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Marasmius do Parque Estadual das Fontes

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249Hoehnea 36(2): 249-258, 8 fi g., 2009
Marasmius do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, 
Brasil: Seções Globulares, Hygrometrici, Marasmius e Neosessiles
Carla Puccinelli1,2,3 e Marina Capelari2
Recebido: 23.10.2008; aceito: 09.04.2009
ABSTRACT - (Marasmius from Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brazil: sections Globulares, 
Hygrometrici, Marasmius and Neosessiles). Eight species of Marasmius belonging to sections Globulares, Hygrometrici, 
Marasmius and Neosessiles are reported from the Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI). Description, illustrations 
and remarks are presented for each taxon, besides an identifi cation key. Marasmius puttemansii and M. vigintifolius are 
cited for the fi rst time for PEFI; M. graminum and M. variabiliceps are cited for the fi rst time for São Paulo state and M. 
griseoroseus and M. thwaitesii for the fi rst time for Brazil.
Key words: Atlantic Rainforest, Basidiomycota, Marasmiaceae, taxonomy
RESUMO - (Marasmius do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil: seções Globulares, Hygrometrici, 
Marasmius e Neosessiles). São reportadas oito espécies de Marasmius pertencentes às seções Globulares, Hygrometrici, 
Marasmius e Neosessiles que ocorrem no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI). Para cada táxon são apresentados 
descrição, ilustração e comentários, além de chave de identifi cação. Marasmius puttemansii e M. vigintifolius são citados 
pela primeira vez para o PEFI; M. graminum e M. variabiliceps são citados pela primeira vez para o estado de São Paulo e 
M. griseoroseus e M. thwaitesii são citados pela primeira vez para o Brasil.
Palavras-chave: Basidiomycota, Marasmiaceae, Mata Atlântica, taxonomia
1. Programa de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente
2. Instituto de Botânica, Seção de Micologia e Liquenologia, Caixa Postal 3005, 01061-970 São Paulo, SP, Brasil
3. Autor para correspondência: puccinellic@yahoo.com.br
Introdução
O gênero Marasmius Fr., pertencente à família 
Marasmiaceae Roze ex Künher (Kirk 2001), é 
caracterizado por possuir basidiomas pequenos 
a médios com píleo, na maioria das vezes, bem 
pigmentados ou até brancos; estipe fi liforme, com 
coloração escura, raramente cilíndrico, e então, de 
coloração clara, micélio basal presente ou estipe 
inserido diretamente no substrato e/ou apresentando 
rizomorfas. Microscopicamente, é caracterizado pela 
superfície pilear himeniforme compostas de células 
típicas do gênero (dos tipos Globulares, Siccus e 
Rotalis) e pelos basidiósporos lacrimóides e hialinos. 
São encontrados em serapilheira sobre material 
vegetal em regiões tropicais do mundo todo.
Segundo a classificação de Singer (1986), o 
gênero Marasmius é dividido em doze seções, porém 
esta classifi cação vem sofrendo muitas modifi cações 
devido, principalmente, a estudos morfológicos de 
tipos e também de fi logenia molecular. A divisão 
seccional é baseada na estrutura da superfície superior 
do píleo, reação das hifas da trama da lamela e contexto 
ao reagente de Melzer, presença ou ausência de um 
colar onde as lamelas se aderem e inserção do estipe 
ao substrato (Singer 1986, Gordon et al. 1994).
As espécies de Marasmius do Parque Estadual 
das Fontes do Ipiranga (PEFI) foram listados por 
Bononi et al. (1981) com base no inventário das 
exsicatas depositadas no herbário SP e por Grandi et 
al. (1984), que resultou em nove espécies conhecidas. 
Posteriormente, Pegler (1997) adicionou mais 11 
espécies, apresentando o material estudado na forma 
de uma chave de identifi cação.
Das 20 espécies relacionadas para o PEFI, quatro 
pertencem à seção Globulares: M. arborescens (Henn.) 
Beeli (Grandi et al. 1984), M. fi ardii Singer ex Pegler, 
M. niveus Mont. e M. riparius Singer (Pegler 1997) e 
apenas uma à seção Marasmius: M. foliicola Singer 
(Pegler 1997). Não havia, até o momento, o registro 
de espécies pertencentes às seções Hygrometrici e 
Neosessiles.
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O presente trabalho teve como objetivo realizar 
o inventário, no PEFI, das espécies de Marasmius, 
revisar as exsicatas depositadas no herbário SP e 
também de materiais coletados ainda não incorporados 
ao herbário das seções acima mencionadas.
Material e métodos
O PEFI é um dos mais signifi cativos remanescentes 
de Mata Atlântica em área urbana do país. Está situado 
na região sul da cidade de São Paulo (23º39’S e 
46º37’W), com altitude média entre 770 e 825 m e 
ocupando uma área total de 526,38 ha (Barbosa et al. 
2002, Fernandes et al. 2002).
As coletas no PEFI tiveram início em fevereiro de 
2004 e foram realizadas de forma aleatória em todos 
os meses do ano, ocorrendo com mais freqüência nos 
meses de primavera e verão e fi nalizadas em março 
de 2006; alguns materiais coletados posteriormente 
também foram estudados. Foram utilizadas as trilhas 
já abertas dentro do parque, principalmente nas áreas 
do Jardim Botânico e do Instituto de Botânica.
O material coletado foi descrito ainda fresco 
e em seguida colocado em estufa com circulação 
de ar a 45 ºC por um período máximo de 24 h para 
secagem. Para visualização das microestruturas, 
foram realizados cortes a mão livre do material seco, 
rehidratado em álcool 70% e colocados entre lâmina 
e lamínula com KOH 5% e reagente de Melzer para 
observação da reação de amiloidia (Singer 1986). As 
observações e desenhos das microestruturas foram 
realizados utilizando microscópio Olympus BX50 
com câmara clara acoplada, com um aumento de 800 
vezes. As barras de escala nas fi guras representam 
10 μm. As medidas representam os valores extremos 
(mínimos e máximos) de cada estrutura medida em 
KOH 5%. O Qm (média de Q) representa a relação 
entre o comprimento e a largura dos basidiósporos e 
n (número de basidiósporos medidos).
Os exemplares de Marasmius, seções Globulares, 
Hygrometrici, Marasmius e Neosessiles, coletados 
anteriormente no PEFI por outros coletores e que estão 
depositados no herbário SP também foram estudados, 
quando continham informações e materiais sufi cientes 
para confi rmação da identifi cação.
Resultados e Discussão
Com as coletas recentemente realizadas, 
Marasmius graminum (Lib.) Berk., M. griseoroseus 
(Mont.) Singer, M. puttemansii Henn., M. thwaitesii 
Berk. & Broome, M. variabiliceps Singer e M. 
vigintifolius Singer foram adicionados para o PEFI. 
As espécies M. fi ardii Singer e M. foliicola Singer 
que foram recoletadas já haviam sido citadas para o 
PEFI. Ainda, Marasmius graminum e M. variabiliceps 
são citados pela primeira vez para São Paulo e M. 
griseoroseus e M. thwaitesii para o Brasil.
Revisando as exsicatas do herbário SP, foi 
constatado que M. arborecens (Henn.) Beeli, citado 
por Grandi et al. (1984), na realidade, não pertence ao 
gênero Marasmius e é provavelmente um exemplar 
de Gymnopus. Marasmius niveus Mont., citado por 
Pegler (1997), não foi encontrado no herbário SP e 
a exsicata de M. riparius Singer não está em boas 
condições para confi rmação da espécie, pois não há 
qualquer tipo de descrição, o que coloca em dúvida a 
identifi cação mesmo em nível de gênero. Como não 
houve novas coletas destas espécies no PEFI, não 
serão consideradas neste trabalho.
A exsicata de M. foliicola Singer (Pegler 1997) 
não foi localizada no herbário SP, porém foi realizada 
nova coleta do material.
Chave para identifi cação
1. Lamelas aderidas a um colar (seção Marasmius)
 2. Superfície pilear composta por equinídios do tipo Rotalis (subseção Marasmius) 
 3. Píleo marrom, margem concolor ao píleo ................................................................... M. vigintifolius
 3. Píleo marrom, margem discolor ao píleo .................................................................. M. variabiliceps
 2. Superfície pilear composta por equinídios do tipo Siccus (subseção Sicciformis)
 4. Píleo vermelho M. puttemansii4. Píleo com tons laranja 
 5. Margem da lamela concolor ao píleo ...........................................................................M. foliicola
 5. Margem da lamela discolor ao píleo .........................................................................M. graminum
1. Lamelas não colariadas ou pseudocolariadas
 6. Superfície pilear composta por células lisas (seção Globulares) ................................................M. fi ardii
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C. Puccinelli & M. Capelari: Marasmius do PEFI 251
Seção Globulares Kühner
Marasmius fi ardii Singer in Pegler, Kew Bull. Addit. 
Ser. 9: 212. 1983.
Figura 1a-b
Píleo convexo, bege a marrom com o centro 
mais escuro, membranoso, glabro, higrófano, 
profundamente sulcado, margem irregular,10-80 mm 
diâm. Lamelas aderidas, não colariadas, concolores 
ao píleo, distantes, com lamélulas. Estipe cilíndrico, 
central, concolor ao píleo, com a base levemente 
alaranjada em alguns espécimes, glabro, oco, micélio 
basal branco bem desenvolvido, 50-100 mm × 4-9 
mm. Basidiósporos subfusiformes, hialinos, lisos, 
inamilóides, parede fi na, 13,7-18,7 × 3,7-5 μm (Qm = 
3,6; n = 15). Basídios não observados. Pleurocistídios 
ausentes. Queilocistídios semelhantes às células da 
superfície superior, porém hialinos e de parede fi na. 
Trama da lamela com hifas hialinas, dextrinóides, 
septadas, com ansas. Superfície pilear himeniforme 
formada por estruturas do tipo Globulares, clavado-
piriformes, hialinas, parede espessa, 18,7-31,2 
× 10-17,5 μm. Basidioma disperso a cespitoso, 
alguns solitários sobre galhos e troncos podres na 
serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, I-1987, 
D.N. Pegler et al. s.n. (SP214469); 13-XII-2001, M. 
Capelari & L.H. Rosa 029/2001 (SP); 26-XII-2001, 
M. Capelari & U.C. Peixoto s.n. (SP392773).
As espécies da seção Globulares têm, geralmente, 
porte médio a grande quando comparadas às espécies 
das outras seções. Marasmius fi ardii é uma espécie 
comum no Brasil e é caracterizada pelo basidioma 
grande de coloração bege a marrom com píleo 
profundamente sulcado, com sulcos de coloração mais 
escura e de consistência membranosa. Marasmius 
viegasii Singer, uma espécie descrita a partir de 
material coletado no estado de São Paulo, difere de M. 
fi ardii pela dimensão dos basidiósporos (16 × 4 μm) 
e por parasitar raízes de plantas de café. A exsicata 
depositada no herbário SP (SP214469) é constituída 
por um único basidioma jovem, impossibilitando 
a observação dos basidiósporos, mas as demais 
características são coincidentes. Ocorre na Martinica 
(Pegler 1983) e, no Brasil, nos estados do Amazonas 
(Pegler 1983), Paraná (Meijer 2006) e São Paulo 
(Pegler 1997).
Seção Hygrometrici Kühner
Marasmius thwaitesii Berk & Broome, Journ. Linn. 
Soc. 14: 39. 1875.
Figura 2a-e
Píleo convexo a aplanado, fundo creme com 
os sulcos e o centro marrom-escuros, superfície 
rugosa recoberta por espinhos marrom-escuros, 
principalmente no centro, sulcado, margem crenada 
e com espinhos, 2-3 mm diâm. Lamelas colariadas, 
creme, distantes, 14-15 por basidioma. Estipe central, 
filiforme, castanho-escuro, pruinoso, inserido no 
 6. Superfície pilear composta por equinídios
 7. Estipe central, superfície pilear composta por equinídios do tipo Rotalis em cadeias 
verticais, trama da lamela inamilóide (seção Hygrometrici) .......................................... M. thwaitesii
 7. Estipe ausente, superfície superior composta por equinídios do tipo Rotalis, trama da 
lamela dextrinóide (seção Neosessiles) .......................................................................M. griseoroseus
Figura 1. Marasmius fi ardii. a. Basidiósporos. 2. Estruturas da 
superfície superior.
Figure 1. Marasmius fi ardii. a. Basidiospores. 2. Pileipellis.
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Figura 2. Marasmius thwaitesii. a. Basidiósporos. b. Queilocístidios fusiformes. c. Queilocistídios do tipo Rotalis. d. Estruturas da su-
perfície superior. e. Hifas do estipe.
Figure 2. Marasmius thwaitesii. a. Basidiospores. b. Cheilocystidia fusiform. c. Cheilocystidia of Rotalis type. d. Pileipellis. e. Stipe 
hyphae.
substrato, 18-20 mm comp. Contexto fi no, creme. 
Basidiósporos oblongo-fusiformes, hialinos, lisos, 
inamilóides, parede fi na, 6,2-10 × 3,7-4,2 μm (Qm 
= 2,2; n = 20). Basídios clavados, tetraesporados. 
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios de dois 
tipos: a) ampuláceos ou fusiformes, hialinos, 
parede fi na, 27,5-38,7 × 3,7-7,5 μm; b) tipo Rotalis, 
cilíndrico-clavados, hialinos, parede fina, com 
sétulas pontiagudas, 17,5-23,7 × 5,2-7,5 μm. Trama 
da lamela irregular, com hifas hialinas, inamilóides, 
parede fina, septadas, com ansas, 2,5-3,5 μm 
diâm. Superfície pilear himeniforme composta 
de equinídios do tipo Rotalis, alguns em cadeias 
verticais de 2-3 células, marrom-escuros, de parede 
espessa, 15-25 × 10-13,7 μm. Superfície do estipe 
composta por hifas diverticuladas, parede espessa, 
2,5-5 μm diâm. Basidioma disperso sobre gravetos 
na serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 13-IX-2005, 
C. Puccinelli & U.C. Peixoto CP153 (SP).
Marasmius thwaitesii pertence a um pequeno 
grupo da seção Hygrometrici caracterizada pela 
superfície pilear rugosa ou espinosa, formada 
por cadeias de células de parede espessada, bem 
pigmentadas e frequentemente ornamentadas, como os 
equinídios do tipo Rotalis, e que inclui M. magnoliae 
Singer, M. echinosphaerus Singer e M. kroumirensis 
(Pat.) Sacc. & Sydow.
Marasmius thwaitesii difere de M. magnoliae 
e M. kroumirensis pela ornamentação espinhosa do 
píleo, ausente nas duas últimas espécies. Pegler (1986) 
considerou M. echinosphaerus Singer descrita por 
Singer (1964) do Zaire e coletada também na Argentina 
(Singer 1976) como sinônimo de M. thawaitesii, apesar 
da menor dimensão dos basidiósporos fornecida por 
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C. Puccinelli & M. Capelari: Marasmius do PEFI 253
Singer (1976) de 6-8,5 × 3,2-4 μm. Esta é a primeira 
citação da espécie para o Brasil.
Seção Marasmius Singer
Subseção Marasmius 
Marasmius variabiliceps Singer, Sydowia 18: 344. 
1965.
Figura 3a-c
Píleo convexo, umbilicado, umbílico com um 
ponto central preto rodeado por uma zona branca, 
marrom-avermelhado com sulcos mais escuros, 
glabro, levemente sulcado, margem crenada, 4 mm 
diâm. Lamelas colariadas, creme, com margem 
discolor, subdistantes, em torno de 21 por basidioma, 
sem lamélulas. Estipe central, fi liforme, creme no 
ápice, depois castanho-escuro, glabro, inserido 
no substrato, rizomorfas ausentes, 41 mm compr. 
Basidiósporos oblongo-fusiformes, hialinos, lisos, 
inamilóides, parede fi na, 8,7-10 × 3,7-5 μm (Qm = 
2,1; n = 20). Basídios não observados. Pleurocistídios 
ausentes. Queilocistídios semelhantes aos equinídios 
da superfície pilear, recobrindo toda a borda da lamela, 
clavados a piriformes com sétulas escassas, hialinos, 
parede fi na a espessada, 20,2-30 × 10-13,7 μm. Trama 
da lamela paralela, com hifas hialinas, dextrinóides, 
parede fi na, septadas, com ansas, 2,5-3,7 μm diâm. 
Superfície pilear himeniforme, composta por 
equinídios do tipo Rotalis, corpo principal clavado-
piriforme, sétulas abundantes concentradas no ápice, 
13,7-25 × 6,2-12,5 μm. Basidioma solitário sobre 
folhas secas na serapilheira.
Material estudado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 15-IX-2005, 
C. Puccinelli CP 157 (SP).
Marasmius variabiliceps é caracterizado pelo 
píleo marrom-avermelhado com umbilico rodeado por 
uma zona branca, lamelas subdistantes com margem 
discolor ao píleo, estipe castanho-escuro com o ápice 
creme e rizomorfas ausentes. A espécie possuisete 
variedades (Singer 1976) de difícil separação, pois 
as diferenças estão nas características das lamelas 
e dos basidiósporos. O conjunto das características 
de algumas variedades concorda com as do material 
coletado no PEFI, mas torna-se praticamente 
impossível determinar à qual variedade pertence, pois 
o material examinado limita-se a um único basidioma. 
A distribuição da espécie era restrita à Bolívia (Singer 
1965, 1976) e, recentemente, foi coletada no Brasil, no 
estado do Amazonas (Souza & Aguiar 2007). Esta é a 
primeira citação para o estado de São Paulo.
Marasmius vigintifolius Singer, Sydowia 18: 345. 
1965.
Figura 4a-c
Píleo convexo-campanulado, truncado, 
profundamente umbilicado, umbílico com um ponto 
central preto rodeado por uma zona branca, marrom, 
glabro, com pequenos sulcos na margem, margem 
lisa, 2-7 mm diâm. Lamelas colariadas, próximas, 
20 lamelas por basidioma, creme com a margem e 
colar concolor com o píleo, sem lamélulas. Estipe 
central, filiforme, castanho-escuro com o ápice 
creme esbranquiçado, glabro, inserido no substrato, 
rizomorfas ausentes, 35-49 mm compr. Contexto 
fino, creme. Basidiósporos oblongo-fusiformes, 
hialinos, lisos, inamilóides, parede fi na, 9-11,5 × 4-5,2 
μm, (Qm = 2,1; n = 20). Basídios não observados. 
Basidíolos clavados a fusóides, hialinos, parede fi na. 
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios semelhantes 
aos equinídios da superfície pilear, cilíndrico-
clavados, hialinos, parede fina, 15-28,7 × 5-11,2 
μm. Trama da lamela irregular com hifas hialinas, 
levemente dextrinóides, septadas, com ansas, 1,5-5,2 
μm diâm. Superfície pilear himeniforme formada 
por equinídios do tipo Rotalis, com corpo principal 
clavado-piriforme, amarronzado, 7,5- 27,5 × 8,7-12,5 
Figura 3. Marasmius variabiliceps. a. Basidiósporos. b. Queilo-
cistídios. c. Superfície superior.
Figure 3. Marasmius variabiliceps. a. Basidiospores. b. Chei-
locystidia. c. Pileipellis.
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μm, sétulas arredondadas 3,7-12,5 μm. Basidioma 
disperso, sobre folhas secas na serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 15IX-2005, 
C. Puccinelli CP 156 (SP); 27-IX-2005, C. Puccinelli 
CP 164 (SP).
Marasmius vigintifolius é caracterizado pelo 
píleo convexo-campanulado e truncado, de coloração 
marrom com umbílico circundado por uma zona 
branca, margem da lamela concolor ao píleo e 
rizomorfas ausentes. Os basidiósporos encontrados no 
material do PEFI são maiores do que os descritos por 
Singer (1965), de 7,2-10 × 4,5-5 μm, mas concorda 
com as demais características, inclusive a presença 
de basidíolos. Na aparência macroscópica, é muito 
próximo de M. variabiliceps, mas diferencia-se 
pela coloração do píleo e da margem da lamela. A 
distribuição desta espécie restringe-se à Bolívia e 
Brasil, onde foi encontrada nos estados de São Paulo 
e Rio de Janeiro (Singer 1965, 1976). Esta é a primeira 
citação da espécie para o PEFI.
Subseção Sicciformes Antonín
Marasmius foliicola Singer, Fl. Neotropica Monogr. 
17: 158. 1976.
Figura 5a-c
Píleo campanulado, umbilicado, umbílico com 
um ponto central escuro rodeado por uma zona mais 
clara que a coloração do píleo ao redor, laranja- 
avermelhado, glabro, sulcado, margem crenada, 
3 mm diâm. Lamelas colariadas, creme com a 
margem concolor, às vezes também concolores com 
o píleo em algumas, distantes, 8-12 por basidioma, 
sem lamélulas. Estipe central, fi liforme, castanho-
avermelhado a cobre, clareando no ápice onde é 
concolor com as lamelas, glabro, inserido no substrato, 
28-60 mm compr. Contexto fi no, creme. Basidiósporos 
elipsóides, hialinos, lisos, inamilóides, parede fi na, 
8,7-12,5 × 3,7-5 μm (Qm = 2,4; n = 20). Basídios não 
observados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 
semelhantes aos equinídios da superfície pilear, com 
corpo principal cilíndrico-clavado, hialino, de parede 
fina, 13,7-20 × 4-6,2 μm, sétulas apicais 2,5-6,2 
μm. Trama da lamela irregular, com hifas hialinas, 
inamilóides a levemente dextrinóides, septadas, com 
ansas, 2,5-5 μm diâm. Superfície pilear himeniforme 
composta por equinídios do tipo Siccus, corpo 
principal cilíndrico-clavado, marrom-dourado, de 
parede fi na, alguns com parede espessada, 7,5-15,2 × 
3,7-6,2 μm, sétulas apicais 2,5-6,2 μm. Basidiomas 
dispersos sobre folhas secas.
Figura 4. Marasmius vigintifolius. a. Basidiósporos. b. Queilocis-
tídios. c. Superfície pilear.
Figure 4. Marasmius vigintifolius. a. Basidiospores. b. Cheilocys-
tidia. c. Pileipellis.
Figura 5. Marasmius foliicola. a. Basidiósporos. b. Queilocistídios. 
c. Superfície pilear.
Figure 5. Marasmius foliicola. a. Basidiospores. b. Cheilocystidia. 
c. Pileipellis.
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C. Puccinelli & M. Capelari: Marasmius do PEFI 255
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 19-XI-2002, 
M. Capelari 4215 (SP); 2-II-2004, C. Puccinelli CP 
11 (SP); 26-IX-2006, F. Karstedt & C. Puccinelli FK 
757 (SP).
Marasmius foliicola foi descrito por Singer 
(1976) a partir de material coletado na Argentina e é 
caracterizado pelo píleo sulcado, laranja-avermelhado 
e lamelas distantes com a margem concolor ao píleo e 
com algumas porções discolores. É uma espécie muito 
próxima de M. graminum (Lib.) Berk., diferenciando, 
principalmente, pela margem da lamela que não é 
concolor ao píleo e pelo tipo de substrato onde é 
encontrado, pois M. graminum ocorre principalmente 
em gravetos e não sobre folhas. O material coletado 
no PEFI apresenta basidiósporos maiores que os 
descritos por Singer (1976), que menciona dimensão 
de 7,3-10 × 4-5 μm, porém concorda com as demais 
características da espécie. Já foi citado para o estado 
de São Paulo (Pegler 1997) e, de acordo com Singer 
(1976), ocorre também na Venezuela.
Marasmius graminum (Lib.) Berk., Outl. Brit. Fung. 
(London): 222. 1860.
Figura 6a-c
Píleo campanulado a convexo, umbilicado, 
umbílico com um ponto central escuro, laranja-
avermelhado a laranja-ferruginoso-claro, glabro, 
sulcado, margem lobada, 1-5 mm diâm. Lamelas 
colariadas, creme a creme-alaranjadas, distantes, 
10-14 por basidioma, com a margem concolor, sem 
lamélulas. Estipe central, fi liforme, ápice concolor 
às lamelas, glabro, inserido no substrato, 25-60 mm 
compr. Contexto fi no, creme. Basidiósporos oblongo-
elipsóides e elipsóides, lisos, hialinos, inamilóides, 
parede fi na, com duas dimensões 6,2-8,7 × 3,7-5 μm, 
e 10-12,5 × 4-5 μm (Qm = 1,75 e 2,7 respectivamente, 
n = 20). Basídios não observados. Pleurocistídios 
ausentes. Queilocistídios semelhantes aos equinídios 
da superfície pilear, com corpo principal clavado-
piriforme, hialino, parede fi na, 11,2-16,2 × 4-6,2 
μm, sétulas apicais 3,7-6,2 μm. Trama da lamela 
irregular com hifas hialinas, inamilóides a levemente 
dextrinóides, septadas, com ansas, 3,5-6,2 μm diâm. 
Superfície pilear himeniforme composta de equinídios 
do tipo Siccus, corpo principal clavado, hialino a 
levemente pigmentado, parede espessa ou espessada 
somente na porção superior, 11,2-17,5 × 3,7-7,5 μm, 
sétulas apicais arredondadas no ápice, 2,5-6,2 μm. 
Basidiomas sobre gravetos na serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 2-II-2004, 
C. Puccinelli CP 9 (SP), CP 14 (SP); 10-III-2004, C. 
Puccinelli CP 50 (SP); 2-XII-2004, C. Puccinelli CP 
56 (SP); 2-XII-2004, C. Puccinelli CP 57 (SP).
Marasmius graminum ocorre principalmente 
sobre gravetos na serapilheira e é caracterizado pelo 
píleo de coloração laranja-avermelhado a laranja-
ferruginoso-claro, lamelas distantes com a margem 
discolor ao píleo e estipe longo, basidiósporos 
com duas dimensões, trama da lamela inamilóide 
a levemente dextrinóide e sétulas dos equinídios 
arredondadas no ápice. O tipo é oriundoda Bélgica.
Segundo Singer (1976), M. graminum apresenta 
mais três variedades: M. graminum var. culmisedus 
(Singer) Singer, M. graminum var. schini Singer e M. 
graminum var. subalpinus Singer, descritas com base 
em material coletado na Argentina.
Marasmius graminum var. graminum possui 
dois tamanhos de basidiósporos como no material 
coletado no PEFI, mas Singer (1976) comenta que 
o tamanho dos basidiósporos não o distingue das 
demais variedades, uma vez que na maioria das 
coleções das variedades por ele consideradas também 
foram encontrados basidiósporos de duas dimensões. 
Marasmius graminum var. culmisedus diferencia-se 
Figura 6. Marasmius graminum a. Basidiósporos. b. Queilocísti-
dios. c. Superfície pilear.
Figure 6. Marasmius graminum. a. Basidiospores. b. Cheilocys-
tidia. c. Pileipellis.
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da variedade típica pela trama da lamela inamilóide 
ou por uma reação dextrinóide fraca e basidiósporos 
ligeiramente maiores. As variedades M. graminum var. 
schini e M. graminum var. subalpinus diferenciam-
se, basicamente pela dimensão dos basidiósporos e 
coloração do píleo.
Marasmius graminum é uma espécie de ampla 
distribuição, ocorrendo na Argentina, Bélgica, 
Equador, Estados Unidos da América, Honduras, 
Inglaterra, México e Trinidad (Singer 1965, 1976). No 
Brasil, já foi citado para o Paraná (Meijer 2006), sendo 
esta a primeira citação da espécie para São Paulo.
Marasmius puttemansii Henn., Hedwigia 43: 203. 
1904.
Figura 7a-c
Píleo convexo-campanulado, umbilicado, 
umbílico com um ponto central escuro em alguns 
espécimes rodeado por uma zona esbranquiçada, 
vermelho-escuro, velutino, sulcado, margem crenada, 
3-5 mm diâm. Lamelas colariadas a indistintamente 
colariadas, creme com a margem concolor às 
lamelas, mas em algumas porções pigmentadas com 
a coloração do píleo, distantes, 10-16 por basidioma, 
sem lamélulas. Estipe central, fi liforme, castanho-
escuro a preto, com uma pequena porção do ápice 
esbranquiçada, glabro, inserido no substrato, ou 
acompanhado por rizomorfas castanho-escuras a 
pretas, 44-66 mm compr. Contexto fino, creme. 
Basidiósporos oblongo-elipsóides, hialinos, lisos, 
inamilóides, parede fi na, 6,5-8,5 × 2,7-3,7 μm (Qm = 
2,3; n = 20). Basídios não observados. Pleurocistídios 
ausentes. Queilocistídios semelhantes aos equinídios 
da superfície pilear, com corpo principal cilíndrico, 
hialino, parede fi na, 10-16,5 × 3,7-5 μm, sétulas 
apicais 2,7-4,7 μm. Trama da lamela irregular com 
hifas hialinas, levemente dextrinóides, septadas, com 
ansas, 3-3,7 μm diâm. Superfície pilear himeniforme 
composta de equinídios do tipo Siccus, com corpo 
principal cilíndrico-clavado, alguns ramificados, 
marrom-avermelhados, parede fi na, 11,2-19 × 3,7-6,2 
μm, sétulas apicais 3,5-5 μm. Basidioma disperso 
sobre folhas secas na serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São Paulo, 
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 20-I-1999, 
M.S. Dechoum 25 (SP); 19-XI-2002, M. Capelari 4216 
(SP); 19-I-2006, C. Puccinelli CP 167 (SP).
Material adicional examinado: BRASIL. SÃO 
PAULO: São Paulo, Serra da Cantareira, 21-III-1903, 
A. Puttemans 860 (SP141839, holótipo!).
Marasmius puttemansii é caracterizado pela 
coloração vermelho-escura do píleo com uma zona 
esbranquiçada ao redor do umbílico, margem da 
lamela com pontos concolores ao píleo e estipe 
acompanhado de rizomorfas ou inserido diretamente 
no substrato. Todos os materiais examinados, inclusive 
o tipo, foram coletados em folhas secas e pecíolos de 
uma espécie de Myrtaceae.
No Brasil, ocorre nos estados de São Paulo 
(Hennings 1904, Pegler 1997), Paraná (Meijer 2006), 
Rio de Janeiro e Pernambuco e também na Bolívia e 
Equador (Singer 1965, 1976). Para o estado de São 
Paulo, só havia a coleta original do Parque Estadual da 
Cantareira, sendo esta a primeira citação da espécie 
para o PEFI.
Seção Neosessiles Singer
Marasmius griseoroseus (Mont.) Singer, Fl. 
Neotropica Monogr. 17: 256. 1976 ≡ Agaricus 
griseoroseus Mont., Ann. Sci. Nat. IV. 1: 98. 1854.
Figura 8a-d
Píleo conchado a reniforme, com hábito 
pleurotóide, branco-sujo a creme, glabro, levemente 
sulcado, 1-5 mm diâm. Lamelas adnexas, brancas, 
ligadas dorsalmente ao substrato, distantes, 
intervenosas. Estipe ausente. Contexto fi no, branco. 
Figura 7. Marasmius puttemansii. a. Basidiósporos. b. Queilocis-
tídios. c. Superfície pilear.
Figure 7. Marasmius puttemansii. a. Basidiospores. b. Cheilocys-
tidia. c. Pileipellis.
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C. Puccinelli & M. Capelari: Marasmius do PEFI 257
Basidiósporos fusiformes, curvados em uma das 
extremidades, hialinos, lisos, inamilóides, parede 
fi na, 11-14 × 2,5-3,7 μm (Qm = 4,2; n = 20). Basídios 
clavados, tetraesporados. Basidíolos fusóides, 
numerosos. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 
semelhantes aos equinídios da superfície pilear, 
hialinos, parede fi na, 15-20 × 5-7,5 μm. Trama da 
lamela regular, dextrinóide, com hifas hialinas, 
dextrinóides, septadas, com ansas. Superfície 
pilear himeniforme composta de equinídios do tipo 
Rotalis com sétulas escassas, com corpo principal 
hialino, parede fi na, 15-25 × 6-10 μm, sétulas 2-4,7 
μm. Basidioma disperso sobre casca de árvore na 
serapilheira.
Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO: São 
Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 2-II-
2004, C. Puccinelli CP16 (SP).
As espécies da seção Neosessiles são tipicamente 
sésseis ou com estipe excêntrico rudimentar. 
Marasmius griseoroseus é caracterizado por possuir 
basidiomas pequenos não ultrapassando 5 mm de 
diâmetro, com píleo conchado de coloração branco-
sujo a creme e lamelas adnexas e intervenosas. Os 
basidiósporos desta espécie são muito característicos, 
pois são curvos na extremidade inferior e o grande 
número de basidíolos também pode ser notado. Esta 
espécie já foi descrita no gênero Pleurotus devido ao 
hábito pleurotóide, mas foi transferida para Marasmius 
pela presença dos equinídios do tipo Rotalis na 
superfície superior (Dennis 1953). A distribuição 
geográfi ca abrange Bolívia (Singer 1965), Colômbia 
(Singer 1976), Guiana Francesa e Trinidad (Pegler 
1983). Esta é a primeira citação para o Brasil.
Agradecimentos
As autoras agradecem a Klei R. Souza pela 
arte final das ilustrações e à FAPESP (processo 
04/04319-2) pelo apoio fi nanceiro. CP agradece ao 
CNPq pela bolsa de mestrado concedida.
Literatura citada
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PEFI: histórico e legislação. In: D.C. Bicudo, M.C. Forti 
& C.E.M. Bicudo (orgs.). Parque Estadual das Fontes do 
Ipiranga (PEFI): unidade de conservação que resiste a 
urbanização de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente 
do Estado de São Paulo, São Paulo, pp. 15-28.
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do Ipiranga, São Paulo, Brasil, depositados no Herbário 
do Instituto de Botânica. Rickia 9: 37-53.
Dennis, R.W.G. 1953. Some pleurotoid fungi from the 
West Indies. Kew Bulletin 8: 31-45.
Fernandes, A.J., Reis, L.A.M. & Carvalho, A. 2002. 
Caracterização do meio físico. In: D.C. Bicudo, M.C. 
Forti & C.E.M. Bicudo (orgs.). Parque Estadual das 
Fontes do Ipiranga (PEFI): unidade de conservação 
que resiste a urbanização de São Paulo. Secretaria do 
Meio Ambiente do Estado de São Paulo, São Paulo, 
pp. 51-62.
Gordon, S.A., Desjardin, D.E. & Petersen, R.H. 1994. 
Mating systems in Marasmius: additional evidence to 
support sectional consistency. Mycological Research 
98: 200-204.
Grandi, R.A.P., Guzmán, G. & Bononi, V.L.R. 1984. 
Adições às Agaricales (Basidiomycetes) do Parque 
Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil. 
Rickia 11: 27-33.
Hennings, P. 1904. Fungi S. Paulensis III a cl. Puttemans 
collecti. Hedwigia 48: 1-20.
Figura 8. Marasmius griseoroseus. a. Basidiósporos.b. Basidíolos. 
c. Queilocistídios. d. Superfície pilear.
Figure 8. Marasmius griseoroseus. a. Basidiospores. b. Basidioles. 
c. Cheilocystidia. d. Pileipellis.
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258 Hoehnea 36(2): 249-258, 8 fi g., 2009
Kirk, P., Canon, P.F., David, J.C. & Stalpers, J.A. 2001. 
Ainsworth & Bisby’s Dictionary of the Fungi. CAB 
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Pegler, D.N. 1986. Agaric Flora of Sri Lanka. Kew Bulletin 
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30518002 miolo.indd 25830518002 miolo.indd 258 8/20/09 11:59 AM8/20/09 11:59 AM

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