ocidentais de extensão, já na parte mais oriental do território,
23
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
predominam os elementos sudano-sahelianos 16 . Mais concretamente, são estes elementos que estão na
origem das formações do sector guineense e sub-guineense húmido, onde predominam a florestas secas e
semi-secas densas, as florestas sub-húmidas (caducifólias) e os palmares naturais, contrariamente a zona
sudano-saheliana, onde as florestas abertas e as savanas arborizadas constituem as formações principais.
A sua localização nesta zona de transição influencia igualmente os seus elementos faunísticos. Pelo que, a
Guiné-Bissau, não constitui excepção em relação as grandes radiações que caracterizaram a fauna
africana, sobretudo no que concerne a presença de antílopes e primatas.
A fauna marinha e aquática é muito influenciada pelas condições do ambiente em que vivem, muito
marcado pela presença de estuários, grandes superfícies do mangal e zonas de baixa profundidade e
temperaturas muito adequadas.
Os primeiros levantamentos sobre a flora da Guiné-Bissau datam do período colonial no qual se salientam
sobretudo os diferentes trabalhos do Instituto de Investigação Científica de Portugal (precursor da então
chamada Junta de Investigação do Ultramar), que através de diferentes missões geográficas e de
investigação do Ultramar, procedeu a recolha e a identificação de várias espécies florísticas e faunísticas,
e que ainda actualmente continuam a ser realizadas no quadro de cooperações específicas com o INPA, a
ONG Acção para o Desenvolvimento e o Programa da Reserva da Biosfera coordenado pelo INEP.
Sobretudo os resultados dos inventários realizados no período colonial, encontram-se nas diferentes
publicações da então Junta de Investigação do Ultramar e na Série de Publicações “Garcia da Horta". A
este processo e sobretudo no sentido de definir a superfície ocupada pelas diferentes formações foram
importantes os trabalhos do SCET-Internacional, ATLANTA-Consult e por último do CIRAD-Foret. Este
último enquadrou-se no processo de elaboração do Plano Director de Floresta (PAFT). Igualmente
trabalhos pontuais foram entretanto desenvolvidos por investigadores nacionais e estrangeiros, como é o
caso de BANCESSI, Q. que inventariou leguminosas e gramíneas da Guiné-Bissau e da Iniciativa de
Cantanhez e da Universidade de Jembloux, que inventariaram variadas espécies florísticas da floresta
húmida de Cantanhez, e por ONGs sobretudo no quadro da farmacopeia tradicional da Guiné-Bissau.
Uma inventariação exaustiva com base na literatura dá conta da existência de 1.186 espécies
inventariadas na Guiné-Bissau, agrupadas em cerca de 160 famílias como demonstra o quadro 2, em
anexo I. Destes segundo DAVIS & al. (1986) citados no "Guia da Biodiversidade" cerca de 12 espécies
são endémicas, entretanto das quais só cita o nome das seguintes:
As Papilonaceas, com 131 especies, as Rubiaceae com 73, as gramíneas com 97 são as famílias com
maior número de espécies (vide tabela 2 em Anexo I). Saliente-se que, as plantas inferiores, as plantas
16
Malaise, François.: Caractérisations phytogéographique et ecologique des forêts
de Cantanhez (Région de Tombali, Guinée-Bissau). Acção para o Desenvolvimento e
Iniciativa Cantanhez. 93 pag.
24
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
aquáticas em geral, ainda estão pouco estudadas na Guiné-Bissau. Identificou-se em diferentes literaturas
os usos seguintes para algumas das espécies recenseadas:
Designações da maioria das espécies recenseadas são conhecidas nas diferentes línguas nacionais, o que
demonstra em parte o grande acervo de conhecimento tradicional sobre as espécies existentes nas
diferentes formações vegetais da Guiné-Bissau.
Exemplares de várias destas espécies encontram-se depositadas de forma dispersa, nos herbários da Casa
de Ambiente em Bubaque, nos centros do INPA em Contuboel, na sede da Iniciativa de Cantanhez em
Iemberem. Amostras de medicamentos existem igualmente em Farim no quadro das acções da Swissaid,
em Varela na Escola de Verificação Ambiental promovida pela ONG AD, na Casa de Ambiente em
Bubaque coordenada pelo INEP, assim como nos diferentes centros do INPA. Uma grande colecção de
amostras existe no herbário do Centro de Botânica do IICT, e exemplares vivos “ex-situ” no “antigo”
Jardim e Museu Agrícola do Ultramar em Portugal.
Mapa 3 mostra as áreas prioritárias propostas para a criação de Reservas Florestais, sobretudo devido
ao bom estado de conservação das formações nelas presentes. Se bem que muito pouco conhecidas
ainda, existem maciços consideráveis nas Ilhas de Caravela, Enú e Cute, e João Vieira no Arquipélago
Bolama-Bijagós, assim como a Floresta de Ucô na zona de Calequisse e nas Ilhas de Jeta e Pecixe.
Mais recentemente (entre 1988 e 1991) efectuaram-se dois importantes recenseamentos faunísticos,
sendo um deles mais voltado para a parte continental, o outro concentrou-se mais no Arquipélago dos
Bijagós. Em colaboração com o Comité Internacional para a Conservação do Mar de Wadden,
25
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
iniciaram-se trabalhos mais permanentes de identificação e contagem da avifauna, a qual incidiu mais
nas aves migratórias europeias que invernam nas Lagoas de Cufada e no Arquipélago Bolama-Bijagós.
Estudos mais específicos sobre espécies são muito pontuais, pelo que um recenseamento exaustivo
para além dos citados mais acima é inexistente.
A fauna marinha e aquática foi objecto de várias missões, de instituições de pesquisa estrangeira em
conjunto com o CIPA (Centro de Investigação Pesqueira Aplicada). Esta ultima instituição nacional
efectuou inventários e estudos biológicos de varias espécies no Arquipélago dos Bijagós, na Ria
Grande de Buba e na área de Cacine.
Os resultados gerais destes inventários encontram-se em Anexo. Entretanto queremos salientar que:
1. foram recenseadas cerca de 374 espécies de aves repartidas por cerca e 31 famílias (vide anexos).
Para cerca de 30 espécies entre maçaricos, gaivotas e gaivinhas, o Arquipélago dos Bijagós pode ser
considerado uma zona húmida de importância internacional uma vez albergar, mais de um (1) % das
populações mundiais respectivas.
3. Se bem que muito estudados no passado, não existem estudos actuais que cobrem a herpetoauna que
cobrem todo o território da Guiné-Bissau (vide literatura). Inventários recentes foram efectuados
pontualmente nas Ilhas de Bubaque, Orango, Soga e Imbone. Recenseamento geral das espécies
mostra que na herpetofauna guineense são conhecidas:
17
- Este anexo refere-se as Espécies objectos de uma protecção parcial pela CITES.
26
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
• Duas espécies de "pholidotes" ambas inscritas no anexo III 18 da CITES existem na Guiné-
Bissau. Enquanto Pangolin de Cauda longa Manis tetradactyla Linné é considerado
ameaçado, já o Pangolin Gigante Manis gigantea Illiger é considerado raro na Guiné-
Bissau. Ambos encontram-se inscritos na Convenção de Londres.
• Vinte e uma espécies de carnívoras. Destas espécies, duas encontram-se ameaçadas (Ciniena
Lycaon pictus (Temminck) e o Leopardo Panthera pardus leopardus (Schreber)), 11 são
raros e uma considera-se extinta, o chacal comum Canis aureus anthus (G. Cuvier). O
Leopardo, o gato-lagar Leptailurus serval senegalensis (Lesson), encontram-se inscritos no
anexo Ida CITES 19 , enquanto que, a fuinha Aonix capensis capensis, o leão Panthera leo
senegalensis (Mayer) e o gato-lagar constam no Anexo II da CITES.
Pela seu potencial faunísticos e podendo até ser consideradas eventualmente como os principais centros
de endemimismo da Guiné-Bissau, salientam-se as seguintes zonas:
Ø Sector de Boé e Pirada, como corredor de passagem da fauna nas suas migrações
sazonais de Norte para Sul e vice-versa. Estes sectores administrativos localizam-se
18
- Espécies á proteger de acordo com a decisão de cada país.
19
- Espécies cuja protecção deve ser integral.
27
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Ø Arquipélago dos Bijagós, é não só importante para a avifauna, como igaulemente para
alguns repteis e mamíferos marinhos. Esta zona não apresenta igual número de
espécies que o continente, mas que em valor se sobressai pelo elevado números de
espécies raras e incluídas nos anexos I e II da CITES. É uma zona muito importante de
reprodução dos estoques marinhos sub-regionais.
Quanto a fauna marinha pode-se constatar a existência de uma grande diversidade de espécies. Em
conjunto foram recenseadas cerca de 230 espécies repartidas por 87 famílias (vide lista em Anexo) as
quais podem ser agrupadas de acordo com algumas características físicas dos habitats aquático:
Ø Espécies cuja reprodução se efectua nos estuários mas pode igualmente ter lugar
no meio marinho . Este é o caso dos Mugilidae (Liza. grandisquamis « Cr.
Cacandja »; Liza falcipinnis « Cr. Chalumbe »; Liza dumerili « Cr. Sancaetano »),
Haemulidae (P. peroteti; P. jubelini), Clupeidaee os Sciaenidae (P. elongatus, P.
typus, Pteroscion peli) e os Ariidés (Arius spp.). Espeécies da família dos
Sciaenidae dominam nestes ambientes de grande aporte das áreas terrestres.
20
- Uma espécie de tilapia "bentana".
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Nos rios e lagoas são pouco as espécies conhecidas, o que significa que, um esforço considerável deverá
ser desenvolvido no sentido de conhecer melhor as espécies de água doce, para melhor aperfeiçoar os
mecanismos da sua gestão. Recenseamentos vários dão conta de cerca de 200 espécies haliêuticas ao nível
da plataforma marinha, algumas das quais de alto valor comercial (vide Anexo). Esta plataforma, com
uma superfície de cerca de 55 000 Km2, é ainda beneficiada pelas suas características físicas, natureza do
seu fundo, natureza da costa muito recortada e com grandes superfícies de “mangrove”, os fenómenos
estuarinos e marinhos, como o de ressurgência ("upwelling"), as derivas litorâneas, outras correntes
marítimas, que a conferem uma elevada produtividade biológica e fazem dela uma zona importante de
reprodução dos estoques haliêuticas ao nível sub-regional. As últimas estimativas dão conta de que o
potencial da plataforma continental em recursos haliêuticas é de cerca de 150 000 t. Tabela 7 fornece o
balanço das disponibilidades da ZEE da Guiné-Bissau, o que demonstra a inexistência de possibilidades
de capturas suplementares de espécies demersais acessíveis aos navios da pesca industrial
29
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Camarão de Predominância de 2 800 a 3 000H Nas zonas de vasa domina o camarão (Penaeus
costa vasa notialis) que vem assoiacado as espécies
seguintes: Pseudotolithus senegalensis,
Galeoides dacadactylus, Arius heudoloti, e a
Cynoglossus canariensis.
Este recurso é totalmente explorado mas sem
risco de sobrexploração
Espécies Fundo mole da : 5 000 a 8 000 Estas espécies são fortemente exploradas
intermediárias plataforma Predominância de espécie da família dos
de peixe continental Sciaenides
Espécies Fundo duro da 5 000 – 20 000 Tendência para sobre-exploração;
intermediárias plataforma Nas zonas de areia, predominância das
de peixe continental Sparidae através das espécies como Pagellus
bellottii, Sparus caeruleostictus, Epinephelus
aeneus, dactylopterus volitans e Pseudupeneus
prayensis
Nos bancos rochosos predominância dos
Ludjanedea.
Cefalópodes 5 500 – 8 000H Forte resistência a sobre-exploração
Camarão de Zonas mais 1 200 – 1 700 Essencialmente representada pelo Parapenaeus
Profundidade profundas (100- longirostris e a espécie secundária Aristeus
200m) varidens.
Nível de exploração depende da estratégia dos
armadores estrangeiros que trabalham em
diferentes ZEE
Sparidés de Zonas de 5 000 Não existe sobre-exploração
profundidade profundidade entre É representada pelas espécies seguintes: Dentex
80 a 100 m angolensis, D. congoensis e D.
macrophthalamus.
Recursos 100 000 Pequenos pelágicos disponíveis periodicamente
pelágicos mas dependendo de capturas realizadas fora da
Guiné-Bissau
H Dependendo do nível de recrutamento
21
30
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A) Utilização da flora
A contribuição do sector florestal para o PIB é de cerca de 6 % e de cerca de 6,2 % para o valor total das
exportações23 . Este é originada essencialmente pelas taxas de direito sobre as superfícies de concessão
(0,05 USD/ha), taxa de corte por m3 de madeira comercializáveis, as taxas de exportação (20 % do valor
das exportações FOB) e a própria venda da madeira no mercado interno e externo. Enquanto que para os
"cibes" as taxas são concedidas por rachas e normalmente só 300 rachas são autorizadas e mediante a
apresentação de projectos de construção devidamente aprovados .
Bissilon 20
Pó de sangue 40
Pó de conta 60
Polon 12
Manbode/incenso 15
Mancone 18
Para o ano de 1997, foram concedidas licenças para extracção de 220 000 rachas de cibe e foram
apreendidas sem licença cerca de 4 707 rachas. Estes dados estão muito aquém da extracção que é
realmente efectuada. Actualmente todas as licenças são orientadas para o Sul da Guiné-Bissau, uma vez
que no Norte, as formações mais antigas foram completamente dizimadas. Destas se extrai os melhores
materiais de construção.
Estima-se a produção anual das formações lenhosas em cerca de 600 000 a 700 000 m3 24 . Este valor
precisa de ser entretanto reconsiderado e revisto sobretudo face a alteração das superfícies de diferentes
formações e a transição de uma formação para outras mais degradada.
A lenha e o carvão constituem a principal fonte de energia para a população da Guiné-Bissau. Este último
é utilizado por excelência nos centros urbanos. Estima-se em média que o consumo de madeira para fins
energéticos é de 2 m3 /pessoa/ano o que dá um consumo anual de cerca de 1 125 000 à 1 200 000 m3 . Não
são conhecidos os volumes de extracção de outros produtos florestais tais como o mel, produtos de caça,
23
Plano Director Florestal Nacional, PAFT, pag. 7.
24
Plano Director Florestal Nacional, 1992, pag.V.
31
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
farmacopeia, matéria-prima para o artesanato (bambu, "tara", mantanpa-de-serra" etc.). Seria desejável
realização de um estudo especifico sobre o assunto.
B) Utilização da fauna
Para além da caça tradicional através da qual uma grande parte das necessidades proteicas das populações
rurais é satisfeita, aumentam as actividades cinegéticas na Guiné-Bissau. Actualmente existem cerca de 5
clubes de caça, com uma área substancial de concessão (vide carta). Estima-se que a contribuição anual
da caça profissional e tradicional seja da ordem de 640 000 US$ anualmente.
Estima-se o número de pescadores artesanais em cerca de 8 000, sendo cerca de 2 000 estrangeiros e a
frota de pesca artesanal é de cerca de 2 000 pirogas, das quais cerca de 255 motorizadas. A captura desse
sub-sector é estimado em cerca de 50 000 t/ano, grande parte da qual é utilizada para sustentar o mercado
interno. Actualmente estima-se o consumo per/capita/ano em cerca de 12 Kg2526 .
A pesca na sua globalidade contribui em cerca de 10 % para o PIB. A pesca indus trial é
essencialmente praticada em regimes de licenças. Somente as receitas provenientes da venda de
licenças cobrem cerca de 40 % do Orçamento Geral do Estado 27 . As tabelas seguintes mostram,
segundo as estatísticas da pesca industrial, a evolução das capturas de determinadas espécies na base
destas licenças, assim como as capturas por pavilhão.
Quadro 2
Produção em ton. de algumas espécies de pescado segundo o Plano Director da Pesca
Industrial da Guiné -Bissau
Produção em ton. de Algumas Espécies de Pescado
40000
35000
30000
25000
Produção (em ton)
1990
1991
20000 1992
1993
1995
15000
10000
25
- Plan Directeur de Peche Artisanale, pag. 2 e seg.
26
- Plan
5000
Directeur de Peche Industrielle – Bilan Sectoriel - Rapport final, pag.
7-2 e seg.
27
- Plan Directeur de Peche Artisanale, pag. 2 e seg
0
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a
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Ca
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Espécies 32
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Produção
Quadro 3 de Pe scado por tipo de pesca segundo o Plano Director da Pesca Industrial
Produção por em ton. por Tipo de Pesca
da Guiné Bissau
140000
120000
100000
80000 1990
produção
1991
1992
1993
60000 1995
40000
20000
0
Arrasto camarão Arrasto Cefalop. Arrasto peixe Cerco peixe Palangres peixe Rede Malhar Não Identificado
Tipo de Pesca
Um dos grandes factores que afectam a manutenção das grandes formações vegetais guineenses e sua
regeneração natural são as mudanças climáticas em curso na sub-região. A capacidade de regeneração
das formações vegetais diminui, o que provoca a sua degradação em termos de superfície e de
composição. Verifica-se uma substituição progressiva por espécies mais resistentes a seca e por aquelas
de menor porte. Estas transformações estão igualmente na origem da degradação dos diferentes habitats
da fauna, e do desaparecimento de algumas áreas húmidas, sobretudo nas zonas marginais da parte
continental dos grandes rios da Guiné-Bissau. A degradação da cobertura vegetal cria condições para a
degradação do solo, entrando-se num ciclo vicioso, que tem como consequência última a impossibilidade
da prática da agricultura, criação do gado pelas populações humanas.
O homem com a sua actuação é igualmente um factor de degradação do meio. As praticas ancestral da
cultura itinerante sobre as áreas desmatadas com o auxílio do fogo, as queimadas para a abertura de novas
áreas de pastagens, a caça com o auxílio do fogo, assim como as queimadas por origem diversas
(exploração do mel, descuido e fogo posto, etc.) degradam e destroem anualmente cerca de 50 000 ha de
floresta na Guiné-Bissau, que servem igualmente de habitats de diferentes espécies selvagens.
A exploração florestal para fins comerciais, se bem que em termos de volumes totais não seja
considerável, provoca prejuízos nas condições em que é praticada actualmente. Ela não só tem por base a
sobre-exploração de algumas espécies, como também é efectuada sem um enquadramento técnico e
utilizando tecnologias obsoletas, que não só provocam desgastes na zona de corte, como ainda não
possibilitam o uso integral das espécies abatidas. Em relação especialmente ao “cibe” verifica-se que as
33
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
grandes formações destas espécies foram completamente devastadas devido ao grande mercado originado
pela expansão da construção nos grandes centros urbanos da Guiné-Bissau. Em geral estas espécies não
são objecto de programas específicos de reflorestação por parte do Governo e do sector privado. Aliás,
salvo algumas acções muito pontuais enquadradas no mês da arvore ou nas acções de projectos
específicos (palmar, etc.) não existe um programa nacional de reflorestação.
Algumas áreas sensíveis são afectadas igualmente pela exploração tradicional, salientando-se por um
lado a extracção de lenha do "tarrafe" para a fumagem do peixe a abertura de novas áreas de cultivo na
floresta húmida de Cantanhez, assim como a exploração da lenha e do carvão, para os mercados dos
grandes centros urbanos.
A caça descontrolada é praticada não só nas zonas de concessão para a caça turística como igualmente
fora delas. Verifica-se que frequentemente, mesmo nas áreas consideradas por lei como reservas
faunísticas, esta actividade é praticada devido a falta de capacidade efectiva de controle por parte das
instituições de tutela.
A pesca descontrolada nos rios de água doce com artes desaconselháveis (armadilhas, rede de emalhar
etc.) com grande captura de juvenis e a pesca orientada sobre algumas espécies como é o caso das
barracudas, tubarão e espécies afins já fazem sentir os seus impactos. A pesca do tubarão para além do
facto de ser muito devastadora de recursos, porque é essencialmente orientado para a extracção das suas
barbatanas que têm um grande valor comercial no mercado sub-regional e asiático, tem incidência
através de capturas acidentais sobre as tartarugas marinhas, os delfins e o manatim.
Muito considerável é, na pesca industrial, a incidência sobre algumas espécies assim como as capturas
acidentais das tartarugas marinhas. Neste tipo de pescas são igualmente frequentes as acções de pirataria,
assim como a penetração em zonas exclusivamente reservadas a pesca artesanal.
O comercio clandestino da fauna selvagem e de trofé us respectivos tem estimulado uma cadeia de
traficantes. Verifica-se a invasão das zonas fronteiriças por caçadores furtivos vindos dos países vizinhos
onde a vigilância sobre as suas actividades é muito mais eficiente. Entretanto internamente tem sido
estimulado através de um comércio florescente e muito rentável, a captura e a venda de espécies
selvagens exóticas, como as tartarugas marinhas, o chimpanzé., o papagaio, as iguanas, o porco de mato e
outros répteis.
A urbanização e a construção de novas inf ra-estruturas têm sido efectuadas à custa de diferentes
formações vegetais e habitats, alguma delas de grande valor ecológico e paisagístico. Este é o caso de
toda a zona baixa de Bissau, anteriormente uma zona húmida albergando "mangrove" e lagos que serviam
de zona de repouso e de alimentação para inúmeras aves, mas que supriam igualmente as necessidades
proteicas das camadas mais pobre de Bissau, com peixes, moluscos e crustáceos.
Várias estradas asfaltadas, foram construídas sem estudos prévios de impacto ambiental. Por exemplo o
troço de estrada Ingoré-São Domingos-Varela, que no seu percurso cortou vários braços de rio na sua
ligação com o Rio Cacheu, secando-os e originando por falta de influência das marés salgadas a morte do
34
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
mangal, da fauna (sobretudo dos peixes). O mesmo fenómeno se repete com a estrada São-Vicente-
Antotinha-Ingoré, onde os canais tradicionais de circulação da água entre as duas partes da estrada foram
cortados; a consequência foi a destruição de uma vasta área dos mangais. A mesma coisa acontece em
relação a estrada Bissau-Quinhamel e Bissau-Prabis. É conhecida a contribuição destes braços de rio ao
nível da reprodução de determinadas espécies haliêuticas, sobretudo em relação ao camarão. Na
construção da estrada Bambadinca-Buba, foram eliminadas mas do que necessário, toda a vegetação
circundante ao longo de todo o troço, se bem que esta poderia ter sido em parte deixada, o que poderia ter
eventuais impactos positivos.
Na Guiné-Bissau, de uma forma geral o fenómeno erosivo é praticamente insignificante, isto explica-se
pelo aspecto plano do relevo. Entretanto observa-se a erosão na praia de Varela no noroeste do país,
provocada em parte pela acção directa das ondas sobre a costa e por outro lado pela acção das aguas
pluviais sobre a falésia situada em frente da costa. Nesse lugar este fenómeno tende-se a agravar
considerando a pressão crescente da urbanização em direcção a costa. Uma plantação de Casuarinas que
se encontra na costa, desaparece progressivamente.
Outra zona com fenómeno erosivo palpável é a ilha de Bubaque e de João Vieira no Arquipélago dos
Bijagós. Na ilha de Bubaque a erosão está ligada sobretudo a acção directa do mar (ondas) sobre a costa e
pela corrente das aguas pluviais e domesticas provenientes do Hotel Bubaque. Esta zona possui uma
escarpa activa com tendência a perpetuar este fenómeno por muitos anos. É pertinente ressaltar que uma
parte da vegetação desapareceu devido aos efeitos desse fenómeno. Em João Vieira a erosão está ligada
sobretudo com o efeito das ondas sobre a costa, uma parte da vegetação natural que se encontrava no
local desapareceu.
No Arquipélago dos Bijagós, as desembocaduras dos principais rios da Guiné-Bissau são zonas de
deposição de sedimentos por excelência. Estes sedimentos provêm da parte interior do país, produto de
diversas actividades realizadas pelo homem, sobretudo a agricultura. O Arquipélagos dos Bijagós é
conhecido como um grande conjunto sedimentar. Localizado logo na desembocadura do Rio Geba
existem nele diferentes zonas rasas, sítios sobre os quais se depositam os sedimentos. Normalmente o
Arquipélago caracteriza-se por uma dinâmica costeira intensa, com aparecimento e desaparecimentos de
ilhéus e bancos provocados por deposições e transportes de sedimentos, sob acções de correntes
marítimas.
A extracção da areia no leito dos rio não é tão praticada na Guiné-Bissau, porque a ma ior parte dos
rios e rias são, à partir da linha de costa até dezenas de quilómetros do seu percurso, penetrados pelas
marés salgadas. Isto que dizer, que as arreias possuem um elevado conteúdo de sal o que os torna
inapropriados sem prévia "lavagem" para uma utilização na construção civil. Por outro lado, a maior
concentração de arreias encontra-se no litoral, sobretudo na desembocadura dos rios e das rias pelo que
existe à partida problemas de acesso ao local, podendo elevar enormemente os custos de exploração.
35
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
dessa em Quinhamel trouxe grandes conflitos entre o explorador e a população local. Os habitantes
locais protestavam contra os eventuais desequilíbrios provocados ao ambiente envolvente .
Nos últimos anos, a pressão urbanística sobre o litoral se faz sentir cada dia mais, não só ao nível de
Bissau, como também nas zonas com potencial turístico por exemplo nas ilhas de Bubaque, Maio,
Orango e João Vieira, todos no Arquipélago dos Bijagós. Por outro lado é pertinente destacar a praia
Varela, pela crescente dinâmica urbanística sobretudo ligadas ao seu potencial turístico.
A escolha do local para a instalação do complexo turístico de Varela, que se encontra abandonado
neste momento, foi um dos piores possíveis, uma vez que se situa, na linha principal de ataque do
fenómeno erosivo. A supressão da vegetação das dunas acelerou o fenómeno erosivo e aumentou
consideravelmente a fragilidade do local.
Entretanto, em toda a zona costeira da Guiné-Bissau aparecem construções isoladas sobre a costa,
muitas vezes dentro do domínio publico marítimo (80 m ao interior de terra a partir da maré alta,
segundo o decreto lei N.º 18/83), naturalmente ocupados pelos ecossistemas dos mangais
Por último é importante realçar que no caso da Guiné-Bissau, com uma vasta planície litoral bordejada
pelos mangais, a construção de infra-estruturas sobre esta implica necessariamente destruição e/ou a
perda de inúmeros habitats essenciais para a sobrevivência de um grande número de espécies animais e
vegetais. É por isso que uma política de gestão e de ordenamento da franja costeira deve ser promovida
no país, com o objectivo de evitar perdas de biodiversidade não só terrestre como marinho.
36
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O quadro jurídico, institucional e organizacional do sector ambiental na Guiné-Bissau foi marcado por
uma grande dinâmica, mas também por descontinuidades, se bem que ainda carece de adaptações e
reestruturações. O sector é muito complexo em termos de estrutura uma vez que existe uma grande
multiplicidade de instituições com vocações sectoriais e/ou multidisciplinares que nele intervêm, e que
cortam horizontalmente o sector ambiental. Um esforço considerável foi efectuado no sentido da
elaboração e aprovação de inúmeras leis sectoriais, as quais precisam de ser articuladas e concertadas
com o quadro jurídico, legal e regulamentar do sector ambiental.
Só muito recentemente o Governo guineense, passou a considerar no seu quadro institucional de forma
mais consequente o sector ambiental. Até a criação do Programa da Planificação Costeira em 1988, o
sector ambiental, estava subordinado a Direcção Geral de Florestas e Caça, e relegado num segundo
plano, em relação a vocação dessa direcção. O programa da Planificação Costeira, foi o verdadeiro
precursor do Programa Ambiental na Guiné-Bissau, se bem que as recomendações da sua primeira fase
ainda é assumida de forma muito tímida pelo Governo. Entretanto, hoje várias instituições (sobretudo
ONGs, instituições de pesquisa, e algumas raras agências do Governo), efectuam intervenções, dentro
do quadro do Programa da Planificação Costeira.
O quadro organizacional do sector ambiental da Guiné-Bissau, foi marcado nos últimos anos por uma
grande dinâmica. Ao nível da sociedade civil verificou-se o surgimento de varias organizações com
vocação estritamente ambiental. Ao nível Governamental se bem que se verificou a criação de
estruturas estritamente vocacionadas para este sector, faltou uma coerência em termos de clareza das
suas responsabilidades, funções e competências, o que não facilitou a tarefa das novas estruturas
criadas. Em alguns casos o relance de acções foi entravado por sobreposição e conflito de
competências, e noutros, verificou-se a falta de valorização de estruturas previamente existentes, o que
ocasionou demora e atrasos no arranque das actividades programadas, assim como uma grande
descontinuidade das acções em curso.
Uma preocupação com respeito a criação de estruturas para a gestão e planificação ambiental só foi
iniciada na Guine Bissau, nos fins da década de oitenta, com a criação do Gabinete de Planificação
Costeira, estrutura cujos objectivos são essencialmente:
37
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
É no quadro deste programa que, embora restringido a zona costeira, se iniciam os diferentes
levantamentos mas integrados à volta da questão ambiental, que culminam com a proposição de
algumas áreas prioritárias para a conservação. Este programa apesar de pretender ser uma estrutura de
planificação de consulta e concertação dos diferentes intervenientes na zona costeira, nunca conseguiu
desempenhar cabalmente estas duas ultimas funções, devido sobretudo ao seu fraco enquadramento
institucional nas estruturas do Ministério do Ambiente Recursos Naturais e Agricultura. O seu relatório
técnico, apesar de constituir um instrumento imprescindível de gestão, as propostas nele contidos
nunca foram assumidos formalmente pelo Governo. Algumas das suas propostas, sobretudo a
dinâmica criada através deste programa, estão a ser aplicada pelas estruturas estatais e não estatais e
pelas ONGs.
Em 1992 no quadro de um processo de reflexão entre varias entidades estatais e da sociedade civil,
cria-se o Conselho Nacional do Ambiente, o CNA com o mandato de formular, seguir e coordenar a
política ambiental na Guiné-Bissau. Esta estrutura que para ter maior vigor e dinâmica na concertação
intersectorial foi directamente ligado a Presidência da República, e para ter um suporte técnico, foi- lhe
atribuído uma comissão técnica composta por técnicos de todas as instituições do estado e ONGs para
assessorar o seu Secretário Executivo(vide Anexo IV). Segundo os seus objectivos, deveria assegurar
uma concertação horizontal, não só entre as estruturas governamentais , isto é mais concretamente
entre os sectores, como também entre a sociedade civil.
Esta estrutura nunca chegou a desempenhar cabalmente as suas funções, por razões de vária ordem
entre as quais se salientam os factores acima referidos. Entretanto no quadro das suas actividades e em
colaboração com a UNSO/PNUMA, elabora e discute de forma ampla “O Plano Nacional de Gestão
dos Recursos Naturais” que não chegou a sua fase de aprovação.
38
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A preocupação ambiental entra na agenda do Governo que, com base sobretudo na Agenda 21
aprovada na Cimeira do Rio sobre o Ambiente e Desenvolvimento, e a inclui no seu programa de
1994-1998. Na base deste mesmo programa o Governo propõe elaborar com o apoio do PNU/PNUMA
o Plano Nacional do Ambiente, no sentido de definir políticas e estratégias especificas para este
sector.
Nesse sentido foi efectuado pela Direcção Geral do Ambiente um diagnostico cobrindo as áreas de
saneamento urbano, estudos de impacte ambiental, biodiversidade, defesa do ambiente, seca e
desertificação, recursos humanos e formação, intervenção das ONGs e sector privado, assim como
relações internacionais, e que deu lugar a proposição da sua estrutura orgânica que no entanto nunca
chegou a ser aprovado oficialmente.
Ligado ao MDRRNA, encontra-se igualmente afecta uma Direcção Geral de Floresta e Caça, cujas
funções se limitam principalmente a venda de concessões de exploração florestal, de caça e licenças de
corte de "cibe" e de produção de carvão, as acções de sensibilização assim como as de promoção,
vulgarização e enquadramento técnico das diferentes explorações, concessões e da população em geral.
Esta Direcção Geral sofreu uma reestruturação geral. Actualmente dispõe de delegações ao nível das
regiões, as quais integram as Direcções Regionais de Agricultura e dependem directamente, ao nível
central, dos serviços respectivos.
1. Coordenação, estudos, planeamento e inspecção dos serviços de ambiente urbano e gestão ambiental
dos recursos Naturais. Mais especificamente
5. Coordenar a intervenção dos órgãos, serviços e institutos sob tutela do MDRRNA, na avaliação de
actividades decorrentes da integração regional e cooperação internacional;
7. Coordenar a avaliação de impactes ambientais, bem como assegurar o controle de riscos acidentais
graves;
11. Elaborar estudos e pareceres sobre os problemas de poluição do mar bem como propor as medidas
adequadas a evitá-la.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Apesar de toda esta dinâmica não foram criadas estruturas específicas para a elaboração de
mecanismos para a execução e seguimento das diferentes convenções internacionais assinadas e
rectificadas pela Guiné-Bissau. Por exemplo apesar da Guiné Bissau ter apresentado um relatório a
cimeira do Rio, não foi criada qualquer estrutura de seguimento da implementação da Agenda 21.
Outras instituições de carácter público se bem que não concebam políticas e estratégias ambientais,
desenvolvem actividades específicas de apoio a esse processo.
Encontram-se em execução:
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Este instituto embora atravessando dificuldades de ordem institucional e financeira, tem desenvolvido
trabalhos pioneiros no domínio das tecnologias alternativas, para o aproveitamento das energias
alternativas assim como no aprimoramento de tecnologias racionalizadoras de recursos naturais. Neste
último caso, tem trabalhado no processo da introdução e vulgarização de fogões melhorados, assim
como dos fornos de carbonificação, de maiores rendimentos. Actualmente a aposta deste instituto é a
introdução de tecnologias baratas de transformação de produtos agrícolas e florestais.
Apesar das raças locais, possuírem características específicas, como a resistência a tripanossomiases da
raça bovina N´Dama, pouco trabalho cientifico se desenvolveu no domínio da melhoria da produção
animal e no aproveitamento das raças locais. Existe portanto neste domínio um grande potencial ainda
por explorar.
Embora não seja estritamente da sua vocação, este instituto no quadro de alguns dos seus programas,
manteve uma colaboração directa com algumas intervenções efectuadas no sector ambiental.
Actualmente e nos diferentes níveis do ensino e em colaboração directa com a Editora Escolar, tem
vindo a produzir livros escolares com conteúdos ambientais, respondendo assim a preocupação do
Ministério de Educação Nacional, quanto a introdução destes nos curiculuns escolares. Experiências no
quadro do programa sub-regional, conhecida por “Programa Ambiental de Formação, Informação e
Educação” tutelada em parte por esta instituição nos inícios dos anos noventa, não teve bons resultados
sobretudo devido a fraquezas de ordem institucional.
41
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Inicialmente com uma vocação para estudos fundamentais no domínio sócio-económico, o INEP,
desenvolve hoje pesquisa fundamental aplicada nos vários domínios das ciências sociais, económicas e
naturais. Actualmente dispõe de cinco centros (Centro de Estudos de história e antropologia, CEHA; o
Centro de Estudos Sócio-Económicos, CESE, o Centro de Estudos Ambientais e Tecnologia
Apropriada, CEATA, o Centro de Documentação e Publicações, CEDOP, e o gabinete de estudos e
projectos), um arquivo contendo uma acervo importante de documentação colonial, uma biblioteca
pública e um arquivo audiovisual.
O INEP coordenou ao nível nacional os Estudos Nacionais Prospectivos, e o seu Centro de Estudos
Ambientais e Tecnologia apropriada, coordenou todos os estudos (interdisciplinares) e elaborou em
colaboração com a UICN, a documentação necessária a nomeação pela UNESCO da região Bolama-
Bijagós, como Reserva de Biosfera. Este Centro em conjunto com o Gabinete de Planificação Costeira
cria a Célula SIG, como unidade de apoio ao seguimento e a gestão da zona costeira; efectua
monitoragem e seguimento da avifauna no Arquipélago, e desde 1992, efectua o seguimento,
monitoragem e marcação das tartarugas marinhas no Arquipélago Bolama-Bijagós, Reserva da
Biosfera. Este centro coordena a Casa do Ambiente e da Cultura da Região Bolama-Bijagós, na qual
existe um mini- museu de história natural, um centro de documentação especializado em problemas de
insularidade e ambiental, ambos servem de instrumentos de apoio a educação, sensibilização do
público em geral e as acções de pesquisa na reserva da Biosfera.
A articulação mínima desejada entre estas diferentes instituições de pesquisa, é quase inexistente, o
que provoca desperdício de recursos e meios e entrava o desenvolvimento de um Programa Nacional
de Pesquisa mais coerente com os objectivos gerais do desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Este gabinete criado em 1988 com o apoio técnico da UICN, e financiamento da Cooperação Suíça, é o
precursor dos trabalhos de planificação e estudos ambientais do período pós independência na Guiné-
Bissau. Para além da análise e inventariação da situação do ambiente na zona costeira, elaborou a
tipologia sócio-económica dos diferentes utilizadores dos recursos naturais da faixa costeira e propôs
no seu relatório final, directrizes e orientações de desenvolvimento sustentado para os diferentes tipos
de unidades familiares de exploração, para a área terrestre e para área aquática. Esse documento
contem igualmente uma proposta de um ordenamento territorial da zona costeira, que apresenta
algumas áreas prioritárias de conservação, como o Arquipélago dos Bijagós, as Lagoas de Cufada, as
florestas húmidas de Cantanhez, os "tarrafes" do Rio Cacheu e a Ria Grande de Buba. Entretanto o
mais relevante neste processo é a metodologia desenvolvida e o grande envolvimento de instituições
com vocação diferenciadas e da população.
42
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
MDRA-RN. Ainda sob a tutela de alguns ministérios existem programas e projectos com interesse para
a conservação da biodiversidade, entre os quais queremos salientar:
• Projecto Agro-Silvo-Pastoril, PASP, tutelado pela DGFC, desenvolveu nas regiões de Gabú e
Bafatá no Leste da Guiné-Bissau, um pacote de metodologia de abordagem participativa, que
permite dar um tratamento adequado de valorização da gestão tradicional do espaço e dos recursos.
Através deste projecto tem-se promovido a iniciativa local comunitária para a resolução e procura
de alternativas aos conflitos em torno da utilização do espaço e dos recursos naturais. No quadro
deste projecto foram criadas e valorizadas várias iniciativas de criação de florestas comunitárias e
respectivos regulamentos tradicionais.
• Projecto de “Conservação e Utilização dos Ecossistemas Frágeis da Guiné -Bissau” foi iniciado
muito recentemente e tem duas componentes principais: a criação de um Centro Nacional de Áreas
Protegidas com funções de articulação e coordenação das Áreas Protegidas e de facilitador de
programas de pesquisa, formação, etc. para os diferentes intervenientes na gestão das Áreas
Protegidas; Criação do Parque Natural das Lagoas de Cufada.
O movimento das ONG, inicia na Guiné-Bissau nos fins da década de oitenta. Entretanto no território
da Guiné-Bissau, algumas ONGs internacionais já desenvolvam as suas actividades, voltadas
essencialmente para o sector produtivo. Só a partir de 1988, com o início da actuação da União
Mundial para a Conservação da natureza, se iniciam as acções no sector ambiental. Este facto aliado ao
processo de liberalização e democratização em curso deu mais força e expressão as ONG, fazendo com
que, algumas delas, se direccionem para o sector ambiental. Actualmente o fenómeno das ONG é
marcado pela criação de várias redes (nacionais e internacionais) com a finalidade de potencializar as
sus acções.
Esta ONG, embora muito vocacionada para as acções alternativas de desenvolvimento, foi membro da
Iniciativa de Cantanhez, uma iniciativa conjunta de várias ONGs para proteger as últimas manchas de
floresta húmida da Guiné-Bissau, e actualmente tem iniciativas em Cantanhez, na cidade de Bissau, no
43
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
bairro de Quelele, e no sector de São Domingos (limite norte do Parque dos “tarrafes” do Rio Cacheu).
Notável é o enorme sucesso e impacto alcançado no domínio da mobilização e sensibilização pública
nas suas zonas de actuação através da criação de rádios comunitárias, a saber: a rádio Quelele, radio
Cassumai no norte e a rádio Lamparam floresta húmida de Cantanhez. A criação de uma Escola de
Saneamento Ambiental por esta ONG no norte da Guiné-Bissau, tem inspirado outras instituições
vocacionadas para o ensino e o ambiente, na forma como adaptar o ensino as realidades locais. Esta
ONG em colaboração com a Universidade de Jembloux e o Instituto de Investigação Científica
Tropical, deu uma grande contribuição no conhecimento da flora da Guiné-Bissau, especialmente da
flora de Cantanhez.
Apesar da extinção da Iniciativa de Cantanhez como estrutura formal, as diferentes ONGs que dela
fizeram parte continuam as suas actividades no âmbito do desenvolvimento durável e da conservação
da floresta húmida de Cantanhez.
ONG ALTERNAG
Esta ONGs através do seu Jornal ECO, programas de Rádio, debates, seminários etc. tem contribuindo
para a difusão de informações do sector ambiental e no despertar da sociedade civil guineense não só
para os problemas globais, como para a questão da pobreza, da terra, etc., mas também no sentido
estimular o partenariado, partilha de responsabilidades e equitatividade que deve existir na sociedade, e
melhorar a participação das populações no processo democrático da Guiné-Bissau. Esta ONG foi
membro da extinta Iniciativa de Cantanhez.
Esta ONG, para além da sua acção no domínio do desenvolvimento durável, tem um “Programa de
Educação para o Desenvolvimento” na base da qual procura, sensibilizar os diferentes intervenientes
na sociedade sobre os problemas ambientais, assim como, articular os problemas (ambientais e sócio-
económicos) constatados nas zonas respectivas de actuação (secção Administrativa de São João
Bolama e Ilha de Formosa, ambas localizadas na Reserva da Biosfera Bolama-Bijagós) com os
problemas de nível nacional. Para esse efeito esta organização conta com um programa na Rádio
Nacional, a revista bianual “Mato Malgós”, várias publicações e desdobráveis para sensibilização do
grande público, e cada ano convida os jovens e o público em geral a descobrir alguns elementos do
património cultural, histórico e natural, nacional, através de visitas e sessões de debate e propaganda
organizadas para o efeito.
Nos últimos tempos ONGs com vocação estritamente ambientais foram criadas na Guiné-Bissau. Este
é o caso da Associação de Desenvolvimento e Conservação do Meio Ambiente com sede em Bubaque,
a Associação de Mulheres para a Conservação do Ambiente, etc, cujas actividades ainda são pouco
conhecidas. Outras ainda existem mas com uma vocação mais para o desenvolvimento ou mais
direccionados a defesa de interesses específicos. Estes são o caso específico por exemplo, da ONG
NANTINYAN, TEPENNY, e TOTOKAN, cujas actuações se desenvolvem ao nível da Reserva da
Biosfera Bolama-Bijagós.
44
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
áreas de intervenção. Um outro aspecto crítico ao nível das ONGs da Guiné-Bissau, é a falta de
especialização em diferentes domínios e/ou áreas específicas, o que leva a uma dispersão de esforços,
na procura de responder as mais variadas necessidades e solicitações vindas da base.
Igualmente importante neste processo é a dinâmica de criação das Associações de Base, as quais em
alguns casos agrupam tabancas e em outros grupos de interesse específico. A acção destas estruturas
tem reforçado a capacidade institucional e igualmente, a capacidade de acesso e uso de mecanismos
alternativos de financiamento para as soluções de problemas manifestados na base.
Estas estruturas são parceiros indispensáveis das ONGs, assim como das estruturas do poder
tradicional.
Esta ONG internacional tem sido parceira do Governo da Guiné-Bissau, nas principais iniciativas que
tiveram lugar nestes últimos dez anos no domínio do ambiente.
Esta ONG canadiana apoiou, sobretudo as iniciativas mais recentes para o conhecimento da situação
real dos recursos faunísticos e da real vocação de algumas áreas para a conservação. Com o seu apoio
foi efectuado um inventário faunistico ao nível nacional, e elaborou-se no mesmo quadro, a proposta
de criação de diferentes áreas protegidas, cobrindo todo o território da Guiné-Bissau.
A SWISSAID
Esta ONG suíça através dos seus parceiros nacionais tem apoiado não só a descoberta do património
natural, cultural e histórico da Guiné-Bissau, como também, o processo de valorização e utilização
durável dos recursos da Biodiversidade através do apoio directo as Associações de Base na área de
Farim, nos Bijagós, etc.
Outras ONGs internacionais, embora não sediadas directamente na Guiné-Bissau, têm apoiada através
das suas parceiras guineenses a realização de várias iniciativas de desenvolvimento durável na
diferentes partes do território da Guiné-Bissau.
45
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Esta célula recentemente criada à partir de uma iniciativa conjunta INEP, Planificação Costeira e
Laboratório GEOSYSTEMES de França, com o apoio da UICN, constitui actualmente um instrumento
de grande importância para o seguimento da situação ambiental na Zona Costeira da Guiné-Bissau.
Esta Célula dispõe actualmente de um banco de dados cobrindo toda a zona costeira da Guiné-Bissau e
do Arquipélago dos Bijagós, os quais, se alargados as restantes partes do território Guineense, poderão
constituir um precioso instrumento de avaliação e seguimento da situação ambiental na Guiné-Bissau.
Preocupado com a falta de um quadro jurídico institucional e legal para o sector ambiental em geral e
para a conservação da biodiversidade em particular, o governo cria um “Centro de Legislação
Ambiental”, com o apoio financeiro da União Europeia e a assistência técnica da UICN.
28
- Centro Legislativo Ambiental, programa de actividades para Nov.98 a Out. de
1998, pag 2 e seg.
46
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
No quadro deste centro se pretende elaborar a Lei Quadro do Ambiente, assim como criar e/ou rever o
quadro legislativo existente mais especifico a determinadas matérias. Este é o caso por exemplo da lei
sobre os Estudos de Impacto Ambiental, da lei e dos regulamentos sobre a utilização e a Conservação
dos Ecossistemas do Mangal, do regulamento sobre as florestas comunitárias e da lei e regulamento
sobre espécies de fauna e flora. Esta regulamentação não só contribuirá para a conservação da
Biodiversidade através da protecção das espécies ameaçadas, assim como através da conservação dos
seus habitates e ecossistemas uma vez aplicados devidamente e consequentemente. Um esforço
considerável está sendo efectuado no sentido da obrigatoriedade de realização de estudos de impacto
ambiental para obras de grande envergadura, como é o caso, da barragem de Saltinho, e a central
eléctrica de Bissau e a construção da ponte de João Landim sobre o rio Mansoa. A construção destas
obras sem os referidos estudos poderia ter impactos negativos irreversíveis sobre o ambiente e a
conservação da diversidade biológica na Guiné-Bissau.
Considerando a sua importância sócio-económica, um esforço considerável foi efectuado pelo Governo
da Guiné-Bissau, no que concerne a definição de políticas e estratégias para o desenvolvimento
durável dos recursos de determinados sectores. Saliente-se que alguns aspectos da conservação do
ambiente e da biodiversidade foram considerados no quadro da definição de políticas e estratégias
sectoriais, sobretudo quando se trata daqueles que incidem sobre recursos naturais específicos (vivos e
não vivos) renováveis. Este e o caso por exemplo dos planos directores tratados à seguir.
No Plano Director Florestal Nacional (Plano de Acção Florestal Nacional) consta uma analise da
situação, na base da qual são definidas as políticas, as estratégias, as acções, e as metas a atingir, para
uma utilização durável dos recursos florestais, como igualmente define os meios necessários a sua
implementação.
O PAFT para além de recomendar os eixos principais 29 para uma política florestal durável, propõe
medidas mais específicas para o reforço da capacidade institucional do sector assim como a criação, no
quadro do ordenamento nacional do território, de Unidades de Conservação representativas das
diferentes zonas bio- geográficas da Guiné-Bissau. Medidas especificas são igualmente preconizadas
não só para a capacitação e restruturação da DGFC e a formação dos seus técnicos e funcionários como
também para incentivar e promover a floresta comunitária assim como as concessões privadas.
29
- Plano Director Florestal Nacional – Plano de Acção Florestal Tropical, (Nov.
1992) pag.130 e seg.
47
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
1. Gestão do fundiário, definição legal do espaço florestal qualquer que seja seu estatuto fundiário, sua
delimitação; criação de um observatório fundiário.
4. Melhoria da gestão florestal através da sua conservação, sua valorização e sua regeneração.
O Plano Director das Pescas (artesanal e industrial) têm como objectivo essencial definir os grandes
princípios de desenvolvimento, orientar e definir a política do sector. Estes planos igualmente
propõem acções e medidas com vista a definir, organizar e disciplinar a exploração dos recursos
pesqueiros em bases cientificas coerentes e sustentáveis.
Este plano prevê , no quadro da exploração dos recursos haliêuticos, um de melhor aperfeiçoamento do
sistema de controle e fiscalização da pesca, um sistema de seguimento científico e de gestão dos
recursos haliêuticos e algumas medidas visando a sua utilização durável como por exemplo:
48
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
2. Extrair altos rendimentos económicos através de uma exploração racional do recurso, e considerando o
contexto actual;
4. Redefinir as políticas de exploração de recursos haliêuticos pela frota estrangeira à fim de incluir, nos
acordos de pesca, uma clausula compensatória prevendo a concessão de créditos/empréstimos à
condições preferenciais visando financiar o investimentos no sector da pesca.
O Plano Director da Pesca Artesanal define, três eixos principais de actuação para que se possa
atingir os objectivos da política deste sub-sector, a saber:
Ø Gestão para uma utilização racional dos recursos haliêuticos do sub-sector nos
limites do nível óptimal sustentável, com base na planificação e numa
legislação adaptada; aplicando taxas razoáveis e apoiadas sobre dados fiáveis,
possibilitando o autofinanciamento da fiscalização 31 .
30
- Plan Directeur de Pêche Industrielle – Guinée-Bissau: Phase 3 – Plain
Directeur, Rapport Final, pag,. 7 e seg.
31
- Plan Direceur de la Pêche Artisanale – Sommaire Executif, pag. 6.
49
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Ø Aumento das capturas até ao nível de rendimento máximo sustentável da totalidade dos recursos haliêuticos da zona
reservada a pesca artesanal;
Ø Tirar o máximo de proveito dos produtos da pesca através da redução de perdas pós-captura e melhoria dos métodos
de transformação e conservação.
Ø Aprovi sionar os mercados do interior em qualidade e quantidade à fim de melhorar a qualidade de vida das
populações.
Ø Criação de postos de trabalho, sobretudo paras as mulheres, em todas as etapas de produção (captura, transformação
e comercialização), assim como ao nível de outras actividades conexas
Ø Melhoria da capacidade dos recursos humanos diversificando as actividades económicas e aumentando as alternativas
de emprego para os jovens.
Ø Melhorar as condições de vida dos pescadores e de trabalho ligados as actividades de pesca, e especialmente para as
mulheres.
Ø Encorajar a população do Arquipélago Bolama-Bijagós, para o aumento das actividades marítimas nessa zona
Ø Preservação de melhores condições ecológicas ao longo das costa marítimas e fluviais, em harmonia com a exploração
dos recursos haliêuticos, as actividades da pesca desportiva e o turismo.
O sector de águas dispõe não só de um Plano Director como ainda de um Código de Água que define
os princípios e as normas para a gestão (planificada), a conservação e a optimização do uso dos
recursos hídricos. O quadro seguinte resume os objectivos gerais do Plano Director da Água.
50
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
É evidente a preocupação do governo para com a gestão durável dos recursos em água o que é
expressamente salientado no código de água. Preconizados neste Plano Director mas igualmente
pertinentes para a conservação do ambiente, são os objectivos seguintes:
Denota-se, sobretudo uma fraca efectividade da cooperação sub-regional no domínio da água, onde,
mesmo actualmente, a predominância dos aspectos económicos, são mais tomados em conta, em
detrimento dos aspectos sociais e ambientais. O exemplo evidente são as barragens construídas a
montante do rio Geba, nos seus afluentes em território do Senegal, nomeadamente a barragem de
Anambé, cujos impactos até hoje ainda não se encontram saneados e nem tão pouco determinados.
Uma experiência recente que eventualmente poderá mudar a filosofia da cooperação sub-regional em
matéria do recurso "água" nomeadamente quanto ao aproveitamento das bacias hidrográficas comuns
aos países da sub-região, está a ser realizada no âmbito da OMVG, organização sub-regional para o
aproveitamento do Rio Gâmbia e da qual a Guiné-Bissau faz parte.
Relativamente aos outros sectores, o sector agrícola tem um potencial de intervenção muito grande em
relação aos recursos da Biodiversidade, uma vez que quase que cerca de 80 % da população da Guiné-
Bissau vive da actividade agrícola. Este sector pode actuar beneficamente utilizando tecnologias
adaptadas ou também pode degradar as condições do ambiente como por exemplo através da sobre-
utilização dos factores de intensificação da produção, como os adubo e pesticidas, a maquinaria
pesada, etc.
A Carta de Política Agrária recentemente elaborada salienta os seguintes objectivos para este sector:
garantia da segurança alimentar; aumentar e diversificar as exportações agrícolas, assegurar a gestão
racional e a preservação dos recursos agro-silvo-pastoris e melhorar o nível de vida das populações.
Um programa de acção elaborada no quadro da Carta de Política Agrícola, salienta a pertinência da
realização do ordenamento agro-ecológico do território da Guiné-Bissau, considerando a vocação,
natural de cada área .
O Plano Director do Turismo actualmente existente não prevê um ordenamento deste sector mais
sim, contem um conjunto de propostas de ampliação de infra-estruturas turísticas, algumas das quais,
com possibilidades de localização em áreas muito sensíveis, como praias, florestas sagradas, etc.
Estratégias e políticas assim como o Plano de Acção para este sector precisam de ser re-elaborados,
considerando os novos elementos existentes em matéria de criação de áreas protegidas, envolvimento
32
- Plano Director da Agua, em revisão.
51
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Direcção 14 11 3 1
Geral do
Ambiente
33
Direcção Geral de Floresta e 270 21 30 12 207
Caça
Centro de Investigação 2 7 3 1
Pesqueira Aplicada
34
Direcção de Serviços dos 204 39 - 184 17
Recursos Hídricos
35
Instituto Nacional de 55 16 3 12 22 2
Estudos e Pesquisa
Gabinete de Planificação 8 5 3
Costeira
Constata-se essencialmente que a composição dos técnicos não é a mais adequada, e para as
instituições de execução uma carência muito grande nos sectores técnicos intermédios. A dependência
em relação a assistência técnica é muito evidente. Embora privilegiando estruturas ligeiras e
funcionais, o sector ambiental em geral e o da conservação da biodiversidade em particular deverá, de
forma prioritária, promover a formação em vários níveis de quadros e técnicos nacionais e capacitar as
instituições por forma a poderem cumprir efectivamente as suas missões.
33
- Trata-se essencialmente do corpo de guardas florestais, constituídos por
antigos guerrilheiros.
34
- A AT desta Direcção de Serviços encontra-se maioritariamente afecta aos
projectos.
35
- Não inclui os investigadores associados, mas sim os efectivos e permanentes
do INEP.
52
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
3.4.1 – Introdução
As disposições da convenção sobre a Diversidade Biológica, foram ainda pouco assumidas no quadro
legal e institucional da Guiné-Bissau, razão pela qual um esforço considerável deve ser efectuado
nesse sentido. Existe a preocupação de estabelecer um quadro institucional propício, através de
criação de uma legislação adequada e coerente que permita uma utilização durável dos recursos
naturais e da biodiversidade. Entretanto este quadro institucional não pode ser adoptado na ausência de
uma estratégia e de uma política Nacional coerente em matéria de Ambiente e desenvolvimento
durável, cujo processo de elaboração o Governo da Guiné-Bissau, através de diferentes iniciativas
apoiadas pelos seus parceiros de cooperação, leva a cabo.
Entretanto a Guiné-Bissau, país signatário da Convenção da Diversidade Bio lógica, tem procurado nos
últimos anos, através de mecanismos específicos, implementar esta convenção ao nível nacional,
sobretudo seu artigo 7, 8,13 e 14, que se referem mais a identificação, monitoria e conservação “in
situ”, a educação, sensibilização do público assim como a avaliação do impacto e minimização dos
impactos adversos sobre os recursos da biodiversidade.
Um trabalho importante de inventariação dos recursos da biodiversidade foi efectuado com o apoio de
algumas instituições internacionais como a CECI a UICN, UNSO/PNUMA, BM e a USAID, e foram
efectuadas propostas importantes de gestão e conservação da zona costeira e conservação e gestão dos
recursos naturais, criação de áreas protegidas e para a revisão das actuais leis de conservação da fauna.
Estas propostas que no passado foram assumidas timidamente pelo Governo, actualmente estão a ser
consideradas e incluídas nos programas sectoriais do Governo, como é o caso por exemplo da “Carta
de Política Agrícola”, e o Plano de Gestão da Reserva de Biosfera.
Um passo importante foi dado pelo Governo com a aprovação da Leis das Áreas Protegidas. Esta lei,
que foi aprovada em 1997, trata essencialmente da definição, modalidade de criação e formas de gestão
de diferentes áreas protegidas. Quadro seguinte mostra a estrutura de gestão para as áreas protegidas,
estabelecida na lei. Ela define as áreas protegidas como sendo “áreas normalmente classificadas por
decreto com o objectivo de salvaguardar determinados ecossistemas, assim como as populações
animais e vegetais que nelas abrigam , a sua diversidade ecológica, bem como o de promover a sua
utilização social e económica durável”. Esta lei distingue igualmente os seguintes tipo de áreas
protegidas:
53
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Esta lei (artigo 3º alínea 2) possibilita a criação de outras áreas protegidas decorrentes de Convenções
Internacionais assinados pela Guiné-Bissau, como e o caso da Reserva de Biosfera da Região Bolama-
Bijagos e o Parque Natural de Cufada, que foram criados no quadro da Convenção do Património
Natural e Cultural Mundial e da Convenção de RAMSAR respectivamente.
36
- Decreto Lei sobre as Áreas Protegidas, art. 3º.
54
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A florestas sagradas, áreas de reprodução espiritual das sociedades tradicionais étnicas são igualmente
objecto deste lei, que permite a sua oficialização por Decreto Ministerial, sem no entanto restringir ou
por em causa as regras e os usos tradicionais que pendem sobre elas. As florestas sagradas
frequentemente coincidem com áreas em que a biodiversidade presente encontra-se num bom nível de
conservação. Denota-se a existência de um acervo de conhecimento importante, não só sobre os
recursos mas também sobre princípios e regras para sua gestão, que normalmente são valorizadas, na
elaboração da zonagem e respectivas directrizes, nas diferentes áreas protegidas em processo de
criação.
Esta lei prevê igualmente os mecanismos de selecção, estabelecimento e administração das áreas
protegidas.
No quadro desta lei já foram oficializadas duas unidades de conservação a saber o Parque dos
"Tarrafes" do Rio Cacheu e o Parque de Orango, e o processo de duas outras encontram-se em estado
avançado de elaboração. A oficialização de ambas as áreas decorre de um grande processo de
negociação na qual foi estabelecida a zonagem e foram elaboradas as propostas de sua criação. Nelas
encontram-se em curso actualmente a criação das respectivas estruturas de gestão assim como a
elaboração dos respectivos planos de gestão
A Guiné- Bissau é inovadora no processo de implantação das áreas protegidas, pois contrariamente, as
formas de criação e implantação clássicas destas, aqui permitem que as populações habitem e
55
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
desenvolvam as suas actividades dentro delas, participando na sua gestão, e iniciando-se em técnicas e
metodologias alternativas que permitam a durabilidade dos recursos. Pretende-se de facto o envolvimento
real e efectivo das populações, inclusive nas zonas interiores das unidades de conservação, onde se criam espaços de desenvolvimento alternativos e
duráveis.
b) - Lei da Terra
A lei das áreas protegidas é subsidiária a lei da Terra. Esta última, em termos de política fundiária da
Guiné-Bissau, considera no seu art. 21º a possibilidade de criação das áreas protegidas. Entretanto
denota-se ainda a ausência de regulamentação fundiária. Ainda mais importante é a falta de
Ordenamento Nacional do Território, o qual deverá servir de instrumento de base de gestão dos
recursos fundiários e respectivos usos de acordo com a sua sensibilidade, vocação e necessidades de
conservação.
c) - Regulamento de caça:
Este regulamento aprovado em 1980 encontra-se ainda em vigor e prevê as seguintes medidas de
protecção:
Igualmente segundo este artigo é proibido destruir ninhos e ovos de aves não domésticas, bem como
vender, expor a venda seus ninhos e ovos. Esta lei determina o período de defeso, as áreas onde é
proibido a caça, reservas faunísticas (ver mapa sobre as Reservas de caça), assim como define os
instrumentos de caça.
56
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
d) - Lei florestal
A Lei Florestal vigente, que é de 1991, considera no seu artigo 7º (e alíneas) o processo de distribuição
do fundo florestal para as regiões, assim como no seu artigo 11º as áreas sujeitas ao regime florestal de
protecção. Importante para a conservação da biodiversidade é a prevenção e luta contra as queimadas
no seu capítulo IV, se bem que a sua aplicação não seja muito efectiva. O Plano Director das Florestas,
PAFT (como o instrumento de planificação e de política) salienta que esta lei, embora tenha sido
elaborado, nunca foi objecto de uma aplicação consequente.
57
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
f) - Código da Água:
Esta lei aprovada em 1992 tem como objectivo principal assegurar uma exploração durável dos
recursos hídricos. Ela considera a possibilidade de realização de EIAs para projectos com impacto
sobre a qualidade da água, e a possibilidade de estabelecimento de zonas de reserva por motivos
ecológicos. Contém igualmente dispositivos específicos para a prevenção da poluição, e o saneamento
urbano.
Infelizmente que, para algumas obras hidráulicas da sub-região, sobretudo a construção de algumas
barragens nos países vizinhos, foi pouco considerados a preocupação quanto os seus impactos, à
jusante. Para a Guiné-Bissau, país costeiro, já se verificam alguns impactos em relação à algumas
destas barragens, afectando não só a produção das populações, como também diferentes recursos
naturais (água, florestas galeria, recursos haliêuticos, etc.) cujas existência são dependentes do regime
hidrológico destes rios. A rosolução deste problema passa pela criação de mecanismos específicos de
concertação sub-regionais.
Ha que salientar igualmente no quadro jurídico- institucional a existência do “código das minas ”
aprovado em 1994, o regulamento sobre o “regime de exploração das pedreiras”. de 1987. Estes
consideram possibilidade de realização de EIAs, assim como a implementação de medidas de
recuperação ambiental e paisagística das zonas alteradas. O ”regime de actividades turísticas,
hotelaria e similar” foi igualmente objecto de um decreto em 92 que apesar de prever autorizações
específicas para a localização, construção e instalação de infra-estruturas turísticas, estas nunca são
observadas, verificando-se a exemplo de Bubaque Varela, que inúmeras infra-estruturas se localizam
em áreas de domínio público marítimo e/ou muitas vezes em zonas muito sensíveis.
A maior parte das sociedades tradicionais étnicas da Guiné-Bissau, funcionam ainda na base de regras
e normas do direito consuetudinário e não do direito positivo. Se bem que um esforço de valorização
das regras e leis tradicionais se verificam ao nível da criação do quadro institucional em matéria de
conservação e das áreas protegidas verifica-se que na prática, muita das vezes estas não são
observados. Exemplos vários podem ser citados ao nível da implementação de infra-estruturas
turísticas em zonas sagradas, invasão de florestas comunitárias, etc., factos que deram origem a vários
conflitos alguns dos quais ainda hoje permanecem sem solução.
Apesar deste esforço considerável para a criação de um quadro legal coerente, este é ainda muito
deficitário no sector ambiental e mais especificamente no domínio da conservação da biodiversidade.
Não existe um código nacional de ambiente e como para assuntos mais específicos, como a protecção
de ecossistemas frágeis e determinados recursos (ostra, palmeira, “cibes”, etc.). Para todas as leis
faltam os decretos de aplicação. Por outro lado a aplicação das leis existentes é ainda inconsequente,
devido a fragilidade das diferentes estruturas de execução (política e jurídica e regulamentar), assim
como a permanência ainda de conflitos de ordem institucional (competências e funções das instituições
intervenientes), sobretudo originados, pela falta de um Código Nacional para o Ambiente, que poderá
subsidiar e enquadrar todas as outras leis que versem sobre a matéria. Urge rever e complementar o
58
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
quadro legal, pois que sobre alguns materiais os textos revelam-se caducos e sobre outras as leis ainda
são inexistentes. Estes factos constituem limitações importantes ao quadro legal que se pretende
instaurar em matéria de conservação da biodiversidade biológica e implementação das convenções
afins, ao nível da Guiné-Bissau.
Relativamente as concessões de caça por exemplo, verificam-se vários conflitos em relação a outros
utilizadores do mesmo espaço e sobretudo em relação aos agricultores e ponteiros, pastores e as vezes
mesmo entre as concessões de caça. A capacidade de controle e seguimento por parte das instituições
de tutela do sector são insuficientes por falta de recursos humanos capacitados e meios logísticos para
o efeito. A lei da caça/fauna que é de 1980, encontra-se desactualizado em relação ao contexto actual e
sobretudo para o caso das concessões de caça, uma regulamentação específica revela-se necessária.
59
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Esta grande dependência da ajuda externa, não só dificulta o assumir destes pelo Governo, como
igualmente, em alguns casos, pode por em causa a sua continuidade e durabilidade.
60
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Planificação Costeira Ano 1995-1997: 543 000 CHF 37 500 Milhões de Pesos
Reserva da Biosfera Bolama- Ano 1995-1997: 605 000 CHF
Bijagos
Projecto de utilização Ano 1998 356 600 US$ 3 329 US$
Racional do património
Florestal
Parque Nacional de Orango e Ano 1995-1997: 972 000 CHF
Cacheu
Centro de Legislação 550 000 ECU
Ambiental
Vários levantamentos e estudos foram efectuados ao nível das diferentes áreas prioritárias de
conservação. Foram efectuados levantamentos faunísticos vários por exemplo no Parque de Orango,
Cacheu, Cufada, Dulombi, etc., cuja difusão ainda é muito restrita. No quadro da Reserva de Biosfera
existe um banco de dados sobre a avifauna e as tartarugas marinhas. A expertise existente encontra-se
dispersa por diferentes instituições e que não se encontra sistematizado em bancos de dados especifico
sobre os recursos humanos. No entanto o nível de conhecimento sobre os recursos da biodiversidade da
Guiné-Bissau demonstra que já existe uma expertise em determinadas áreas, como nada sócio-
economia, nas ciências naturais, etc. a qual no entanto deve ser valorizada de forma mais efectiva e
dentro de um quadro de cooperação inter- institucional.
Nos últimos anos, algumas instituições estatais, desenvolveram capacidades no domínio da produção
de informação através do tecnologia moderna de “Sistema de Informação Geográfica” (SIG). Neste
contexto na Meteorologia Nacional, encontra-se um SIG que contêm os dados climáticos, a utilização
do solo, a divisão político administrativa e as redes rodoviárias. O objectivo deste banco de dados é
seguir o ciclo vegetativo e valorizar as informações agro-meteorológicas fornecidas pelo Centro
AGRHYMET à Guiné-Bissau, através de imagens satélite NOAA.
37
- Francos suíços.
61
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
distribuição de núcleos populacionais, as redes viárias, bem como dados demográficos e sobre a
distribuição de poços de agua em todo o território da Guiné-Bissau.
Na Câmara Municipal de Bissau e afecto ao Projecto de Melhoramento de Ba irros existe uma pequena
unidade SIG com banco de dados sobre o cadastro urbano dos Bairros sob intervenção deste Projecto.
Igualmente no Serviço de Cadastro, encontra-se em processo de criação um banco de dados geodésico
e cadastral .
Essa dinâmica de cooperação está no entanto limitada por diferentes factores. A montage m
institucional é ainda incipiente e a construção dos bancos de dados em diferentes formatos e em
diferentes bases cartográficas, (algumas inclusive não georeferenciadas e de pouca precisão) dificultam
a integração e a complementaridade entre os diferentes bancos de dados existentes. Por exemplo, é
absolutamente indispensável a aquisição de uma cobertura nacional de imagens georeferenciadas a
escala conveniente e disponível para todas as instituições nacionais que trabalham com o SIG.
Por ultimo deve existir um articulação e complementaridade entre as unidades SIG existentes nas
diferentes instituições nacionais. Isso possibilitará a complementaridade e a concertação de esforços
em bases inter-institucionais e trans-disciplinares.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Através deste último, e na base de um protocolo específico se está a introduzir conteúdos ambientais
nos programas curriculares dos diferentes níveis do ensino. Nesta matéria é igualmente importante a
actuação de deferentes ONGs nacionais e estrangeiras, que como parceiras do Governo, têm
desenvolvido acções consequentes, através da criação de rádios comunitárias, boletins e revistas
específicas, levando a sociedade civil a participar de forma cada vez mais consciente no processo de
conservação da diversidade biológica.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Medidas concretas foram estabelecidas se bem que dispersas e muitas vezes descontínuas para o
estabelecimento de programas e acções de suporte da política do Governo em matéria de conservação
da diversidade biológica.
Através dos inventários, resultados de pesquisa etc. foram incluídas directrizes específicas, nos
planos sectoriais de forma a garantir a conservação da biodiversidade. Por outro, no sentido de
um maior envolvimento da população tem-se não só procurado valorizar o conhecimento
tradicional, como também desenvolver algumas iniciativas piloto de gestão integrada, sobre
ecossistemas e ou elementos da biodiversidade. Este é o caso do PASP no Leste em relação aos
recursos florestais; o caso da Ria Grande de Buba, em relação as zonas de estuários; e ainda em
relação a Reserva de Biosfera, onde se procura implementar um exemplo modelo de
desenvolvimento auto-sustentado e integrado na base da figura da Reservas de Biosfera
propostos pela UNESCO. Nesse processo incentivos vários, incluindo os económicos, sobretudo
através de micro-realizações de apoio ao desenvolvimento, são efectivados, de forma a melhorar
a qualidade de vida das populações.
Apesar de existirem programas de treinamento científico e técnico, estes ainda são muito
incipientes e deparam com dificuldades de ordem logística e financeira. Poucos recursos podem
64
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
ser ainda postos pelo Governo a disposição das instituições de pesquisa com este objectivo.
Sobretudo ao nível das Áreas protegidas, o funcionamento do “Centro de Áreas Protegidas”,
colmatará em parte este problema, uma vez que garantindo programas de treinamento científico
e técnico do corpo de funcionários das Áreas Protegidas, este centro, cumprira uma das missões
para o qual foi criado.
Na Guiné-Bissau existe duas áreas protegidas oficializadas pelo governo, através de um decreto lei de
Agosto de 1997: Parque Nacional de Orango e Parque Natural dos “Tarrafes” do Rio Cacheu. A lei
quadro das áreas protegidas aprovada em 1997 o que permitiu a oficialização por decreto de Conselho
65
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
de Ministros em 1998 destas dois Parque. A Reserva da Biosfera foi reconhecida pelo UNESCO em
Abril de 1996. Espera-se em 1999 ainda sejam oficializados o Parque Insular-Marinho Poilão-João
Vieira e o Parque Natural das Lagoas de Cufada (vide carta pag. 63). Os trabalhos para a criação e
legalização destes dois últimos parques estão em curso (vide carta pag. 67).
Existem propostas de áreas protegidas feitas pela CECI/UICN/MDRA (1991) e pela PLANIFICAÇÃO
COSTEIRA (1993) muitas delas ainda por reconhecer dado a fraca capacidade de implementação da parte
do Governo.
Situada no Arquipélago dos Bijagós, está formada pelas Ilhas de Orango, Orangozinho, Imbone,
Meneque, Canogo, e os Ilhéus de Adonga, Canuopa e Anhetibe. bem como todas as demais feições
geográficas situadas internamente no perímetro de isóbata de 10 metros que circunda o complexo de
Orango (vide mapas seguinte). Tem uma superfície total de 158 479 ha, das quais 26 751 são terras
emersas. Da superfície total 23 % são zonas de preservação, 49 % zonas de tampão e 28 % zonas de
desenvolvimento sustentável.
A criação do Parque Nacional de grupo de ilhas de Orango justifica-se pela grande diversidade
biológica (flora e fauna ), canais, plataforma marinho e pela importância da fauna aquática -
hipopótamos (Hippopotamus amphibius), 5 espécies de tartarugas marinhas (Chelonia mydas,
Liepidochelys olivácea de Ridley, Dermochelys coriacea, Entromocheys imbricata), o delfim
corvineiro (Tursiops tenrcatus), do golfinho do atlantico (Sousa teuszii), manatim (Trichechus
senegalensis) crocodilos, entre outros, constituem a sua grande riqueza. Também podemos destacar a
presença de mamíferos terrestres, por exemplo a Gazela de "lala" (Tragelaphus scriptus seriptus) e
diferentes espécies de primatas.
No que concerne a Avifauna, o Arquipélago dos Bijagós e em especial os Bancos de Adonga e Imbone
localizados dentro dos limites do Parque Nacional de Orango, são considerados sítio de importância
nacional e mundial, embora ainda não tenham um estatuto oficial. Cada ano ele recebe quase um
milhar de espécimes de aves migratórias. No que concerne a Avifauna, o Arquipélago dos Bijagós e
em especial os Bancos de Adonga e Imbone localizados dentro dos limites do Parque Nacional de
Orango, são considerados sítio de importância nacional e mundial, embora ainda não tenham um
estatuto oficial. Cada ano ele recebe quase um milhar de espécimes de aves migratórias.
O Arquipélago dos Bijagos é considerado, depois do Banco de Arguin na Mauritania, o segundo sítio
de invernagem mais importante da Costa Ocidental Africana, devido as grandes extensões dos
mangais, bancos de areia e das vasas, que, quando descobertas na maré baixa, serem de zona de
alimentação e/ou de repouso para numerosas espécies de aves aquáticas. Inúmeros ilhéus do
Arquipélago, incluindo alguns localizados no perímetro do parque Nacional de Orango, acolhem
algumas das espécies recenseadas nos respectivos períodos de nidificação.
Mais de 179 espécies de aves já foram recenseadas no Arquipélago dos Bijagós todas susceptíveis de
serem observadas no grupo de Ilhas de Orango. As espécies características deste complexo são:
Papagaio cinzento, (Psittacus erilhacus timneh), Periquito massarongo (Poicephalus senegalus), Pato
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
ferrão (Plectropterus gambensis), Ibis sagrada (Threskiornis aethiopica) e varias outras espécies de
origem paleartica.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
O Parque Nacional dos "Tarrafes" do Rio Cacheu está localizada na região administrativa de Cacheu,
nos sectores de S. Domingos e de Cacheu, englobando 31 tabancas. Ele possuí uma extensão total de
cerca de 70 000 ha, das quais cerca de 68 % é ocupada pelo mangal, sendo a superfície restante
ocupada por outras formações vegetais das terras altas. Da superfície total, 57 % são zoas de
preservação, 28 % zonas tampão e 15 % zonas de desenvolvimento de actividades locais.
O Parque Nacional dos "Tarrafes" do Rio Cacheu tem uma importância fundamental a nível nacional.
E reconhecida a função dos mangais na reprodução dos recursos haliêuticos e em especial do camarão
uma das principais riquezas da Guiné-Bissau. O camarão, cuja pesca é uma das mais significativas
fonte de divisas para o país. Nos mangais o camarão encontra o refúgio e o alimento durante o período
de crescimento a procriação é feita no mar.
Os mangais do Rio Cacheu são ambientes fundamentais para a manutenção e reprodução material das
populações residentes da área do Parque e da zona costeira através da exploração de varios recursos
presentes na zona do “mangrove”, de entre os quais: a lenha para produção de energia, material de
construção, medicamentos e alimentos. As pesquisas de campo realizadas pelo Gabinete da
Planificação Costeira indicam que em especial no sector de S. Domingos é do mangal que as
populações extraem peixes, as ostras, "cacre", "caramussa" o "lingrão", que constituem a sua principal
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
fonte de proteínas para as tabancas. E dela extraem igualmente uma boa parte (em muitos casos na sua
totalidade) de lenha e madeira para a produção de energia e construção.
O Parque Nacional dos "Tarrafes" do Rio Cacheu, alberga as espécies de fauna raras e em vias de
extinção nomeadamente o hipopótamo, crocodilo, Sitatonga e os delfins. Os “tarrefes” servem de
abrigo para a avifauna inclusive para as aves migratórias palearticas.
A pressão sobre os mangais cresceu nestes últimos anos, facto que é acentuado sobretudo com a vinda
dos refugiados e/ou retornados do Senegal no Sector de São Domingos. A procura dos recursos como
lenha, os peixes, crustáceos moluscos e a conquista de novos terrenos para a orizicultura aumentou
consideralvelmente. Continuando esta tendência, algumas áreas de mangal do PNTRC, poderão
degradar-se de forma irreversível.
Alguns fenómenos naturais contribuem para a degradação do mangal, nomeadamente a diminuição das
chuvas e o aumento da salinização, a aceleração do processo de tanificaçäo entre outros.
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União Mundial para a Natureza
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A Guiné-Bissau conta com uma das mais largas plataformas da Costa Ocidental Africana 53 000 Km²
(BICT-INEP, 2-3, 1993). No interior desta plataforma se encontra o Arquipélago dos Bijagós, situado
entre 11° e 12° de latitude norte. Ele é constituído de 88 Ilhas e Ilhéus, 21 povoadas, as restantes não
são habitadas mas cultivadas segundo o ciclo do pam-pam. As aguas do Arquipélago tem em geral
baixa profundidade (inferior a 10 m), é marcada pela existência de grandes superfícies de bancos,
vasas. Canais rasos e profundas cortam as aguas do Arquipélago, os facilitam a penetração de
correntes. Estas características jogam um papel significativo no que concerne a riqueza e a diversidade
do meio.
O Arquipélago dos Bijagós é a zona mas rica da Guiné-Bissau no que concerne os recursos haliêuticos.
É uma zona muito importante, pela sua localização, na reprodução dos estoques haliêuticos
subregionais e é uma zona importante de recrutamento para a ZEE da Guiné-Bissau. Verifica-se, pelo
facto uma grande concentração do esforço de pesca artesanal nas águas do Arquipélago.
A actividade turística encontra-se na fase de crescimento acelerado, podendo vir no futuro representar
a fonte de ingresso de divisas. Entretanto se o seu desenvolvimento não for bem planificada poderá vir
à ter consequências imprevisíveis sobre o meio natural.
Pelos factos acima referidos, para além do Parque Nacional de Orango, foram definidas no
Arquipélago, no quadro da sua zonagem, outras áreas núcleo, para a implantação de futuras Unidades
de Conservação (vide mapas seguintes).
A declaração oficial do Arquipélago dos Bijagós como a Reserva da Biosfera pela UNESCO em Abril
de 1996 é a confirmação do seu valor internacional e permitirá a salvaguarda da tradição e cultura
Bijagós de viver sempre em harmonia com o seu meio e tudo isso implicará a gestão durável dos
ecossistemas e dos recursos naturais.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Situa-se na Região de Quinará, e abrange parte dos sectores de Buba e Fulacunda, dois importantes
aglomerados populacionais da área. A sua superfície total é estimada em 89 000 ha (890 Km²).
A formação vegetal dominante é a floresta seca e semi-seca com 27 500 ha, além de trechos de
florestas sub- húmidas (10.200 ha), e savanas húmidas "lalas" (9.000 ha) segundo o SCET-
INTERNATIONAL, 1978.
Este ambiente pela presença de três grandes superfícies de água doce, caracteriza-se por acumulação
(tempo das chuvas) e distribuição (tempo seco) de água doce, que, se conservado, pode suprir as
necessidades das populações humanas da região, para além do seu papel e função na dinâmica
hidrológica da zona.
Esta área apresenta grande interesse para a fauna, inclusive para a migração sazonais da fauna terrestre.
É área importante para antílopes e é visitada por crocodilos e hipopótamos e apresenta grande
variedade de aves. A importância da lagoa de Cufada para avifauna aquática é referida em 1946 por
Fernando Frade que propôs nesse ano a conservação da área em regime de reserva especial. Este
deveria ser incluída num Parque Nacional de âmbito mais vasto, afirmando a necessidade da
manutenção da biodiversidade existente, no sentido de garantir a qualidade de vida das populações
residentes (ARAÚJO, 1994).
Esta área que é de importância reconhecida há mais de 40 anos, como zona húmida, permitiu o
ingresso da Guiné-Bissau na Convenção RAMSAR (acordo internacional de protecção das áreas
húmidas) e a nominação de Cufada como Zona Húmida de Importância Internacional.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
As populações que vivem ao longo da costa tiram o essencial de suas proteínas quotidianas dos
estuários. Este fenómeno tende a aumentar com o crescimento de população e com a diminuição
regular da fauna selvagem terrestre.
É nesta perspectiva que desencadeou-se um projecto para a gestão de estuário de Buba entre a UICN e
o Ministério das Pescas com o objectivo de :
Actualmente os trabalhos deste projecto estão avançados, os períodos de defeso são respeitados assim
como as artes de pesca a utilizar na actividade pesqueira. Existe uma Associação dos Pescadores que
são os responsáveis pela gestão do estuário de Buba. Por último, a Barracuda é vendida na região e em
Bissau em forma de Bacalhau, produto tradicionalmente importado de Portugal, em que actualmente é
produzida localmente no quadro deste projecto.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Existem propostas de áreas protegidas feitas pela CECI/UICN/MDRA (1991) e pela PLANIFICAÇÃO
COSTEIRA (1993) em todo território nacional. Entretanto muitas delas existem só no papel, pelo que
é necessário desenvolver acções específicas para a respectiva implementação antes que seja muito
tarde. Entre estas áreas salienta-se por exemplo : Dulombi, Cantanhez, Boé.
E a última mancha de floresta sub- húmida do país, ou seja, as mais densas, altas e de maior diversidade
na Guiné-Bissau. Essa área situa-se ao sul do país nas cabeceiras do Rio Cacine, e na Região
Administrativa de Tombali, englobando os sectores de Bedanda e de Cacine. A sua área total é de
155561.92 ha, dos quais 51 999.79 ha ou seja 33.43% do território ocupado pela floresta sub- húmida,
38 735,99 ha (24.90%) dos mangais, 13 274,13 ha (8.53%) de "Bolanhas"; estes três (3) constituem as
formações fundamentais da mata de Cantanhez.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Esta floresta é parte de uma área maior que se expande para nordeste e para a Guiné-Conakry, aí
habitam espécies raras e em extinção, como por exemplo elefantes de florestas (que imigram
frequentemente da Guiné-Conakry) Chimpanzés, Sim-Sim, Porco de mato vermelho, Porco preto,
Cabra de mato entre outros.
Nestes últimos anos tem aumentado a pressão sobre a floresta devido a exploração da agricultura
itinerante e da fruticultura sobretudo a banana, citrinos e a plantação de caju. Constatou-se que caso
este ritmo de degradação continue, existe ameaça séria de desaparecimento de alguns núcleos densos
desta floresta sub- húmidas (maciços). No tocante aos mangais, também existe pressão sobre este
importante ecossistema provocada pela exploração da lenha para fumagem de peixe e desmatação para
a Orizicultura. É pertinente ressaltar que esta zona é uma das mais produtivas da Guiné-Bissau no que
concerne a produção do arroz de "bolanhas" de mangais.
É neste contexto que o Programa da Planificação Costeira identificou a Mata de Cantanhez como
futuro Parque Nacional. Este processo tem estado a ser implementado por três (3) ONG’s Nacionais
(AD, TINIGUENA, e ALTERNAG) no quadro da Iniciativa Cantanhez (I..C.), através da
sensibilização da população local em conservar essas últimas manchas de florestas sub-húmidas do
país procurando alternativas as práticas nefastas para a conservação desta floresta.
A área de Dulombi
Situa-se nos trechos leste dos sectores de Quebo e Xitole, e sudoeste dos sectores de Boé, e também
trechos sul-sudeste de Galomaro; localiza-se no encontro das 3 regiões administrativas Bafatá, Gabú e
Tombali. A sua área é estimada em 1.770 Km². Esta área inclui uma boa parte da bacia do rio Corubal
no território da Guiné- Bissau, ao longo da qual ainda se propôs a criação do Parque Nacional de Boé, e
a Reserva florestal de Salifo. A criação deste parque seria de grande importância para a conservação
algumas espécies faunísticas, especialmente as grandes herbívoras nas suas migrações sazonais.
Com as florestas seca e semi- seca, savanas arbóreas, florestas galerias e grande importância faunística
sendo a área de maior diversidade de mamíferos na parte continental do território da Guiné-Bissau.
Abriga abundante fauna comum como gazelas, macacos, porcos de mato e espécies raras ou ameaçadas
como o leão, elefante, búfalo, e leopardo. A zona é rica também em répteis, encontrando-se crocodilo
do Nilo, crocodilo anão, e as tartarugas de água doce. No tocante as aves 164 espécies são recenseadas
nessa zona pela CECI. Algumas espécies de aves como por exemplo o Periquito massarongo
(Poicephahis senegalus) estão inscritos no anexo 2 da CITES.
A caça constitui a actividade importante na zona de Dulombi. ela é praticada tradicionalmente pela
população local para fins alimentares. Nos últimos anos a presença de caçadores profissionais e
desportivos aumentaram de maneira significativa o que poderá por em perigo as espécies de fauna em
via de extinção se não tomamos a medida necessária para a sua protecção.
A agricultura itinerante para o cultivo do arroz e a monocultura de caju é a actividade que mais
transforma as florestas na zona de Dulombi. Esta prática atinge cada vez mais as florestas secas e semi-
secas e as savanas arbóreas e arbustivas.
O processo da criação e instituc ionalização dessa área protegida estava bastante avançado antes da
retirada do CECI. Por outro lado, a fragilidade das estruturas nacionais implicadas não permitiu até
agora a sua viabilização consequente como uma Unidade de Conservação.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Neste momento está em estudo a possibilidade de criação de uma área protegida trans-fronteiriça
Dulombi-Nordeste de Boké entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conakry, projecto que será financiada
provavelmente pela U.E. (União Europeia) no quadro do "Programa Regional das Bacias fluviais do
Alto Níger e Alto Gâmbia".
O sector de Boé
O proposto Parque de Boé é também de grande importância como corredor de passagem da fauna, e localiza-se no vale do Corubal, e o limite proposto
confina a Leste com a fronteira
Zona de Varela
A área proposta para este parque engloba toda a zona costeira a partir da fronteira com o Senegal até ao
Rio Cacheu. Esta área alberga uma floresta secundária costeira húmida e densa na qual se salientam as
palmeiras. As suas praias são utilizadas pelas tartarugas marinhas como zonas de postura.
Mata de Dungal
Trata-se de duas manchas de florestas nas proximidades da fronteira com o Senegal. O primeiro
localizado a norte de Farim com uma superfície de cerca de 80 ha e inclui a floresta sagrada de Sama.
O segundo localiza-se a oeste de Farim, com uma superfície de 18 ha. O valor faunístico destas áreas é
fraco, mas o seu valor ecológico reside na existência de floresta seca e florestas galerias ainda intactas
e em bom estado de conservação.
Mata de Canquelifa
A Mata de Canquelifa, é constituída por algumas manchas de savanas arbóreas e arbustivas. E igualmente
importante para os pequenos animais, sobretudo ongulados e carnívoros, devido a influencia do Parque de
Niokolo-Koba.
Mata de Sumbundo
Mata de Sumbundo, esta área possui vastas áreas de florestas com grandes arvores preciosas, mas são
intensamente exploradas pelas diferentes serrações implantadas na zona.
Mata de Mansoa
Mata de Mansoa, trata-se da floresta seca (de grandes arvores) localizada entre o Rio Mansoa e o rio Olom
(seu afluente) grandemente dominadas pelo pau incenso (Daniela oliveri) devido aos cortes selectivos.
Esta área, apesar de abrigar grande quantidade de porco-espinho (Hystrix cristata) é pouco rica no ponto
de vista faunistico.
39
- Reservas florestais tem como objectivo principal proteger as formações e as e
as espécies vegetais.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Mata de Salifo
Mata de Salifo, localizado nas duas margens do rio Pulon entre Xitole, Mansambo e Guerleel. faz
igualmente parte da bacia do Corubal.
O art. 9 da lei da caça define algumas destas zonas, enquanto que outras são ainda propostas
aguardando a sua oficialização.
Área de Pelundo
Abrange a área entre o rio Cacheu e (mais ou menos) a linha que une Cacheu, Pelundo e Jolmete.
Inclui zonas importantes de mangal e é caracterizada pela presença de algumas espécies raras como a
Sitatonga (Tragelaphus spekei), o hipopótamo (Hippopotamus amphibius), peixe Boi (Trichechus
senegalensis), etc. Salienta-se que esta área está incluída no Parque Natural dos Tarrafes (Mangais) do
Rio Cacheu.
Mata da Canjambari
Esta mata localiza-se ao logo as duas margens do rio Canjambari, entre Gendo, Mansaina e Fajonquito
e toca os sectores administrativos de Mansoa, Mansaba, Farim e Gã-Mamudo. É constituída por
florestas secas de grandes árvores essencialmente dominadas pelo pau incenso (Daniela oliveri).
Abundante e diversificado em animais de caça. É uma zona de abundância de pequenos animais de
caça.
40
- Reservas de fauna destina-se essencialmente a protecção da fauna rara ou
ameaçada e/ou para assegurar o rendimento das áreas de caça limítrofes.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
80
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A consumação pratica destes objectivos só podem ter lugar mediantes a observância das seguintes
disposições:
Ø A adopção de processos decisionais sobre alocação e uso dos recursos da biodiversidade deve ser
eficiente, equitável e transparente;
Ø Melhoria do conhecimento sobre os recursos da diversidade biológica para melhor os poder gerir.
Os aspectos seguintes devem integrar na estratégia do governo, para que a conservação da diversidade
biológica possa ser uma realidade na Guiné-Bissau:
a) - No domínio institucional
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
b) - No domínio jurídico
c) – No domínio educacional
41
- Este observatório poderá inclusive ocupar-se da aplicação da aplicação de outras convenções na Guiné-Bissau.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
d) – No domínio técnico
• Criação de uma capacidade técnica para apoiar as (diferentes) iniciativas de criação de áreas
protegidas, oficialização de florestas comunitárias, áreas sagradas, etc.
• Estabelecimento de mecanismos para integrar o valor e dos recursos naturais e das funções
ecológicas na contabilidade nacional;
e) – No domínio da Pesquisa
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
84
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
• Criação dos parques de João-Vieira e Poilão assim como dos Parques de Cantanhez e de
Dulombi; Início do trabalho de negociação para o estabelecimento de outras unidades de
conservação já propostas;
• Aplicação eficaz das leis e regulamentos já existentes, como a lei da terra, lei das florestas,
leis e regulamentos de pesca, regulamento de caça, etc.
85
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
• Reavaliação da situação dos diferentes ecossistemas nas diferentes zonas bio- geográficas da
Guiné-Bissau e proposição de prioridades de conservação;
C) – A longo prazo:
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
A actividade desta estrutura deverá se apoiar nos sistemas de produção de informação ao nível
nacional, como o SIG, as Instituições de pesquisa, as instituições de produção de estatísticas sectoriais
e nacionais.
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Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
projectos
Titulo do projecto
Finalidade
Prioridade
Justificativos
Objectivos
Timing
Localização
Agencia responsável
Contribuição internacional/financiador
Budjet total:
de recolha de informação
Objectivos1:
Apresentar informações acessíveis para cientistas políticos , etc.
Uso do GIS
Publicação dos resultados;
Objectivo 2:
Informação das mudanças na classificação de terras, usos e sanidade ambiental;
Banco de dados bio-geográficos e sobre ecossistemas
GIS continuo para observar o clima, uso do solo, pragas e doenças, etc.
Estação de monitoragem da água;
Objectivo 3:
Informação sobre populações e tendências
Incluir informações ecológicas como parte dos inventários florestais
Inventariação periódica de espécies da avifauna, fauna terrestre, etc.
Identificação de espécies indicadoras que podem ser utilizadas na monitoragem das mudanças nos
ecossistemas;
Objectivo 4
Poluentes do ar;
Estação de monitoragem da qualidade do ar: Nox, Sox, CO2, CO
Monitoragem de deposição de ácidos e estudos dos seus efeitos;
88
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Objectivo 5:
Recursos financeiros
Legislação a rever em consistência com o lano
Avaliação a meio-termo
Missões de fiscalização, etc.
89
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
2) Explicar que partner (ministério, industrias, grupos locais, NGOs, universidades) implementará
cada item, como e que medias e meios serão empregues;
4.3.3. O Budget
1) Estimar o budjet para o Plano de Acção, observando os fundos para os custos operacionais,
transporte, actividades de terreno, etc.
90
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
V-
1) Explicar as medidas a ser utilizadas para ajustar os resultados do Plano de Acção e para monitorar
as transformações na economia, no ambiente e na sociedade.
2) Dar indicações do que vai ser utilizado. Apresentar individualidades e organizações aptas a
realizarem esta responsabilidade e como foram seleccionados.
Historia
Heterogeneidade
espacial Estabilidade Climática produtividade
competição predação
91
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Arroz pam- 16750 31770 21529 37456 21255 33569 23851 35705 24616 40113
pamArroz pam-
pamArroz pam-
pamArroz pam-
pamArroz pam-
pam
Arroz de água 27694 61078 29009 56682 32917 58455 27932 55249 29368 63368
doce
Arroz de água 12567 25986 10898 29426 10850 22618 12005 23578 11306 22254
Salgada
Mais 12807 13675 14275 12838 10797 10277 13400 12516 14839 13842
Milho Cavalo 12750 11271 13110 13474 12491 10694 15456 13910 15427 14209
Milho Preto 20090 17435 23253 28262 26633 22980 30754 26418 37205 28634
Fundo 3526 1574 1750 1176 2222 1432 2855 1984 3561 2438
Mancara 18080 18171 10410 14795 15588 15716 18173 18139 15681 1840
Algodão 2454 2180 3265 2412 1754 1233 3400 1731 3392 1527
Mandioca 1665 17491 1130 11869 881 14680 1172 12311 1412 14831
Feijão 2289 2185 2403 3970 2463 4796 3194 3941 2561
92
93
Evolução das Superfícies (em ha) das Principais Culturas Praticadas na Guiné-Bissau
40000
35000
93
94
Evolução das Superfícies de Diferentes Formações Vegetais Segundo os Recenseamentos Realizados entre 1978-1990
Tipo de Formação Regiões Total
Floresta Densa Densa 4 600 3 200 21 900 23 600 102 500 63 600 129 000 90 400
Seca
(Floresta sub- Degradada 6 100 6 400 10 100 16 000 400 8 900 39 600 25 100 62 400
húmida)
Floresta Clara Densa 19 000 14 000 100 12 800 3 600 53 500 17 600 32 300 23 600 159 49 200 147 700 69 600 12 200 12 000 436 800 189 600
(Floresta Seca) 200
Degradada 6 100 12 200 900 400 39 000 31 200 100 900 268 800 28 400 38 800 161 234 64 500 144 000 20 700 18 800 421 500 747 200
000 000
Savana 50 000 44 000 11 800 8 000 56 500 94 400 614 300 418 000 80 100 58 400 126 137 141 100 126 800 47 700 38 800 1 128 926 000
500 600 000
Palmar 14 600 15 600 2 800 1 600 71 400 41 200 900 2 400 5 600 7 000 6 800 12 700 8 800 900 400 112 700 80 000
Mangrove 43 500 41 600 24 800 22 400 115 100 90 800 29 300 22 800 7 400 10 000 67 000 60 800 287100 248 400
Floresta Galeria 1 300 2 250 400 30 700 64 800 3 000 5 600 14 8 000 22 800 6 800 5 200 7 600 79 950 93 200
700
Total 145 200 136 000 40 400 32 400 297 050 261 600 801 000 769 200 208 000 194 400 476 444 396 200 366 000 280 500 253 200 2 644 2 457
500 400 850 200
94
95
Tabela comparativa de tipos de ocupação de solos em hectares e em porcentos de superfície ocupada SCET - 1978 e GEOSYSTEMES -
1993
Tipos de ocupação de solo SCET - 1978 SCET - 1978 GEOSYSTEMES Atlanta Consult CIRAD-Foret
Toda a Guiné-Bissau Sem Região de - 1993 sem Região de Gabú
Gabú
ha % ha ha % ha % ha %
Arrozais alagados 188 400 5.8 180 700 170 867.64 6.94
Alqueives antigos, Culturas 276 600 8.0 214 000 317 414.00 12
alimentares. e povoações
Palmeiras 112 700 3.3 111 800 109 389.49 4.44 80 000 2.3
Floresta 80 000 2.5 74 800 67 624.77 2.75 93 200 2.7
galeria/ripícola
Floresta sub-húmida densas 129 000 3.7 22 088 0.6 90 400 2.6
(densa seca)
Floresta sub-húmida* 25 100 3.8 _ 126 278.39 5.13 113 343 3.2 62 400 1.8
degradadas
(densa seca degradada)
Floresta sub-húmida transição 24 700 1 24 000 24 418.59 0.99 20 000 0.6
Floresta clara (seca) densa 436 800 26 383 300 647.985.36 26.3 884 959 25.3 189 600 5.4
Floresta clara (seca)degradadas 421 500 33 320 600 472 093.79 19.18 996 985 28.5 747 200 21.4
e/ou secundarias
Floresta em regeneração 4 298 0.13
Florestas sempervirentes 48 611 1.39
subtropical
Savanas* arbustivas litorais 51 400 1.6 _ 56 231.66 2.28
Savanas 1 128 000 5 134 000 123 690.95 5.03 926 000 26.5
Mangais* 287 000 10 _ 250 761.1 7 • 287 000 8.2 248 400 7.0
Tannes* 37 000 1.2 _ 94 201 2.61
95
96
Holobatracthus didaetyhis
Pagellus bellotti Bica-buco Bica
Penaeus monodon
Penthoroscium mbizi Corvina de boca negra Corvina de boca preta
Polyprion americanus Cherne Garoupa
Psettodes beneti Linguado
Scomber scomber Sarda Cavala
Sparus caeruleosticus Pargo-ruço Sinapa
Sparus pagrus africanus Pargo-legítimo-africano Sinapa
Trachurus trecal Carapau-do-cunene Carapau
Acanthurus monroviae Acanthuridae
Pterothrissus belloci Albulidae
Albula vulpes Albulidae Flecha Marsani
Antennarius pardalis Antennaridae
Arius gigas Aridae
Arius latiscutatus Aridae
Arius parkii Ariidae Bagre
Arius heudeloti Ariidea Bagre
Chryschthys maurus Bagridae
Balistes capriscus Balistidae Balista
Halobatrachus didactylus Batrachoididae
Bratrachoides liberiensis Batrachoididae
Belone belone Belonidae Peixe agulha
96
97
97
98
98
99
99
100
100
101
101
102
102
103
LAFRANCE S. (1994) Archipel des Bijagos ichtyofaune et elements d’ecologie Marine. CIPA, documento cientifico nº3. Bissau, 1994.
CIPA, Departamento de Estatistica do Min. Pesca (1995) Lista de especies. Out. 1995.
UICN, Min. Pesca (1994) Rio grande de Buba -Bio -ecologie et parametres envoronnementaux. KROMER J. L. & INSALI P. & GOMES M.Bissau, Oct.1994.
103
104
PHILUM: CHORDATA
CLASSE: AVES
42
- Este grupo é representado por vinte e cinco espécies na Guiné-Bissau.
43
- Este grupo é representado por doze espécies na Guiné-Bissau, entre os quis seis migradoras palearticas.
44
- Duas espécies conhecidas na Guiné-Bissau
45
- Quinze espécies são conhecidas na Guiné-Bissau.
104
105
46
- Cinco espécies conhecidos na Guiné-Bissau.
47
- Este grupo é representado na Guiné-Bissau por trinta e uma espécies, sendo a maioria migradora.
48
- Este grupo é representado na Guiné-Bissau por cinco espécies.
49
- Onze espécies deste grupo são presentes na Guiné-Bissau.
105
106
50
- Cinco espécies conhecidas na Guiné-Bissau.
51
- Este grupo é representado por dezoito espécies na Guiné-Bissau.
52
- Nove espécies conhecidas na Guiné-Bissau.
53
- Onze espécies deste grupo são conhecidas na Guiné-Bissau.
54
- Sete espécies são conhecidas na Guiné-Bissau.
55
- Não observada durante o inventario.
106
107
Paris P. (1993)Liste des especes d’oiseaux inventoriees dans l’Archipel des Bijagos. Plan. Costeira, Bubaque, 1993.
Limoges, B. & Robillard, M. J. (1991) Proposition d’un plan d’amenagement de la Reserva de Biosphere de l’Archipel des
Bijagos.(vol.I,II,III)Bissau, 1991.
Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
56
- Oito espécies presentes na Guiné-Bissau.
57
- Espécies desta encontram-se igualmente nas diferentes florestais da Guiné-Bissau.
58
- Sete espécies presentes na Guiné-Bissau.
107
108
De Naurois, R. (1969) Peuplements et cycles de reprodution des oiseaux de la cote occidentale d’Afrique du Cap Barbas, Sahara Espanhol,
a la frontiere de la Republique de Guinée. Mem. Mus. Hist. Nat. Sér. A, Zoologie 56; 1-32
Limoges, B. & Robillard, M. J. & ali(1990) Proposition d’un Reseau d’aire protegees en Guinée-Bissau (Zone continentale). DGFC-
MDRA, CECI, UICN. 1990.
108
109
109
110
Chelonia mydas Pelusios castaneus Lygosoma (riopa) Typhlops punctatus Dromophis lineatus
guineense
Eremochelys imbricata Cysnisca feae Eurepes delalandii Python regius Mehelya
stennophthalmus
Caretta caretta Cysnisca leonina Latastia ornata Python sebae Philothamnus irregularis
Lepidochelys olivaceae Cysnisca olighopolis Chamaeleo gracilis Psammophis sibilans Philothamnus
heterodermus pobeguini
Dermochelys coriacea Tarentola ephippita Chamaeleo senegalensis Psammophis phillipsii Philothamnus
senegambiae heterolepidotus
Trionyx triunguis Lygodactylus gutturalis Agama wedholzi Psammophis elegans Philothamnus
semivariegatus
Cyclanorbys Hemidactylus guineensis Agama sankaranica Boaedon fuliginosus Philothamnus irregularis
senegalensis ornatus
Kinixys homeana Mabuya affinis Agama agama Boaedon lineatus Philothamnus
Semivariegatus nitidus
Kinixys erosa Mabuya perroteti Gerrhosaurus Lycophidion meleagris Philothamnus
nigrolineatus heterodermus
Pelusios subniger Chalcides thierryi Varanus niloticos Lycophidion Goniotophis grantii
pulchellus ssemicinctum
Gastropyxis smaragdina prosymna meleagris Natrix olivaceus Grayia smithii Dasypeltis scabra
Elapsoidea Elapsoidea semiannulata Naja nigricollis Naja melanoleuca Naja haje haje
guntherii moebiusi
Dendroaspi viridis Bitis orietans Bitis nasicornis Causus maculatus Causus rhombeatus
Toxicodryas balandingi Theltornis kirtlandi Crotaphopeltis Dispholidus typus Amblyodpsas
hotamboeiea unicolor
Pelomedusa subrufa Riopa tristaoi Leptotyphlops Lycophidion irrotatum Goniotophis brussauxi
nariorostris
Atractaspis atterima Crocodylus niloticus Crocodylus cataphractus Osteolamus tetraspis
110
111
59
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
60
- Comum na Reserva de Biosfera Bolama-Bijagós.
111
112
Cercopithecus aethiops Comum Anexo II CITES Habitat: da floresta clara, savanas e Habitus: em grupo médios de 4 podendo ir até aos 15 indivíduos;
sabaeus (Linné) frequenta o mangal;
Cr. Sancho preto Classe B da - ataca as culturas;
Pr. Macaco de tarrafe ou Convenção Africana Ocorrência: todo o território da
macaco verde Guiné-Bissau) - permitir a sua caça amadora
Fr. Sancho preto
Colobus polykomos Raro Anexo II CITES Habitat: Floresta húmida; Habitus: Em grupos médios de 13 indivíduos;
polykomos (Zimmermann)
Cr. Macaco fidalgo Classe B da Ocorrência: - Zona de Xitole; sector - criação de espaços protegidos par esta espécie e seu habitat a floresta
Pr. Macaco fidalgo preto Convenção Africana de Cacine e Bedanda1 . húmida
Fr. Colobe noir et blanc
d´Afrique
Colbus badius temmincki Comum1 Anexo II CITES Habitat: - Florestas galerias intactas Habitus: - grupos que vão até a 55 indivíduos;
Kuhl
Cr. fatango Classe B da Ocorrência: Canjadude, Dulombi - criação de reservas incluindo florestas galerias intactas para a sua
Pr. Macaco fidalgo Convenção Africana sobrevivência;
vermelho
Fr. Colobe bai . Incluir na licença de caça amador;
"POLIDOTES 61
Espécie Estatuto Habitat e Zona de Ocorrência Observações e/ou Recomendações
Nacional Outros
Manis tetradactyla Linné Ameaçada Anexo III1 da CITES Habitat : Floresta primaria; Ameaça: Redução de floresta primaria;
Pr. Pangolin de Cauda longa
Fr. Pangolin a longue queue Classe B da Convenção Ocorrência: Sul da Guiné-Bissau; área de Deve ser incluído no anexo III da CITES;
de Londres Mansoa e Pelundo.
Conceder protecção integral devido a sua raridade;
Manis gigantea Illiger Raro Anexo III1 da CITES Conceder protecção integral pela sua raridade;
Pr. Pangolin gigante
Fr. Pangolin geant Classe B da Convenção Prioridade de pesquisa para confirmação da sua presença e tamanho da populacho.
de Londres
61
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
112
113
ROEDORES62
Espécie Estatuto Habita e Zona de Ocorrência Observações e Recomendações
Nacional Outros
Lepus whytei Thomas Comum Ocorrência: Canquelifa, Boé, Varela e outras Habitus: Vive só no seu território
Cr. Lebre zonas Incluir nas licencas de caça amadora
Pr. Lebre de White
Fr. Lievre de Whyte ou Lievre a
oreilles de lapin
Euxerus erythropus (E; Geofroy) Comum Habita: floresta ou locais onde as florestas Habitus :exclusivamente terrestre;
Pr. Saninho terrestre deram lugar as savanas
Fr.Ecureuil fonisseur - grande depredador de culturas;
ou rat palmiste
- não e de grande interesse;
62
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
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114
swinderianus (Temminck )
Cr. Farfana - grande depredador de arrozais;
Pr. Rata de canavial maior
Fr. Aulacode commum ou Grand - Permitir caca ao longo do ano
aulacode
CARNÍVOROS63
Nacional Outros
canis adustus (Sundevall) Comum Ocorrência: Savanas Habitus: Só ou em pequenos grupos;
Cr. Djurto ou dondo
Pr.Chacal raiado Ocorrência: Savanas do nordeste dopais. Ameaça: Outros depredadores (Ex. Iena,etc.) e criadores de gado por ser grande
Fr. Chacal a flanc rayes depredador de cabras e bezerros
63
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
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115
Genetta thierryi Género Habitat: floresta clara e savanas. - Grande depredador de aves de capoeira;
(Matschie)
Gato lagaria
abundante, - Carece de estudos específicos para melhor conhecimento do estatuto de cada espécie.
Pr. Gineta de villiers espécie raro
Fr. Genette de villiers
115
116
Panthera leo senegalensis Raro Anexo II da CITES Habita: Savanas e certas florestas abertas do Sul - Ataca o gado;
(Mayer) Muito raros na floresta densa;
Pr. Leao - Reproduzem-se nas áreas de Boé;
Fr. Lion Ocorrência : Em Guiledge, Cantanhez e todo o
país a excepção do Arquipélago - Protecção em grande parques nacionais por carecerem de grandes espaços de
sobrevivência.
Panthera pardus leopardus Ameaçado Anexo I da CITES Habita: Savanas e certas florestas abert as do sul. Ameaça: Caca por causa de sua pele e por atacar o gado;
(Schreber)
Cr. Onca Classe B da Convenção - Incluir na lista de espécies a proteger e efectuar controle activo do trafico e venda de
Pr. Leopardo Africana objectos confeccionados com a sua pele.
Fr. Leopphard ou Panthere
Caracol caracol (Schreber) Rara Anexo I da CITES Habita: Savana ; - Incluir na lista de espécies a proteger.
Cr. Lince
Pr. Caracal Ocorrência : Áreas de Bafata , Dulombi.
Fr. Caracal
Leptailurus serval senegalensis Rara Anexo II da CITES Habita: Savana Ameaça: caca por causa da sua pele;
(Lesson)
Cr. Onça de baga-baga Classe B da Convenção - Incluir na lista de espécies a proteger e efectuar controle activo do trafico e venda de
Pr. gato-lagar Africana objectos confeccionados com as sua pele
Fr; Chat -tigre, serval
"TUBULIDENTE"64
Espécie Estatuto Habi tat e Zona de Ocorrência Observações e Recomendações
Nacional Outros
Oricteropus afer senegalensis Comum Anexo II da CITES Habita: adapta-se a todos os ambientes; - Papel ecológico muito importante na escavação das termiteiras, que são utilizados
(Lesson) quando abandonados por outras espécies;
Cr. Timba Classe B da Convenção Ocorrência :Todo o pais com excepção do
Pr. Porco Formigueiro Africana Arquipélago dos Bijagos - Conservar pela sua utilidade ecológica.
Fr. Cochon de terre ou Orycterope
SERENIDIO65
Espécie Estatuto Habitat e Zona de Ocorrência Observações e Recomendações
Nacional Outros
Trichechus senegalensis Link Ameaçado Anexo II da CITES Habita: Rios, rias e estuários. Ameaças: Pesca acidental Caca.
Cr. Peixe buce
Pr. Manatim, Vaca marinha Classe A da Convenção - Incluir na lista de espécies a proteger ;
Fr. Lamantim d’Afrique ou Africana
lamantin - Criação de parques marinho-aquaticos para o efeito.
64
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
65
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
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UNGULADOS66
Espécie Estatuto Habitat e Zona de Ocorrência Observações e Recomendações
Nacional Outros
Loxodonta africana cyclotis Ameaçado Anexo I da CITES Ocorrência : Corubal e Cantantez e Norte de rio Ameaça: caca.
(Blumenbach ) Corubal e Dulombi.
cr. Lifanti Classe B da Convenção - Só 1 a 4 indivíduos frequentam o território Guineense na época das chuvas;
Pr. Elefante de África ou Elefante Africana
da floresta - Pode desaparecer brevemente na nossa região;
Fr. Elephant africain ou des forets Classe A e B da
Convenção de Londres1 - Criação de áreas protegidas e/ou corredores para sus protecção e para garantir sua
tranquilidade;
Pothamocherus porcos porcos Abundante Habita: Cerrado e floresta densa e savanas; Habitus: Em grupo de 10 indivíduos;
(Linne)
Cr. Porco de mato vermelho Ocorrência : Todo o pais com excepção das - Grande depredador de plantações;
Pr. Javali de rio ilhas;
Fr. Potamochere a pinceaux - Abundante devido a fraca presença de inimigos naturais e ao fraco consumo de sua
carne por motivos religiosos;
66
- Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a
la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
67
- Apresenta habitus marinhos no Arquipelago Bolama-Bijagós.
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118
Cr. cabrito azul Ocorrência : Muito respandido em todo o pais - Permitir caca.
Pr Cefalofo azul com excepção as savanas do noroeste; Ilhas de
Fr. Cephalopfe de Maxwuell ou Canhabaque e caravela; Abundante em Pelundo
bleu e varela.
Cephalophus dorsalis dorsalis Ameaçada Anexo II da CITES Ocorrência : Áreas de Mansoa, Boé, Pelundo e - Espécie rara a proteger.
(Gray) Cufada.
Pr. cefalofo bajo
Fr. Cephalophe a bande dorsal
noire
Cephalophe bai
Cephalophus sylvicultor Comum Anexo II da CITES Habita: Floresta densa e sub- húmida. - Espécie rara a proteger
sylvicultor (Afzelius)
Cr. Muntum Classe B da Convenção
Pr. Cefalofo de lombo amarelo o Africana
cabra grande do mato
Fr. Cephalo phe a dos jaune
Cephalophus grimmia coronata Abundante 1 Ocorrência : Área de Canquelifa. Habitus: Solitário o u aos pares.
(Gray)
Cr. Cabra cinzenta - Permitir a sua caca.
Pr. cefalofo de Grimm
Fr. Cephalophe couronee ou de
grimm
Orebia ourebi nigricaudata Raro Habita: Planos rochosos e/ou pedregosos - Espécie a proteger pela sua raridade
(Brooke) (campada de pedra).
Cr; gazela de pedra
Pr. Oribi ou ourebia , cabra das Ocorrência : Área de Canquelifa, Canjadude,
pedras ou cabra da campada Boé, Dulombi e Corubal.
fr. Ourebi
Tragelaphus scriptus scriptus Abundante 1 Habita: Presente em todos os lugares como nos Ameaça: Caca muito intensiva.
(Pallas) limites das florestas primarias e nas zonas
Cr. Gazela pintada arbustivas; - Permitir a Caca aos dois sexos com licença profissional e com interdição no período
Pr. Antílope Jeroglifico de reprodução;
Fr. Guib harnaché Ocorrência : Área de Dulombi;
muito respandido em toda a Guiné-Bissau.
Tragelaphus spekei (Sclater) Ameaçado Anexo III1 da CITES Habita: Proximidade das zona aquáticas; Ameaça: Caça muito intensiva;
Pr. Sitatonga
Fr. Guib d’eau Classe B da Convenção Ocorrência : Corubal, Norte e Sul do rio - Conservação das lagoas e do mangal que são habitates desta espécie
Africana Cacheu
Trqgelaphus oryx derbianus Extinto Ocorrência : Área de Corubal e Boé. - Protecção onde a sua espécie for observada.
(Gray)
Pr. Elan de derby
Fr. Eland de derby
Hippotragus equinus koba (Gray) Raro Anexo II da CITES Ocorrência : Candjadude, Boé, Dulombi, Habitus: Em pequenos grupos.
Cr. boca branco Corubal; repartido em todo o território da
Pr. Antílope equino ou palanca Guiné-Bissau. Ameaça: Sobre-caça e pressão demográfica.
Fr. Antilope rouanne, antilope-
cheval, hippotrague - Caça só com autorização de grande caça
Kobus ellipsiprymnus unctuosus Raro Habita: Floresta galeria; Habitus: 1 a 4 indivíduos por grupo;
(Laurilland)
Pr. Sim-sim Ocorrência : Todo o Norte com excepção da - Caça só com autorização de grande caça.
Fr. Cobe a croissant, cobe sing- área de Mansoa;
sing, ou cobe defassa
118
119
Kobus Kob Kob (Erxleben) Raro Habita: Meio húmido (lagoas e alqueives Ameaça: Diminuição do seu habita pela agricultura e pela Caça;
Pr. Gazela de lala antigos);
Fr. Cobe de buffon - Caça só com licença profissional e não excedendo a 3 indivíduos por ano.
Ocorrência : Área de Canquilifa; todo o
Noroeste da Guiné-Bissau; introduzido em
Pecixe e Jeta
Redunca redunca redunca (Pallas) Raro Ocorrência : Este da Guiné-Bissau. - Caça só com licença profissional e não excedendo a 3 indivíduos por ano.
Cr. Gazela de lala
Pr. Redunca, gazela nagor, gazela
corno de gaúcho
Fr. redunca nagor, redunca
Alcephalus busephalus major Ameaçado Ocorrência : Cuntabane, Boé e Norte de - Incluir na lista de espécies a proteger pela sua raridade e criação de áreas para a sua
(Blyth) Contubuoel. conservação.
Cr. Tancon
Pr. Bubalo, bubal
Fr. Bubale
Syncerus caffer nanus (Sperrman) Raro Classe B da Convenção Ocorrência : Norte e Este da Guiné-Bissau1 ; - Depredador de arrozais;
Cr. Bufre Africana áreas de Boé, Cufada e cantanhez
Pr. Búfalo - Caça só com licenças de grande caça.
Fr.Buffle nain
Paris P. (1993)Liste des especes animales (moin les oiseaux) inventoriees dans l’Archipel des Bijagos. Plan. Costeira, Bubaque, 1993.
Limoges, B. & Robillard, M. J. (1991) Proposition d’un plan d’amenagement de la Reserva de Biosphere de l’Archipel des
Bijagos.(vol.I,II,III)Bissau, 1991.
Limoges, B.(1989) Resultats de l’inventeair faunique au niveau national et proposition de modifications a la loi sur la chasse. Bissau, 1989.
De Naurois, R. (1969) Peuplements et cycles de reprodution des oiseaux de la cote occidentale d’Afrique du Cap Barbas, Sahara Espanhol,
a la frontiere de la Republique de Guinée. Mem. Mus. Hist. Nat. Sér. A, Zoologie 56; 1-32
Limoges, B. & Robillard, M. J. & ali(1990) Proposition d’un Reseau d’aire protegees en Guinée-Bissau (Zone continentale). DGFC-
MDRA, CECI, UICN. 1990.
119
120
Tab. 2.: Famílias e Número de Espécies da Flora Recenseadas na Guiné -Bissau, segundo a
literatura
Família Espécies Família Espécies Família Espécies Família Espécies
Recenseadas Recenseadas Recenseadas Recenseadas
(N.º) (N.º) (N.º) (N.º)
Butomaceae 1 Melastomataceae 8
Acantaceae 21 Caesalpinaceae 36 Cyperaceae 25 Halarrhagaceae 1
Agavaceae 3 Campanulaceae 3 Davalliaceae. 1 Hippocrateaceae 6
Amarantaceae 11 Capparidaceae 7 Delleniaceae 2 Hydrocharitaceae 2
Amarylidaceae 1 Caricaceae 1 Dichapetalaceae 1 Hydrophyllaceae 3
Ampelidaceae 9 Caryophyllaceae 5 Dioscoreaceae 6 Hypericaceae 2
Anacardiaceae 13 Celastraceae 1 Droseraceae 1 Hypoxidaceae 1
Anagraceae 2 Centianaceae 2 Ebenaceae 4 Icacinaceae 3
Annonaceae 16 Ceratophyllaceae 1 Eriocaulaceae 1 Ir:idaceae 2
Apocynaceae 36 Chrysobalanaceae 1 Euphorbiaceae 35 Labiatae 10
Apolynaceae 2 Cochlospermaceae 1 Fabaceae 1 Lauraceae 1
Aponogetonacea 2 Combretaceae 21 Ficoidaceae 2 Leeaceae 1
e
Aracaceae 2 Commelinaceae 9 Flacourtiaceae 2 Leguminosae 5
120
121
121
122
Aframomum subsericeum (Oliv. Hanbury) K. Belem cufa 10 Fruta utilizada como alimento
Schum
Afrormosia laxiflora Harms 9,11
Afzelia africana Po de conta 2,9 Madeira de construção e comercial.
Agelaea pentagyna (Lam) Baillon 13 Medicinal
Agelaea trifolia Gilg 1,11
Ageratum conyzoides Linn Balquiama 1,9,14
Agrostis spp. 11
Aidia geniflora (DC.) Dandy 9
Alafia landolphioides K. Schum 11
Alafia schumannii Stapf 11
Albizia glaberrima Benth 11
Albizia gummifera C. A. Smith 11
Albizzia adianthifolia (Schum.) W. F. Wight Farroba de lala 1,6,9 Fruta e semente fermentada utilizados como alimentos e/ou condimentos
respectivamente. É reconhecida como e fertilizadora de solos. Folhas
utilizadas como complemento na alimentação do gado
Albizzia ferruginea (Guill & Perr.) Benth Faroba de lala 1.,2
Albizzia zygia (DC) J.F.Macr Po de raio 1,9,11,13 Medicinal
Alchornea cordifolia (Schum. & Thonn.) Muell. Po d'arco, po 1,.2,8,9,11,12, Medicinal e utilizada no fabrico de instrumentos de trabalho.
Arg. de tindji saia 13,14
Alectra senegalensis Benth 11
Allium cepa Cebola 1
Allophyllus africanus P. Beauv. 1,9,11,13 Medicinal
Alloteropsis paniculata Stapf 11
Alphania senegalenses (A. Juss) Radl Cereça
Alstonia boonei De Wild. tagara 9
Alstonia congensis Engl Pó de tagara 8,11,13,14 Medicinal. Muito utilizado na construção tradicional e no artesanato
(estatuária religiosa).
Alysicarpus glumaceus DC 11
Alysicarpus ovalifolius (Schumach.) J. Léonard 10 Bom alimento para todas as espécies de animais domésticos.
Alysicarpus rugosus (Willd) DC 14 Condimento.
Alysicarpus vaginalis DC 11
Amaranthus caudatus L. 13
Amaranthus hibridus subp. cruentus (Linn.) Thell Bredo femea 1
Amaranthus hybridus Badjiki, 1,3,2 Folha utilizada como legume e flor para confecção de sumos e chá.
Baguidji
Amaranthus sp. 13 Condimento.
Amaranthus spinosus Linn Bredo 1
Ammannia gracilis Guill & Perr 11
Ammannia senegalensis Lam 11
Amorphophallus sp . 9
Ampelocissus pentaphylla Gilg 11
Anacardium occidentale Linn Cajú 1,2,.5,8,12,13 Casca tem uso medicinal.
Anadelphia afzeliana (Rendle) Stapf 13 Madeira de cofragem.
Ananas comosus Ananas Fruta utilizada como alimento.
Anchomanes difformis (Blume) Engl. 9,14
Anchomanes spp 11
Ancistrophyllum secundiflorum Wendl 11
Andira inermis H. B. & K. 11
Andropogon gayanus Kunth 11 Boa forrageira quando jovem, pode ser também ensilada.
122
123
123
124
124
125
125
126
mato
Cassytha filiformis Linn Redea de 1,8,11,13,14 Medicinal.
santcho
Catharanthus roseus 12 Medicinal
Cathormion altissimum (Hook. f.) Huntch. & 9
Arn . subsp. platycarpa (Welw. ex Bull) Brennan
& Brumitt var.
Cathormion dinklagei Hutch & Dalz 11
Caudalejeunae hanningtonii (Mitt.) Schffn. 9
Caudalejeunea lehmanniana (Gottsche) Evans 9
Cebtella asiatica Linn 11
Ceiba pentandra (L) Roxb Poläo 9,11,12,13,14 Uso na construção naval tradicional, objectos domésticos e é medicinal.
Folhas usadas como alimentação.
Celosia trigyna L. 14
Cenchrus biflorus Roxb. 10,14 Excelente forrageira, comida pelo gado em todos os estádios, mesmo
quando em sementes.
Centella asiatica 12
Centotheca lappacea Desv: 10,11 Boa forrageira.
Centrosema pubescens Benth . 10 É a mais interessante leguminosa para forragem verde.
Cephaelis peduncularis Salisb. 9
Cephalostigma perrottetii A.. DC 11
Ceratophyla demersum Linn 11
Ceratopteris cornuta (P. Beauv.) Lepr. 9
Cercestes afzelii Schott 9,13,14 Medicinal
Cercetis spp 11
Ceropegia peuhlorum A. Chev. 9
Ceropegia spp. 11
Cheirostylis lepida Rolfe 11
Chlorophora excelsa Benth Po de bitcho 1,11,15 Material de construção tradicional.
branco
Chlorophora regia A. Chev Po de bitcho 1,2,12,15 Material de construção tradicional.
amarelo
Chlorophytum sp. 9
Chrosophora senegalensis A. Juss 11
Chrysobalanus ellipticus Soland 11
Chrysobalanus orbicularis 1,2,11,14
Cissampelos mucronata A. Rich Oredja de rato 1,8,11,13 Medicinal
Cissus aralioides (Wel.) Planch 9,11,14
Cissus barteri Planch 11
Cissus debilis Planch 11
Cissus diffusiflora (Bak.) Planch 9
Cissus gracilis Guill & Perr. 14
Cissus producta Afzel 9
Cissus quadrangulus Linn 11
Cissus rufescens Guill. & Perr. 9,13 Medicinal.
Cissus vogelii Hook. f. 11
Citrullus vulgaris Maläo 3
Citrus aurantifolia Swingle Limao 1 Fruta utilizada como alimento e folhas para chá.
Citrus limon Pé de limon 8,13 Fruta utilizada como alimento e folhas para chá.
Citrus paradisi Macf Toranja 1.3 Fruta utilizada como alimento.
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127
127
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Corchorus olitorius 12
Cordia myxa 12
Cordyla africana Lour 11
Cordyla pinnata (Lepre.) Milne-Redh 12
Costus afer Ker-Gawl 9,11,13
Crataeva adansonii DC 11
Crataeva religiosa Forst. F Pó de Bola 1
Craterispermum laurinum Benth 9,11,12
Cremaspora triflora Hutch & Dalz 11,12
Crescentya cujete L. Kabas 12,13 Construção de artefactos.
Crinum spp. 11
Cristina africana DC. 9
Crossopteryx febrifuga Benth 11,12,13 Medicinal
Crotalaria glauca Wild 11
Crotalaria goreensis Guil & Perr 11,14
Crotalaria hyssopifolia Klotzch 14
Crotalaria lathyroides Guill. & Perr. 10,14
Crotalaria ochroleuca G. Don 10 Planta melhorador de solos e bom alimento para coelhos.
Crotalaria ononoides Benth 11
Crotalaria retusa L. 10,11,14 Medicinal e forrageira quando jovem e boa fertilizante de solos.
Crotalaria sphaerocarpa Perr 11
Crotalaria striata DC 11
Croton lobatus Linn 11
Crudia senegalensis Planch . ex Benth . 1,9,11
Cryptolepis sanguinolenta (Lindl.) Schltr. 9,11,12
Ctenium canescens Benth 11
Ctenium elegans Kunth 10,14 Serve para cobertura de casas e construção de colmeias tradicionais.
Ctenium newtonii Hackel 11
Cucumis sativus Linn. Pepino 1 Fruta utilizada como alimento.
Cucurbita pepo Bobra 2,3,12 Medicinal, fruta utilizada como alimento.
Cucurbita sp. 3 Fruta utilizada como alimento.
Culcasia sp 9
Curculigo pilosa Engl 11
Cussonia longissima Hutch. & Dalz Papaia de mato 1
Cuviera acutiflora DC 11
Cyanotis lanata Benth 11
Cyanotis rubescens A. Chev 11
Cyclocarpa stellalis Afz 11
Cymbopogon Citratus (D.C) Stapf Belgata 1,12,13 Medicinal
Cymbopogon giganteus Chiov. 12 Medicinal
Cynodon dactylon (L.) Pers . 10,12 Boa forrageira e protege bem os solos.
Cynometra vogelii Hook. f. 11
Cyperus articulatus L. Mampufa 1,11,12,13 Cordoaria e cestaria e como material de construção.
Cyperus bolbosos Vahl 11
Cyperus difformis Linn
Cyperus distans Linn 11
Cyperus Haspan Linn 11,12
Cyperus maritimus Poir 11
Cyperus sphacelatus Rottb 11
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Nhambé
Dioscoreophyllum cumminsii (Stapf) Diels var. 9,11 Fruto apreciado pelas crianças.
leptotrichos Troupai
Dioscoreophyllum lobatum Diels 11
Diospyros heudelotii Hiern 9,13,14 Medicinal e comestível.
Diospyrus mespiliformis Hochst 12
Dissotis capitata Hutch 11,12
Dissotis grandiflora (Afzel ex SM.) Benth. 13 Raiz utilizada no fabrico de vinho e açúcar.
Dissotis Lambii Hutch 11
Dissotis rotundifolia Triana 11
Dodonea viscosa L. 1,12
Dombeya senegalensis Planch 11,12
Dracaena mannii. Baker 8,9,11,14 Medicinal
Drepanocarpus lunatus G. F. W. Meyer 1,11,12
Drosera indica Linn 11
Dryspetes ovata Hutch 11
Dyalis zenkeri Gillg 9
Ecastaphyllum brownei Pers 11
Echinochloa Pyramidalis (Lam.) Hitche & 10,11 Boa forrageira quando jovem.
Chase
Echinochloa stagnina (Retz.) P. Beauv. 10 Forrageira
Echinoclo a colona Link 11,13 Indicadora de baixa salinidade das bolanhas.
Echinocloa stagnina Beauv 11
Eclipta prostrata L 12
Ekebergia senegalensis A. Juss 1,11
Elaeis guineensis Jacq. Palmera 1, 2,11,12,13,14 Fruta utilizada como alimento; folha na cestaria e produção de utensílios
diversos e vedação de quintais; tronco na construção e Raízes como
medicamentos.
Elaeophorbia grandifolia (Haw.) Croizat 9
Eleocharis geniculata (L.) Roem & Schultz 14
Elephantopus scaber Linn 11
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Psychotria reptans 9
Pteris friesii Hieron 9
Pterocarpus erinaceus Poir. Pó de sangue 1,11,12,13 Medicinal e fabrico de instrumentos de trabalho.
Pterocarpus pycnostachya (DC.) Meikle 9
Pterocarpus santalinoides L´Her ex DC 11,14
Pupalia lappacea (L.) Juss var lappacea 14
Pycnanthus angolensis (Welw.) Warb. 9
Pycnanthus kombo Warb 11,12
Pycreus Mundtii Nees 11
Pycreus pumilus Nees 11
Randia maculata Benth 11
Randia maleifera Benth 11
Raphia exica Tara, Tare 1.,2
Raphia spp. 11
Raphionacme brownii 15
Raphionacme sudanica A. Chev 11
Raphiostylis beninensis Planch 11
Rauwolfia vomitora Afz Po de bras 1,9,11,12,13 Medicinal e construção de artefactos.
Remirea maritima Aublet 14
Remusatia vivipara Schott 11
Rhinacanthus virens (Nees) Milne-Redhead 9
Rhizophora harrisonii Leechman 14
Rhizophora mangle L Tarafe 1,.2,9
Rhizophora racemosa G. F. W. Mey 11,14
Rhynchosia calcyna Guill & Perr 11
Rhynchosia pycnostachya (DC) Meikle 14
Rhynchosia viscosa DC 11
Rhynchospora alba Vahl 11
Rhynchospora candida C. B. Clake 11
Rhynchospora corymbosa Britton 11
Rhytacne rottboellioides Desv 11
Rhytacne triaristata Stapf 11
Ricinodendron africanum Muell 11
Ricinus communis Linn Djaque-Djaque 1,8,12 Medicinal
Rinorea ilicifolia (Welw. ex Oliv.) O. Kze 9
Rinorea subintegrifolia O. Kuntz 11,13 Material de construção.
Ritchiea capparoides (Andr.) Britten. 1,12
Ritchiea fragrans R. Br 11
Ritchiea ongipedicellata Gilg 11
Robynsiochloa purpurascens (Robyns) 13 Indicadora do tempo seco.
Rotala decussata DC 11
Rothia hirsuta Bak 11
Rothmannia whitfieldii (Lindl .) Dandy 9,13 Uso higiénico.
Rottboellia cochinchinensis (Lour.) W. D. 10 Boa forrageira.
Clayton
Rottboellia exaltata Linn 11
Rourea coccinea (Thonn. ex Schum.) Benth . 9
supsp. Coccinea var, coccinea
Rourea minor (Gaertn .) Alston 9
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Anexo IV
Divisão de Divisão de
Estudos e Administração e
Projectos Finanças
Divisão de
inventários
Divisão da
Fauna e Divisão de
Avifauna exploração
Divisão de
Divisão de repovoamento
Apicultura
Divisão
de
Silvicul
tura
147
148
PRESIDENTE DA
REPUBLICA
MINISTRO COORDENADOR DA
DO SECTOR AMBIENTAL
(Ministro do Desenvolvimento
Rural e Agricultura)
SECRETARIO EXECUTIVO
COMITÉ TÉCNICO DO
DO CNA
CNA
Representação de
Estruturas Sectoriais do Ministérios com Intervenções no
Governo e da Sociedade Sector Ambiental
Civil
SECRETARIADO DO CNA
e respectiva estrutura
Administrativa
148
149
Direcção Geral de
Director Geral do Ambiente Recursos Naturais
Núcleo de Concepção e
Secção dos Serviços Administrativos
Coordenação da Política Ambiental
e Finanças
REFERENCIAS
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Gembloux. Cadernos de Meio Ambiente nº 1. Mai 1996 .
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Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
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15. Atlanta consult (1986) Inventaire et classement des forets de Guinée-Bissau, Vol. I, Hamburg, 1985.
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Autorizado a Direcção Geral de Florestas e Caca a elaborar com a SOCOTRAM um contrato de concessão 06.11.95 - No 45
de gestão e aproveitamento florestal
Elaborado um anteprojecto de Regulamento de Gestão de Floresta Comunitária 31.03.97 - No 13
68
- CYSNES, M.: Lista de Legislação Nacional em Vigor com Relevância Ambiental. Doc. Apresentado a Conferencia
sobre Legislação Ambiental, 27 de Março, 1998.
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Projectos de Diplomas69
PROJECTOS DE DIPLOMAS
Projectos de Leis e regulamentos Lei da Terra - Aprovada pela ANP em Marco de 1998, ainda não está ratificada nem publicada
Lei sobre o Mangal
Ante Projecto Lei da Fauna
Anterior a independência - Regimen jurídico da conservação, gestão e exploração da fauna bravia (caca)
Regulamento da Pesca Desportiva
Regulamento de funcionamento da conferencia Nacional do Conselho de Ministros para Assuntos Ambientais e
Comité Técnico Internacional para o Ambiente.
Proposta de Decreto de Criação do Comité Nacional MAB
Proposta de Decreto de Criação da Reserva de Biosfera do Arquipélago de Bolama-Bijagos.
Proposta de decreto de Criação do Parque Nacional marinho-insular João Vieira-Poilão.
69
- CYSNES, M.: Lista de Legislação Nacional em Vigor com Relevância Ambiental. Doc. Apresentado a Conferencia
sobre Legislação Ambiental, 27 de Março, 1998.
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
Convenções Data
de
entrad
a em
vigor
Convenção sobre o Comercio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens 14.08.90
Convenção Sobre as Zonas Húmidas de Importância Especialmente como Habitat de Aves Selvagens 14.05.90
A Lei do Mar 16.11.94
Convenção sobre a Protecção do Património Mundial Natural e Cultural em vigor ?
Convenção sobre o Controle de Movimentos Transfronteriços de lixos Perigosos e a sua Eliminação (Base) em vigor
Convenção sobre a Conservação de espécies Migradoras da Fauna Selvagem 01.09.95
Convenção sobre a Diversidade Biológica 25.01.96
70
- CYSNES, M.: Lista de Legislação Nacional em Vigor com Relevância Ambiental. Doc. Apresentado a Conferencia
sobre Legislação Ambiental, 27 de Março, 1998.
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
PROGRAMA
15 : 30 – 17 : 45 Debate
18 : 00 Fim de Sessão
11 : 15 – 13 : 00 Continuação do debate
13 : 00 – 14 : 00 Almoço
Temas :
- Processos e actividades que ameaçam a Diversidade Biológica
- Consequência da má gestão dos recursos da Biodiversidade
- Recomendação e medidas de conservação e utilização durável da Biodiversidade
Intr1
Plano de Acção para a Biodiversidade na Guiné-Bissau
BIBLIOGRAFIA
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